O Notalatina abre um parênteses sobre o tema que vinha abordando – guerrilhas e tensões na Venezuela e Colômbia -, por considerar essa carta do nosso parceiro Carlos Reis bastante pertinente e, de certo modo, relacionada com o tema ora abordado, mesmo tendo sido escrita em junho deste ano. Como diz meu amigo Martim, “tudo se conecta”.
Texto originalmente dirigido ao Jornalista Cláudio Brito da RBS Porto Alegre
“OCUPAÇÃO SOCIAL”
Temos que denunciar esse passo à sociedade!
27/06/2002
Venho acompanhando o pensamento do prezado Jornalista no episódio do Estado de Defesa. Concordo também com sua aplicação e o vejo como imperioso diante do que passarei a expor e para a qual eu pediria a sua atenção.
Temos que denunciar à opinião pública brasileira que as esquerdas revolucionárias, ajudadas pela incompetência e omissão cúmplice dos governos, estão a desenvolver no país um processo de consolidação do crime organizado ligando-o a facções criminosas alimentadas pelo narcotráfico. Tal consolidação, entretanto, que necessitou preliminarmente que o povo se familiarizasse com o crime e por ele manifestasse já indiferença, para não dizer desesperança e temor, vista a banalização da violência produzida pela repetição impune de crimes e mais crimes, e pela campanha de desmoralização das forças públicas, está em vias de completar-se.
O processo agora se ultima através da estratégia da “ocupação social” dos morros cariocas e outros redutos do crime, expressão usada pela Gov. do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, do PT, e repetida por grupos de “defesa” de direitos humanos. Isso, entretanto, não passa de solerte e astucioso subterfúgio, em utilização na Colômbia, México, Peru, Palestina, para se dar tempo à instalação de organizações revolucionárias no poder enquanto se entabulam “conversações”, “diálogos” e “entendimentos” com o crime. Esta estratégia visa a dar status de estado a grupos criminosos pretensamente a-ideológicos e a-políticos preservando-os da erradicação in limine pelas forças da lei, o que seria o desejo da esmagadora maioria do povo brasileiro!
Uma notícia de O Globo de 16/6/2002 dá conta que somente agora, nesses dias, a ONU resolveu reconsiderar a sua posição de não reconhecer como terroristas as Farcs colombianas e grupos notórios como o Hesbolah e o Hamas! Tardiamente, como se vê! Alegava essa instituição internacional que tal reconhecimento não se aplicava a grupos em “discussão” e “entendimentos”com os respectivos governos. Nutridos por esse extraordinário habeas corpus tais entidades vinham se comportando aberta e protegidamente a salvo da repressão governamental contra a qual não faltaram os ingentes esforços dos pacifistas ongueiros de plantão. Não seria demasia acrescentar que muitos desses grupos terroristas recebem subvenções internacionais dessas mesmas entidades a títulos diversos.
Resta lembrar que essa estratégia é tanto mais vitoriosa quanto mais perdurar a situação caótica, que urdida pacientemente nos últimos anos, agora no Brasil alcança o seu limiar se valendo da inépcia e da hipocrisia governante. Urge, portanto, compreendê-la, para depois denunciá-la à opinião pública.
As razões para assim se pensar advém de sobejas provas da escalada do socialismo internacionalista de múltipos matizes, mas que no Brasil, entretanto, não abdicou da revolução como se atesta das inúmeras incursões contra o Estado de direito e o desrespeito às liberdades individuais e aos direitos consignados na Constituição Federal, e ainda mais, se consubstancia por uma estranha simpatia e condescendência ao crime por parte de quem justamente deveria ser o seu principal óbice, o estado repressor. Tal regime, em vias de instalação em todo o país, não se cansa de mostrar-se simpático e aliado a grupos guerrilheiros colombianos e venezuelanos, contando para isso com a inércia e a inépcia de nossas autoridades, atraindo para as nossas fronteiras desguarnecidas o calor das revoluções sangrentas de inspiração leninista, fazendo o tão equilibrado e ponderado ex-ministro Brossard temer por aquilo que chamou de colombianização do Brasil.
Carlos Reis
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