domingo, 23 de julho de 2006


Encerrou-se ontem a XXX Cúpula do Mercosul em Córdoba, Argentina, e o Notalatina não podia deixar de fazer comentários daquilo que “não se viu” nem a grande mídia tupinikim noticiou. Me refiro mais especificamente à visita do ditador vitalício de Cuba, Phidel Kastro, mantido vivo às custas de muito Formol, já que parece não existir em Cuba algum taxidermista competente o suficiente para empalhá-lo e deixá-lo em exposição pendurado numa prateleira qualquer, para a mórbida visitação pública de ávidos e imbecilizados turistas o que, certamente, renderia muitos euros e dólares ao governo tirano.


Depois de muito “suspense”, como gosta de fazer sempre para mostrar-se importante e bajulado, o ditador Castro chegou finalmente para participar da Cúpula, cuja presença é uma aberração ditada pelo Foro de São Paulo e idealizada desde 2004, quando ficou determinado que o Mercosul seria o portal para a conformação do Bloco de Poder Regional. Sua comitiva veio antes, em dois aviões, para certificar-se de que não haveria qualquer risco de atentado à magnânima e esperada presença.


Mas, para se compreender melhor porquê a Venezuela foi admitida como membro permanente do Mercosul e o que faziam lá Fidel e Evo Morales, o índio cocalero que está presidente da Bolívia, é necessário recuar um pouco no tempo. Em 2004, o sociólogo comunista germano-mexicano Heinz Dieterich, guru de Chávez e Fidel, explicou que a idéia de criar a “Pátria Grande” sonhada por Bolívar, só seria viável se se criasse um “bloco” com todos os países de corte comunista da América Latina (Cuba, Venezuela, Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e Equador), com pensamentos e ações coordenadas desde um líder, para o qual foi designado Chávez. Para tanto, criou o projeto do “Bloco de Poder Regional”, onde se unificariam as Forças Armadas de todos esses países para fazer frente ao inimigo externo, evidentemente, os Estados Unidos.


A partir desta concepção, foi determinado o ingresso da Venezuela no Mercosul que deixaria de atuar no campo comercial, para o qual foi criado, e passaria a atuar em outras frentes visando a unificação de todos os países membros deste tal bloco, com liderança de Chávez e sob orientação direta de Fidel. Para quem acompanha e estuda o processo de unificação da América Latina em um só país (União das Repúblicas Socialistas da América Latina - URSAL), para substituir a extinta URSS, nada disto é novidade, só que agora o processo se acelera de forma descarada, para quem queira ver, evidentemente. Quem quiser conhecer mais sobre o assunto acesse o site Mídia Sem Máscara e busque “Bloco de Poder Regional Militar”; está tudo lá, dito por eles mesmos.


Isto não foi comentado pelos jornais, como também não foi comentado que, ao desembarcar em Córdoba, uma multidão esperava o velho ditador (ninguém mais acreditava que ainda estivesse vivo e eu, particularmente, tenho dúvidas de que a “figura” que apareceu era mesmo Fidel, pois alguma coisa em sua fala e em seu rosto contradiziam a imagem que vi no documentário “As torturas de Castro” feito recentemente), dentre eles muitos jornalistas.


Foi então que o jornalista cubano-americano Juan Manuel Cao, da “América TV Canal 41, de Miami, aproximou-se da escada onde estava o mega-assassino e fez a pergunta que todos queriam saber: por quê o ditador não permitia que a Drª Hilda Molina viajasse de Cuba com sua mãe, velha e doente, para visitar o filho e os netos residentes na Argentina? O velho irritou-se e disse que não era da conta do repórter. Este insistiu e, perguntado sobre sua nacionalidade, disse que era cubano e que desejava uma resposta do ditador. Furioso, Fidel disse que ele não era cubano mas um traidor, chamou-o de “mercenário pago por Bush”, esperneou, xingou, ficou brabo.


Tudo isso está documentado neste vídeo que o Notalatina apresenta com exclusividade para o Brasil. Mas, por que tanta polêmica e irritação em torno da saída do país de uma médica e sua velha mãe, quando há milhares de outros casos semelhantes de pessoas dignas e decentes que não têm o direito sequer de viajar de uma para outra cidade, dentro da mesma Cuba? Esses desejos frustrados acontecem diariamente naquela Ilha-cárcere e, malgrado a indignação, não são sequer conhecidos do mundo...


Bem, a Drª Hilda Molina é uma neurocirurgiã que pertencia, até fins de 2004, ao Centro Internacional de Restauração Neurológica (CIREN), uma instituição de propriedade do Governo e que descobriu a chamada “substância negra fetal”, constituída por células espinhais e tecido neuronal de embriões humanos. Esta substância, para conseguir os efeitos regenerativos no tecido nervoso de adultos, deve ser transplantada de um embrião vivo.


A denúncia foi feita pelo diretor da instituição, Dr. Julián Alvarez, em um livro intitulado “Artesão da vida”, onde ele afirma que “atualmente realizam-se uns 100 mil abortos anuais com o consentimento e o estímulo do próprio Governo. O CIREN encontra-se capacitado, por isso, para obter com relativa facilidade o tecido embrionário para seu emprego nestes tratamentos. O governo cubano, ao mesmo tempo, utiliza estes 100 abortos para suas estatísticas de “baixa mortalidade infantil em Cuba”.


Aí está explicado o crime pelo qual o maldito ditador não deixa a Drª Molina sair do país e que tem dois desdobramentos: 1. medo de que o mundo tome conhecimento de que em Cuba o aborto é oficializado e estimulado, para extrair desses embriões VIVOS o material que se reverterá em tratamento de gente cheia dos “odientos” dólares que engordam seus cofres e 2., a velha história do “roubo de cérebros” pois, segundo sua doutrina, TUDO pertence ao Partido-Estado Comunista, à Revolução, sobretudo o conhecimento científico encarnado nos próprios cientistas que deixam de ter vida própria, identidade, vontade.


Existe alguma coisa mais perversa e abominável do que isso? São 100 MIL VIDAS INOCENTES ASSASSINADAS POR ANO, sem terem cometido qualquer crime ou direito de defender-se de seus assassinos! São 100 mil vidas acrescidas às já tantas milhares assassinadas no paredón; nos mares, em fuga nas frágeis balsas; por suicídios, em decorrência do desespero (onde Cuba ocupa o “honroso” 2º lugar no mundo); na falta de assistência médica; nos maltratos nos cárceres; de fome e miséria.

Segundo informou um jornal argentino, Kirchner entregou uma carta a Fidel pedindo a liberação da Drª Molina em que diz: “Como você bem conhece, é de meu maior interesse possibilitar o reencontro entre a Doutora Hilda Molina e sua família residente em nosso país” e mais adiante, “Permitir a chegada da Doutora Hilda Molina e sua mãe à Argentina seria a forma mais efetiva para concretizá-la, atendendo às razões humanitárias do caso e o desejo de uma família cubano-argentina. Estimo que você compreenderá, analisará e dará uma pronta e positiva resposta”. Partindo de um “ex” montonero, essas “razões humanitárias” soam falsas, demagógicas, hipócritas, eleitoreiras.


Entretanto, a Drª Molina faz uma denúncia grave (e que parece ter passado tão despercebida à Radio 10 que a entrevistou que foi publicado sem cortes), vejam: “Há milhares de famílias reféns que atravessam uma situação similar à minha” E novamente solicitou que deixem sua mãe, de 87 anos, sair de Cuba com urgência, pois há dois meses sofreu um acidente e quebrou um braço. “Desde o dia 16 de maio passado não conseguimos que minha mãe possa sair da Ilha para receber uma atenção médica adequada. Ela está prostrada em uma cadeira de rodas e com o braço quebrado”.


Mas a saúde e a educação não são os maiores logros da Revolução, cantados em verso e prosa nos quatro cantos do mundo? Também não é espalhado pelo mundo inteiro que tanto as crianças quanto os velhos são muito bem tratados e cuidados pelo “governo”? Se a Drª Molina ainda pertencesse ao Partido e servisse à Ditadura, certamente sua mãe já teria sido medicada e prontamente atendida nos melhores hospitais da Ilha. Isto serve para mostrar que, ao cubano “a pé”, aquele que não pertence à Nomenklatura, TUDO lhe é negado, tirado, recusado; até a própria vida.


Outra mentira que tenho o prazer de desmascarar, embora lamentando sinceramente pelas vítimas, é o “sucesso” das “Missões Milagre”, formado por falsos médicos cubanos que servem como mercadoria de troca entre Cuba e Venezuela. Esses “médicos”, que são enviados aos países latino-americanos em troca de alguma mercadoria que tal país possa oferecer ao ditador, em vez de tratar e curar as doenças estão causando danos severos e até mesmo óbito nos pobres que a eles se submetem.


Os Conselhos de Medicina de vários países já denunciaram o engodo, entretanto estes charlatões continuam destruindo a vida e a saúde de quem a eles se submetem. A “Missão Milagre” tem como objetivo operar de catarata e pterígio 600 pessoas por ano em toda a América Latina. Desses, há uma infinidade severamente lesionados, como um caso que eu soube pessoalmente de um senhor pobre na Venezuela que, sentindo um comichão na vista operada, procurou um oftalmologista venezuelano e este constatou que o olho operado estava cheio de vermes, resultante de infecção severa e falta de higiene durante a cirurgia.


O diretor médico da Fundação Oftalmológica Los Andes, Dr. José Miguel Ried, afirmou que tem antecedentes de que na Jamaica, na Bolívia e no Brasil os resultados da “Missão Milagre” não foram os desejados. Segundo o Dr. Ried foi informado, através do chefe de Oftalmologia do Hospital de Kingston na Jamaica, foi pedida a suspensão imediata das operações com esses médicos cubanos, porque “o número de complicações pós-operatórias é alarmante. De 60 pessoas operadas, 3 ficaram cegas e 14 com danos severos”. O médico afirmou ainda que muitas doenças oculares necessitam de controles periódicos e estrito acompanhamento após a cirurgia, o que não era feito pelos médicos da “Missão Milagre”.


Também no Chile, ontem seriam enviados 90 pacientes à Venezuela num avião próprio da “Missão” mas, segundo o embaixador da Venezuela naquele país, houve um atraso porque o Boing teve de fazer uma parada na Argentina onde deixaria os pacientes já operados. Entretanto, a Ministra da Saúde chilena, María Soledad Barría afirma que não vê qualquer motivo para esses pacientes se submeterem a cirurgias com os médicos cubanos, uma vez que todos os chilenos são atendidos pelo “Plano AUGE”.


Ela negou que tivesse aprovado tal missão, informando que em abril reuniu-se com o embaixador da Venezuela no Chile, Víctor Delgado, mas disse que foi apenas “mais um encontro” com representantes de outras nações assim que começou este novo governo. Para se perceber a diferença do tratamento feito no Chile, com seriedade profissional, e essas tais “missões”, a oftalmologia chilena trabalha com equipamentos de alta tecnologia e os pacientes são operados com laser, em quatro centros em todo o país que realizam 120 operações diárias de catarata e pterígio. Na Venezuela, as pessoas são operadas 48 horas após chegarem de viagem e permanecem lá apenas 11 dias.


Por todos estes exemplos, da falta de atendimento ou de um atendimento insatisfatório e criminoso, é que venho denunciando há tempo a invasão quase que silenciosa em nosso país destes agentes castristas disfarçados de “médicos”, “desportistas” ou “afalbetizadores”. E para que se tenha uma idéia precisa de como são tratados os velhos em Cuba, desfazendo mais este mito da excelência da saúde e do “cuidado preferencial” a esta pobre gente, é que sugiro que se acesse este link (http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=2761), de uma reportagem antiga e com fotos extremamente chocantes (uma das quais ilustra a edição de hoje), sobre um abrigo de velhos em Cuba que foi censurado e divulgado apenas numa revista sueca, que o Mídia Sem Máscara publicou com exclusividade em outubro de 2004 intitulada “A verdade proibida sobre Cuba”.


Amigos, quando eu falo sobre todos estes crimes que estão ocorrendo em Cuba há malditos 47 anos e na Venezuela há 7, é tentando alertar para o que este governo comuno-petista pretende para nosso país. Por favor, não subestimem estes avisos porque desde 2002 que bato na mesma tecla do Foro de São Paulo determinando o rumo da política dos países latino-americanos e, se alguém se der ao trabalho de ler desde os primeiros anos, vai comprovar que muito do que vemos hoje, no Brasil, já foi denunciado aqui, no Notalatina. Fiquem com Deus e até a próxima!


Agradecimentos especiais à Marisol Toraño que remeteu o vídeo da Argentina à organização NetforCuba Internacional - http://www.netforcuba.org/ – e à minha amiga Lou Pagani que gentilmente me brindou com esta exclusividade.


Comentários: G. Salgueiro