sexta-feira, 9 de julho de 2004

O Notalatina fecha a semana com três informes, dois dos quais envolvem Brasil, Venezuela e Argentina, e o terceiro sobre negociações feitas ontem com os “capos” da AUC, os para-militares de extrema-direita colombianos, tão delinqüentes e violentos quanto as FARC.



A primeira nota, a mais grave de todas e muito preocupante, nos informa de uma “organização” intitulada UNIÃO DO SUL ou “BRP” que existe extra-oficialmente e que reúne o Brasil, a Venezuela, a Argentina e Cuba, que o informe SEPRIN já havia denunciado há vários meses e que NINGUÉM parece estar interessado em saber, ou divulgar. Pelo menos, aqui no Brasil, eu não vi em lugar nenhum dos noticiários ou órgãos de comunicação alguém se reportando a isso. Mas é claro, o respeitável público deve ser cirurgicamente poupado de ser informados de coisas dessa natureza pois, quanto mais ignorante dos fatos tramados pelas esquerdas, mais dócil se torna na condução ao matadouro que nos preparam.



Infelizmente, não posso dispor aqui da foto em que mostra uma enorme faixa com as caras dos quatro ditadores, oops!, “dirigentes” desses países e que foi utilizada na Argentina em uma manifestação de rua, protagonizada pelos famosos arruaceiros denominados “Piqueteros”, com a complacência do Montonero presidente Kirchner e as bênçãos da bruxa velha e terrorista Hebe de Bonafini, criadora das “Mães da Praça de Maio”. NÃO DEIXEM DE LER ESTA NOTA!



A segunda nota fala do encontro dos presidentes do Mercosul, encerrado ontem na Argentina e a inclusão do México e Venezuela que foi aprovada mas ainda carece da conclusão das formalizações legais, para que possam tornar-se membros de fato. E, finalmente, a última nota nos reporta a uma tentativa de “acordo de paz” entre as AUC e o governo da Colômbia, em uma negociação tensa, posto que havia dois “capos” do narco-tráfico usando nomes falsos.



Bem, como hoje é sexta-feira, deixo-os com estas informações inéditas sobre como anda nossa América Latina para reflexão, e na segunda estamos de novo nesta cruzada de fazer o que deveria caber à imprensa, se ela inteira não estivesse rendida e vendida ao Comunismo Mundial. Podemos apresentar alguma edição extraordinária se, neste fim de semana, algum fato muito relevante nos chegar ao conhecimento. Fiquem com Deus e até a semana que vem!



O QUE É A “UNIÃO DO SUL” OU BRP?



É uma aliança estratégica entre Venezuela, Brasil, Argentina e Cuba que implica, desde a propaganda, uma estruturação política que incluiria uma mudança ideológica, primeiro nos centro militares-policiais, para manifestar-se no resto do povo a partir de um processo de vários anos.



Isto foi reconhecido pelo próprio Chávez. Sabemos, porque a mulher de Bonasso transmite os atos de Fidel Castro no Canal 7 (ATC); querem fazer uma “Al Jazeera” Sulamericana.



No Brasil, a união é com a TV Comunitária que conta hoje com mais de sessenta estações nas grandes cidades do país. Provavelmente a TV-Paraná Educativa se integrará com um sinal que alcança toda a América Latina e o sul dos Estados Unidos. Da Argentina, paricipará o Canal 7 (estatal), da Venezuela o Canal 8 e o novo canal cultural estatal Vive TV, e no Caribe a Televisão Cubana. É uma aliança estratégica entre Venezula, Brasil, Argentina e Cuba. Isto também foi reconhecido por Chávez.



Existe um plano insurgente na América Latina ou é um avanço do “Neo-comunismo”?



Há vários pontos que nos têm chamado a atenção e estes têm a ver com “o ataque sistemático às Forças Armadas e de Segurança”, a dissolução das estruturas de comando e, por sua vez, a infiltração ideológica em sua formação. O fechamento ou desmantelamento das escolas de Inteligência; a proibição de utilizar a Inteligência sobre grupos políticos, mesmo que sejam suspeitos de estarem vinculados ao terrorismo...



Claro, você pensará que isto não passa de “delírio”. De modo nenhum, a idéia subjaz nos fatos, o que mostramos são fatos, não meras palavras e isto é que é grave. Sabemos que os fundos que a Argentina pagará pelo Banco de Fuel Oil vão financiar, em parte, a grupos como os Centros Bolivarianos, organizações como Patria Libre e a Universidade, ou centro de doutrinação das Mães da Praça de Maio, assim como a coordenação entre os centros Bolivarianos e os Piqueteros, etc.



Temos alguns informes de que o ex-combatente e agora embaixador “Fredy Balzan” reuniu-se com estes grupo e percorreu as vilas. Balzan é um combatente do Partido Comunista. Foi guerrilheiro nos anos 60-70, integrou-se ao Sandinismo e foi embaixador na Nicarágua. Esta profunda influência no presidente, com operadores como Kunkel, Bonasso, Alberto Fernández ou Verbitsky, mostram a tendência de uma nova aliança estratégica.



Informes, próximos ao Mossad, no ano passado, advertiam um avanço de Fidel Castro através do avanço das relações com a Venezuela. Há alguns meses publicamos um informe da CIA, o qual marcava, certamente, o avanço desta estrutura política. É verdade que os Estados Unidos, por sua política mundial do petróleo, buscaram a queda de Chávez e isto foi denunciado. Não obstante, o giro e sua aliança pró-comunista e ainda apesar de que ele é mais “peronista” do que a gente crê, marca como um sentido inimigo.



Os centros Bolivarianos, que naquele momento contaram em suas filas com os Carapintadas ou a direita Peronista Nacionalista, distanciaram-se das estruturas, para serem substituídas pela ideologia nitidamente marxista.

Fonte: www.seprin.com



MÉXICO E VENEZUELA APROXIMAM-SE DO MERCOSUL



Por Damian Wroclavsky, em Puerto Igauzu, para El Nuevo Herald



A XXVI Cúpula de presidentes do Mercosul encerrou-se ontem, com a promessa de que a Venezuela e o México serão em curto prazo sócios no pleno do bloco, enquanto que um conflito comercial entre a Argentina e o Brasil deixou a descoberto os problemas da união aduaneira. “Aceitamos a incorporação do México no Mercosul, que se concretizará uma vez concluído o respectivo acordo de livre comércio” com o bloco, disse o presidente argentino Néstor Kirchner, ao encerrar a cúpula.



O México não terá voto nem possibilidade de apresentar menções ou projetos políticos, institucionais ou comerciais. A decisão do Mercosul contrastou com a tentativa do presidente Vicente Fox de converter-se em sócio no pleno do bloco, antes de ter um acordo de livre comércio assinado.



Junto a Argentina e Brasil, o Paraguai e o Uruguai são o coração do bloco. Chile, Bolívia e Peru, por sua parte, já são membros não plenos, o que implica que possuem preferências comerciais no intercâmbio com os membros, porém não compartilham as tarifa externas comuns.



Fox disse, por sua vez, que “juntos (México e Mercosul) podemos estabelecer as bases de uma sólida e verdadeira integração latino-americana. O México está convencido de que hoje a integração é a chave para conseguir que a América Latina e o Caribe se insiram exitosamente no mundo globalizado”.



Kirchner também saudou a chegada da Venezuela como Estado associado, que só “se efetivará quando o acordo de livre comércio se protocolize na ALADI (Associação Latino-americana de Integração)”. A Venezuela disporá dos mesmo direitos e restrições que o México.



Para o presidente venezuelano Hugo Chávez, todavia, implica que não há volta atrás: “Nós podemos dizer que a Venezuela já está no Mercosul”, disse Chávez. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, por sua parte, assinalou que a intenção do bloco é que ambos os convênios avancem o mais rápido possível, enquanto que funcionários de distintos países coincidiram em que o ingresso do México poderia converter-se no nexo do bloco com os Estados Unidos.



A agenda do próximo semestre, com a presidência do Brasil, abordará políticas energéticas e de infra-estrutura comuns e a obtenção do financiamento para levá-las a cabo. Os sete chefes de Estado que chegaram à cidade nortenha argentina de Puerto Iguazu, respaldaram o trabalho da comissão de representantes permanentes do bloco, que começou suas funções em princípios deste ano e está dirigida pelo ex-presidente argentino Eduardo Duhalde.



O trabalho da comissão está alinhada com o desejo dos mandatários de dotar de mais instituições o bloco e coordenar suas economias, uma dívida que acompanha o Mercosul desde sua criação há 13 anos. Essas duas tarefas, segundo os mandatários, tornaria mais difícil que os desequilíbrios macro-econômicos concluam em conflitos comerciais. Essa falta de coordenação ficou exposta novamente pela disputa entre Argentina e Brasil, que estourou quando o governo de Kirchner anunciou há dois dias do início da cúpula, travas ao ingresso de eletrodomésticos brasileiros em seu país.



Embora funcionários de ambos os países tenham trocado gestos de paz, a resolução do conflito dependerá das negociações em nível ministerial e empresarial, que serão feitos nos próximos 15 dias. Este novo capítulo de curto-circuitos entre a primeira e a terceira economia da América Latina, ficou refletido em uma frase de Kirchner: “o principal capital que devemos acumular é a confiança”.



Fonte: El Nuevo Herald



COLÔMBIA TEM A PRIMEIRA REUNIÃO COM OS “PARAS”



Por Alexander Martinez, da AFP em Bogotá



O governo colombiano e os para-militares reuniram-se ontem, pela primeira vez, após a abertura das negociações de paz em 1º de julho, em meio a uma polêmica pela presença de dois supostos capos do narcotráfico entre os delegados destes últimos.



Ao encontro, na aldeia de Santa Fé de Ralito (a 750 km. ao norte de Bogotá), assistem o alto comissário para a paz, Luis Carlos Restrepo e os membros do Estado Maior das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), encabeçados por Salvatore Mancuso, disse um porta-voz governamental à AFP. Também estava presenta o argentino Sergio Caramagna, chefe da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA), que verifica o processo de paz, o qual busca desmobilizar uns 20.000 combatentes antes que finalize o ano de 2005.



A entrevista havia sido programada inicialmente para a terça-feira, porém foi acordada para ontem sem que transcendessem detalhes dessa decisão. Santa Fé de Ralito é o epicentro da chamada Zona de Situação, um enclave de 368 km², criado pelo governo por um período prorrogável de seis meses para facilitar os diálogos, e onde concentra-se o alto comando das AUC com 400 de seus homens.



Uma das principais expectativas do encontro é combinar uma agenda de negociação, depois que as partes apresentaram suas respectivas propostas sobre o tema durante a abertura, segundo o porta-voz oficial. Versões extra-oficiais assinalaram que na reunião também seriam discutidos o aperfeiçoamento do cessar fogo declarado pelas AUC, em dezembro de 2002, e a possível criação de outras zonas de concentração. Tais áreas se localizariam nas regiões de Magdalena Medio, o sul de Bolívar e as Planícies Orientais, onde as AUC têm forte presença, indicou-se.



A entrevista ocorre em meio à polêmica por denúncias sobre a presença de supostos capos do narco-tráfico na equipe negociadora dos para-militares. Um informe do diário El Tiempo assinalou no domingo que os comandantes Pablo Mejía e Gabriel Galindo, presentes na instalação do diálogo, seriam na realidade Víctor Manuel Mejía Múnera e Francisco Javier Zuluaga Lindo, dois poderosos narco-traficantes pedidos em extradição pelos Estados Unidos.



Sobre este particular, o presidente Alvaro Uribe disse na quarta-feira que “em todos os grupos armados, desafortunadamente, há essa mescla maldita do narco-tráfico”, e garantiu que não haverá impunidade no diálogo com as AUC, tal como exigem a Igreja Católica e organismos internacionais de direitos humanos. Por seu turno, o ministro do Interior e Justiça, Sabas Pretelt, advertiu que “não vai permitir que se utilize o processo como uma máscara”.



Fonte: El Nuevo Herald



Traduções: G. Salgueiro



quinta-feira, 8 de julho de 2004

Ultimamente tenho recebido muito mais denúncias sobre os abusos e crimes cometidos nas masmorras da Ilha-Cárcere do que antes. Obviamente que não posso congratular-me com esse barbarismo mas de certo modo me agrada recebê-las porque demonstra que, mesmo com toda a repressão, de algum modo a brava resistência cubana está conseguindo furar o cerco e enviar para o mundo o que se passa ali.



Não é retórica vazia mas sinto uma dor real a cada denúncia dessas que recebo e fico pensando como seria mais produtivo se eu dispusesse de um outro blog, dedicado só aos presos políticos, como o tem o querido amigo Pablo, do site Payo Libre que tantas vezes indiquei aqui. Infelizmente, não disponho de tempo suficiente para administrar dois blogs (fora meus outros compromissos), me restando apenas selecionar, à medida em que me vão chegando, aquelas denúncias mais gritantes, como a que editei ontem.



Hoje o Notalatina apresenta duas denúncias dessas gravíssimas. Contrastando com a realidade do povo cubano, o senil comunista Oscar Niemayer ao ser agraciado com o título de “professor honoris causa” pela Universidade Central de Las Villas, de Cuba, disse na Universidade Federal Fluminense estas palavras: “ Cuba é um exemplo para a América Latina e Fidel é o nosso líder. Ele é quem nos ensina que quando a vida se degrada e a esperança foge do coração dos homens, só a revolução". De fato, a vida daquele povo já está degradada há miseráveis 45 anos, sob o tacão do abjeto monstro que este velho calhorda, cínico, egoísta e perverso desde as entranhas elogia e está assim, graças à maldita “Revolução”. Por isso não me canso nem temo repetir até a exaustão: FORA COMUNISTAS ASSASSINOS!



Além dessas duas denúncias das masmorras cubanas há duas outras sobre a Venezuela e a simbiose entre os dois ditadores, Chávez e Fidel, a primeira dando conta do número de “médicos” cubanos no projeto Barrio Adentro que apresenta uma contradição auto-evidente ou a revelação da quantidade de agentes e espiões infiltrados na Venezuela. A outra, nos fala de uma fita de vídeo gravada em Cuba, em 1994, quando da visita de Chávez a Fidel, onde ele faz declarações “muito interessantes”. Todas as notas aqui reveladas são inéditas e vocês não verão jamais, em qualquer órgão da nossa imprensa. Fiquem com Deus e até amanhã, com notícias sobre os três países que mais preocupam no momento: Venezuela, Cuba e Argentina. Como diz um amigo muito querido, “tudo se conecta” e o Brasil está simbioticamente conectado a estas nações, muito mais do que imagina “nossa vã filosofia”.



NOTA DE LA VOZ DE CUBA LIBRE:Esta notícia nos lembra os 20.000 mortos durante a ditadura de Fulgencio Batista em Cuba que tanto alvoroço a direção comunista cubana em 1959, com o objetivo de dramatizar os abusos dessa ditadura e poder justificar o novo terror que tinham planejado implantar, denunciava. Se olharmos as cifras dadas pelo Sr. Chávez quanto à consultas médicas, vemos que levaram a cabo 30 milhões. Isto quer dizer que os médicos de “Barrio Adentro” viram 166.000 pacientes por dia, se se considera que trabalharam 7 dias da semana durante 6 meses (30m/180 dias). Agora bem, um número excelente de pacientes por dia em qualquer consultório POR MÉDICO, é de 40 e, portanto, deve haver 4.166 MÉDICOS na Venezuela.



Não há dúvida de que Cuba enviou seus melhores médicos (poder ver 40 pacientes por dia) e em boa quantidade: 4.166 deles.



Estas cifras são similares em todas as supostas estatísticas médicas em Cuba. Por isso, sempre há que recordar que os avanços no campo da saúde foram um dos “GRANDES LOGROS DA REVOLUÇÃO CUBANA”.



ATENDIDOS 45 MILHÕES DE PACIENTES ENTRE JANEIRO E JUNHO. SEM A MISSÃO “BARRIO ADENTRO”, 280 PESSOAS MORRERIAM POR SEMANA

De Havana - Por Pastor Batista e Franklin Reyes, enviados especiais do Granma Internacional



VENEZUELA - Especial reconhecimento o alcançado pela Missão Bairro Adentro e ponto para ampliar e consolidar ainda mais essa experiência, devido ao programa. No “Alô, Presidente” de ontem (05.07) dirigido, como sempre, pelo primeiro mandatário venezuelano, em diálogo direto com rádio-ouvintes e telespectadores nacionais e do exterior.



Em apenas um ano, esta Missão adquiriu dimensões verdadeiramente monumentais, disse Chávez e pôs como exemplo que só neste primeiro semestre de 2004, os médicos e enfermeiras do Bairro Adentro atenderam 45.641.000 casos, dentre os quais se sobressai quase 30 milhões de consultas de Médicas, 5.8 milhões de Enfermagem e outros 9.9 milhões em Medicina Natural e Tradicional.



Cálculos conservadores indicam que para essa mesma atenção, totalmente gratuia no Bairro Adentro, a população haveria tido que pagar uns 900.000 milhões de bolívares em instituições privadas, montante que se elevaria consideravelmente se se incuíssem outros serviços como os de Odontologia e Optometria.



Ao reiterar a gratuidade da população e do Governo venezuelanos à ajuda oferecida pelos médicos, o povo e o Governo de Cuba, Chávez destacou que o mais importante deste programa é a quantidade de vidas que ajuda a salvar e, sobretudo, o trabalho preventivo e educativo que estão desenvolvendo esses especialistas nos bairros e comunidades, para evitar e resistir ao açoite de enfermidades. Se não fosse pelo “Bairro Adentro – assegurou baseado em dados obtidos por diversas vias -, cada semana teriam morrido irremediavelmente umas 280 pessoas (quase 7.000 até hoje), a maioria crianças e idosos.



Por isso, na opinião do líder da Revolução Bolivariana, esta missão “está em condições de competir com qualquer serviço dos países desenvolvidos do mundo, para dar um exemplo de verdadeira democracia” no terreno da saúde.



Assim, segundo anunciou Chávez, com a inauguração ontem de outros 150 consultórios médicos, seguirá a construção de novos módulos em todo o país, com o apoio de prefeitos e governadores, para continuar abrindo o acesso a esses serviços, tanto às classes mais humildes da população como às camadas médias da sociedade, marginalizadas também pelos governos anteriores. (Se hoje ele pode abrir 150 novos postos médicos, por que não o fez antes? Será que as necessidades médicas dessa população mais desassistida só foi notada após a presença dos “médicos” cubanos? G.S.)



Fonte: lavozdecubalibre.com



DIVULGAM DISCURSO SOBRE SUPOSTO PACTO DE CHÁVEZ COM CASTRO



A emissora de Miami, WQBA, 1140 khz, difundiu ontem um discurso pronunciado em Havana, por Hugo Chávez em 1994 no qual supostamente se revelou “o pacto acordado entre Fidel Castro e o atual mandatário venezuelano”.



De acordo com Oscar Haza, diretor de notícias da emissora WQBA 1140, que transmitiu o discurso no qual Chávez disse que tem muito que aprender de revoluções como a cubana, a chinesa, a nicaragüense tratou-se da difusão “de um documento histórico, quase desconhecido”. Haza disse que o áudio transmitido corresponde a uma gravação de vídeo da televisão cubana que divulgou o discurso pronunciado por Chávez em 14 de dezembro de 1994, durante uma breve visita a Cuba, nove meses depois de sair do cárcere e abandonar a milícia, após sua tentativa de golpe de estado em 1992.

Naquela oportunidade, Castro disse em uma alocução na Universidade de Havana que, com a visita do ex tenente-coronel Chávez a Cuba, “produziu-se uma cúpula de idéias bolivarianas e martianas”, em alusão a Simón Bolívar e José Martí. Haza acrescentou que o vídeo é absolutamente desconhecido nos Estados Unidos e que foi transmitido só parcialmente na Venezuela onde, em 1994, foi levado por um jornalista venezuelano.



O jornalista Agustín Acosta, que junto com Haza apresenta o programa em que se difundiu o discurso, disse que o que foi expressado pelo atual presidente venezuelano “confirmam suas análises, de que há cinco anos advertiu sobre quem é Chávez”. Do mesmo modo, Acosta propôs que o vídeo fosse enviado “a todos os congressistas norte-americanos” e aos funcionários de Washington que representarão esse país entre as nações do “Grupo de Amigos da Venezuela”, que busca uma solução à crise generalizada na nação sul-americana.



Fonte: http://www.lavozdecubalibre.com/



CARTA DE UM PRESO POLÍTICO ESQUECIDO NOS CÁRCERES DE CASTRO



Havana, 07 de julho de 2004 - Carta de Norberto Dorta Sánchez, presidente do Partido Liberal Progressista, que se encontra cumprindo pena na prisão de Toledo, em Mariano, Cidade de Havana.



A paz de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vocês.



Começarei por dizer-lhes que fui preso em 6 de março de 2003, por um suposto delito de violação de domicílio. Me puseram 5 anos de sanção por um delito que não cometi. Primeiro, o lesionado fui eu; por outro lado, como é possível que entrar em meu próprio lar constitua um delito?



Nesse dia, às 4 e 15 da tarde quando regressei à minha casa, me estava esperando um sujeito de nome Rodolfo, que conversava com minha esposa. Ao perguntar quem era o indivíduo de referência, este começou a ofender-me e me disse textualmente que todos os defensores dos direitos humanos eram homossexuais e uns fdp, então lhe expressei que os únicos FILHOS DA PUTA (com maiúsculas) são os comunistas que dirigem o nosso país.



Depois de estar na prisão, soube que foi uma provocação premeditada pela segurança do Estado para encarcerar-me, ato para o qual usaram a Tania, minha ex-esposa, cúmplice da polícia política.



Hoje sou atendido pela segurança da Estado na prisão e me negam meus direitos penitenciários por não claudicar ante as chantagens oficialistas. Pelo antes exposto me negam o mínimo, porque me recuso a participar nas escolas comunistas, não participo dos lemas a favor do regime nem da mesa redonda.



Dirigi várias atividades cívicas na prisão de Valle Grande, promovi a greve de fome de 10 de outubro de 2003. As autoridades prevendo o êxito de minha convocatória, me tiraram em 8 de outubro da prisão Valle Grande para a 1580. Lá ralizei uma greve de fome com o preso político Cándido Terry Carbonell.



Em 16 de dezembro de 2003 me manifestei contra Castro porque padeço de enxaqueca crônica e como meio de tortura me negam os medicamentos que necessito. Em 13 de fevereiro de 2004 me transferiram para a prisão de Toledo, em Marianao, cidade de Havana, quer dizer, em menos de um ano me passaram por 3 campos de concentração nazi, digo, castrista.



Em 23 de abril me enviaram para uma “cela de castigo” por clamar asistência médica. Me coloquei em greve de fome e cinco dias depois me tiraram para o destacamento. Em 8 e 10 de junho deram peixe e picadinho podre. Neste momento estou em crise migranosa total e não me dão a ecofeina, neuralgina e demais fármacos que necessito.



Por favor, ouçam a voz de alguém que clama no deserto! Minha situação física é crítica, minha FÉ na liberdade, indestrutível, porém, necessito que apoiem a meu velho pai que agoniza na pobreza e no sofrimento de ver-me abandonado à minha sorte, nas mãos de criminosos sem escrúpulos.



De vocês,

Seu irmão Norberto Dorta Sánchez,

Presidente do Partido Liberal Progressista
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Dado a Martha Tamargo no dia 5 de julho de 2004, por René Montes de Oca Martija, secretário geraldo PPDHCAS



VIOLENTA TRANSGRESSÃO CONTRA O PRIOSIONEIRO POLÍTICO CUBANO JORGE LUIS GARCÍA PÉRES “ANTÚNEZ” E SUA FAMÍLIA



M.A.R. POR CUBA soma-se à denúncia das violentas transgressões perpetradas por guardas da Prisão Provincial de Ariza na província de Cienfuegos contra Jorge Luis García Pérez “Antúnez”, durante a mais recente visita de seus familiares, de acordo com o comunicado emitido no dia de ontem (06.07) pelo Diretório Democrático Cubano.



Em conversa telefônica com Berta Antúnez na manhã de hoje, a irmã do priosioneiro político cubano nos descreveu o selvagem golpe do qual foi objeto seu irmão e os golpes que receberam, tanto ela, quanto o menino de 9 anos, Yediel Rodríguez Péres, em frente à sua neta de apenas 2 anos de idade que a acompanhavam na visita. Acrescentou que sua neta está traumatizada com a experiência.



Agente da Segurança do Estado apareceram na casa de Berta no dia de hoje, com a intenção de evitar maior propagação ante a opinião pública mundial, sobre o ocorrido, aduzindo que se tratava de um “fato isolado” por parte de alguns guardas dentro da prisão.



O regime castrista demonstra uma vez mais sua natureza repressiva, havendo institucionalizado a violência nas prisões ao longo da ilha e em todo o país.



M.A.R POR CUBA denuncia ante a comunidade internacional estas novas transgressões e reclama a urgente solidariedade de governos, instituições e defensores dos direitos humanos com os prisioneiros políticos cubanos e suas famílias.



Fonte: NetforCuba International - http://www.netforcuba.org



Traduções: G. Salgueiro



quarta-feira, 7 de julho de 2004

O Notalatina de hoje abre com uma carta escrita na prisão de Quivicán, pelo preso de consciência Carlos Martín Gómez. Ela é chocante, contundente, absolutamente desumano o que ele relata passarem, sobretudo, os presos políticos, cujo número real desconhece-se mas que ultrapassam os 300.



Esses relatos sempre me deixam muito mal, principalmente quando vejo os puxa-saco e lambe-botas brasileiros defenderem um monstro sem qualificação na espécie humana, como Fidel Castro e, de certo modo, ao me colocar na pele desses presos inocentes. Por também ter uma vez experimentado o cárcere, as torturas e o tratamento mais desumano e vil, sinto-me quase que no dever de servir-lhes de porta-voz, pois sei o que é não ter “como” ou “a quem” pedir socorro. O mundo precisa conhecer a VERDADEIRA Cuba, não esta cantada em verso e prosa pelos Niemayers e Zés Dirceus da vida!



Ainda sobre Cuba temos o desmascaramento de um traidor canalha que ontem eu citei noutra nota, Eloy Gutiérrez Menoyo, que faz propaganda aberta a favor do comunista John Kerry. Um nojo!



E, finalmente, da Venezula me chega a revelação da farsa que foi a “rendição” dos para-militares “contratados” pela oposição chavista, na verdade uma ópera buffa, um crime encomendado bem digno do abjeto delinqüente de Sabaneta, o capacho de Fidel, a aberração chamada Hugo Chávez.



No relato recebido anonimamente, por motivos de segurança, fica clara a ignomínia cometida contra o jornalista Robert Alonso, grande guerreiro e um dos líderes do movimento oposicionista, ao confiscar-lhe a Fazenda Daktari, único bem que a família possuía e que fora construída com muito suor e amor, e que guardava lembranças impagáveis de sua terra natal, Cuba. Hoje, o jornalista vive na clandestinidade após perder tudo para este marginal que cobre de sangue, lama e vergonha a tão bela Venezuela, que tem desonrado e vendido sua pátria qual uma prostituta barata que se entrega a quem lhe paga mais e, no caso de Chávez, a quem lhe promete “fama, status e Poder” no cenário do Comunismo Internacional.



Mas, o dia 15 de agosto virá e aquele bravo e honrado povo há de pô-lo no seu devido lugar, ou seja, na sargeta! Até amanhã!



CARTA DO PRISIONEIRO POLÍTICO CARLOS MARTÍN GÓMEZ, DAS MASMORRAS CASTRISTAS



Havana - Denuncio desde a cela da prisão Quivicán, da província de Havana, as condições de vida infra-humana a que somos submetidos todos os presos, porém que são mais cruéis para os presos políticos e de consciência.



A cela é cheia de formigas, baratas e ratos. O fedor é irressistível. A umidade unida ao desagradável odor do excremento que sai da latrina nos priva do pouco oxigênio a que temos acesso. A cela é totalmente escura. A água para tomar banho a põem por 4 ou 5 minutos. Nos impedem o direito a jornais e demais meios de informação.



Aqui a meu lado têm preso Rolando Tamayo Suárez, um réu psiquiátrico que teve uma briga com outro recluso alienado mental que lhe comeu um olho, a metade do nariz e um pedaço da orelha. Sou eu que lhe faço o asseio, dou banho, barbeio, o penteio, porque seu estado mental é crítico; não obstante seu estado de saúde e as queixas que temos feito à psicóloga da penitenciária, Amparito, ela nos expressa que não pode fazer nada, porque esse caso está nas mãos da procuradoria. Atualmente, mantêm Tamayo totalmente drogado.



Em 3 de junho de 2004, trouxeram para a cela de castigo o recluso Roberto Ascuy Aguirre porque supostamente tem sífilis. O jovem de 20 anos, vizinho da Cabaña, província de Havana, diz ter AIDS. Nesse momento leva mais de 19 dias supurando o pênis. Os médicos receitaram tetraciclina, porém a dor e o sofrimento não têm alívio. O mantêm dormindo em um colchão de nylon no chão.



Quero patentear-lhes que estes crimes premeditados do regime de Havana e a indiferença ante nossa dor, é o que nos reafirma em nossos ideais.



Da prisão Quivicán, o prisionero político Carlos Martín Gómez, dado a Martha Tamargo por René Montes de Oca Martija.



CAMPAÑA CUBANA POR LA LIBERTAD DE PRISIONEROS DE CONCIENCIA



Fonte: http://www.payolibre.com/presos.htm



DE HAVANA: CAMPANHA EM FAVOR DO SENADOR JOHN KERRY E O PARTIDO DEMOCRATA – POR ELOY GUTIÉRREZ MENOYO



(Parágrafos de um chamado de Eloy Gutiérrez Menoyo, em favor de John Kerry e do Partido Democrata; as citações nos parênteses são de “La Voz de Cuba Libre”)



“Compareço ante a imprensa não só para denunciar a insensatez destas medidas de provocação, (o envio de dólares a Castro) senão também para apelar à sensibilidade dos cubano-americanos que vivem nos Estados Unidos, para que, a partir de hoje, apóiem o candidato presidencial democrata John Kerry.



Resta dizer que este pedido de apoio para o Senador Kerry não responde especificamente ao desgosto que provou em nós, do Cambio Cubano, a emissão destas medidas específicas (contra Castro). O conhecemos em Washington, em uma viagem de ativismo e encontramos nele coincidências suficientes para a democratização (socialista) de Cuba e a instauração de uma política de boa vizinhança entre ambos os países. É notável também sua posição progressista em matéria social e seu afã de situar-se de uma maneira prudente e respeitosa com outros países em questões de política exterior. Tudo isto o faz um candidato estimavelmente superior para a região latino-americana, Europa e o resto do mundo.



Uma reflexão muito parecida tive que fazê-la há alguns anos, quando fui o primeiro dos opositores a manifestar-se em favor do candidato Bil Clinton. Não se me escapa o fato de que não sou um cidadão norte-americano e dista muito minha intenção de imiscuir-me nos assuntos do povo norte-americano.



Estou fazendo chegar este documento em apoio ao Senador John Kerry aos meus amigos democratas, o Senador Christopher J. Dodd, do estado de Connecticut, o Governador Bill Richardson, do estado de Novo México e a meus amigos cubano-americanos, os licenciados Alfredo Durán e Bernardo Benes. A eles escolhi de uma longa lista de amigos próximos ao Partido Democrata”.



Por Cuba. Pela mudança.

Por Cambio Cubano

Eloy Gutiérrez Menoyo



Fonte: LaVozDeCubaLibre.com



SAIBAM E COMUNIQUEM (Denúncia idêntica foi feita pelo parlamentar Rondón, sobre o caso dos “para-militares” colombianos encontrados na Venezuela, que supostamente queriam “dar um golpe” no governo Chávez)



Obviamente que não posso identificar-me, tampouco o Oficial que me informou a grosso modo, o que considero um dever como cidadão fazê-lo conhecer publicamente.



Do governo de Táchira coordenou-se o processo de recrutamento voluntário de mais de cem jovens colombianos entre desempregados urbanos e rurais, ex-soldados, desocupados, aventureiros, com a falsa promessa de um excelente salário, moradia e residência legal na Venezuela, para trabalhar em granjas militares do governo revolucionário no centro do país.



Como complemento, receberiam instrução para-militar em defesa das áreas militares das granjas, se fosse necessário, contra supostos sabotadores opositores ao governo. Os jovens colombianos convencidos de um melhor futuro, morderam a isca. Foram, e ficaram concentrados em uma fazenda do governador, onde cortaram seus cabelos com corte militar. Em seguida, são escoltados em pequenos grupo e transportados cuidadosamente à Maracay e pernoitam na sexta-feira 7 em uma granja (sem nome) nos arredores desta cidade. Lá trocam suas vestimentas civis por uniforme de camuflagem novos, sem armamento ainda.



No sábado 8 são trazidos à noite por seus capatazes (alguns oficiais chavistas, outros guerrilheiros colombianos das FARC residentes na Venezuela), estes, posteriormente supostos para-militares, vinham para um engodo mortal, em um lugar onde não estariam nem por 24 horas. Seu sacrifício era para a sobrevivência de Chávez no poder.



A macabra manobra do governo se efetuaria na Fazenda Daktari (a suposta “granja militar” mas que na realidade era de propriedade do jornalista Robert Alonso e que, depois de montar-lhe a arapuca, foi confiscada pelo Governo, os proprietários “despejados” e tudo que nela havia foi barbaramente saqueado. G. S.), situada no município de El Hatillo. Nestas instalações se lhes emprestaria algum armamento para defesa pessoal, iniciando em seguida movimentos de familiarização com esses terrenos durante a manhã, enquanto que discretamente seriam fotografados e filamdos por gente do governo. Futuras provas. Nesta fazenda também se plantariam provas materiais que comprometeriam gravemente importantes líderes da oposição ao regime (Coordenadora Democrática, Bloco Democrático, partidos políticos, militares, empresários, comunicadores sociais) com estes grupos de para-militares colombianos.



O diabólico plano tinha previsto que pela tarde desse domingo, várias unidadesde infantaria e artilharia do Exército atacariam e tomariam militarmente o acampamento, sob uma massiva e contundente operação de surpesa, enquanto os supostos para-militares estavam repousando do almoço. Esta façanha bélica seria comandada pessoalmente pelo general dos três sóis, Ministro da Defesa. Deste massacre, se salvariam os supostos capatazes, ao serem alertados previamente a saírem do lugar.



A manobra não ocorreu como estava planejada, por fortuna do destino, para esses jovens recrutados que salvaram-se da malévola idéia de Fidel Castro, programada no gabinete de Chávez. A intervenção imprevista da Polícia de El Hatillo e da Metropolitana, como já é conhecida, provocam o aborto do sangrento plano do regime nessa madrugada, para desconserto e animosidade do “tri-soleado”, que veio direto da cama à Fazenda Daktari, sem uniformizar-se.



Chávez ainda sangra pela ferida. O seguinte também é bem conhecido: a DISIP, CIPC e Guarda Nacional, improvisando algemas com cadarços de sapatos. NÃO HOUVE TEMPO DE PLANTAR ARMAS, NEM AQUELAS PROVAS CONTRA OS LÍDERES DA OPOSIÇÃO, NEM TIRAR FOTOS DOS PARA-MILITARES TREINANDO. Tudo se converteu em uma dupla manobra, afortunadamente. Tampouco houve tempo e necessidade de mobilizar ou alertar as unidades do Exército que participariam repentinamente; não o sabiam.



Os objetivos básicos desta abortada manobra criminosa do regime seriam atingir o Referendum Revocatório presidencial, mediante: Suspensão de determinadas garantias constitucionais; demonstração pública de que os líderes da oposição democrática estariam vinculados com forças para-militares colombianas e com o narco-tráfico; demonstrar que a oposição democrática montou um aparelho subversivo em todo o país, capaz de mobilizar gente armada desde o exterior em apoio de guarimbas generalizadas, se não se efetuasse o Referendum Revocatório, e exterminar as altas autoridades do governo, garantido ao serem utilizados os terrenos de Robert Alonso pelos para-militares; acusar de subversivos e rebelião militar a dirigentes da oposição democrática e importantes opositores do regime, militares e civis, como motivo para sua detenção violenta e imediata, além de responsabilizá-los pelas mortes nessa fazenda; montar uma cortina de fumaça sobre a violação dos direitos humanos e homicídios cometidos pelo regime com a participação do G2 cubano no Forte Mara.



O SILÊNCIO LEGITIMA O CRIME. HÁ QUE SEGUIR ADIANTE. RESISTIR E TRIUNFAR!



Traduções: G. Salgueiro



terça-feira, 6 de julho de 2004

A situação em Cuba torna-se cada dia mais tensa, diante das novas medidas restritivas impostas pelos Estados Unidos e a perspectiva do velho abutre deixar este mundo. Por lei, criada pelo próprio ditador, é óbvio, seu sucessor será seu irmão Raúl, embora eu tenha o pressentimento de que isto não irá ocorrer. Raúl não tem o “carisma” nem a liderança do irmão, além de não ser muito bem aceito, até mesmo dentro das próprias Forças Armadas às quais dirige enquanto ministro de tal pasta.



O colunista Orlando Fondevila faz uma análise crítica muito pertinente a esse respeito, pois revela como Castro está preparando sua “transição”, que passa ao largo daquilo que sonham os opositores internos e do exílio cubano. Mostra-nos ele que dentro da Ilha há oposições e “oposições” e de como o velho ditador sabe aproveitar-se bem daqueles que lhe apresentam toda a sua subserviência abjeta, como é o caso do pseudo-opositor Eloy Gutiérrez Menoyo e a pseudo-igreja, cuja figura do Cardeal Jaime Ortega y Alamino só não declara seu apoio à ditadura, escancaradamente, para “não dar na vista”.



Em outro seguimento, uma reportagem do La Voz de Cuba Libre mostra como grupos pró-castristas estão desafiando as novas leis impostas pelo presidente Bush. Esta lei tem-se mostrado como uma faca de dois gumes, pois muitos dissidentes, cujos chefes de família encontram-se encarcerados, recebiam ajuda externa e, com essas restrições, ficam privados do auxílio de amigos ou mesmo de órgãos de imprensa que pagavam pelos artigos enviados. É claro que isto se configura “pagamento em troca de trabalho”, como qualquer jornal ou revista faz mas, de todo modo, não tendo vínculo de parentesco está sumariamente proibido. É difícil avaliar a extensão disso e muitas das pessoas que se posicionaram contra tais medidas não são, de forma alguma, contra Bush e pró Castro.



E, finalmente, uma notinha curta mas grave vinda da Argentina, dá conta de que foi indicada para o cargo de Juíza da Suprema Corte de Justiça uma abortista, cuja sessão de posse foi antecipada para amanhã de manhã, impedindo que grupos pró-vida apareçam e façam alguma manifestação contra. Esta gente está se espalhando por todos os lugares onde os governos tornaram-se comunistas... Por hoje é só. Até Amanhã!



CASTRO JÁ TEM SUA OPOSIÇÃO E SUA IGREJA

Por Orlando Fondevila* - Colunista



La Nueva Cuba – Madri - Sem dúvida, Castro prepara sua sucessão; ao menos esses são seus planos. Em largos sorrisos e impelido pelas circunstâncias, Castro prepara aceleradamente sua sucessão. As linhas mestras já estão perfeitamente traçadas. Volta ao controle férreo da economia sob as seguras e avermelhadas mãos dos militares-empresários. O desmantelamento da oposição interna mediante o terror, o cárcere e o exílio (nada novo). Agente bem situados no exterior para semear a confusão e liquidar o exílio militante, para o qual conta, cinclusive, com estações de rádio em Miami, alguns empresários cubano-americanos cúmplices, poliqueiros oportunistas e um pequeno porém bem amestrado rebanho de acadêmicos.



Porém, a guinada espetacular do plano, a consumação perfeita desta performance político-totalitária é a apresentação ao público de uma oposição e uma igreja feitas para maior glória do Comandante. Sim senhor, o regime conta com sua própria oposição, exercida por esse heróico político que se chana Eloy Gutiérrez Menoyo, e o regime tem igreja, bem, dito melhor, tem duas igrejas, ou talvez três. A primeira é o Partido Comunista de Cuba que coninuará sendo a igreja principal, a reitora e orientadora das outras. As outras são s igreja do ilustríssimo Cardeal Ortega e seus Bispos, e os setores das denominações cristãs excelsamente representados pelo pastor Raúl Suárez e alguns mais.



O regime prepara seu grande golpe de efeito. Tolera, oficialmente, a “oposição”, quer dizer, a oposição oficial, a sua oposição. Menoyo, “inflado” convenientemente nos últimos tempos, se apresta a encabeçar a oposição oficial a Castro.



Já assumindo seu papel, esteve representando essa oposição no XXXVI Congresso do PSOE. Em suas declarações públicas dedicou-se, sobretudo, a denegrir a verdadeira oposição, tanto dentro de Cuba como no exílio. “Não são todos mas, afirmou sem rubor, alguns são colaboradores do perverso yankee, e os yankees não querem outra coisa que render pela fome o povo cubano para depois roubar-lhes o país” (ninguém pode com certeza saber para que os yankees querem essa ruína).



Segundo este insigne e valente “opositor”, só ele é independente. Por isso, o regime lhe deixou (ou convidou?) ir ao Congresso. Ele representa o diálogo amável. Certamente, todos os adoradores de Castro pularam de alegria; estão mais que contentes com este opositor que fala que em Cuba se observa flexibilização e que não fala de outra coisa que não seja o diálogo. Nem uma palavra para os presos! Nem uma palavra para a repressão. Nem uma palavra para a absoluta falta de liberdades e direitos. Muito diálogo, muita reconciliação pacífica, muito anti-imperialismo.



Como se compreenderá, seu discurso soa muito bem para todos aqueles que por clara simpatia ou para aliviar suas consciências, andam sempre em busca de pretextos justificativos e salvadores para Castro. Em seguida veremos Menoyo na plena consumação de seu papel; pode ser que algum mais o acompanhe. Castro terá sua própria oposição; pode ser até que a leve ao “parlamento”, no momento certo.



Porém, para que a estratégia da sua sucessão seja completa, o regime quer ter sua própria igreja. Trata-se de um sonho acariciado por todos os totalitários que tem havido no mundo. Igreja “nacionais” ou dóceis. Para isto Castro conta com a inestimável ajuda desse portento de covardia que é o Cardeal Jaime Ortega y Alamino. A verdade é que a história da igreja católica cubana não foi nunca para louvar. Sempre, como desculpa, arvoram os nomes do Padre Varela ou o de Luz y Caballero. Porém, a verdade é que a igreja, durante nossas lutas pela independência, esteve bem mais ao lado do sustentamento do poder colonial.



Na etapa negra do castrismo, nem por indício soube estar à altura de outras igrejas em situações mais ou menos parecidas. Nem foram como os poloneses, nem os pastores defenderam suas ovelhas com a veemência com que o fizeram na América Central, por exemplo.



Agora se nos aparecem nossos bispos muito preocupados pelas recentes medidas econômicas e políticas do Governo dos Estados Unidos contra o regime. Denunciam contundentemente “esta injusta situação de bloqueio... que torna mais difícil a busca do desenvolvimento”, sobretudo, explicam, “em um momento em que se necesssita de paz, diálogo, reconciliação, união e esperança”. Além disso, nossos ilustres pastores consideram “inaceitável que o futuro de Cuba seja escrito à base de exclusões e menos ainda de intervenções concebidas por um governo estrangeiro”. Se não estamos ante uma suprema pastoral do cinismo, que venha Deus (nunca melhor dito!) e o veja.



Nos podem dizer nossos beatíssimos bispo de qual busca de desenvolvimento nos falam? Nos podem dizer onde estiveram em mais de quatro décadas de fuzilamentos, de ódios (inclusive aos crentes), de centenas de milhares de encarcerados, de excluídos? Onde estavam nossos ilustríssimos nos mais de 30 anos em que os soviéticos eram os fazedores da política em Cuba? Nos podem dizer como querem dialogar com os que à semelhante proposta respondem com uma patada? Não, nosso eminentíssimos bispos, em sua permanente covardia e rendição, nada têm a dizer-nos. Os cubanos sabemos que não podemos contar com eles, como não pudemos contar nunca! Lá estão eles com seu suicídio como pastores! Castro já tem a sua oposição oficial e a sua igreja domesticada. Os cubanos crentes o continuarão sendo, porém, ao modo em que Martí afirmava sê-lo: “só e simplesmente cristão”.



A liberdade a conseguiremos, como conseguimos antes a independência, apesar naquela época dos autonomistas e hoje dos Menoyos e, apesar, antes e agora, da Igreja.



*Orlando Fondevila nasceu em Havana em 1942. Licenciado em Psicologia pela Universidade de Havana, publicou na “Coleção Betânia de Poesia”, “Duas coisas sagradas” e “Poesia do Paraíso”. Atualmente é redator da Revista Hispano-Cubana HC.



Fonte: NetforCuba Internacional - http://www.netforcuba.org



INIMIGOS INTERNOS DESACATAM DISPOSIÇÕES CONTRA O GOVERNO DE CASTRO



Quatro grupos de norte-americanos, em uma atitude de franco desacato às medidas do Governo de Washington, para tentar que o povo de Cuba possa voltar à liberdade e à democracia, viajaram à Ilha depois de 30 de junho.



Um dos grupos está encabeçado por Lucius Walker, que dirige o Movimento de “Pastores pela Paz” e que vem ajudando economicamente o Governo de Castro desde a queda do Império Sociético. Este grupo já está na fronteira do México, desde onde viajará para Cuba, depois de haver atravessado várias cidades norte-americanas para recolher uma valiosa carga doada para o governo de Castro, pelas organizações de esquerda de cada localidade. Estes carregamentos de equipamentos eletrônicos e dinheiro têm saído pelo México rumo a Cuba até duas vezes por ano, violando todas as leis do embargo econômico estabelecidas desde a administração Kennedy. Seu recebimento no aeroporto José Martí está programado para o dia 8 de julho.



Também a “Brigada Venceremos”, integrada por emigrados castristas residentes em Nova York e outras cidades, voaram diretamente à Santiago de Cuba para iniciar uma campanha propagandística que terminará na capital cubana. Este grupo, que viajou 35 vezes à ilha, chegou no dia 4 de julho, cinco dias depois de postas em vigor as novas leis contra Castro, violando intencionalmente tais leis.



Na mesma data chegou ao aeroporto José Martí, uma representação de umas 15 pessoas membros da “African-American Awareness (Consciência afro-norte-americana), cujo programa se supõe sejam os estudos culturais, etnológico e históricos, com o único objetivo de provocar as autoridades norte-americanas ao regresso que, esperam, não se atreverão a cumprir a lei contra eles.



A tradicional Brigada Rius Rivera, da qual participam portorriquenhos (também contrariando as autoridades de imigração norte-americanas, pois viajam com passaporte dos Estados Unidos), desembarcará no próximo dia 8 de julho na província de Holguín, para iniciar uma estada mais longa, até 29 de julho, e depois viajará até Havana de onde regressarão a Porto Rico; outros têm a partida de regresso para o dia 18 de julho.



Fonte: lavozdecubalibre.com



Todos apostam em Argibay!!!



Fontes do Senado da Nação asseguram que o ditamen da comissão, propondo a nomeação de Carmen Argibay como juiza da Corte Suprema de Justiça, obteve as assinaturas necessárias para tratar-se na sessão da quarta-feira 7 de julho.



As assinaturas teriam sido defendidas por senadores da Unión Cívica Radical, graças aos bons ofícios da senadora justicialista Mabel Müller, referente no Senado, do ex-presidente Eduardo Duhalde. Müller há poucos meses ocupa um cargo de direção no Grupo Parlamentar Interamericano, organismo que depende da International Planned Parenthood Federation (IPPF), a multinacional do aborto.

A sessão da Câmara dos Senadores na qual se tratará o ofício de Argibay, foi adiantada: será na quarta-feira 7 de julho, às 10 horas da manhã, em lugar das 15 horas como estava anunciada; tal medida só se justifica para evitar a presença dos cidadãos pró-vida.



Fonte: NOTIVIDA, ano IV nº 234 – Argentina



Traduções: G. Salgueiro



segunda-feira, 5 de julho de 2004

O Notalatina de hoje sai com um pouco de atraso porque foi difícil fazer a seleção do que ia ser publicado. A pauta estava pronta desde cedo mas novas notícias vão chegando e ela acaba sendo refeita, o que não é uma tarefa fácil, considerando a gravidade das denúncias e o ineditismo das mesmas aqui no Brasil.



Abrimos hoje com a “misteriosa” história do Ministro do Interior da Venezuela, o chavista Ramón Rodríguez Chacín, que anda desaparecido de circulação e cuja “folha corrida” não é nada invejável. Em seguida temos notinhas rápidas, a maioria relacionada a Cuba. E o Brasil, como não podia deixar de ser nesse governicho já escancaradamente COMUNISTA, não se acanha mais como antigamente em mostrar suas afinidades com o mal, com a mentira, com regimes genocidas e sanguinários como Cuba. A Universidade Federal Fluminense promove um encontro de “solidariedade a Cuba”, em repúdio às novas medidas do presidente Bush, o “bouc emissaire” do momento. Uma vergonha, uma lástima como estamos retrocedendo à barbárie e ao primitivismo já fartamente demonstrado pelos países onde este maldito regime imperou; a própria Cuba é exemplo disso...



E, finalmente, um relato muito sincero de um sacerdote católico que esteve em visita na Venezuela, recentemente, e que traça um diagnóstico do caos e da perseguição política feita aos não-comunistas. Ele visitou na prisão o prefeito Henrique Capriles que, malgrado TODAS as provas atestarem sua inocência no episódio da Embaixada de Cuba, continua preso. Como creio em Deus e na Sua Providência, acima de qualquer coisa, creio também no dito popular que diz: “Deus tarda, mas não falha”. O dia 15 de agosto virá, e a Venezuela há de virar esta página horrenda que vem sendo escrita com dor, sangue, lágrimas e muito sofrimento dos seus filhos inocentes. Até amanhã!



O “Che” Rodríguez Chacín



Por Eduardo Martínez



O capitão de navio Ramón Rodríguez Chacín é um personagem curioso, para dizer o mínimo. Integrante da CEJAP em fins do governo Lusinchi, foi processado pelo celebremente trágico acontecimento de El Amparo. Diretor de Inteligência da DISIP, na gestão do Comandante Urdaneta Hernández, sairia do cargo por prestar contas diretas ao presidente e planejar acordos com a guerrilha colombiana sem o consentimento do diretor do corpo. Foi acusado de ter supostamente várias cédulas com igual número de identidades. Ministro do Interior em 11 de abril de 2002, foi detido a cascudos por seus vizinhos da urbanização Santa Fé. Acusado de haver supostamente comprado propriedades milionárias em Barinas, cujo valor excede amplamente suas receitas como funcionário público, tendo participado na negociação do pagamento do resgate de seqüestrados na fronteira. Vincula-se às contribuições monetárias que o governo venezuelano faria a movimentos dissidentes no Centro e América do Sul.



Comenta-se que viaja constantemente à Guatemala, El Salvador, Honduras, Panamá, Bolívia, Colômbia e Equador. Há mais de uma semana correu um boato de que teria sido detido em uma zona de selva no Equador, de posse de um carregamento de armas e dólares para os movimentos indígenas contrários ao presidente Lucio Gutiérrez. Desmentido em um primeiro momento esta versão pelo chanceler venezuelano, em um segundo momento a chancelaria realizaria gestões ante seu homólogo equatoriano para conhecer a localização e estado de Rodríguez. Exatamentena semana do desaparecimento, Rodríguez seria entrevistado telefonicamente pela VTV. Aparentemente estaria em sua propriedade de Barinas, porém ninguém até o momento o viu. O diário 2001 publicou sábado que ele teria sido trocado por gasolina, que ninguém o viu em Barinas e que se tem dúvidas de que a voz da entrevista seja sua.



Será Rodríguez Chacín o Che Guevara da revolução bolivariana?

Fonte: News – Noticias - www.VenezuelaNet.org



Notas de La Voz de Cuba Libre



Havana - O chanceler do Irã, Kamal Kharrazi considerou “transcendental” o encontro havido com Fidel Castro, por ocasião de uma visita oficial que concluiu ontem nesta capital. Kharrazi declarou a Prensa Latina que sua estada de um dia em Havana foi exitosa em todos os níveis.



Havana - O presidente do Parlamento da Índia, Somnath Chaterjee, expressou que o governo e o povo indianos estiveram e estarão ao lado de Cuba, frente às políticas agressivas dos Estados Unidos.



Rio de Janeiro – Um encontro sobre a resistência do povo cubano frente às últimas medidas de recrudescimento do bloqueio aplicadas pelo governo americano, será realizado hoje, na Universidade Federal Fluminense, de Niterói, Brasil. A informação foi oferecida à Prensa Latina por Danilo D’Addio Chammas, da organização Nossa América de São Paulo, que junto com Tiaraju Pablo D’Andrea conduzirão o encontro denominado “Resistir é preciso: a Revolução Cubana e as agressões imperialistas”.



Havana - Cidadãos norte-americanos que integram quatro grupos de solidariedade com Cuba, viajarão à ilha nos próximos dias, em aberto desacato às recentes medidas ditadas pelo governo de Washington. Enrique Román, primeiro vice-presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, indicou que a Caravana da Amizade, encabeçada pelo Movimento de Pastores pela Paz, está próxima á fronteira com o México. Román explicou que a tal caravana, com o reverendo Lucius Walker à frente, viajará desde o México até Cuba, depois de atravessar numerosas cidades norte-americanas ,strong>recolhendo uma valiosa carga solidária destinada a instituições cubanas.



Manágua - O secretário geral da Frente Sandinist de Libertação Nacional, Daniel Ortega, enviou uma mensagem de solidariedade ao povo e governo de Cuba ante as novas ameaças do governo dos Estados Unidos.



Havana – Igor Paluyan, embaixador de Belarus em Cuba, assegurou que as relações entre os governos de Minsk e Havana progridem e têm seu embasamento hoje em uma sólida amizade. Paluyan indicou que aos povos bielorusso e cubano lhes une uma amizade muito sólida, que data da década de 60 do século passado, quandose consolidou a revolução cubana.



Fonte: lavozdecubalibre.com



As prisões venezuelanas se enchem de presos políticos



Por Robert A. Sirico - sacerdote católico



Como sacerdote visitei muitas prisões, porém nenhuma me impressionou mais do que minha visita no passado 13 de junho a um cárcere venezuelano. A chamam de Helicoide por sua estrutura retorcida. Parece-se ao museu Guggenheim em Nova York, porém mais destruída e cheia de deinqüentes e priosioneiros políticos, além de ser o quartel da polícia secreta. Está localizada no centro da capital, no distrito Libertador de Caracas, uma selva urbana com cinco prefeitos para seus cinco milhões de habitantes.



Um desses prefeitos, Henrique Capriles, está preso lá por “intimidação pública”, “abuso de poder” e outros delitos inventados na origem de uma manifestação em frente à Embaixada de Cuba em 2002. Não se lhe formulou queixa e se lhe negou a liberdade sob fiança. Um tribunal encomendado ratificou sua prisão no mês passado.



Porém, todo o mundo aqui sabe que Capriles está preso por razões políticas. Trata-se de um conhecido opositor do presidente Chávez e de seu regime, notório em toda a região pela perigosa combinação de populismo, socialismo, protecionismo e nacionalismo. Para defender esta posição, Chávez militarizou o governo civil.



Como viajei para a Venezuela para participar de uma conferência sobre globalização, me interessei pelo caso de Capriles e quis visitá-lo. Em um país católico onde muito se respeita a Igreja, em parte por sua heróica oposição a Chávez, pode ter sido meu hábito de sacerdote o que me abriu as portas. Nas profundezas do Helicoide encontrei um agradável, inteligente e afável jovem que irradia fortaleza interna.



Neste dias Carriles deixou crescer a barba como símbolo de seu protesto por estar preso. Ele é o congressista mais jovem eleito na Venezuela e sua experiência política que inclui a presidência da Câmara dos Deputados, começou antes da chegada do imitador de Fidel Castro. Capriles participou da fundação de um partido novo: “Primera Justicia”. Descreve-se a si mesmo como um moderado e faz chistes porque seus companehiros às vezes o acusam de ser demasiado progressista.



Nem Capriles, que tem dois títulos em Direito, nem seus advogados entendem a ordem de prisão. As autoridades sustentam que ele participou de uma conspiração para assassinar Fidel Castro. O incidente foi filmado, porém só mostra o prefeito tratando de acalmar uma agitada aglomeração que rodeava a embaixada de Cuba, situada em seu distrito, que protestava contra a influência cubana na Venezuela. O embaixador cubano aparece agradecendo a intervenção do prefeito, porém o protesto mesmo é a principal “evidência” contra ele.



Sentado em uma pequena sala de visitas, sobre um assento que tiraram de algum automóvel, um dos meus acompanhantes examina as paredes e Capriles ri e diz: “Sim, há microfones por todas as partes”. Isto não surpreende em um edifício dos anos 50, construído pelo ditador Marcos Pérez Jiménez e que agora é o quartel da polícia secreta.



Chávez refere-se a Capriles como um oligarca radical que “trabalha para o império”. Tal retórica é seu estilo nestes dias. Fora do cárcere escutamos a voz de Chavez, retumbante na rádio. Do mesmo modo que seu ídolo Castro, em discursos maratônicos ataca a referendum e insiste que a batalha não é contra a “oligarquia branca” na Venezuela, senão contra um inimigo único: George W. Bush. E então, explodem aplausos.



Se Chávez pensa que Capriles vai retroceder está equivocado: o preso mantém seu otimismo tanto a respeito de seu caso como em relação a seu país. Quando lhe perguntei o que lhe mantém o ânimo, Capriles, cuja avó era judia, acaricia o rosário que carrega em seu pescoço e diz: “sou a terceira geração de imigrantes. Minha avó passou 26 meses no gheto de varsóvia sob os nazis. Eu só estou aqui há 33 dias; em comparação a ela, não é nada”. O problema, diz, é o poder judiciáro. Sem um poder judicário e independente não pode haver liberdade, nem democracia estável. A Human Rights Watch acaba de publicar um informe de 24 páginas denunciando o plano de duplicar o número de juízes do Tribunal Supremo de Justiça, antecipando a perda do referendum por parte do governo.



Esta é minha terceira visita à Venezuela e a primeira sob Chávez. A mudança é notável. Há mais violência nas ruas e a atmosfera está recarregada, com bairros que têm seus próprios guardas. Os noticiários de televisão do governo passam fitas cômicas cubanas sobre o que sucede aos que traem a revolução. Como sucedeu na Nicarágua, as campanhas de alfabetização dos “assessores” cubanos estão totalmente politizadas.



Em minhas conversas com diferentes venezuelanos – sacerdotes, porteiros, trabalhadores e jornalistas -, todos apontam o Referendum Revocatório de 15 de agosto. As pessoas pressentem que Chávez fará qualquer coisa para manter-se no poder, inclusive declarar um estado de emergência para evitá-lo. Outra preocupação são as máquinas de votação: a empresa que tem o contrato pertence ao governo de Chávez.



Um venerável ex-ministro, que participou do primeiro governo democrático, me disse que a maior preocupação é a fraude no referendum. A menos que os organismos internacionais estejam muito atentos, é provável que Chávez roube o resultado e os chavistas já estão falando em proibir a participação de observadores estrangeiros. De muitas maneiras, o caso Capriles simboliza tanto a tristeza como a esperança dos venezuelanos. A tristeza é que os melhores e mais brilhantes da nação estejam nessa situação; a esperança, é que ainda há gente como Henrique Capriles que é otimsta sobre o futuro do país.



Fonte: News – Noticias - www.VenezuelaNet.org



Traduções: G. Salgueiro