quarta-feira, 17 de outubro de 2007




O Notalatina está sendo editado agora em EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA, para fazer uma denúncia gravíssima de um fato ocorrido na Venezuela ontem. Quem conhece e acompanha este blog sabe que, desde sua criação, em setembro de 2002, minha preocupação principal era (e continua sendo) denunciar os avanços da implantação do comunismo no continente Latino Americano. E como focasse minhas atenções onde este avanço era mais nítido e brutal, a Venezuela de Chávez, recebi insultos de toda ordem, sem qualquer fundamentação que justificasse tanta estupidez e agressividade àquilo que eu denunciava.


Apesar disso, fechei os olhos e ouvidos às tropelias e continuei minha cruzada de denúncias porque sabia que, mais cedo ou mais tarde, os reflexos do comuno-chavismo acabariam sendo sentidos aqui no Brasil, considerando que todo este processo parte de uma única matriz chamada Foro de São Paulo (e ainda tem gente que acha que esta organização comuno-terrorista é só uma paranóia minha, do Olavo de Carvalho e de uma meia-dúzia de excelentes articulistas do Mídia Sem Máscara – que não os cito nominalmente para não esquecer nenhum mas indico a Editoria sobre o tema onde todos eles estão lá - e que nada disso tem a ver conosco).


Pois muito bem. Em maio do ano passado, para poder participar do Seminário sobre Democracia Liberal: Democracia, Liberdade e o Império das Leis, Alejandro Peña Esclusa teve de “pedir permissão” à Justiça venezuelana para viajar ao Brasil e, ainda assim, só conseguiu porque fora convidado pelos organizadores do evento. Ora, quando um cidadão não pode ausentar-se do seu país por sua livre e expontânea vontade, sem ser um criminoso que esteja sob a custódia do Estado, é porque neste país a democracia não existe e a liberdade de ir e vir há muito foi confiscada através de um regime autoritário e totalitário como é o caso de Cuba há malditos 48 anos.


Alejandro continuou heroicamente seu périplo tentando abrir os olhos dos países latino-americanos através de palestras em instituições e universidades, dando entrevistas na mídia e participando de foros, mas isto acabou ontem. Chávez reconhece o poder que este gigante democrata possui porque ele apresenta fatos concretos da situação venezuelana, alertando-nos sobre o processo a que todos nós estaremos sujeitos, por termos governos membros do Foro de São Paulo, com uma simplicidade e clareza meridianas. E Chávez teme que esses outros povos saibam, através de quem vive na própria carne há 7 anos, que seu projeto é implantar a tirania do castro-comunismo em toda a América Latina, e esses povos passem a rechaçá-lo.


O resultado desse medo foi a proibição covarde da saída do país, onde Peña Esclusa iria participar de um “Foro Permanente pela Liberdade”, em El Salvador, promovido por um grupo de advogados locais com conotação conservadora.


Transcrevo abaixo a nota que foi publicada no jornal Diario de Hoy - El Salvador, além de um comentário bastante curioso que um leitor deixou após a matéria, pois mostra com clareza que o regime que vigora na Venezuela, hoje, mesmo antes do referendo sobre a reforma da Constituição que ocorrerá dia 2 de dezembro, é idêntico ao da Cuba comunista de Fidel Castro, o morto-vivo.


Amigos, isto que ocorreu a Peña Esclusa é MUITO grave e não pensem que por não ter sido aqui no Brasil não tem nada a ver conosco. Tem sim, considerando o desejo de Chávez de fazer parte definitivamente do Mercosul, assunto que tratarei proximamente. Temos que ficar alertas e denunciar, denuciar e denunciar SEMPRE, porque nós somos a Venezuela amanhã!
Fiquem com Deus e até a próxima.


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Impedem Peña Esclusa de viajar a El Salvador e o Presidente Saca diz que “é como em Cuba”


Alejandro Peña Esclusa não pôde sair da Venezuela para assistir a um evento em San Slavador, porque um tribunal de Justiça o proibiu, segundo relatou ontem. O presidente de El Salvador, Tony Saca, ao tomar conhecimento do fato disse que “isto é uma atitude similar à que ocorre em Cuba”.


Peña Esclusa ia expor no “Foro Permanente pela Liberdade” que foi organizado por um grupo de advogados locais com ideologia conservadora. “Há alguns dirigentes políticos que temos sido acusados pelo governo de rebelião e desde há quase três anos temos restrições de sair do país; quando o fazemos, é com permissão”, explicou o venezuelano por via telefônica.


O crítico acrescentou que o impedimento deve-se a que nas viagens por outros países ele se dedica a revelar como é a situação que se vive em seu país, e ainda afirmou: “Chávez não quer que o faça e começou um novo ciclo de repressão. Ele está preocupado que sua imagem possa ser corroída em nível internacional”


A única coisa que Peña Esclusa deduz desta última proibição, que lhe deram a conhecer apenas na quinta-feira passada, através de um tribunal, é que Chávez quer impedir que ele “diga a verdade”, de tal modo que a razão que ele vê por trás [desta atitude] é mais política do que judicial e, portanto, ilegal.


Ao ser consultado sobre o caso, o Presidente Antonio Saca disse que isto é uma atitude similar à que ocorre em Cuba. Por sua parte, o coordenador geral do FMLN (Frente Farabundo Martí de Liberación Nacional), Medrado González, afirma que isto é um assunto interno da Venezuela.


Ante esta situação, Saca comparou a Venezuela com Cuba, que mantém um regime de restrições para sair da Ilha. Por outro lado, disse que “os cubanos aqui vêm sem nenhum problema”. “Cuidemos da liberdade, façamos com que o país seja livre e que cada um decida por si”, expressou, e exemplificou que há poucos dias veio ao país o ex-embaixador dos Estados Unidos, Robert White, que participou de um passeata e se meteu em assuntos da política. “Ele veio a uma passeata e não teve problemas, porque vivemos em um país livre. Há muitos aos quais já não os deixam nem sair de seus países”, acrescentou o mandatário.


Entretanto, González insistiu em que trazer analistas ao país – como Peña Esclusa ou Eduardo Gamarra – é uma estratégia dos arenistas. “A ARENA traz qualquer fulano mentiroso para falar coisas e aqui não nos podem endossar nada. Isto é um assunto da Venezuela”, considerou.


Todavia, para Peña Esclusa, a restrição de sair do país não evitará que continue com suas críticas a Chávez. “Podem reprimir minhas viagens, porém não se pode ocultar a verdade. Isso não me vai impedir. Suponho que meu telefone está grampeado, porém não me importa que o Governo escute minhas chamadas porque não faço algo ilegal. Isto me anima ainda mais”.


Por este motivo, Peña Esclusa teve que intervir no Congresso por via telefônica.


Vejam o comentário de um leitor do jornal, deixado após a matéria citada acima:


Eu já não posso sair porque aos naturalizados a partir de 1 de janeiro de 2004, nos negam o passaporte. Se alguém duvida, consulte a página web da ONIDEX onde se indica expressamente”

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Fonte: Diario de Hoy - El Salvador


Comentários e Traduções: G. Salgueiro