sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pronunciamento de Chávez - Vídeo inédito!

Informo aos amigos leitores que o site que hospeda o vídeo que apresentei nesta edição divulgada há pouco foi retirado do ar, mas prometo amanhã republicá-lo, dividido em duas partes, trabalho realizado por meu amigo Alex, o Cavaleiro do Templo, meu fiel escudeiro para assuntos tecnológicos.

Mas, enquanto este problema não é sanado, o Notalatina apresenta com exclusividade um vídeo de um pronunciamento aos venezuelanos que Chávez gravou em Havana há pouco mais de 1 hora, onde reconhece ter câncer. O destaque macabro fica por conta do momento em que ele afirma ter pedido socorro a Deus, este herege que levou toda a sua vida zombando do Criador, proferindo os piores impropérios contra a Igreja de Cristo e desafiando o Seu poder.

Agora, pequeno e humilhado, vem como uma criança má que chora para chantagear emocionalmente os pais, sem contudo reconhecer seus erros e pedir perdão. Não acredito em conversão, nem muito menos em qualquer sentimento de honestidade e sinceridade nessas palavras de um desesperado e rogo a Deus que lhe dê apenas o que ele merece, não duvidando nunca de que Deus é um Juiz Justo. O único. Fiquem com Deus e até amanhã, com a apresentação dos outros vídeos prometidos.

Comentários: G. Salgueiro

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O vídeo de Chávez e Fidel. Verdade ou mentira?

A cadeira de Fidel - que o acompanha para onde vai - e a saúde de Chávez


Esta é a última edição que o Notalatina faz a respeito da misteriosa situação de Chávez, até que apareçam informações concretas e que de fato contem a verdade ao público, nacional e estrangeiro. Não quero especular, como não fiz isto até hoje, mas apenas analisar as informações que vão chegando, como as desse vídeo divulgado ontem na Venezuela, supostamente tentando mostrar a “excelente” recuperação do ditador venezuelano no “paraíso revolucionário caribenho”, onde sua medicina é cantada em verso e prosa como a melhor do planeta, resultante da revolução.
Não me apressei em divulgar o vídeo porque quis analisá-lo primeiro e algumas coisas são realmente dignas de nota. Nas fotos apresentadas na última edição (que repito hoje), eu já havia salientado minha estranheza em ver um paciente recém submetido a uma cirurgia naqueles trajes desportivos, sentado de uma maneira tão despojada que mais parecia um visitante, e não um paciente. Observei também a cadeira na qual Fidel está sentado que me pareceu, naquele dia, ser a cadeira para o paciente que se encontra em todo quarto hospitalar. Pois bem, no vídeo que apresento hoje fiz uma descoberta muitíssimo interessante: esta cadeira é do próprio Fidel e o acompanha a todo lugar que vá, até mesmo no jardim do seu feudo, conhecido como “Punto Cero”, e que aparece no tal vídeo tomado no dia 28 de junho em companhia de Fidel. Vejam nos minutos 4’16”, quando ao fundo aparecem dois sujeitos carregando-a para o jardim e no 5’09”, quando saem com ela que depois aparece dentro de casa, na sala onde Fidel está conversando com Chávez. É a mesma do hospital.
Outra coisa que me pareceu esquisitíssima, é que Chávez parece não haver levado roupas para essa viagem tão prolongada - sim, a visita médica em Cuba já estava programada, segundo informações divulgadas -, pois a que ele veste no hospital onde supostamente estava internado é a mesma que veste na visita a Fidel. Observem a camisa interna - azul clara - e o uniforme desportivo representando a bandeira da Venezuela. Até mesmo do ponto de vista de higiene isto é inaceitável, fato também notado pelo médico urologista Luis González-Serva, que analisou as informações divulgadas sobre a saúde do ditador de Miraflores, que traduzi e peço que leiam com atenção no final desta edição. 
Disto tudo só posso concluir que há uma mentira governamental neste episódio, que não posso afirmar “aonde” está: se na doença real, ou na ausência completa dela. Houve em Cuba um fato muito curioso: pouco tempo depois do golpe dado por Fidel Castro e já iniciada a “revolução”, ele chamou Carlos Franqui, então diretor do jornal “Revolución”, hoje convertido no “Granma”, e disse-lhe que tinha problemas com Urrutia, então presidente do país colocado lá como enfeite por Castro. Então ele falou para Franqui que não queria “recorrer ao tão costumeiro golpe de Estado latino-americano” e sugeriu-lhe escrever - a portas fechadas -  alguma coisa bem sensacionalista na manchete do dia seguinte que depois ele iria aos canais de televisão se justificar. No dia seguinte o jornal trazia na primeira capa: “FIDEL RENUNCIA!”. O povo enlouqueceu, houve manifestações em todo o país e a “renúncia” se desfez. E permanece há 52 anos!
Ao ver nesse vídeo um Chávez igual ao que saiu da Venezuela (embora no Brasil se diga que ele está “visivelmente mais magro”), sorridente, falando pelos cotovelos e avivando a memória de um decrépito Fidel que mal consegue articular as palavras de modo compreensível, fiquei me perguntando se de fato ele está doente, ou se tudo isto não é mesmo uma armação publicitária - como a da “renúncia” de Fidel -, considerando sua queda de popularidade vertiginosa, as crises energéticas e de alimentação gravíssimas que o país está enfrentando, além das rebeliões em El Rodeo I e II que já contam mais de 160 mortos e as críticas severas dos Estado Unidos à PDVSA.
Por outro lado, se isto é uma jogada de marketing, por que cancelou-se a Cúpula do CELAC programada para o dia 05 de julho em ilha de Margarita? O Ministério de Relações Exteriores emitiu um comunicado ontem que diz textualmente: “Como é bem sabido pela opinião pública nacional e internacional, o Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Comandante Hugo Chávez Frías, encontra-se em meio de um processo de recuperação e tratamento médico sumamente estrito. Por esta razão de força maior, o Governo Venezuelano, após consultas prévias aos Governos da América Latina e do Caribe, tomou a decisão de adiar a realização da III Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC), inicialmente prevista para os dias 5 e 6 de julho de 2011 na Ilha de Margarita”.
Dias atrás, José Vicente Rangel, ex-vice-presidente e chavista até a medula, afirmou que Chávez voltaria “quando lhe desse na telha” e ontem, após divulgar o vídeo, o vice-presidente Elias Jaua disse que “estas imagens reafirmam o clamor do Governo venezuelano, de que o presidente Chávez está em um processo de recuperação e que tem todo o tempo disponível para fazê-lo”. Bem, mas a ser verdade, ele deveria também, como manda a Constituição Federal daquele país, delegar as funções a este sujeito servil que o defende, mesmo fazendo papel de fantoche neste momento diante do mundo inteiro. Então, frente a tantas contradições, mistérios, omissões e fantasias, deixo com vocês a palavra do médico urologista e o vídeo feito em Havana ante-ontem. De todo modo, até o dia 5 de julho, data em que se comemora os 200 anos de Independência da Venezuela, se saberá se Chávez está vivo ou morto, se está doente ou se tudo não passou de mais um golpe politiqueiro. Fiquem com Deus e até a próxima!
A prostatectomia radical em qualquer de suas formas, robótica ou aberta, raramente se complica de infecção da ferida e, menos ainda, de um abcesso pélvico, que é o tique repetitivo que nos têm vendido.

Um PET scan não é um dos requisitos para “estudar” (categorizar em que etapa está o câncer, se é metastásico ou não). O usual é uma tomografia computadorizada do abdômen e da pélvis, e um gammagrama ósseo, procurando extensão fora do âmbito da próstata, nos gânglios, vísceras e ossos. Quer dizer, seria um erro garrafal operar um paciente de próstata sem estes exames, e pior ainda: se há a mais mínima evidência de metástase, seria um erro negligente remover um órgão doente, quando já há satélites (metástase) em outras partes do corpo. Uma vez que o diagnóstico de câncer de próstata foi feito, a maioria dos urologistas não se arriscam a operar o paciente até que tenha passado ao menos seis semanas da biópsia transretal de próstata.

A infecção séria, septicemia, pode ocorrer em um paciente a cada 30 que faz uma biópsia prostática, elemento fundamental para fazer o diagnóstico de câncer desta glândula. E quase sempre ocorre entre 24 e 30 horas depois da biópsia. Além disso, é extremamente raro ver um abcesso pélvico depois de uma biópsia prostática.

Quanto à radiação, é o elemento mais negador da verossimilhança desta teoria. Quando se opera um câncer de próstata, o urologista faz esta operação com a certeza de que este é o único tipo de terapia que se necessita para esse paciente. Ao contrário do câncer de mama ou outros órgãos, onde desde o princípio sabe-se que o paciente pode requerer dois tipos de terapia (cirurgia mais radioterapia), e algumas vezes até três (os anteriores mais quimioterapia), no câncer de próstata ou se usa cirurgia, ou se usa somente radioterapia.

Agora bem, se o tumor estendeu-se à cápsula da próstata ou às vesículas seminais onde se forma a maioria do sêmen, um achado que só se sabe com certeza ao examinar patologicamente o órgão removido, então recomenda-se a radioterapia, quer seja “cedo”, que não é tão imediatamente como seu nome sugere, senão ao menos 4-6 meses depois da operação, para não acrescentar mais dano aos tecidos pélvicos, esfíncter urinário e reto, ou se espera por meses ou anos para a radioterapia adjuvante tardia, se é que o antígeno prostático (PSA), inicialmente indetectável (zero), comece a subir e se descartem metástase.

Em casos extremamente raros de enfermidade local extensa, em homens com menos de 60 anos, sem metástase, pode-se pensar em fazer cirurgia ou radioterapia, mas isto é raríssimo e muitos urologistas preferem tratamento hormonal (castração médica, sem remoção cirúrgica dos testículos), prévia (neo-adjuvante), concomitante e posterior (adjuvante) à radiação externa, por tempo variável, até por três anos.

Ainda, se faz-se a operação e o PSA permanece detectável no mês, pode-se considerar dar radioterapia, mas nunca imediatamente. Lamentavelmente neste caso em particular, de persistência de PSA no sangue, pensa-me mais, na presença de micro-metástases distantes, que não podem ser detectadas pelos métodos habituais e ocasionalmente, só com um PET scans, ou Capromab scans (que não creio que se esteja fazendo isso na Venezuela, pois mesmo nos Estados Unidos é muito raramente usado), meses depois da operação, e não imediatamente.

Conclusão: não é isto o que Chávez tem. Minha hipótese continua sendo a mesma que fiz no dia seguinte de sua intervenção, hoje há vinte dias. O comandante tem uma enfermidade séria na pélvis, quer seja inflamatória ou neoplásica, perfurada, complicada com um abcesso pélvico (isto é verdade), que requereu uma uma quantidade de tempo desproporcional no hospital, provavelmente seguida de outros procedimentos cirúrgicos.

As fotos com Fidel e Raúl há uma semana em um excelente quarto de hospital, não em uma terapia intensiva, sem um pedestal de soro, sem um monitor, sem um endovenoso, sem uma sonda vesicular, sem um tubo nasogástrico, sem pijamas e sem pantuflas (vestido com a bandeira venezuelana), me fazem pensar que foram falsificadas. Demasiado perfeitas e demasiado risonhos os personagens...

Se o paciente está tão bem, por que continua no hospital? Que vá ao Varadero ou venha para a Venezuela, para pôr ordem nesta bagunça caótica, valha a redundância, em que se converteu nossa pátria. Merecemos clareza. Lembra-me da enfermidade de Mao, de Fidel, com esse secretismo tão essencialmente marxista, certamente não a transparência dos líderes ocidentais, quando sabemos até das colonoscopias que lhes fazem...

Luis González-Serva - Urologista



Traduções e comentários: G. Salgueiro