quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Com apoio do Brasil, "Alfonso Cano" foge da Colômbia

Tenho constatado, com funda preocupação, que os brasileiros continuam se lixando para o que acontece nos países ao nosso redor, e isso me fez pensar muitas vezes em encerrar este blog por sua admirável inutilidade. Não raras vezes, recebo de correspondentes informações que denunciei há meses, senão há anos, que eles receberam de mim através das edições do Notalatina e nunca deram qualquer importância, revelando assim que não lêem o que escrevo. Por que então gastar meu precioso tempo para informar a quem não tem qualquer interesse em ler o que denuncio, seja em textos próprios ou traduzidos? Porque não o faço para nenhuma pessoa em particular, mas para que fique registrado para a posteridade. E é por isso que meu trabalho é reconhecido, respeitado e valorizado fora do país, sobretudo no nosso continente.
E por isso mesmo é que hoje volto a bater na mesma tecla, traduzindo um artigo gravíssimo do respeitado jornalista colombiano, Ricardo Puentes Melo, sobre o ocorrido neste último fim de semana em relação à palhaçada do “acordo humanitário” das FARC e da repugnante moleca de recados deste bando terrorista, “Teodora de Bolívar” a ex-senadora Piedad Córdoba.
Para situá-los um pouco sobre o tema abordado no artigo, as FARC haviam se comprometido, como gesto de “desagravo” à inabilitação de “Teodora de Bolívar” por 18 anos da vida política, por ter ficado comprovado seus nexos com as FARC, a libertar unilateralmente cinco dos quatro mil e tantos seqüestrados em seu poder. O anúncio foi feito logo após a cassação mas só há duas semanas começaram a fazer as exigências, todas aceitas e atendidas pelo presidente Santos e seu Ministério da Defesa.
Então, no domingo passado deveriam ser libertados os três últimos mas isto não ocorreu. Os terroristas deram as coordenadas de uma cidade e lá não apareceram, informando depois que libertariam um outro, que não constava de lista, e que seria noutra cidade, não combinada no protocolo anterior. E por que aconteceu isto? Sem um argumento convincente, a moleca de recados afirmou que a culpa fora do “mal tempo”, que ninguém viu. Agora Ricardo Puentes escreve um artigo duríssimo e extremamente grave, revelando o que já é voz corrente na Colômbia. Não quero acreditar que nossos militares se prestaram a esse papel degradante e vergonhoso mas, por ordens do governo terrorista que temos agora e que foi saudado pelo próprio “Alfonso Cano” como “compatriota”, tudo é possível. 
E como dever de consciência, não posso deixar de fazer esta denúncia que só o tempo dirá se procede ou não, embora os motivos para tal atitude estejam bem delineados neste contundente artigo do meu amigo Cel Villamarín cuja leitura recomendo. Depois disso, nada há a acrescentar, a não ser que fiquem com Deus e até a próxima!

Santos permite fuga de Alfonso Cano

Ricardo Puentes Melo
"Teodora de Bolívar" com a Cruz Vermelha Internacional, planejam a fuga de "Cano"

O esperado: “Alfonso Cano”, o perigoso narco-terrorista, comandante das FARC, escapou com ajuda dos governos colombiano e brasileiro.
A má notícia da fuga de “Cano” foi confirmada a “Periodismo Sin Fronteras”, por várias fontes muito bem informadas e de total credibilidade.
Toda a montagem para a fuga de “Cano” começou a ser forjada no final do ano passado, quando as FARC anunciaram em 8 de dezembro de 2010 que, em desagravo à Piedad Córdoba, destituída pelo Procurador Alejandro Ordóñez devido a suas relações com esta guerrilha, iam realizar uma série de libertações dos seqüestrados em seu poder.
A este desagravo organizado pelas FARC, uniu-se o presidente Juan Manuel Santos, amigo íntimo de Piedad Córdoba desde há muitos anos, e seu co-partidário no Partido Liberal (na Colômbia, como nos Estados Unidos, partido de esquerda. GS). Santos, de imediato, aceitou satisfeito o convite das FARC e nomeou Piedad Córdoba como mediadora nestas libertações, além de prometer colocá-la como alta assessora de paz em um futuro próximo.
Incrível! Piedad Córdoba, que deveria estar atrás das grades por seus nexos infames com as FARC, é re-inserida e desagravada pelas FRAC e pelo presidente Santos.
A trama desta montagem, cujo fim era permitir a fuga de “Alfonso Cano”, continuou neste 7 de fevereiro de 2011 quando Piedad Córdoba, cognome “Teodora de Bolívar”, viajou ao Brasil acompanhada de Hernando Gómez e Danilo Rueda, membros de “Colombianos e colombianas pela Paz (CCP)”, e de Michael Kramer, representante do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR - na sigla em espanhol), entidade já legendária por seus estranhos nexos com a narco-guerrilha colombiana.
O conto chinês que lançaram à opinião pública era que viajavam em uma “missão humanitária” para ultimar os detalhes com o governo da guerrilheira Dilma Rousseff, presidente do Brasil, que, sem que ninguém lhe pedisse, ofereceu prazerosamente prover dois helicópteros para o traslado dos seqüestrados.
Ninguém se perguntou para que diabos se necessitariam de helicópteros da Força Aérea do Brasil. Porém, agradeceram a Rousseff, felicitada pelas FARC e por Santos após sua vitória eleitoral, os encheram com tripulação brasileira e com delegados da Cruz Vermelha e ninguém averiguou mais nada.
A farsa continuou. O camarada Santos, colocando sua melhor cara de dignidade, disse que não lhe agradava nem um pouco o “show midiático absurdo” das FARC e criticou que Armando Acuña, o vereador libertado, saísse de terno e gravata da selva. O estranho é que ele mesmo autorizou todo este “show midiático absurdo”.
Porém, enquanto Santos criticava “duramente” o show e autorizava o despejo do território nacional para a livre ação das FARC, os helicópteros foram aproveitados para concretizar seu verdadeiro objetivo: permitir a fuga de “Alfonso Cano”, tirá-lo do estado de Tolima e facilitar sua entrada no Brasil ou Venezuela, que seria seu destino final, aproveitando que Chávez hospeda lá todos os cabeças do Estado maior das FARC.
Neste sábado passado, ao mesmo tempo em que a imprensa estava concentrada nas palavras de Santos, um dos helicópteros brasileiros realizou várias e suspeitas aterrissagens em diferentes pontos do estado de Tolima. Tudo parece indicar que “Cano” foi recolhido no Cañon de las Hermosas e deixado em Mariquita. Dali, supomos, “Alfonso Cano” passará para onde está o novo melhor amigo do camarada Santos, o tirano de Miraflores, Hugo Chávez (se através do Brasil ou diretamente, não sabemos).
Foi por isso que as FARC entregaram “coordenadas falsas”. Por isso pedem novo prazo para a entrega dos seqüestrados que prometeram libertar e não o fizeram. Tanto as FARC como Piedad Córdoba e seus eternos aliados, os membros da Cruz Vermelha Internacional, sabiam que o objetivo era salvar “Cano” da perseguição do Exército colombiano.
Seria muito aventurado assegurar que o camarada Santos também sabia. Porém, eu tenho a íntima convicção de que sim. Santos, seguidor e amigo de Fidel Castro, admirador de Gloria Cuartas, discípulo fiel do amigo do ELN, López Michelsen (ex-presidente da Colômbia), e socialista confesso, sabia que o plano real era esse.
Minha íntima convicção infere-se com o conhecimento de todos de que Santos, precursor do Caguán, foi quem idealizou a zona de despejo para as FARC, que se concretizaria durante o governo de Andrés Pastrana, governo do qual ele fez parte como ministro da Fazenda. Em uma reunião com “Raúl Reyes”, na Costa Rica, em 1997, ele selou o acordo que levaria Pastrana à presidência.
Minha convicção é também originada pela certeza de que a família Santos, amiga de Fidel Castro, “Tirofijo” e “Alfonso Cano”, uma vez mais pisoteia a dignidade dos colombianos e insulta nosso Exército. A eles pouco lhes importa os milhares de soldados assassinados pelas FARC, os que ficaram amputados de braços e pernas, as viúvas que deixaram; seu desprezo pelos órfãos destes heróis que deram sua vida para nos livrar do flagelo narco-terrorista da guerrilha, é evidente.
A família Santos continuará em seus clubes, passeando pela Europa, vivendo parasitariamente de nossos impostos, encarcerando militares acusando-os de “Falsos Positivos”, enquanto seus garotinhos delfins usam os helicópteros do Exército para seus passeinhos com os amigos do colégio e da universidade. E, o que é pior, enquanto a Colômbia inteira derrama seu sangue para que estes profanos permitam que seu grande verdugo escape para o exterior.
A Colômbia foi traída mais uma vez. Enquanto nosso Exército está sendo humilhado e perseguido nesta guerra jurídica, os inimigos da pátria são elevados à categoria de “gestores de paz” ou levados em helicópteros brasileiros para a liberdade, longe do acosso do Exército.
General Navas, suas lágrimas de impotência e raiva derramadas pelos soldados assassinados ou desmembrados foram respondidas com a fuga de “Alfonso Cano”. Porém, saiba o senhor, general, que este país sofre com cada golpe avesso que os inimigos propinam às nossas Forças Armadas. E esteja certo, general Navas, que não desconhecemos a cumplicidade ou a indiferença do alto governo nestes ataques que procuram desmoralizar a tropa e entregá-la nas mãos do comunismo assassino que hoje administra a Justiça.
Colombianos, bem-vindos de novo ao Caguán!
Comentários e tradução: G. Salgueiro