A situação em Cuba torna-se cada dia mais tensa, diante das novas medidas restritivas impostas pelos Estados Unidos e a perspectiva do velho abutre deixar este mundo. Por lei, criada pelo próprio ditador, é óbvio, seu sucessor será seu irmão Raúl, embora eu tenha o pressentimento de que isto não irá ocorrer. Raúl não tem o “carisma” nem a liderança do irmão, além de não ser muito bem aceito, até mesmo dentro das próprias Forças Armadas às quais dirige enquanto ministro de tal pasta.
O colunista Orlando Fondevila faz uma análise crítica muito pertinente a esse respeito, pois revela como Castro está preparando sua “transição”, que passa ao largo daquilo que sonham os opositores internos e do exílio cubano. Mostra-nos ele que dentro da Ilha há oposições e “oposições” e de como o velho ditador sabe aproveitar-se bem daqueles que lhe apresentam toda a sua subserviência abjeta, como é o caso do pseudo-opositor Eloy Gutiérrez Menoyo e a pseudo-igreja, cuja figura do Cardeal Jaime Ortega y Alamino só não declara seu apoio à ditadura, escancaradamente, para “não dar na vista”.
Em outro seguimento, uma reportagem do La Voz de Cuba Libre mostra como grupos pró-castristas estão desafiando as novas leis impostas pelo presidente Bush. Esta lei tem-se mostrado como uma faca de dois gumes, pois muitos dissidentes, cujos chefes de família encontram-se encarcerados, recebiam ajuda externa e, com essas restrições, ficam privados do auxílio de amigos ou mesmo de órgãos de imprensa que pagavam pelos artigos enviados. É claro que isto se configura “pagamento em troca de trabalho”, como qualquer jornal ou revista faz mas, de todo modo, não tendo vínculo de parentesco está sumariamente proibido. É difícil avaliar a extensão disso e muitas das pessoas que se posicionaram contra tais medidas não são, de forma alguma, contra Bush e pró Castro.
E, finalmente, uma notinha curta mas grave vinda da Argentina, dá conta de que foi indicada para o cargo de Juíza da Suprema Corte de Justiça uma abortista, cuja sessão de posse foi antecipada para amanhã de manhã, impedindo que grupos pró-vida apareçam e façam alguma manifestação contra. Esta gente está se espalhando por todos os lugares onde os governos tornaram-se comunistas... Por hoje é só. Até Amanhã!
CASTRO JÁ TEM SUA OPOSIÇÃO E SUA IGREJA
Por Orlando Fondevila* - Colunista
La Nueva Cuba – Madri - Sem dúvida, Castro prepara sua sucessão; ao menos esses são seus planos. Em largos sorrisos e impelido pelas circunstâncias, Castro prepara aceleradamente sua sucessão. As linhas mestras já estão perfeitamente traçadas. Volta ao controle férreo da economia sob as seguras e avermelhadas mãos dos militares-empresários. O desmantelamento da oposição interna mediante o terror, o cárcere e o exílio (nada novo). Agente bem situados no exterior para semear a confusão e liquidar o exílio militante, para o qual conta, cinclusive, com estações de rádio em Miami, alguns empresários cubano-americanos cúmplices, poliqueiros oportunistas e um pequeno porém bem amestrado rebanho de acadêmicos.
Porém, a guinada espetacular do plano, a consumação perfeita desta performance político-totalitária é a apresentação ao público de uma oposição e uma igreja feitas para maior glória do Comandante. Sim senhor, o regime conta com sua própria oposição, exercida por esse heróico político que se chana Eloy Gutiérrez Menoyo, e o regime tem igreja, bem, dito melhor, tem duas igrejas, ou talvez três. A primeira é o Partido Comunista de Cuba que coninuará sendo a igreja principal, a reitora e orientadora das outras. As outras são s igreja do ilustríssimo Cardeal Ortega e seus Bispos, e os setores das denominações cristãs excelsamente representados pelo pastor Raúl Suárez e alguns mais.
O regime prepara seu grande golpe de efeito. Tolera, oficialmente, a “oposição”, quer dizer, a oposição oficial, a sua oposição. Menoyo, “inflado” convenientemente nos últimos tempos, se apresta a encabeçar a oposição oficial a Castro.
Já assumindo seu papel, esteve representando essa oposição no XXXVI Congresso do PSOE. Em suas declarações públicas dedicou-se, sobretudo, a denegrir a verdadeira oposição, tanto dentro de Cuba como no exílio. “Não são todos mas, afirmou sem rubor, alguns são colaboradores do perverso yankee, e os yankees não querem outra coisa que render pela fome o povo cubano para depois roubar-lhes o país” (ninguém pode com certeza saber para que os yankees querem essa ruína).
Segundo este insigne e valente “opositor”, só ele é independente. Por isso, o regime lhe deixou (ou convidou?) ir ao Congresso. Ele representa o diálogo amável. Certamente, todos os adoradores de Castro pularam de alegria; estão mais que contentes com este opositor que fala que em Cuba se observa flexibilização e que não fala de outra coisa que não seja o diálogo. Nem uma palavra para os presos! Nem uma palavra para a repressão. Nem uma palavra para a absoluta falta de liberdades e direitos. Muito diálogo, muita reconciliação pacífica, muito anti-imperialismo.
Como se compreenderá, seu discurso soa muito bem para todos aqueles que por clara simpatia ou para aliviar suas consciências, andam sempre em busca de pretextos justificativos e salvadores para Castro. Em seguida veremos Menoyo na plena consumação de seu papel; pode ser que algum mais o acompanhe. Castro terá sua própria oposição; pode ser até que a leve ao “parlamento”, no momento certo.
Porém, para que a estratégia da sua sucessão seja completa, o regime quer ter sua própria igreja. Trata-se de um sonho acariciado por todos os totalitários que tem havido no mundo. Igreja “nacionais” ou dóceis. Para isto Castro conta com a inestimável ajuda desse portento de covardia que é o Cardeal Jaime Ortega y Alamino. A verdade é que a história da igreja católica cubana não foi nunca para louvar. Sempre, como desculpa, arvoram os nomes do Padre Varela ou o de Luz y Caballero. Porém, a verdade é que a igreja, durante nossas lutas pela independência, esteve bem mais ao lado do sustentamento do poder colonial.
Na etapa negra do castrismo, nem por indício soube estar à altura de outras igrejas em situações mais ou menos parecidas. Nem foram como os poloneses, nem os pastores defenderam suas ovelhas com a veemência com que o fizeram na América Central, por exemplo.
Agora se nos aparecem nossos bispos muito preocupados pelas recentes medidas econômicas e políticas do Governo dos Estados Unidos contra o regime. Denunciam contundentemente “esta injusta situação de bloqueio... que torna mais difícil a busca do desenvolvimento”, sobretudo, explicam, “em um momento em que se necesssita de paz, diálogo, reconciliação, união e esperança”. Além disso, nossos ilustres pastores consideram “inaceitável que o futuro de Cuba seja escrito à base de exclusões e menos ainda de intervenções concebidas por um governo estrangeiro”. Se não estamos ante uma suprema pastoral do cinismo, que venha Deus (nunca melhor dito!) e o veja.
Nos podem dizer nossos beatíssimos bispo de qual busca de desenvolvimento nos falam? Nos podem dizer onde estiveram em mais de quatro décadas de fuzilamentos, de ódios (inclusive aos crentes), de centenas de milhares de encarcerados, de excluídos? Onde estavam nossos ilustríssimos nos mais de 30 anos em que os soviéticos eram os fazedores da política em Cuba? Nos podem dizer como querem dialogar com os que à semelhante proposta respondem com uma patada? Não, nosso eminentíssimos bispos, em sua permanente covardia e rendição, nada têm a dizer-nos. Os cubanos sabemos que não podemos contar com eles, como não pudemos contar nunca! Lá estão eles com seu suicídio como pastores! Castro já tem a sua oposição oficial e a sua igreja domesticada. Os cubanos crentes o continuarão sendo, porém, ao modo em que Martí afirmava sê-lo: “só e simplesmente cristão”.
A liberdade a conseguiremos, como conseguimos antes a independência, apesar naquela época dos autonomistas e hoje dos Menoyos e, apesar, antes e agora, da Igreja.
*Orlando Fondevila nasceu em Havana em 1942. Licenciado em Psicologia pela Universidade de Havana, publicou na “Coleção Betânia de Poesia”, “Duas coisas sagradas” e “Poesia do Paraíso”. Atualmente é redator da Revista Hispano-Cubana HC.
Fonte: NetforCuba Internacional - http://www.netforcuba.org
INIMIGOS INTERNOS DESACATAM DISPOSIÇÕES CONTRA O GOVERNO DE CASTRO
Quatro grupos de norte-americanos, em uma atitude de franco desacato às medidas do Governo de Washington, para tentar que o povo de Cuba possa voltar à liberdade e à democracia, viajaram à Ilha depois de 30 de junho.
Um dos grupos está encabeçado por Lucius Walker, que dirige o Movimento de “Pastores pela Paz” e que vem ajudando economicamente o Governo de Castro desde a queda do Império Sociético. Este grupo já está na fronteira do México, desde onde viajará para Cuba, depois de haver atravessado várias cidades norte-americanas para recolher uma valiosa carga doada para o governo de Castro, pelas organizações de esquerda de cada localidade. Estes carregamentos de equipamentos eletrônicos e dinheiro têm saído pelo México rumo a Cuba até duas vezes por ano, violando todas as leis do embargo econômico estabelecidas desde a administração Kennedy. Seu recebimento no aeroporto José Martí está programado para o dia 8 de julho.
Também a “Brigada Venceremos”, integrada por emigrados castristas residentes em Nova York e outras cidades, voaram diretamente à Santiago de Cuba para iniciar uma campanha propagandística que terminará na capital cubana. Este grupo, que viajou 35 vezes à ilha, chegou no dia 4 de julho, cinco dias depois de postas em vigor as novas leis contra Castro, violando intencionalmente tais leis.
Na mesma data chegou ao aeroporto José Martí, uma representação de umas 15 pessoas membros da “African-American Awareness (Consciência afro-norte-americana), cujo programa se supõe sejam os estudos culturais, etnológico e históricos, com o único objetivo de provocar as autoridades norte-americanas ao regresso que, esperam, não se atreverão a cumprir a lei contra eles.
A tradicional Brigada Rius Rivera, da qual participam portorriquenhos (também contrariando as autoridades de imigração norte-americanas, pois viajam com passaporte dos Estados Unidos), desembarcará no próximo dia 8 de julho na província de Holguín, para iniciar uma estada mais longa, até 29 de julho, e depois viajará até Havana de onde regressarão a Porto Rico; outros têm a partida de regresso para o dia 18 de julho.
Fonte: lavozdecubalibre.com
Todos apostam em Argibay!!!
Fontes do Senado da Nação asseguram que o ditamen da comissão, propondo a nomeação de Carmen Argibay como juiza da Corte Suprema de Justiça, obteve as assinaturas necessárias para tratar-se na sessão da quarta-feira 7 de julho.
As assinaturas teriam sido defendidas por senadores da Unión Cívica Radical, graças aos bons ofícios da senadora justicialista Mabel Müller, referente no Senado, do ex-presidente Eduardo Duhalde. Müller há poucos meses ocupa um cargo de direção no Grupo Parlamentar Interamericano, organismo que depende da International Planned Parenthood Federation (IPPF), a multinacional do aborto.
A sessão da Câmara dos Senadores na qual se tratará o ofício de Argibay, foi adiantada: será na quarta-feira 7 de julho, às 10 horas da manhã, em lugar das 15 horas como estava anunciada; tal medida só se justifica para evitar a presença dos cidadãos pró-vida.
Fonte: NOTIVIDA, ano IV nº 234 – Argentina
Traduções: G. Salgueiro
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