quarta-feira, 1 de junho de 2005

O Notalatina de hoje abre sua edição com uma notícia que não chega a ser “surpreendente”, considerando o alto grau de estupidez do povo brasileiro que, por anos a fio, vem sendo levado a crer que a “Revolução Permanente” do execrável ditador cubano Fidel Castro, foi o que de melhor e mais admirável aconteceu na América Latina no século passado para a Humanidade e, por isto, deve ser aplaudida e copiada em sua totalidade.


Ontem foi criada na Assembléia Legislativa de São Paulo uma “Frente Parlamentar de Amizade Brasil-Cuba”, para “ampliar os laços políticos, econômicos, sociais, culturais e desportivos”. O cônsul geral de Cuba em São Paulo, Carlos Trejo, informou à Prensa Latina que 36 dos 94 legisladores estaduais assinaram o documento de constituição da Frente e ainda continua recebendo adesões.


O Congresso Nacional criou há tempo uma Frente Parlamentar de Amizade Brasil-Cuba formado por uma centena de deputados e inúmeros senadores e a Convenção Nacional de Solidariedade com a Ilha, celebrada na semana passada, foi unânime em que deve-se promover estas entidades em todos os estados e municípios onde seja possível.


Na fundamentação expressam que “são historicamente reconhecidos os laços de amizade e solidariedade entre os povos cubano e brasileiro”, manifestamente, sobretudo, “durante um dos mais duros períodos da história política do Brasil, a ditadura miltitar” (1964-85).

Acrescentam que a solidariedade de Cuba nessa época “foi de tal magnitude que nos torna não só devedores de reciprocidade política, como conhecedores privilegiados das grandes conquistas do povo cubano a partir da Revolução”.


De fato, é inegável o “apoio” que o assassino-em-chefe Castro prestou aos terroristas e guerrilheiros brasileiros, de modo especial ao Comandante Daniel e ao falecido Brizola, com treinamento de guerrilha e formação de agente, ao primeiro e ao segundo, com uma vultosa quantia em dinheiro, para custear a guerrilha e o terrorismo, cujo destino jamais chegou a ser o pretendido.


Quanto a serem “conhecedores privilegiados das grandes conquistas do povo cubano” leia-se a “Nomenklatura” porque o povo “a pé”, continua mais miserável do que nunca, mais escravizado, mais desrespeitado em seus direitos fundamentais, conforme eu venho denunciando desde a criação do Notalatina, com PROVAS.


E a nota finaliza com esta “pérola”: “Apesar de fortes pressões internacionais em sentido contrário, o Estado brasileiro foi, por muitos anos, sócio de Cuba em fóruns internacionais (leia-se FORO DE SÃO PAULO), sempre defendendo o princípio de auto-determinação dos povos e do direito do povo cubano de dirigir os destinos de sua pátria”.



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E para provar o que digo, acabo de receber um informe de Lux Info Press, dando conta de que mais um Posto Médico cubano foi fechado, por falta de... médicos! O Posto Médico de Urgência localizado no bairro de Palatino, no município Cerro foi fechado, provocando um grande descontentamento entre a população que recorria a ele por haver uma grande incidência de asma, hipertensão e outras afecções na região tendo que buscar auxílio, a partir de agora, nos hospitais Joaquín Albarrán e Salvador Allende, que ficam muito distantes do bairro.


Foi informado, também, que vários consultórios dos “Médicos da Família” foram fechados e o motivo de ambos é um só: a exportação dos médicos e enfermeiros cubanos a outros países, principalmente a Venezuela que transformou-se numa espécie de “sucursal” de Cuba, celeiro de agentes castro-comunistas onde já existem exercendo a “profissão” 20.000 “agentes da revolução”.


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E por falar em médicos cubanos na Venezuela, o Dr. Eloy Arnaldo González, um médico cubano exilado na Venezuela há muitos anos, faz uma denúncia e uma lúcida análise sobre a situação desses “galenos” e a importância que isso se reveste para o fortalecimento das duas ditaduras: a cubana e a venezuelana.


Ele diz que tal quantidade de “profissionais” na Venezuela supõe a importância que isso reveste para o regime de Havana, de consolidar a ordem política ao governo de Hugo Chávez, fortalecendo seu discurso populista de assistência gratuita às populações mais carentes, bem como o intercâmbio comercial e a assistência médica de venezuelanos residentes em Cuba, em troca do “ouro negro” tão vital para a manutenção da Ilha.


“Esses médicos fazem mais que atender os pacientes”, é o argumento mais válido que algumas pessoas têm usado para desqualificá-los como tal, segundo o jornalista Uberto Mario, que desertou do Departamento de Imprensa da Embaixada de Cuba na Venezuela. “Os médicos têm ordem de convidar as famílias dos bairros onde trabalham a assistir vídeos com discursos do coma-andante e os avanços sociais na Ilha”, tudo coisa encomendada muito fora da realidade que vive o “cubano a pé”.


Para Mario, desqualificar os médicos não é de bom alvitre, pois existe uma intenção manifesta de influir no cenário social de um país, utilizando sobretudo os profissionais de saúde, tornados “internacionalistas”, manipulando-os para oferecer um produto político de duvidosa procedência e questionável eficácia. O médico é apenas uma peça a mais na complexa engrenagem que é o desempenho dos desejos políticos entre as duas ditaduras.


Ainda segundo Mario, essas peças são utilizadas com eficácia, pois sempre aparecem artigos de jornais que dizem que os médicos “encheram de esperanças as montanhas de misérias aos milhões de pobres que agora se sentem como seres humanos, só porque um jovem de bata branca os visita em sua casa, atende sua família e se despede sem cobrar um centavo”. Uma mãe venezuelana chega ao cúmulo de rotular de “santidade revolucionária” uma orientação que recebeu para a alimentação de sua filha, algo que é comum na prática médica de qualquer país.


E o Dr. González conclui afirmando: “Os médicos cubanos na Venezuela são isso: médicos devidamente formados mas utilizados por um regime ditatorial. São profissionais de sentimentos generosos que podem ser manipulados e convertidos em comissários políticos de ocasião, agentes secretos, gigolôs de Embaixadas e, inclusive, soldados de infantaria. Posso afirmar tudo isto porque eu vi e experimentei isso na Nicarágua onde trabalhei como médico por 18 meses”.


Particularmente, penso que se de fato houvesse tanta generosidade e humanismo por parte desses médicos, eles primeiro procurariam olhar e tentar aliviar o sofrimento e miséria do seu próprio povo.


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Ainda sobre a Venezuela um fato grotesco e patético ocorreu neste último fim-de-semana. O aprendiz de tirano Hugo Chávez convocou uma daquelas gigantescas marchas “espontâneas” (à imitação das cubanas) para manifestar seu apoio ao coma-andante, solicitando a extradição de Posada Carriles, dos Estados Unidos para ser julgado na Venezuela como “terrorista”.


Mas, no dia e hora combinados, uma “multidão” de umas 2.000 pessoas marchavam (todas de vermelho, é lógico!) próximas ao Palácio de Miraflores quando aparece no palco armado para o discurso do tiranete o puxa-saco e vice-presidente Vicente Rangel, que desculpa-se dizendo que “o presidente não pode estar todo o tempo em todos os lugares” mas não diz porquê Chávez não estaria presente ao evento organizado por ele. Além disso, no domingo o proto-ditador não apresentou-se no seu programa “Alô! Presidente”, o que acabou gerando milhares de especulações acerca desses dois episódios.


Bom, mas o que de fato provocou este “sumiço” de Chávez? Para o analista político Alberto Garrido, o fato de haver poucas pessoas na manifestação não justificam a atitude do presidente mas sim, que isto é uma atitude recorrente quando algo “não lhe agrada”, como ocorreu certa vez em que Chávez estava com o ex-presidente Carter e milhares de pessoas aguardavam seu pronunciamento, quando ele simplesmente resolveu fazê-lo através de cadeia de televisão.


Para Garrido, o mais provável é que esta ausência pode ter sido uma estratégia para desviar a atenção em torno dos escândalos da PDVSA e o conflito no seio do MVR.


O jornal El Universal, entretanto, afirma que “desde a quinta-feira recomendaram a Chávez não assistir a manifestação”. A fonte, que falou sob a condição de anonimato, informou sobre a invasão de um apartamento localizado no Complexo Residencial Parque Central, no qual se havia encontrado implementos habitualmente utilizados po franco-atiradores”, mas não revelou detalhes.


Segundo esta fonte, o apartamento encontrava-se vazio na hora da invasão que ocorreu no domingo 26. Lá foram apreendidas “miras telescópicas e rastros de oléo para limpar armas. Ao permanecer por mais de 4 horas falando no palanque, coverte-se em alvo fácil para qualquer franco-atirador”, explicou a fonte que se mostrou alarmada pelo perigo que o mandatário correu.


Bem, confesso que não acreditei na “revelação” e penso que isto seja mais uma estratégia do golpista de Sabaneta que se vê sempre muito mais superior e importante do que na realidade é. Ademais, essa conversa de “magnicídio” já é velha e a culpa, como sempre, é de Bush!

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E na Bolívia, o líder cocalero Evo Morales também tem posto em funcionamento suas estratégias para parecer honesto e democrata, como se tais adjetivos fizessem parte do caráter de comunistas de um modo geral.


A coisa está ocorrendo mais ou menos assim: Evo Morales foi o indicado pelo Foro de São Paulo para ser o presidente da Bolívia nas eleições passadas mas perdeu para Carlos Mesa. Fingiu-se de resignado mas a estratégia seguinte, uma vez que não havia conseguido alcançar os objetivos do FSP, era infernizar o novo presidente até que a situação do país chegasse a um caos, a uma ingovernabilidade.


Com isso, Morales e suas turbas de índios iniciaram marchas, passetas, depredações bem ao estilo MST no Brasil, de modo a forçar o presidente Mesa a uma renúncia, que de fato ocorreu recentemente, mas que foi reconduzido ao cargo pela própria população e o parlamento que não permitiram tal ato desesperado.


Morales continua seu “trabalho” de pressão sobre o presidente Mesa mas, ao contrário de suas ações, seus discursos revelam exatamente o contrário, como costumam agir os comunistas. Eles sempre apresentam um discurso pacífico, bonito e limpo, enquanto por trás tramam as piores coisas para destruir seus desafetos.


No dia 30 passado, Evo Morales deu este depoimento a um jornal local: “Nós apostamos na democracia; não nos interessa se Mesa fica ou sai, nos interessa a democracia”. Quando questionado a respeito da acusação do presidente sobre suposto dinheiro recebido por parte de sindicatos para organizar as marchas de protesto que assombram La Paz, o líder cocalero afirmou que pedirá, na qualidade de congressista, provas ao Governo que mostrem que os sindicatos são pagos para manifestar-se. São todos umas vestais ofendidas que querem a qualquer custo fazer crer que tais “manifestações” são “espontâneas” e não meticulosamente planejadas, invariavelmente pelo Foro de São Paulo, organização criminosa da qual o cocalero faz parte.


Mas, após esse discurso de falso democrata e respeitador das leis e da ordem, Morales solta todo seu veneno afirmando que “o presidente Mesa já não conta com responsabilidade nem autoridade, uma vez que até agora não conseguiu um consenso para um acordo nacional que ponha fim aos conflitos que afetam pela terceira semana consecutiva os bolivianos”. Implicitamente, só ele poderia devolver a paz, a ordem e o progresso ao país.


Enfim, é assim que agem os agentes do Comunismo contra aqueles que não comungam de suas idéias: difamar, destruir reputações, provocar o caos até o total estrangulamento da democracia que lhes permitirá surgirem com as propostas de “salvação”, como se tudo não tivesse sido planejado para chegar a tal ponto por eles mesmos. Foi assim em Cuba, com Fidel, foi assim no Brasil, com Lula, foi assim na Venezuela com Chávez. Não será diferente na Bolívia, infelizmente...


Bem, por hoje é só. Fiquem com Deus e até a próxima!


G. Salgueiro

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