quarta-feira, 1 de dezembro de 2004

Mais uma vez o Notalatina volta-se para Cuba em suas quatro notas de hoje. Entretanto, como diz um amigo meu, “tudo se conecta” e não podemos ser ingênuos o bastante para crer que, no domínio comunista, as coisas são o que “aparentam” ser.



A semana foi repleta de “pequenas” coisas envolvendo Cuba, Venezuela e a União Européia, mais especificamente a Espanha, agora com um primeiro-ministro comunista que está desmanchando tudo o que foi feito pelo seu antecessor em relação à maldita ditadura castrista. É sobre isso que fala a última nota.



O bufão Chávez esteve em visita à Espanha, confabulando com o também bufão comunista Zapatero, com a maior cara-de-pau, depois de ter derrubado e destruído a estátua de Cristóvão Colombo num mega-espetáculo macabro na Venezuela. Como se isso não fosse suficientemente hipócrita e vergonhoso, ainda foi recebido por Suas Altezas Juan Carlos e Sophia para um jantar em palácio.



Acho que esta gente toda se merece e deve ser farinha do mesmo saco pois, como é sabido, dona Sophia é irmã do rei deposto da Grécia, Constantino, que é amigo e sócio do tirano cubano Fidel Castro que... é mentor do bananero convidado ao palácio real!



Bem, e este jinetero criminoso, para posar de benevolente e mais uma vez tentar iludir os incautos (como no caso da “deserção em massa de dançarinos cubanos” – feito para inglês ver), liberta da prisão cinco dissidentes. O “detalhe” é que todos estão com um lamentável estado de saúde que poderia levá-los à morte por falta de assistência médica nos infectos calabouços, e esta “liberdade” é condicional. E aqui se evidencia o maior dos crimes, pois os recém “libertos” serviram apenas de moeda de troca, conforme eu falei na edição anterior. Cubano na Ilha não é gente; é objeto de uso pessoal do senhor da vida e da morte, o “dono” da maior ilha-cárcere do mundo.



Por hoje é só. Fiquem com Deus e até a próxima!



NOTA DE IMPRENSA



O governo cubano continua com a prática macabra de excarcerar alguns opositores pacíficos e encarcerar outros tantos ao mesmo tempo, o que ratifica o que nos manifestara o conhecido ativista de direitos humanos cubano, Elizardo Sánchez Santacruz, de que “a tecitura repressiva continua inalterável”.



Esta alternativa repressiva aconteceu como uma sorte de código genético inalterável, modulando e condicionando a vida nacional por mais de 45 anos. Aplaudimos a libertação de Oscar Espinosa Chepe, Raúl Rivero, Marcelo López, Margarito Broche, Osvaldo Alfonso e exortamos firmemente, embora com muito pessimismo, o governo cubano a libertar o resto dos mais de 300 prisioneiros políticos que há em Cuba atualmente.



Simultaneamente, denunciamos o método de excarceração usado pelo governo ditatorial cubano, onde os prisioneiros que conformam o Grupo dos 75 estão sendo transferidos ao hospital da prisão de Combinado del Este, em Havana, para fazer-lhes um check-up médico. Somente aqueles que se encontram em muito mal estado de saúdo foram libertados; os demais foram devolvidos à suas respectivas prisões. Tal é o caso do ativista de direitos humanos Jesús Mustafá Felipe e dos jornalistas independentes Pedro Argüelles Morán e Pablo Pacheco Ávila.



Queremos ser enfáticos em afirmar que estas libertações, conhecidas como “licença extra-penal”, não são outra coisa que uma liberdade condicional por razões médicas, o que implica que seus beneficiários podem regressar à prisão quando a vontade do governo cubano assim o disponha.



Tudo parece indicar que estas pseudo-libertações respondem ao interesse do governo ditatorial cubano para restabelecer as relações diplomáticas com os países da União Européia, após interrompê-las abruptamente por não aceitar as exigências dos europeus em realizar reformas genuinas e duradouras no campo dos direitos humanos. Embora apreciemos as gestões do atual governo espanhol para conseguir a libertação dos presos politicos cubanos, esperamos que estes poucos excarceramentos não produzam uma reação apressada do governo espanhol que poderia deixar desamparados os ativistas políticos e de direitos humanos cubanos e fortaleceria a repressão interna.



Fonte: www.Adcuba.org



INAUGURAM SALA PARA INTERNAUTAS NA SEÇÃO DE INTERESSES DOS ESTADOS UNIDOS EM HAVANA



Por Roberto Santana Rodríguez



HAVANA, 29 de novembro – Como parte do esforço levado a cabo pelo governo dos Estados Unidos mediante seu Departamento de Interesses em Havana, para ajudar à livre circulação da informação, foi inaugurada a sala Abraham Lincoln, em honra do presidente norte-americano, para que membros da sociedade cubana acedam à Internet, segundo informou Kelly Keiderling, chefe do Departamento de Imprensa e Cultura, no passado 24 de novembro.



James Cason, chefe da Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana, que inaugurou a sala na presença de usuários de ocasião, disse: “Espero que aproveitem o novo centro. Vocês terão mais tempo e um maior número de pessoas poderão aceder; está muito mais cômodo. Vocês têm o direito de aceder à informação, sem fronteiras nem limitações de nenhum tipo; é um direito universal. Que o desfrutem e gozem”.



Por sua parte, Elsa Morejón Hernández, esposa do preso político Oscar Elias Biscet, presidente da Fundação Lawton de Direitos Humanos, assinalou: “Agradeço, em nome de todos aqueles que não podemos assistir; reconhecemos o esforço e agradecemos a possibilidade de acessar livremente à informação sem censura”. “Está muito bom, temos mais privacidade, poderemos fazer um melhor trabalho. Estamos contentes porque de maneira fortuita estivemos na inauguração do local. É um privilégio”, disse o jornalista independente Oscar Mario González.



“Fabuloso, maravilhoso, reconhecemos o trabalho dos que nos atendem”, expressou Juan Carlos Martínez, do Partido Social Democrata de Cuba. “Estou muito contente com este novo local”, disse Rafael Ernesto Ávila Pérez, presidente do PP Jovem Cuba.



O Centro de Recursos Informativos foi fundado em 29 de novembro de 2001, e seu primeiro diretor foi Gonzalo Gallego.



Fonte: www.cubanet.org



O PRESO CONVERSÍVEL



Por Hildemaro Montejo Weston, FL.



Esta frase não é minha. Pertence à Martha Beatriz Roque Cabello. Ela a expressou há uns poucos dias em uma entrevista telefônica de Havana, quando conversava com os apresentadores de um programa popular de rádio de Miami.



Castro não frauda apenas com os pesos “conversíveis”, ou “chavitos”; também o faz com o uso de presos como moeda de troca para que lhe dê créditos, levantem sanções ou, como diz Raúl Rivero, “ter boa imprensa”, e o apoio de alguns euro-deputados ou governos necessários, digo eu, para lavar sua imagem a União Européia e alguma parte da opinião pública mundial.



Deve estar claro que não houve nem indultos, nem anistia; só “licenças extra-penais”, uma espécie de eufemismo para fazer saber que o preso continua à disposição do carcereiro. Porém, ao menos isso é algo melhor para aqueles que estão submetidos à crueldade de haver perdido sua limitada liberdade, só por escrever, dizer ou reunir-se com quem tenha desejado fazê-lo. Nunca deveriam estar presos porque só fizeram o que você, leitor, e eu, fazemos diariamente, sem medos.



É hora de não esquecer os que continuam presos, como por exemplo, Oscar Elias Biscet. Ele e mais de 300 compatriotas permanecem nas prisões, como “presos conversíveis” para futuros negócios. O regime pode ser mal para produzir carne, leite ou eletricidade, porém é muito bom para produzir presos e se são “conversíveis”, melhor.



Fonte: NetforCuba International - http://www.netforcuba.org



A ESPANHA INFORMARÁ A SEUS SÓCIOS EUROPEUS SOBRE SEUS CONTATOS COM O GOVERNO DE FIDEL CASTRO NO PRÓXIMO DIA 1º DE DEZEMBRO



Por Antonio Tang Báez – Chefe do Birô do Canadá – Departamento de Investigações de La Nueva Cuba



O embaixador espanhol em Cuba, Carlos Alonso Zaldívas, informará no próximo dia 1º de dezembro a seus homólogos europeus em Havana, da reunião que manteve na 5ª feira passada com o ministro de Assuntos Exteriores cubano, Felipe Pérez Roque, segundo indicaram fontes consultadas por Europa Press.



Este encontro, que surpreendeu a diplomacia européia, supôs o restabelecimento do contato oficial entre ambos os países e a primeira entrevista formal que um alto funcionário do Governo de Castro mantém com um representante da Diplomacia espanhola desde junho de 2003, data na qual a União Européia impôs à Ilha uma bateria de sanções políticas como resposta ao encarceramento massivo de 75 dissidentes.



Além da informação de que se possa intercambiar entre os sócios europeus no seio das instituições comunitárias, Alonso Zaldívar comunicará a seus homólogos o conteúdo da entrevista, à qual poderia ser seguida de outros gestos por parte das autoridades cubanas nos próximos dias.



Embora ainda não esteja tomada a decisão, abre-se assim caminho à posição do Governo espanhol de tentar pôr fim à situação de bloqueio diplomático que existia entre Cuba e a UE.



No passado 16 de novembro os Governos da UE reunidos em nível de experts, acordaram precisamente explorar caminhos para retomar vínculos com Cuba, ao considerar que a ausência de diálogo “não foi positiva” no último quase ano e meio.



Nesse marco, encarregaram aos embaixadores dos Vinte e Cinco em Havana um novo informe, que analisará as formas de estabelecer um “diálogo politicamente estruturado” com a oposição interna, de forma que possam realizar-se reuniões periódicas entre os responsáveis europeus e os dissidentes ou os representantes da sociedade. Como passo inicial, serão postos em liberdade os dissidentes do grupo que mantêm o socialismo como sua filosofia política.



Os Vinte e Cinco querem em qualquer caso conseguir os objetivos da posição comum fixada em 1996, que advoga por avanços em matéria de Direitos Humanos e o reforço do diálogo político com o regime, e sobre o qual todos os países europeus estão de acordo.



A Espanha defende que as sanções têm um impacto muito limitado, que impedem a União Européia perseguir os objetivos de fundo de tal posição comum. O Grupo América Latina voltará a reunir-se em 14 de dezembro, porém tampouco existem problemas de calendário posto que durante o mês de dezembro e janeiro não há festas nacionais que possam provocar novo mal-estar nas autoridades cubanas.



A Espanha, respaldada pelo Reino Unido e Alemanha, considera que as sanções, que foram impostas após a onda de detenções da primavera de 2003, só conseguiram congelar as relações sem mais efeito do que dar certa satisfação à oposição dentro da ilha.



O Governo espanhol já havia explicado que não pretende “marginalizar a dissidência”, senão estabelecer uma relação que não esteja baseada em convites à cock-tails e recepções de caráter mais social, mas de contatos mais políticos e continuados, assim como possíveis convites para que dirigentes da oposição interna viagem à Europa.



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Fonte: lavozdecubalibre.com



Traduções: G. Salgueiro



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