sábado, 1 de fevereiro de 2003

A edição do Notalatina de hoje é breve, mas não menos importante. A principal e mais grave dentre todas as notícias, diz respeito ao caso do jovem cubano Oriel de Armas e sua família que pediu asilo político na Itália, há aproximadamente seis meses, e após muitos pedidos e gestões feitas pela imprensa, com apelo até ao Papa, finalmente lhes foi negada tal solicitação.



Outro assunto aqui tratado é a denúncia de uma passeata que acontecerá em Miami, neste sábado, 1º de fevereiro, em favor de Saddam Hussein. Segundo me informou um amigo venezuelano, a deputada chavista Iris Varela anunciou que irá a Washington reunir-se aos seus pares Democratas e oferecer-lhes apoio, “porque Bush é um louco genocida”. Ok, e os seus ídolos Fidel, Chávez e Saddam Hussein são o quê? Santos promotores da vida e respeitadores dos Direitos Humanos?



E finalmente, no último bloco, o venezuelano Trino Márquez faz uma análise do Fórum Social Mundial e a patética participação de Hugo Chávez, posando de vítima, completamente descontrolado.



MENSAGEM MUITO URGENTE!!!



Amigos, ontem, depois de demorados trâmites com muitas idas e vindas, a ”Commissione Centrale per il Riconoscimiento dello Status di Refugiato”, em Roma, negou o pedido de asilo político solicitado pelo jovem Oriel de Armas, sua esposa Raiza e sua filhinha Brendita.



Agora Oriel tem 5 dias para apresentar um recurso e seu advogado solicita documentos do que ocorre a cubanos que, havendo fugido de Cuba, são devolvidos à ilha-cárcere (com o link, se for de internet, e/ou com o nome da publicação, data, etc., se são tomadas de publicações impressas).



Por favor, os que tiverem em mãos documentos e notícias nessa linha, os enviem para cubdest@cubdest.org para que nós possamos encaminhá-los a Oriel e seu advogado. Os que desejarem escrever diretamente a Oriel e sua família o endereço é: OrielDeArmas@cubdest.org



Agradeço, antecipadamente, por vossa atenção. Se a tal Comissão italiana negar o recurso, a família de Armas será enviada a Cuba em um prazo de 15 dias.



Saudações cordiais,

Sérgio F. González – CubDest@cubdest.org



INIMIGOS INTERNOS ATUARÃO PUBLICAMENTE EM MIAMI



Neste sábado será efetuada uma manifestação em Miami, a favor de Saddam Hussein. A manifestação, como todas as organizadas neste país em favor dos inimigos da democracia, será feita como ”protesto contra a guerra”. Estas manifestações se efetuaram em favor de Hitler, enquanto este foi aliado de Stalin. Posteriormente se repetiram, em menor escala, contra a guerra na Coréia e em grande escala contra a guerra do Vietnã. Os mesmos grupos vêm protestando mais amiúde contra o embargo a Castro e os veremos outra vez em grandes quantidades se Hugo Chávez for derrubado do poder. As caras que se verão como organizadores deste evento, para tratar de destruir o necessário apoio moral às Forças Armadas norte-americanas que enfrentarão as hostes de Saddam Houssein, e que tanto êxito tiveram durante a guerra no Vietnã, são Barbara Buck e Rafael Antonio Velasquez, ambos bem conhecidos por seu ativismo político de esquerda em Miami.



Estes inimigos internos dos Estados Unidos desta vez se organizaram com o pomposo nome de ”Friends for a Secure and Prosper America” tendo muito cuidado, com uma honestidade que nos surpreende, de não mesclar as palavras LIBERDADE E DEMOCRACIA em tal nome. O ato será efetuado ao meio-dia deste sábado, 1º de fevereiro, em frente ao teatro Jackie Gleason, situado no 1700 Washington Ave., em Miami Beach.



É necessário que se reúnam ali, na mesma hora, todos aqueles que queiram dar seu apoio moral às nossas Forças Armadas e os famliares das mesmas, para que tenham conhecimento de que nos possíveis tempos de angústia que possam vir, o povo está ao lado deles em seu sacrifício. Não se pode permitir que os inimigos da Liberdade e da Democracia dêem a impressão de que podem executar sua “quinta coluna” com impunidade.



Residentes em Miami, demonstrem a estes “sem pátria” seu desprezo!



Fonte: La Voz de Cuba Libre – www.lavozdecubalibre.com



PORTO ALEGRE?



Trino Márquez, exclusivo de El Gusano de Luz



A intervenção de Hugo Chávez em Porto Alegre despertou a ira e o temor de muitos compatriotas, que pensam que a violência será o desenlace fatal da crise que tem como centro o iracundo Tenente Coronel. Estão convencidas, estas pessoas, que o Presidente impedirá ou desconhecerá qualquer acordo que se firme na Mesa de Negociação. Creio que esta é uma apreciação exagerada, porém explicável devido à incontinência verbal do Comandante. Chávez passa isso em uma provocação permanente. Quanto mais débil, isolado e encurralado se sente, mais vocifera e profere ameaças. É verdade que no Brasil de novo (já o fez em outras oportunidades), se comparou com o sinistro Che Guevara, que preferia que os revolucionários falassem com o estalido de suas metralhadoras, do que dirimir as diferenças mediante o diálogo. Todavia, Chávez não empunhará nenhum fuzil. Os que o conhecem afirmam que a valentia não é seu forte. Agora lhe agrada a boa vida. As roupas caras. Viajar em seu super jato. Aparentar que governa. Falar como a revista Hola: o hóspede do Palácio. E o mais importante: é um inepto absoluto no que se refere a arte militar. Esteve quinze anos preparando um golpe na sombra, e quando se decidiu a executá-lo, não pode sequer tomar La Casona. Dona Blanca e seus netos conseguiram repelir os pérfidos. O Che, ao menos era arrojado e bom estrategista militar. Assim é que se Chávez decide agarrar de novo seu fuzil, podemos dormir tranquilos. O mais certo é que não saiba como dispará-lo.



O foro de Porto Alegre há que assumí-lo dentro de um contexto muito maior ao grupo de esquerdistas e anti-globalizadores que se reúnem nesse tipo de foros. Nesse dia Chávez falou para o público de galeria (os que faziam coro naquele evento desabrido). Seus excessos retóricos, suas comparações delirantes e, inclusive, suas revelações grotescas (como aquela, segundo a qual um hóspede foi quem lhe revelou que Carmona havia dado a ordem de matá-lo), há que compreendê-las como parte dos teatros que o personagem monta, quando quer atrair a atenção de almas que aspiram viver todos os dias com a arma no braço, como pretendia Guevara. Também dirigiu suas palavras aos venezuelanos. Para infundir-nos medo, aos que vimos há vários anos defendendo a liberdade e a democracia, e opondo-nos a seu projeto totalitário. Os democratas venezuelanos devemos ser conscientes de que o Tenente Coronel não está com capacidade de cumprir tudo o que promete (embora tudo o que faz previamente o prometeu, disse Milagros Socorro), nem opor-se a tudo o que lhe desgosta. Assegurou que terminaria com a greve petroleira e ali está a indústria detida. A Mesa de Negociação e Acordos não lhe agrada; tampouco Gaviria nem o Grupo de Amigos da Venezuela; muito menos a Coordenadora Democrática e o reconhecimento que esta instância fundamental da oposição desfruta no plano internacional, porém tem tido que suportar o Secretário Geral da OEA e os representantes da oposição durante três meses, e não conseguiu convencer Lula de que devia ampliar o Grupo de Amigos da Venezuela para convertê-lo no Grupo de Amigos de Chávez.



O Tenente Coronel conseguiu manipular a Sala Elitoral do TSJ para que suspendesse o referendo de 2 de fevereiro, porém não pode impedir O Firmazo, que novamente o põe em cheque. Tem tentado quebrar a vontade do povo, porém encontrou-se com a resistência de uns cidadãos cujas convicções democráticas e libertárias resistem a todos os embates do aspirante a ditador. Gasta milhões de dólares que pertencem a todos os venezuelanos fazendo lobby no exterior, desprestigiando a oposição democrática, para que a opinião pública internacional engula a mentira de que os que o enfrentam constituem uma minoria golpista, fascista e terrorista, porém a oposição ganha cada vez mais reconhecimento e legitimidade, além de nossas fronteiras. Agora, além da presença de Gaviria, terá que suportar os Amigos, grupo de países que não poderá dominar a seu bel prazer, tal como teria ocorrido com Cuba, no caso de que a houvesse incluído nessa importante equipe. Entre os Amigos não há nenhum que tenha mordaça, como a ilha submetida durante 44 anos pelo ditador doutor Castro. Para felicidade, as economias de todas essas nações são prósperas e não dependem de nenhum subsídio ou dádiva da Venezuela. A independência com respeito a Venezuela é o que tem encolerizado Chávez.



Essa fúria, e o desdém de Lula, que preferiu reunir-se com o clube dos países mais ricos do mundo, em vez de continuar carregando com esse pesado fardo que é Chávez, explodiu em Porto Alegre. Por algum lugar Chávez tinha que drenar a raiva e a frustração de ver-se marginalizado por quem se supõe que faz parte desse projeto de redenção latino-americana, que tem sua plataforma no Foro de São Paulo. Por isso, sua intervenção ali, embora não devamos desestimá-la por completo, tampouco convém dar-lhe o valor de palavra empenhada, como se de um Cavaleiro da Távola Redonda se tratasse. Chávez chegará em seus afãs totalitários até onde as forças democráticas nacionais e internacionais se o permitam. Não é fatal que vaie a Mesa de Negociação, que viole os acordos que ali se consigam ou que rechace qualquer saída eleitoral à crise. A solução final depende da pressão que os fatores democráticos exerçamos e da maneira como consigamos aproveitar os avaços que temos obtido no plano internacional. Se sincronizarmos estas duas forças, Chávez não emulará o Che, nem pegará em nenhum fuzil. Teremos, sim, uma Venezuela alegre.



Fonte: El Gusano de Luz – www.elgusanodeluz.com



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