quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Balanço de fim de ano

Faltando pouco mais de 24 horas para entrarmos num novo ano, o Notalatina não poderia deixar de fazer uma espécie de “balanço” do que tivemos nesse 2010 na região. Fazendo as contas bem feitas, o resultado é deficitário e acabamos no vermelho (com direito a trocadilho). 
De minha parte, pessoalmente, e apesar de incontáveis atropelos (o pior deles por parte da Receita Federal que me assaltou despudorada e violentamente em meus parcos recursos), não tenho do que me queixar, senão agradecer muito a Deus por sempre me proteger, amparar e prover. Foi, pessoalmente, como disse, um ano profícuo: fiz novos amigos, viajei à Colômbia como convidada e fui tratada com respeito e deferência que nunca tive em meu país, escrevi muito, dei entrevistas, fiz montanhas de traduções, li como uma traça livros que nunca vão chegar ao Brasil. Não posso deixar de mencionar o apoio que recebi de amigos e pessoas que nunca vi, moral, psicológico e contribuições financeiras inestimáveis, às quais sou infinitamente agradecida.
Entretanto, sinto vergonha e tristeza com o que vimos e tivemos no Brasil. É verdade que nunca alimentei esperanças de nada positivo vindo de um governo comuno-sindicalista, pertencente e dirigente do Foro de São Paulo mas tenho a impressão de que, por já estar no fim da reta, o presidente de 56 milhões de estúpidos, oportunistas e puxa-sacos resolveu, como se diz na gíria, “soltar a franga” e mostrar sua verdadeira face ao mundo. Eu não esperava nada melhor mas neste ano o elemento se excedeu.
Num rápido restrospecto, vimos um Lula refestelar-se emocionado com o carniceiro caribenho, enquanto  Orlando Zapata Tamayo morria assassinado por torturas e falta de assistência médica pelo regime ditatorial cubano. Cobrado pelo desprezo em relação à morte deste mártir, num gesto abjeto e desrespeitoso comparou os presos políticos cubanos com criminosos comuns dos presídios brasileiros. No caso de Honduras, seguiu até o fim do mandato desconhecendo o presidente eleito legal e democraticamente, Porfirio Lobo, enquanto defendia o marginal deposto da presidência, Manuel Zelaya, causando desconforto nos hondurenhos e brasileiros ao ceder a Embaixada brasileira como homízio para este marginal e seus cúmplices.
Recebeu o ditador iraniano Mahmoud Ahmadinejad e com ele fez alianças que não interessam a nenhum brasileiro e a despeito de todos os protestos, não só do nosso povo como dos países verdadeiramente democráticos. Meteu os pés pelas mãos, crente que era o supra-sumo da sabedoria universal nos foros internacionais que participou, sem um pingo de senso crítico, nos envergonhando mundo afora.
Com Chávez, seu maior aliado e comparsa, encontrou-se de três em três meses para apoiar - sem que o público tomasse conhecimento do que era tramado - todos os atos despóticos e ditatoriais, enquanto com um cinismo “nunca visto antes na história ‘deste’ país” reafirmava que na Venezuela existia “excesso” de democracia. Nunca teve uma palavra de repúdio às prisões arbitrárias feitas por seu “cumpanhêro” Chávez, a líderes opositores ao regime venezuelano. Enquanto isso, acaba de negar a extradição do criminoso Cesare Battisti à Itália, alegando que ele “corre risco de ser assassinado nas prisões italianas”. Ora, essa preocupação só existe nos casos de assassinos e terroristas, pois quando se trata desta escória, logo recordam-se de “direitos humanos” e oferecem “refúgio político”, mesmo quando os crimes de que são acusados sejam hediondos e não tenham qualquer conotação política. Lula e sua chancelaria não tiveram a mesma preocupação com o que aconteceria aos boxeadores cubanos, que não cometeram nenhum crime mas foram deportados como criminosos “desertores”.
A Venezuela cada dia que passa afunda-se mais e mais num regime ditatorial, comandada desde Havana. Em fevereiro deste ano denunciei que a chegada à Venezuela de Ramiro Valdés, um dos cinco “comandantes” da revolução cubana, iria exponenciar a repressão aos opositores e acelerar o processo de consolidação da ditadura castro-chavista. Depois da chegada desde nefasto personagem, vários líderes opositores foram presos com base em falsas provas plantadas, como Alejandro Peña Esclusa. A juíza María Lourdes Afiuni foi presa e encontra-se encarcerada até hoje, por cumprir a lei e não os desígnios do ditador Chávez. Como a oposição elegeu muitos deputados que serão empossados no princípio de 2011, Chávez apressou-se para que os atuais congressistas, seus comparsas, aprovassem as Leis Habilitantes que lhe dão poderes ilimitados até o fim de seu mandato em 2012. E no meio das madrugadas o verdugo militarote criou leis aberrantes sobre educação, comunicação, propriedades, dentre outros, onde o socialismo será definitivamente oficializado como regime de governo.
A Colômbia teve até o meio do ano um saldo positivo, com inúmeras baixas de terroristas das FARC e ELN mas isto foi no tempo do governo de Álvaro Uribe. Passado o bastão para Juan Manuel Santos, o que era doce acabou-se. Muitas baixas importantes (como a do “Mono Jojoy” e de Fabián Ramírez) e operações exitosas continuaram a acontecer, mas tudo isto foi fruto de estratégias elaboradas ainda no governo de Uribe. Santos só colheu os louros propiciados pelo trabalho competentíssimo das Forças Militares e Policiais.
Logo após sua posse Santos mostrou-se uma decepção, conforme descrevi no artigo Cem dias de desilusão. Recentemente concedeu à senadora Piedad Córdoba, deposta de seu cargo por comprovada aliança com as FARC, o direito de atuar como “mediadora” entre este bando terrorista e o governo para a libertação de cinco seqüestrados. O presidente Uribe já havia desautorizado a participação desta criatura asquerosa como mediadora, mas Santos, que atualmente se considera “o melhor novo amigo” do Chapulin Colorado, segue seu rumo fazendo todas as vontades das FARC e do Foro de São Paulo.
Na Argentina os terroristas no poder estão acabando com o que resta das outrora gloriosas Forças Armadas, passando para a reserva e perseguindo os militares da ativa que são filhos ou parentes peóximos de antigos “repressores”, além de condenar à prisão perpétua heróis militares que devolveram à nação a verdadeira democracia. Na prisão, já faleceram em circunstâncias obscuras, maus tratos e enfermidades não tratadas, mais de 103 oficiais militares, policiais e policiais civis que combateram o terrorismo dos anos 70-80. E o presidente por trás dos bastidores, Carlos Néstor Kirchner morreu, mas apesar de ter sido de um enfarte seu caixão estava lacrado no velório. Tempos atrás recebi uma nota classificada que dizia que ele já havia conseguido dupla nacionalidade alemã e que, quando a coisa apertasse - e estava apertando muito com as denúncias de enriquecimento ilícito - ele se refugiaria naquele país. Com esse mistério do caixão, cujo corpo ninguém viu, registro aqui a informação para a posteridade.
No Equador, o cínico moleque Rafael Correa fez um trato com Juan Manuel Santos: não se fala mais em acampamentos e apoio financeiro das FARC em seu país, e em troca retira-se a acusação que pairava sobre Santos no caso de Angostura, na operação que deu baixa a Raúl Reyes. Ponto para as FARC e vergonha para os colombianos.
E o índio cocalero boliviano segue seu rumo em alianças com o Irã, reprimindo a oposição e patrocinando a exportação da cocaína para o Brasil. Fidel é seu deus, Chávez seu ídolo e Lula seu irmão. E o povo que se dane, porque ele, do alto de sua mais absoluta ignorância e estupidez, acredita que o filho dileto de “Pachamama”, a mãe terra. 
Lula fez sua sucessora, por arte de magia (ou de vodu ou santería) e dentro de dois dias teremos, como “nunca antes na história ‘deste’ país”, uma terrorista mandando em nossas vidas. O cargo merece respeito mas não a ocupante. Depois de tudo isso, não há o que comemorar nem ter esperanças de dias melhores, em nenhum dos países do nosso hemisfério. Não, enquanto o vermelho estiver no poder. Não, enquanto nossos povos se contentarem e acharem maravilhoso ter um tutor (o Estado) determinando até o que eles devem comer ou assistir na televisão. 
Mas, para não dizerem que sou pessimista e só vi coisas ruins neste ano que está se extinguindo, o Notalatina publica com exclusividade para o Brasil uma entrevista histórica que o presidente Uribe concedeu (em duas partes) a Fernando Londoño em seu programa “La Hora de la Verdad” em 3 de dezembro passado, nos estúdios da “Radio Super” de Bogotá. É um deleite ouvir uma conversa franca entre pessoas inteligentes, íntegras e bem humoradas, que falam como gente de bem, não como aqueles discursos carregados de ódio, rancor, calúnias e imprecações como os proferidos por Chávez, Lula e todos os comunistas que conhecemos.
Espero que vocês apreciem esta entrevista tanto quanto eu, e que no próximo ano sigamos juntos nessa luta pela verdade, pela liberdade e defesa da verdadeira democracia. A todos os amigos de ontem, de hoje, simpatizantes, colaboradores, admiradores e companheiros de trabalho, feliz 2011 e que Deus nos abençoe! Até o ano que vem.
Comentários e traduções: G. Salgueiro





13 comentários:

Anônimo disse...

Feliz 2011 e obrigado pelo serviço prestado pelo Notalatina.
Abraços

daniel akatsu disse...

Feliz ano novo pra todas as pessoas de bem como você. Daqui do Japão continuo torcendo pra que os brasileiros abram os olhos e parem de adular esta corja que corrói aos poucos o que resta de descência por estas bandas. A América Latina precisa de pessoas como você. Deus te abençoe.

Cavaleiro do Templo disse...

Graça, o ano foi, os vermelhos alcançaram muitos de seus objetivos e, ao mesmo tempo, muitos acordaram do sono letárgico. Bem, muitos talvez seja exagero mas temos alguns soldados novos no front.

Graça, ano passa, ano vem e a diferença está sempre aqui no Notalatina. Trilhões de felicitações pelo monstruoso trabalho.

Conte SEMPRE comigo para o que for preciso.

Um feliz 2011 para você, família e amigos!

De seu irmão em coração e alma

Alex Brum Machado
Cavaleiro do Templo

SR disse...

Cara jornalista, parábens pelo ótimo trabalho informativo do Nota. O seu blog está na minha lista daqueles que leio e acompanho. Continue.

De Teresina, Piauí.

Anônimo disse...

Olá, Dona Graça,

Primeiramente desejo-lhe um feliz 2011!

Em segundo lugar gostaria de saber se você tem alguma conta no site Twitter.com, porque outro dia vi um perfil com o nome Graça Salgueiro e a sua foto, não sei se é fake ou realmente é seu, você poderia nos dizer. Se for seu, peço para que me passe o link para eu segui-la.

Obrigado!

G. Salgueiro disse...

Agradeço a todos os amigos os votos e as palavras que muito me encorajam.

Ao Gabriel Nunes:

Não possuo conta no Twitter e não faço idéia de quem fez isto, pois não me consultaram ou informaram. Portanto, considere desde já não só um fake como uma afronta criminosa, uma vez que tudo que for postado lá será USANDO meu nome sem que eu tenha qualquer responsabilidade, conhecimento ou possa responder sobre o conteúdo.
Peço-lhe encarecidamente que veja o que está sendo publicado por lá e desconsidere qualquer coisa dita, mesmo que seja algo que eu "poderia" ter dito, pois isto é USURPAÇÃO, FALSIDADE IDEOLÓGICA, CRIME.
Muito grata pela informação e que Deus abençoe a todos nesse novo ano de uma nova década.
MG

Anônimo disse...

Segundo o presidente colombiano, Cuchillo era espécie de 'lenda inalcançável'

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, confirmou nesta quarta-feira a morte do traficante Pedro Guerrero - conhecido como "Cuchillo" - em uma operação policial no sul do país. Também foram detidos oito membros da quadrilha liderada por ele.

"Caiu o assassino dos assassinos. Estávamos atrás dele há muitos anos. Ele se transformou em uma espécie de lenda inalcançável", destacou o presidente colombiano em entrevista coletiva da qual também participou o diretor geral da polícia do país, o general Óscar Naranjo.

É atribuída a Cuchillo a autoria - ou o planejamento - de cerca de 3.000 assassinatos. Santos revelou que será entregue uma recompensa às pessoas que colaboraram para a localização do criminoso, que se fez passar por paramilitar.

A divisão antinarcóticos da polícia colombiana lançou uma grande operação em pleno Natal em uma região entre as cidades de Mapiripán e San José, a cerca de 400 quilômetros de Bogotá. Na operação morreram também os policiais Edwin César Nupaque e Javier Londoño Castro, que foram homenageados por Santos.

(Com agência EFE)
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/santos-confirma-morte-de-%E2%80%98assassino-de-assassinos%E2%80%99

Ciência Brasil disse...

Amiga Graça
Feliz 2011 !!

vc vai se interessar por este post:

http://cienciabrasil.blogspot.com/2011/01/quantas-anda-ciencia-bolivariana-na.html

beijos
Marcelo Hermes

Carlos disse...

Saiu no wikileaks hoje, sobre Olivério Medina:
Embaixada intercedeu pela extradição de mediador das Farc

http://cartacapitalwikileaks.wordpress.com/2011/01/04/embaixada-intercedeu-pela-extradicao-de-mediador-das-farc/

América, SOY YO disse...

Graça querida,

Muita Paz, Luz e Proteção neste 2011!E com a graça de Deus prossigas com este trabalho fantástico.
Abração, Beth

Lura do Grilo disse...

Um ano tão profícuo quanto este é o que lhe desejo. Há muito por fazer e para lutar na América Latina e também nos países que, aqui na Europa, apoiam ou toleram esses ditadores que se julgam donos dos Povos que desgraçadamente os elegeram.

(de Portugal)

Anônimo disse...

BOM ANO PARA VOCÊ, GRAÇA

Espero que você alcance seus objetivos, em 2011. E continue nos prestigiando com o seu inestimáevl trabalho.
Veja como a imprensa pubica hoje notícia relativa àquelas horríveis mortes no hospital psiquiátrico em Havana. Você ainda tem aquelas fotos?
Gutenberg, J.; BLOG Laudaamassada.

(extraído da FSPaulo):
" /01/2011 - 20h23
Cuba irá julgar médicos por mortes de 26 pacientes em hospital

DA REUTERS, EM HAVANA

Cuba iniciou nesta segunda-feira o julgamento dos responsáveis por uma clínica psiquiátrica onde 26 pacientes morreram de frio há um ano, em um escândalo que revelou fissuras no sistema público de saúde da ilha.

O julgamento ocorre em um momento em que Cuba abre cautelosamente sua economia a um pequeno setor privado, demitindo cerca de 500 mil funcionários públicos, inclusive alguns do ministério da Saúde, em uma tentativa de melhorar o funcionamento dos serviços públicos, reduzir subsídios e elevar a arrecadação tributária.

Parentes dos acusados, incluindo o diretor do hospital e outros médicos, compareceram a uma apresentação oral num tribunal de Havana, junto com parentes das vítimas. Os réus propriamente ditos não estavam presentes.

"As autoridades criaram uma comissão investigativa, e os principais responsáveis compareceram à corte", disse o jornal oficial "Granma" nesta segunda-feira. "Quando o processo judicial tiver sido concluído, os resultados serão tornados públicos."

Com uma altíssima proporção de médicos em relação à população, e indicadores de saúde que rivalizam com os de países ricos, o regime comunista de Cuba se orgulha do seu sistema que oferece atendimento universal.

Mas a crise econômica exacerbou a escassez de suprimentos médicos no sistema, o que o governo atribui principalmente ao embargo econômico norte-americano.

As mortes ocorridas durante a passagem de uma frente fria foram inicialmente reveladas por uma entidade de direitos humanos, e depois confirmadas pelo governo. A Comissão Cubana de Direitos Humanos, um órgão independente, disse que o hospital não tinha vidros nas janelas, portas nem cobertores, o que levou à morte dos pacientes quando a temperatura caiu a 3,6 graus Celsius, em janeiro de 2010, algo raro na ilha tropical.

Não ficou imediatamente claro qual é a acusação que pesa contra os responsáveis pelo hospital. "Não sabemos de nada. Só que fomos chamados à audiência. Temos fé em que tudo saíra bem", disse a irmã de uma das vítimas a jornalistas no tribunal, num bairro residencial no centro de Havana.

Elizardo Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos, disse a jornalistas que "aparentemente as pessoas que são realmente as responsáveis não serão julgadas". "Esperávamos ver o ministro da Saúde da época assumir a culpa pelo que aconteceu", acrescentou.

José Ramón Balaguer, que lutou ao lado dos irmãos Raúl e Fidel Castro na Revolução Cubana vitoriosa em 1959, deixou o cargo de ministro da Saúde no ano passado, mas continua sendo um membro destacado do Partido Comunista.

Anônimo disse...

Graça, você ainda tem aquelas fotos?


17/01/2011 - 20h23
Cuba irá julgar médicos por mortes de 26 pacientes em hospital
Publicidade
DA REUTERS, EM HAVANA

Cuba iniciou nesta segunda-feira o julgamento dos responsáveis por uma clínica psiquiátrica onde 26 pacientes morreram de frio há um ano, em um escândalo que revelou fissuras no sistema público de saúde da ilha.

O julgamento ocorre em um momento em que Cuba abre cautelosamente sua economia a um pequeno setor privado, demitindo cerca de 500 mil funcionários públicos, inclusive alguns do ministério da Saúde, em uma tentativa de melhorar o funcionamento dos serviços públicos, reduzir subsídios e elevar a arrecadação tributária.

Parentes dos acusados, incluindo o diretor do hospital e outros médicos, compareceram a uma apresentação oral num tribunal de Havana, junto com parentes das vítimas. Os réus propriamente ditos não estavam presentes.

"As autoridades criaram uma comissão investigativa, e os principais responsáveis compareceram à corte", disse o jornal oficial "Granma" nesta segunda-feira. "Quando o processo judicial tiver sido concluído, os resultados serão tornados públicos."

Com uma altíssima proporção de médicos em relação à população, e indicadores de saúde que rivalizam com os de países ricos, o regime comunista de Cuba se orgulha do seu sistema que oferece atendimento universal.

Mas a crise econômica exacerbou a escassez de suprimentos médicos no sistema, o que o governo atribui principalmente ao embargo econômico norte-americano.

As mortes ocorridas durante a passagem de uma frente fria foram inicialmente reveladas por uma entidade de direitos humanos, e depois confirmadas pelo governo. A Comissão Cubana de Direitos Humanos, um órgão independente, disse que o hospital não tinha vidros nas janelas, portas nem cobertores, o que levou à morte dos pacientes quando a temperatura caiu a 3,6 graus Celsius, em janeiro de 2010, algo raro na ilha tropical.

Não ficou imediatamente claro qual é a acusação que pesa contra os responsáveis pelo hospital. "Não sabemos de nada. Só que fomos chamados à audiência. Temos fé em que tudo saíra bem", disse a irmã de uma das vítimas a jornalistas no tribunal, num bairro residencial no centro de Havana.

Elizardo Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos, disse a jornalistas que "aparentemente as pessoas que são realmente as responsáveis não serão julgadas". "Esperávamos ver o ministro da Saúde da época assumir a culpa pelo que aconteceu", acrescentou.

José Ramón Balaguer, que lutou ao lado dos irmãos Raúl e Fidel Castro na Revolução Cubana vitoriosa em 1959, deixou o cargo de ministro da Saúde no ano passado, mas continua sendo um membro destacado do Partido Comunista.