sexta-feira, 8 de julho de 2005

O Notalatina de hoje traz uma nota Classificada, remetida por um amigo venezuelano e que peço especial atenção dos leitores. Trata-se da transcrição exata de uma carta enviada por Fidel Castro a Chávez, em que o abutre velho ensina ao seu aprendiz de ditador como como conduzir o processo revolucionário na Venezuela em três etapas, duas das quais já concluídas e a terceira em pleno andamento.


Para quem acompanha o processo que há seis anos vem destruindo o vizinho país irmão, não resta dúvida quanto a veracidade e autenticidade do documento, pois muito do que é “ensinado” aí pode ser facilmente comprovado, bastando para tanto reler tudo o que já foi noticiado pela imprensa “não-engajada”, nos sites informativos da América Latina (como este blog e o Mídia Sem Máscara, por exemplo).


Um dos argumentos comprobatórios a respeito desta carta é o Foro de São Paulo que eu venho denunciando há anos, aqui e noutros lugares onde escrevo, e que em seu último Encontro havido recentemente (1º a 4 de julho) dispôs na “Declaração Final”, ítem 21, o seguinte:


“21. Valorizamos a materialização e a perspectiva da Alternativa Bolivariana para a América que já se pode apreciar em primeiro lugar nos Convênios entre a Venezuela e Cuba; porém também podem identificar-se no Convênio Integral de Cooperação entre Argentina e Venezuela, na aliança estratégica Brasil-Venezuela, no Convênio Integral de Cooperação Energética entre a Venezuela e o Uruguai, assim como nos acordos de criação da TeleSul, PetroSul e o mais recente ainda, firmado pela Venezuela e os países do Caribe: PetroCaribe. A ALBA se propõe em primeiro lugar a atacar as imensas dívidas sociais que se acumularam em nossa região, com base na cooperação, na complementação produtiva, na defesa da identidade latino-americana e na solidariedade”. (Confirmem neste link: http://200.155.6.3/site/temp_fsp/site_espanhol/html/encontros_int02.asp?DescEvento=94&even=XII


Se alguém tinha alguma dúvida acerca da afinidade inabalável e das alianças que continuam sendo tecidas pelo Eixo do Mal, sobetudo entre Lula e Chávez, malgrado todos os “escândalos” que o Brasil está tomando ciência nesses últimos três meses, penso que o que aqui é revelado agora, desfaz qualquer sombra ou bruma que possa anuviar a clareza do pensamento, dando-nos a certeza de que NADA MUDOU, NADA ABALOU-SE OU VAI ABALAR O PODER E PRESTÍGIO DO SR. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA com tais “escândalos”, porque a raiz de tudo está no que é decidido e assinado no Foro de São Paulo e no Diálogo Interamericano. Observem as similitudes entre os discursos de campanha do Sr. da Silva e os “conselhos” do Abutre do Caribe para seu pupilo favorito, Chávez, e vejam se lhes dia alguma coisa. Amigos, isto tudo é abominável, terrível, demoníaco!



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Bem, há uma pequena nota do site Net for Cuba que pede a condenação do apartheid que Fidel Castro vem impondo ao povo cubano há malditos 46 anos e que convido os amigos a colaborarem dando seu apoio. O link é este aqui: http://www.netforcuba.org/InfoCuba-EN/CubainPictures/CubainPictures.htm. Este site é de valorosos dissidentes cubanos exilados, longe de sua amada Cuba, amigos muito queridos de quem tenho a honra de privar da amizade fraterna e que, carinhosamente, me chamam de “hermanita”.



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E ainda antes de transcrever as malignas orientações de um bruxo a outro, de como se escravizar um povo, esmagar sua liberdade e destruir qualquer resquício de direitos humanos, quero denunciar mais uma afronta de que estão sendo vítimas os médicos venezuelanos que, afoita e afrontosamente, estão sendo substituídos pelos agentes cubanos disfarçados de médicos. Despediram 32 médicos do Hospital de Higuerote e já os substituíram por médicos cubanos, é a notícia que me chega de amigos venezuelanos. Não tenho mais informações a respeito mas espero nos próximos dias alguma confirmação. Fiquem com Deus, tenham um ótimo fim-de-semana e até a próxima!


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Transcrição exata do documento enviado por Fidel Castro ao maligno, o qual compila as linhas gerais das três etapas a seguir (a primeira já cumprida, a segunda em vias de), a fim de afiançar o processo revolucionário na Venezuela.


Primeira Etapa


“Os pobres são maioria e têm pouca memória. Injeta-lhes esperança e acusa o passado, à Democracia de todos os seus males. Mantém-te em linha permanente com teu povo. Identifica-te com eles. Teu verbo tem de ser simples; isso lhes chega muito bem, pois tens o tempero que faz falta. Emociona-os, leva-os em consideração. Aprende a manipular a ignorância. O verbo deve ser inflamado, de autoridade e poder; não te preocupes com os ricos e a classe média, [pois] não são mais que 80% de pobres o que tu necessitas. Os ricos saem correndo se lhes fazes "Buu!!!"


Os católicos adoram menções da Bíblia ou de Cristo. Os católicos, em que pese ser a grande maioria na Venezuela, não fazem nada. Rezar, sem ações, não vão chegar a parte alguma; são uns bobalhões. Enquanto a igreja está adormecida, aproveita. Quando decidirem mover-se, já estarás instalado. Lembra que a igreja é “escorregadia”. Segue fustigando. Os católicos sem liderança não são ninguém. Nenhum padreco vai reagir. Há dois ou três que querem rebelar-se, porém seus superiores os encurralam. Se vês um sacerdote católico alvoroçado, compra-o, chama-o, ganha-o para ti; se o povo cristão se te rebela, esse será teu último dia... porém, dificilmente esse dia virá. Os judeus na Venezuela não contam, os Evangélicos são uns pobres coitados e as demais religiões para que nomeá-las? Cita o Cristo, sempre, fala em seu nome, lembra que isto a mim me deu excelentes resultados.


Inclui bandeiras e Simón Bolívar quando possas. Gera um novo nacionalismo. Desperta o ódio, divide os venezuelanos. Esta etapa te dará bons dividendos... Se eliminarão uns aos outros, a violência te ajudará também a instalar-te mais tarde à força. Entretanto, fale-lhes de Democracia. Tens dinheiro, compra a fidelidade enquanto cumpres os teus objetivos. Quando consegues o que queres se se opõem ou te aconselham, despreza-os. Envia-os a embaixadas, dá-lhes dinheiro para que se calem ou tira-os do país para que a imprensa não os utilize. Os que se oponham “planta-lhes” delitos; isso desqualifica para sempre. Por todos os meios mantém maioria na Assembléia. Mantém a teu lado no mínimo a Procuradoria e o Tribunal. Compre todos os militares com comando de tropa e equipamentos. Põe-os onde há bastante dinheiro. Compra banqueiros. Grandes comerciantes e construtores. Dá-lhes contratos, trabalhos e facilidades para esta primeira etapa.


Segunda Estapa


Para a segunda etapa tens que haver formado Comitês de Defesa sa Revolução que os podes chamar de “Bolivarianos”. Faz trabalho comunitário com eles para que te defendam agradecidos. Paga-lhes para que sigam teus alinhamentos (marchas, concentrações). Dos comitês seleciona os mais agressivos para uma força de choque armada que podem necessitar se a coisa se põe difícil. Controla a Polícia, destrói-a. Ponha-na à tua disposição. Na segunda etapa tens que aprofundar a visão da Revolução. Deve-se mencionar muito a palavra revolução. Isto emociona os pobres.


Aqui tens que fraturar as uniões de trabalhadores e de empresários que podem fazer oposição. Aqui temos que conseguir com que os trabalhadores estejam filiados a uma central paralela. Com dinheiro se consegue. Do mesmo modo, tens que armar uma central de empresários paralela. Ataca os empresários. Acusa-os de famintos, fascistas e particularmente acusa-os de golpistas; faz-te de fraco.


A mente dos homens se situa no mais fraco e na injustiça. Se não o podes comprá-los, fecha os meios de comunicação radial, impressos e televisoras. Tua empresa de petróleo é quem te produz o dinheiro do projeto. Põe uma Junta Diretora Revolucionária. Demite os técnicos e acaba com essa chamada meritocracia.


Terceira Etapa


Se tens tudo nesta etapa podes seguir para a terceira. Na terceira etapa podes violar a Constituição porque ninguém vai te impedir. Ordena invasões. Distribui armas, drogas e dinheiro. Acusa-os de espiões e corruptos. Desprestigia-os. Prende muitos jornalistas, empresários, líderes trabalhistas. Os demais escaparão do país ou serão punidos.


Reestrutura o Gabinete. Aqui podes desfazer-te de teus colaboradores. A alguns podes premiá-los e outros desprezá-los pois já não há oposição. Tens que pôr camaradas. Estabelece o chamado constitucionalmente. Estado de Exceção; Suspende garantias. Lança o toque de recolher. Apura-te, olha se o povo te está achando excelente. Fecha todos os meios de comunicação. Destrói Prefeitos e Governadores da oposição.


Anuncia a reestruturação de todas as áreas do Estado e a elaboração de uma nova Constituição. Forma um Conselho de Governo com 500 membros. No Conselho Assessor do Governo estarei eu. Há que fuzilar os opositores que não aprendem. Isso é a única coisa que os silencia e é mais econômico.


Nunca deixes que se organizem, nem deixes que conheçam tuas intenções. Seremos respeitados novamente com o Marxismo-Leninismo. Brasil, Equador, Venezuela e Cuba a passos indestrutíveis. Se vejo que não tens colhões, recolho todo o meu pessoal; podem me matar os militares, quando se te ergam, se não me fazes caso. Que estás esperando, Hugo?”

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Nota: Todas estas “orientações” mereciam destaque em negrito, pela monstruosidade aí contida, por isso privilegiei apenas algumas palavras e o trecho final que fala claramente no Eixo do Mal, tão veementemente negado por “seu” Lula, pelos “intelectuais orgânicos”, imprensa “amiga” e “companheiros de viagem” do Brasil e do mundo. Que isto nos sirva de alerta vermelho, pois a Venezuela está muito próxima de efetivar esta Terceira Etapa e nós já demos muitos passos dentro desta perspectiva medonha e criminosa.


Comentários e traduções: G. Salgueiro

segunda-feira, 4 de julho de 2005

O assunto que trago ao conhecimento dos leitores do Notalatina hoje, é sobre a brutalidade desenfreada e os crimes encomendados que vêm desgraçando a Venezuela, sob o chicote do cínico ditador Chávez, cópia mal parida do seu homônimo cubano. Mas, antes disso, quero também denunciar a hipocrisia reinante nas redações dos jornais que se dizem “independentes”, apenas como mais uma palavra de ordem (ou uma novilíngua que muda o significado real que a palavra possui) que deve ser repetida até que a massa ignara creia ser a mais pura e casta verdade.


A prova disso foi-nos revelada hoje, com a informação de que o Filósofo, Jornalista e Escritor Olavo de Carvalho fora demitido do jornal O Globo que, segundo descaradamente afirmou o agora execrado Comissário Daniel, “eles controlavam” (“eles”, leia-se, o ParTido-Estado). Olavo era a única voz dissonante no reino do “Pravda tupinikin”, bem como o único que há anos denuncia a criminosa organização castro-lulista-terrorista Foro de São Paulo.


Não por coincidência, hoje se encerra o XII Encontro e aniversário de 15 anos da criminosa organização, 15 anos de ocultações e negações de sua existência que, agora, finalmente “aparece” mas com a rósea capa de uma inofensiva “reunião de partidos de esquerda preocupados com o futuro da América Latina e Caribe”. Coincidência, ou não, a Lei da Mordaça foi também, hoje, reativada com esta demissão mas, graças a Deus, não vai ser o Diário Oficial petista – O Globo - que irá calar a voz deste bravo guerreiro.


Para aqueles que ainda não crêem que estamos em vivendo em uma republiqueta socialista, aí está o recado claro e nítido. Ao mestre e amigo Olavo, minha solidariedade; ao jornal O Globo, meu mais veemente repúdio e desprezo por sua atitude covarde, servil, abjeta.



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E na 2ª feira da semana passada, na Venezuela, o horror e a matança indiscriminada fizeram vítimas de uma brutalidade ímpar, 4 jovens estudantes universitários desarmados, indefesos, contra um bando de 15 criminosos do governo chavista armados até os dentes. O relato que recebi é tão contundente que parece um filme de terror, por isso, prefiro transcrevê-lo. E quem está por trás disso tudo é a DIM, (Direção de Inteligência Militar da Polícia Política de Chávez) que recebe apoio e ordens diretas do G-2 cubano.


E para encerrar este bárbaro acontecimento, segue uma carta do Ten Cel da Guarda Nacional Humberto Quintero Aguilar, que (pasmem!!!) está preso como um animal, sofrendo todo tipo de torturas e privações, por ter sido o autor da captura e prisão do terrorista das FARC Rodrigo Granda Escobar, que deixou o delinqüente Chávez furioso na ocasião, talvez, porque tenha arapalhado seus acordos com tal organização crimonosa.


Infelizmente o espaço é pequeno para tanta informação mas há muito mais coisas pavorosas acontecendo nos conchavos entre Venezuela, Brasil, Cuba, Argentina, enfim, o Eixo do Mal. Mas aqui no Brasil as pessoas só estão preocupadas com os escândalos de corrupção, de falta de ética e “decoro parlamentar”, com o “mensalão” e com quem se vendeu a quem. Não vêem que, mais do que o dinheiro e a degradação moral dos nossos políticos, a degradação do país se dá de modo quase irreversível através da infiltração do comuno-terrorismo que esses dinheiros financiam. Bem, por hoje é só. Fiquem com Deus e até a próxima!


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ASSIM ASSASSINARAM OS ESTUDANTES – “A ORDEM É TRÊS MORTOS”


Elizabeth preferia sempre que a deixassem em alguma estação do Metrô, porém na noite da última segunda-feira Leonardo, encomendando ao amuleto de sua pele, insistiu em evá-la: “Vamos que aos negros não nos roubam”. Tinha sido um dia de espremer os neurônios em uma prova parcial de Física que marcava o início de uma semana de exames, com a conclusão em Matemáticas no sábado.


Algum limite recostado no infinito ou, talvez, uma integral impossível, consumia os pensamentos dos garotos quando à altura do Bloco 1, no bairro Kennedy da freguesia de Macarao, um encapuzado com arma longa em riste lhes impediu a passagem: ! “Acelera, negro, que vão nos atacar”. O Corsa cor de areia rodou 200 metros mais até um posto policial, que sem dar ordem de parada alguma, solta uma rajada de tiros que fere Elizabeth na perna. Havia começado a morte.


“Elizabeth, estás bem? Elizabeth, estás ferida?”, foi a primeira coisa que escutaram os vizinhos, resguardados em suas casas. Eram 11:30 pm. “Então aparecemos para ver o que se passava e vimos três rapazes e uma moça junto ao carro. Estavam nervosos, corriam de um lado para outro e pediam aos gritos uma ambulância; ela lhes dizia que estava ferida na perna, que não podia se baixar. Não eram daqui porém se via que eram saudáveis, uns garotinhos”, relata uma vizinha que observou de frente a cena e pede para não revelar seu nome.


Não reconheceram que a que chamavam Elizabeth era “La Niña”. “Por aqui todo mundo a chama assim. Se tivéssemos sabido que era a filha de Rosa, com certeza saíamos e de imediato nos matavam também”, continua a vizinha. Ao que parece, Elizabeth chamou sua mãe pelo celular e esta saiu para socorrê-la, sem saber que sua filha estava ferida. Quando chega até o carro, os garotos lhe dizem o que aconteceu e Rosa, entre gritos, lhes pede que vão até sua casa, no fim do beco, para chamar uma ambulância por telefone. Leonardo, o motorista, ficou com a mãe e as garotas enconstados no carro enquanto Eric e Edgar corriam para a residência.


“Justo nesse momento chegaram os encapuzados. Eram uns 15. Vinham a pé, com armas longas, pareciam guerrilheiros e sem dar aviso começaram a disparar”. Uma parte do grupo policial chegou até o carro e três seguiram para o beco, disparando. “Os rapazes lhes diziam que eram estudantes, que acabavam de prestar exame e que vinham trazer uma colega, porém nada; os agarraram e não lhes permitiram mostrar as identidades. ‘Calem-se, ratos!’, era a única coisa que diziam”, relata outra vizinha, que vive na diagonal da casa de Rosa.


Segundo os testemunhos recolhidos no local, Eric e Edgar ficaram presos no pátio interno onde acabava o beco, sem opor nenhuma resistência. Os agentes os jogaram no chão, lhes ataram as mãos e lhes deram golpes de pontapés. “Se enfureceram com eles. O branquinho magro, que depois soubemos que se chamava Eric, dizia: ‘estou vivo, estou vivo’, e perguntava a Edgar se ele estava ali. Ele foi o que levou mais golpes, porém também o que mais resistiu”, conta a filha da vizinha, que observou tudo agachada desde a janela de sua casa.


O corpo de Eric Montenegro – 20 anos, 55 kg., estudante do terceiro semestre de Engenharia de Sistemas da Universidade Santa María, fanático por computadores e quem chamavam de brincadeira “Mister Burns, por seu físico parecido com o chefe de Homero Simpson – deu entrada no necrotério de Bello Monte com 10 perfurações de bala no corpo. Eric – recordavam ontem ao meio-dia seus companheiros em seu velório na capela V do Cemitério do Oeste – era tão magro que seguia uma dieta especial de carbohidratos para ganhar peso.


Entre o início do tiroteio e a morte dos rapazes, os vizinhos locais calculam que devem ter passado 15 minutos. No princípio não podiam saber quantas eram as vítimas, porém um diálogo lhes confirmou em parte:


- Há dois mortos e um ferido - disse uma voz.


- Três mortos - respondeu outra, do comando.


- Não, porém um está ferido - corrigiu a primeira


- Te disse que são três. Essa era o ordem. Três mortos e ponto.


A noite apenas começava...


Chegaram mais policiais – “eram mais de 50” -, todos da DIM e do CICPC, trancaram as ruas e entraram em algumas residências. Em uma das casas do beco, em frente aonde morreram Eric e Edgar, entraram três funcionários, um muito alto e corpulento com gorro ninja, arma longa e jaqueta da DIM, outro do CICPC com a cabeça raspada e uma mulher vestida de verde-oliva, com calças com bolsos dos lados, cabelo negro e liso preso em um rabo de cavalo e cara gorda.


“Nos lançaram no chão de nossa própria casa, a mim que estou recém-operada da coluna, a minha filha que está grávida e a meu genro. Nos perguntavam insistentemente o quê havíamos visto, e a mulher nos dizia que não nos movêssemos porque não responderiam se se lhes escapasse um tiro”. Por isso é que insistiam em reservar seus nomes...


Na via principal, os policiais mandavam calar a mãe de Elizabeth, que suplicava assistência médica para sua filha. Um pouco mais tarde chegou um carro e levaram as moças, e cerca de 1:30 am., uma caminhoneta quatro portas pick-up, cor azul metálico, sem placas, dessas “bem bonitas e grandonas” que proliferam agora pelas ruas, veio pegar os cadáveres. “Tiraram dois do beco e o terceiro (Leonardo), o recolheram aqui em frente da casa. Os lançaram como uns cachorros dentro do fosso”


O que se seguiu depois foi uma “operação limpeza e semeadura” que se estendeu até às 5 da manhã. Todos os cartuchos de balas foram retirados e os que ficaram encrustados nas paredes das casas foram retirados a martelaços. “Já temos três pistolas e falta uma”, escutavam os vizinhos, e das janelas puderam ver quando tiravam as fotos das armas. Os corpos já não estavam. “Pela manhã só encontramos os charcos de sangue”


E como chegaram, se foram, sem aviso nem explicações. Porém houve um descuido: “Cacete, nos metemos numa tremenda roubada. Porra, nos fodemos! Estamos empacotados”, se lhes escapou.


***


Após receber este relato dramático, veio outro dando conta de que uma das moças havia morrido, sendo confirmado em seguida por outra pessoa. Entretanto, no Canal 8 o também criminoso de longa ficha policial, mas membro do governo ditatorial chavista, Jesse Chacon, alegava que “os mortos não foram assassinados mas foi um suicídio coletivo”! Cínicos! E os outros tantos assassinados desde que este ser abjeto se adonou do governo da Venezuela, na Praça Francia de Altamira, os jovens soldados queimados vivos no Forte Mara, por duas ocasiões e outros tantos que não tomamos conhecimento? É este regime criminoso que, junto com o da China e Cuba comunistas, o governo brasileiro adota como modelo. Leiam agora o desabafo-denúncia do Ten Cel Humberto Quintero Aguilar.


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“O desagradável e por demais aborrecido assassinato dos três jovens estudantes da Universidade Santa María, pelas mãos de funcionários do Corpo de Investigações Científicas Penais e Criminalísticas (CICPC) e da Direção de Inteligência Militar (DIM), sob a condução do Major do Exército José Baldomero Peña Carrillo, põe a descoberto, uma vez mais, a permanente e constante violação dos Direitos Humanos e a existência na lei e na estrutura, mas não em suas funções, de um poder imoral, ineficiente, incapaz, onde se denunciam torturas, maltratos, humilhações e afrontas à dinidade humana e até assassinatos, e não se ativam as organizações do Estado para esclarecer e estabelecer as responsabilidades.


Aos que puderem ler a presente lhe digo que foi o Major do Exército José Baldomero Peña Carrillo, o mesmo que no dia 14 de janeiro do presente ano, cumprindo ordens superiores, me tirou dos calabouços da DIM e me entregou a funcionários do CICPC, os quais me transferiram a um imóvel proporcionando-me torturas e tratamentos humilhantes, valendo-se do meu estado de indefensibilidade (ALGEMADO) em plena violação dos Direitos Humanos e do Estado de Direito, obrigando-me a realizar, forçosamente, uma vídeo-gravação onde expressava o que eles queriam que o público soubesse e não o que na realidade ocorreu em torno da captura do Criminoso e Terrorista Rodrigo Granda Escobar. Oxalá não suceda o mesmo a este Major.


Oxalá onde te encontres não te retirem o relógio e te tranquem em um quarto escuro de 2 metros por 2 metros, com uma janelinha de 35 x 35 cm., por onde entrava a escassa iluminação, para só ter noção do tempo em razão do fornecimento das três refeições diárias.


Oxalá não te dê sede e não possas mitigá-la porque a água encontra-se no final do corredor e tu te encontres trancado. Oxalá que quando te dê vontade de ir no banheiro à noite, tenhas disponível um banheiro para tuas necessidades e este não se encontre no fim do corredor e tu te encontres preso.


Oxalá a visita de teus familiares não se limite a escassos cinso minutos e somente tua esposa, em um quarto com espelhos onde se viole a tua intimidade, oxalá te dêem acesso a livros, jornais, rádio e televisão. Oxalá encontres no banheiro simples espelho para poder barbear-se. Oxalá te permitam mais de uma toalha, porque uma só devido a umidade não seca de um dia para outro.


Oxalá tenhas cama e não um colchão de borracha de espuma sem travesseiros e cobertas com que aplacar o frio, pois estava jogado ao chão por demais úmido e oxalá tu não passes pelo tratamento que tu me deste, a mim e a meus homens, integrantes da G.A.E.S. número 1, quando estivemos detidos na DIM.


Por último, não sou eu o que te julga mas ao contrário, te desejo um tratamento adequado e de acordo com o respeito aos Direitos Humanos, que todos os cidadãos merecemos”.


Ten Cel da Guarda Nacional HUMBERTO QUINTERO AGUILAR


Traduções e comentários: G. Salgueiro