Alguns amigos preocupados me estimulam a “não parar” com o trabalho, acreditando que, como o Notalatina não tem atualizações tão freqüentes como a maioria dos blogs e sites, eu pendurei as chuteiras, joguei a toalha. Não é nada disso; nunca tive tanto trabalho na minha vida e nunca estive mais bem informada da realidade do nosso continente!
Ocorre que, diferentemente da maioria dos donos de blogs, o meu é totalmente elaborado por mim: da escolha do tema à escritura do texto, da seleção dos vídeos às imagens ilustrativas, fora a edição que, invariavelmente, traz atrás de si uma quantidade imensa de pesquisas que às vezes me consomem dias em um só assunto ou pessoa. Vocês já devem ter percebido que os blogs em geral copiam e colam notícias dos jornais brasileiros – que quando falam da América Latina são uma lástima e um primor de desinformação -, o que não leva nem cinco minutos para aprontar.
Aqui tudo é feito sem ajuda de ninguém, pois não tenho “assessores” (nem mesmo na minha vida pessoal), tampouco colo notícias de jornal nenhum. O que vocês lêem no Notalatina são análises exclusivas de fatos graves colhidos desde suas fontes primárias, o que requer estudos sérios e seriedade de trabalho. Todavia, ultimamente tem aparecido uns pilantras que têm a cara de pau de copiar todo o meu texto, colocar o próprio nome e divulgar pela rede como se seu fosse. É isto que me enoja nos brasileiros porque quem faz isto SABE que não escreveu daquilo e se plagia, é porque admirou e tem consciência de não ter competência para tal.
Enquanto o blog ficou “parado”, fiz incontáveis traduções, escrevi artigos para o Brasil e para a Colômbia, além de articular junto com outros amigos o que serve de tema para a edição de hoje e que exponho mais abaixo. Portanto, quando eu “parecer sumida”, procurem ler o Mídia Sem Máscara e o site do Heitor De Paola que vocês vão encontra por lá, além de artigos diferenciados de vários bons escritores, uma montanha de artigos excepcionais traduzidos por mim. Afora isso, necessito de tempo para ler – e trouxe da Colômbia “apenas” 17 livros, um dos quais tem perto de 1.000 páginas e depois disso já comprei mais cinco -, pois tenho por hábito não meter meu bedelho em assuntos que desconheço, ou que não tenho muita segurança, e me incomoda enormemente quem dá “palpites” sobre temas dos quais não sabe absolutamente nada como se fossem lições de cátedras. E isto parece ser a regra e não a exceção aqui no Brasil, sobretudo nos jornalões mais conhecidos.
Quando estivemos na Colômbia, eu e Olavo de Carvalho, no meu último dia lá visitamos a esposa do Coronel Luis Alfonso Plazas Vega, que foi condenado a 30 anos de prisão pelo atentado cometido pelo bando terrorista M-19, caso que eu já conhecia e traduzi inúmeros artigos a respeito antes de visitá-la. O encontro com Thania (hoje minha amiga pessoal) foi comovente, pois lá conhecemos mais detalhes do caso onde fica patente a infâmia que se comete contra um herói da Pátria, enquanto os verdadeiros assassinos terroristas foram anistiados e gozam de todas as liberdades políticas, inclusive um deles foi candidato presidencial nestas últimas eleições.
Pois bem, a coisa é tão escabrosa, tão aberrante juridicamente e tão absolutamente injusta, que Olavo ofereceu à esposa do Cel Plazas criarmos um site sobre o seu caso para que mais pessoas fora da Colômbia pudessem tomar conhecimento.
O site está pronto e há um abaixo-assinado cujo texto explica sucintamente o fato. No meu outro blog, “Observatório brasileño”, há várias publicações a respeito do caso e que podem ser consultados para conhecer mais detalhes, inclusive há áudios e vídeos ilustrativos, mas tudo em espanhol.
O site chama-se “Free Plazas Vega” e a petição da capa está em inglês, mas rolando-se a página até embaixo é possível vê-la em português, francês, espanhol e alemão. Há ainda um vídeo e o link do site que a família do coronel criou para explicar seu caso à opinião pública. Estamos com apenas 260 assinaturas mas precisamos de muito mais. Gente, a solidariedade é uma coisa que não custa nada a quem presta, mas às vezes pode até salvar a vida de quem a recebe. É o caso do Cel Plazas, um homem virtuoso, católico fervoroso, um soldado valente que arriscou sua vida para salvar a de 260 pessoas (esses números são pura coincidência!) de um atentado cometido pelos terroristas do M-19 a mando de Pablo Escobar e ele é quem está sendo tratado como marginal, criminoso, terrorista. Para um homem que já passa dos 60, 30 anos de prisão, por crimes que NÃO cometeu JAMAIS, é o mesmo que uma sentença de morte.
Se fazem-se, divulgam-se a assinam-se petições para salvar baleias, micos-leões-dourados, golfinhos ou um mero baobá, por que não para que libertem o Cel Plazas Vega? Então, conclamo-os todos a assinar a petição e mais que isso: divulguem por todos os meios de que dispuserem, para todas as pessoas de boa-vontade e pensem que, se hoje temos presos políticos na Colômbia, na Venezuela, no Uruguai, na Argentina, amanhã poderemos ser nós mesmos se as coisas seguem o curso ditado pelo Foro de São Paulo.
Lembrem-se do poema de Niemöller, de que enquanto não era com ele, ele não se importou, não ajudou seu vizinho; quando chegou a sua vez, já não havia mais ninguém para acudi-lo porque todos haviam sido presos. Isto é um poema mas calcado na realidade de quem viveu sob o jugo do comunismo, portanto, aí está o meu apelo veemente que espero toque os corações de todos vocês. Fiquem com Deus até a próxima!
Comentários: G. Salgueiro