DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – PARA QUEM?
Hoje comemora-se 60 anos da criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo objetivo era defender e proteger grupos ou pessoas individualmente de agressões cometidas por governos ou regimes totalitários ditatoriais. Dentre os artigos desta declaração estão o direito à liberdade de expressão, o direito de ir e vir, à dignidade da pessoa humana, a presunção de inocência, etc. Naquela época a ONU era uma instituição respeitável; hoje, entretanto, tem em sua Comissão ninguém menos que um representante de Cuba, um dos países que mais violam os direitos humanos de seus cidadãos!
E por falar em Cuba, ontem eu recebi uma aberração que precisa ser denunciada. Em São Paulo existe uma “Associação dos Familiares e Amigos dos Estudantes em Cuba” que está convocando (e pedindo ampla divulgação) os familiares dos estudantes para um evento intitulado “Evento Político-Cultural em comemoração aos 50 anos da revolução cubana” que ocorrerá no próximo domingo, 14, no Memorial da América Latina, auditório Simón Bolívar. Quem está organizando o evento é um tal “Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba” que diz em seu convite: “Daremos continuidade à campanha humanitária de apoio aos cubanos que sofreram os desastres naturais (sic) provocados pela passagem recente dos furacões pela ilha”.
Agora eu pergunto: qual desses vagabundos que apóiam o regime terrorista e genocida do assassino Fidel Castro mobilizou-se em prol dos nossos irmãos catarinenses, também vítimas de um brutal desastre natural? E o que dizer do misterioso assassinato do médico gaúcho Marco Antônio Becker, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande Sul, que há anos vinha se opondo ao protecionismo que pretendiam dar aos “médicos” formados pela ELAM (Escuela Latinoamericana de Medicina)? É bom lembrar que o presidente do Sindicato Médico do RS, Paulo de Argollo Mendes tem um filho (ou filha) estudando medicina em Cuba...
Este bando de psicopatas comemora a vitória de uma “revolução” que só espalhou morte, tortura, miséria, fome e terror ao longo desses 50 anos e ainda tem a cara de pau de falar em “campanha humanitária” a essas vítimas que sofrem muito mais com o regime que lhes vai matando aos poucos – de fome de alimentos e de liberdade – do que com a passagem dos furacões. Cínicos! Hipócritas! Degenerados, isto é o que são!
E como hoje se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Notalatina apresenta alguns relatos do que vem ocorrendo desde o início do mês com os cubanos que se opõem ao regime ditatorial castro-comunista. Esses relatos não vão ser denunciados nos canais de televisão nem nos jornais brasileiros, e menos ainda no blog da “dissidente” Yoanis Sánchez. Bem ao contrário da “reprimenda” que ela levou para não dar prosseguimento ao encontro de blogueiros, estes relatos (e fotos acima) mostram como são tratados os opositores ao regime, verdadeiros heróis anônimos. Leiam os nomes das vítimas e me respondam: vocês já ouviram falar em algum deles? Certamente que não, porque eles não são “manchetes” de jornais, não dão IBOPE, não têm nenhum charme, tampouco são protegidos de ninguém. Têm apenas uma vontade férrea e inquebrantável de ser livres e viver com dignidade. Por isso são tão perseguidos, ameaçados, espancados, torturados. Não escapa nem velhos, não escapa ninguém que resolva nadar contra a corrente.
Em 1º de dezembro foi detido o opositor pacífico licenciado em Direito, José de La Rosa Pérez, em Moa, cidade de Holguín, quando mantinha uma discussão com sua mãe, Ramona Pérez, que não queria permitir a dedetização da casa onde moram. Enquanto discutiam, o “chefe do setor” da localidade, de nome Erisleidis Sanamé invadiu a casa sem permissão e em tom agressivo pediu a carteira de identidade de José que recusou-se a entregá-la. Duas horas depois ele saiu de casa e após haver caminhado por volta de um quilômetro foi interceptado por uma patrulha que o empurrou para dentro de um carro e o levou para a prisão “Duas Baías”. Lá, foi jogado numa cela, acusado de ter ameaçado Sanamé com uma faca de cozinha. Segundo dona Ramona, seu filho não fez isso mas foi detido porque no dia 4 de novembro participou de uma vídeo-conferência no escritório de interesses norte-americano em Havana sobre as eleições naquele país, e a Segurança do Estado apenas armou-lhe uma cilada para poder vingar-se.
No dia 3 de dezembro o opositor pacífico Wilfredo Álvarez García foi agredido por pessoas desconhecidas em Aguada de Pasajeros, Cienfuegos, onde mora. Por volta das 4:20 da madrugada a porta de madeira de trás de sua casa foi incendiada. Ele correu para apagar o fogo quando foi atingido por uma pedra que lhe atingiu o olho direito deixando enorme hematoma. Segundo Wilfredo, “A ação que provocou buracos na porta de minha casa e lesões à minha pessoa ocorreu porque no passado 23 de novembro festejamos em meu lar o primeiro aniversário da delegação do Movimento Independente Opção Alternativa (MIOA) na municipalidade”, do qual é membro.
A Polícia Política interceptou no passado 8 de dezembro, em plena via pública, mais de uma dezena de opositores pacíficos que se dispunham a assistir à missa na igreja de Nossa Senhora de Regra, na capital de Havana. Os fatos ocorreram por volta das 10 horas da manhã, nas imediações da capela, quando os dissidentes foram ameaçados verbalmente pelo oficial da segurança que se diz chamar Melvin.
Nesta ocasião acompanhava o oficial uma Brigada de Resposta Rápida composta por mulheres que vestiam camisetas de “trabalhadores sociais”. Segundo o oficial, ninguém iria assistir à missa ou seriam detidos até que passasse o 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, de acordo com Deysi Martínez, que deu a informação. Marínez informou que esta atividade se realiza todo dia 8 de cada mês, onde se pedem orações pela liberdade de todos os presos-políticos. Mas a pior de todas as agressões e repressão ocorreu ontem à tarde, conforme nos relata o site “Payo Libre” e que traduzo literalmente.
Havana – Na tarde de hoje, 9 de dezembro, na rua K entre Línea e 13, no Vedado, foram agredidos brutalmente os opositores Lázaro Joaquín Alonso, Marlene Bermúdez, Roberto Marrero e quem denuncia, Belinda Salas Tápanes. Uma turba agressiva composta por oito policiais que se locomoviam em dois carros patrulheiros, sem pedir identificação e sem manter qualquer conversa, começaram a nos golpear.
Em Lázaro Joaquín deram um golpe tão violento que ele sangrava abundantemente pela boca e na cabeça, além de receber forte golpe nos testículos. Atualmente se desconhece seu paradeiro, pois foi detido pela polícia. Marlene Bermúdez e seu esposo Roberto Marrero, foram agredidos brutalmente e rasgaram a blusa dela. Ato contínuo, foram detidos e conduzidos a paradeiro desconhecido, embora a polícia gritasse enquanto os golpeava que iriam direto para Camagüey, local onde residem.
A mim, Belinda Salas, me rasgaram a blusa me deixando nua, e os golpes me produziram fratura em uma mão. Além disso, depois de me colocarem no carro da polícia, ao ver que as pessoas que levavam eram do interior da ilha, me jogaram para fora do carro em movimento.
Queremos fazer chegar a todos os homens de boa-vontade esta denúncia, que demonstra o medo do regime ao 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Pedimos a solidariedade ante tão criminoso ato e ratificamos que a FLAMUR (Federação Latino-Americana de Mulheres Rurais em Cuba) continuará lutando pelos direitos do povo de Cuba.
Belinda Salas Tápanes, presidente da FLAMUR.
Bem, vocês leram e podem comprovar essas denúncias acessando o site Payo Libre no link ao lado. Isto porque eu só falei dos que vivem fora das prisões, o que não significa necessariamente “ser livre”. É por gente como esta que é presa como passarinho em alçapão, sem saber porquê, que os psicopatas que vão comemorar os 50 anos do genocídio em Cuba pedem solidariedade? É óbvio que não! É em gente como esta, heróis anônimos que deposito minha irrestrita solidariedade e elevo minhas preces a Deus, para que um dia eles possam sair às ruas sem medo, que possam assistir quantas missas desejem e circular por onde lhes der vontade, afinal, Deus não nos fez cativos e muito menos “propriedade” de ninguém. Quanto menos de monstros sanguinários como os irmãos Castro e sua delinqüente Nomenklatura... As fotos apresentadas acima não são de hoje, mas de outros eventos onde a brutalidade e a bestialidade são a tônica do cotidiano desta gente.
Que Deus abençoe estes cubanos e os mantenha na fé e na coragem. Meus agradecimentos eternos a Pablo Carvajal, meu incansável “hermanito”, pois sem sua dedicação e determinação estas barbaridades não me chegariam ao conhecimento nem ao de ninguém de fora da Ilha-Cárcere. Fiquem com Deus e até a próxima!
Fonte: www.PayoLibre.com
Comentários e Traduções: G. Salgueiro