terça-feira, 11 de abril de 2006


O Notalatina de hoje presta uma homengem às vítimas barbaramente assassinadas dos 11 de abril: de 2002, pelas milícias chavistas e polícia política na Venezuela do ditador Chávez e de 2003, pela tibieza do mega-assassino do Caribe, Fidel Castro, crimes até hoje IMPUNES.


Apesar das hipócritas declarações do “ex”-terrorista Jesse Chacón e do deliqüente Chávez, a respeito dos últimos 5 assassinatos que chocaram não só a Venezuela mas o mundo, de que “os culpados fossem localizados e punidos”, ontem esta mesma Justiça (que se assemelha muito à nossa, pelos conchavos e apadrinhamentos de criminosos e não pela defesa do cidadão de bem) “inocentou” por falta de provas os assassinos da senhora Maritza Ron, ocorrido em agosto de 2004, deixando a todos que tomaram conhecimento a perplexidade e a certeza de que esses novos governos comunistas perderam completamente o “pudor” em cometer crimes e acobertar aqueles cometidos por sua gente, pois a certeza da impunidade lhes faculta este comportamento.

Encontraram os “autores” do seqüestro, tortura e assassinato dos irmãos Faddoul e de seu motorista Mario Rivas, entretanto, as famílias dos acusados e eles próprios afirmam que “se entregaram depois que a polícia invadiu suas residências à cata de provas, os intimidaram e ameaçaram”, mas eles são inocentes, tanto que antes de se entregarem passaram pela Polícia Técnica para fazer exame de corpo de delito, para provar que estavam sãos, temendo torturas ou maus tratos por parte da Polícia.


Os exemplos que o Brasil tem dado nesse sentido, com as absolvições descaradamente sem-vergonha de parlamentares ladrões, cínicos e mentirosos, são uma mostra ainda muito pequena do que vem ocorrendo na Venezuela e que o nosso des-governo tem como modelo. Tudo sob a poderosa batuta do maldito Foro de São Paulo que muita gente boa, aqui no Brasil, “não agüenta mais ouvir falar”; só eu, o Olavo e uma meia dúzia de “malucos” do Mídia Sem Máscara, of course!


Mas, dentro desta homenagem que presto aos assassinados pelas ditaduras comunistas de Cuba e Venezuela nos 11 de abril, trago um artigo em memória dos três jovens cubanos fuzilados após serem apreendidos numa lancha que “seqüestraram” pacificamente, tentando fugir do “paraíso caribenho”. Lembro bem das reportagens havidas na época e da perplexidade de duas jovens turistas francesas que, chorando, relatavam que os rapazes não molestaram ninguém e que Fidel Castro lhes havia prometido que “não faria qualquer mal aos ‘seqüestradores’”; no mesmo dia, todos foram sumariamente fuzilados, sem julgamento e suas famílias sequer tiveram o direito de saber onde foram sepultados, para levar-lhes flores e fazer uma prece. O abjeto monstro do Caribe chamou o caso de “os três negrinhos terroristas”, como se eles não fossem seres humanos com identidades próprias, com famílias, sonhos e esperanças, e tudo o que desejavam era liberdade.


Na próxima edição falo a respeito de um vídeo feito em Cuba, que seria divulgado hoje, mas preferi aproveitar esta data para prestar homenagem aos assassinados do dia 11 de abril. A foto é dos assassinados na Venezuela; gostaria de ter publicado a dos três jovens cubanos mas as que recebi eram um tanto escuras e não dava para ver seus rostos com nitidez. Fiquem com Deus e até a próxima!



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Oração para os mortos de Abril
Ramón Colás



(Em memória de Bárbaro Castillo, Lorenzo Castillo e Jorge Luís Martínez Isaac, fuzilados em 11 de abril de 2003, por ordens de Fidel Castro)

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Eram três jovens negros como as noites de apagões. Haviam vivido sob vigilância e golpes. Fome e prisões. Na confusão de uma cidade gigante que os engasgava como roedores nocivos, sem espaço preciso na urbe. Eram chocantes ao estrangeiro e perigosos ao policial. Inadaptados aos CDR. Descarrilados para UJC. Inimigos do povo, para o Partido. Bandoleiros sem salário, para os vizinhos.


Eles não eram o reflexo do “homem novo” e poucas vezes foram à praça. Preferiam a algaravia das ruas e a cobertura pálida de Havana Velha ou os rincões perversos do solar e das longas filas de uma cervejaria. Talvez, o mau cheiro dos esgotos perfurados na esquina do bairro ou uma xícara de café misturado com ervas


Porém, tinham o sonho de ser livres do horror e do cativeiro. Da intriga e do medo, da adulação e do cansaço. Desejavam renunciar ao coro e desceram os bancos de areia em silêncio acumpliciados com o mar, o bom tempo e um barco. Ocuparam a praia e a baía. Tomaram o rumo de suas mortes ansiando cruzar o golfo e alcançar a outra borda para secar sua sede na areia, caminhar sem temer a polícia e mudar suas vidas no trabalho. Seriam heróis deles mesmos. Novos navegantes no século dos computadores. Comandantes do mar e da bitácula. Aventureiros do trópico e da desgraça.


No caminho sonhavam em enviar dólares a suas mães. Cartas aos amigos. Presentes às noivas. Blasfêmias ao tirano e aos cúmplices do bairro. Fotos em restaurantes famosos e praias livres do sul da Flórida ou de seus carros do ano (quem sabe...).


Porém, o infortúnio flagrou seus sonhos. A lancha, doutrinada a navegar suas poucas milhas consumiu o combustível na pior hora. Tinha que regressar e regressaram. Já estavam ditadas suas condenações. Em 11 de abril de 2003 lhes descarregaram rajadas curtas de fuzis AK em seus peitos púberes, cobrindo de sangue a cor ébano de seus corpos jovens.


Morriam para evitar uma guerra com os Estados Unidos, disse o Comandante e o ratificava em poucas horas o chanceler. Morreram por ditamem de palácio e suas mortes eram as partes do pastel que mereciam, segundo palavras do próprio ditador que se reuniu com eles antes de linchá-los.


A mãe de Bárbaro Castillo, de apenas 21 anos de idade, chorava enlouquecida pelas ruas de Francisco Guayabal, sua cidade natal, e gritava com dor: “Fidel assassino!” até perder a voz. As autoridades do partido da zona lhe fecharam as portas e lhe chamavam de “louca”. Os amigos colocaram uma foto do rapaz e choraram durante vinte e quatro horas, enquanto os mestiços de Castro vigiavam a casa e sua pobreza.


Também a mãe de Lorenzo Copello, uma negra obesa e cansada, mostrou seu desconsolo, negando a acreditar que seu filho houvesse morrido nas mãos de uma revolução na qual havia acreditado. Este crime contra três inocentes, incluindo o seu rebento, lhe permitiu conhecer a natureza assassina do castrismo e o disse mil vezes arrependida: “Maldito Fidel, assassino, és tu quem mereces morrer”!


Que horror! Que crime! Onde estavam os amigos da vida? Esses, que nas tribunas de Havana carcomem nosso idioma com palavras de ordem a favor do homem e de um mundo melhor? Que pena! Certo, “trata-se de três negrinhos condenados pela fúria do velho tirano”. “Nosso amigo”. “Meu amigo”. “Calemos agora”. “Façamos silêncio”, disseram Lucio Walker e García Marquez. Também Benedetti e Galeano. A esquerda mundial militante e frustrada. José Saramago, o escritor ganhador de um Nobel, comoveu-se no princípio com a condenação, mas depois se retratou, como uma donzela temerosa do castigo certo que viria do regime de Havana.


Que horror! Que crime! E o silêncio cúmplice de sempre, sepultou três jovens em uma fossa até hoje desconhecida pelas famílias, enquanto o mundo continua igual. Se estes mortos fossem vítimas de Pinochet, seria outra coisa. A imprensa mundial o destacaria em suas manchetes e as condenações ao tirano seriam em massa. Castro, este “ditador cômodo”, pode assassinar que depois é aplaudido. Afundar navios com crianças em seu interior e ser absolvido do julgamento dos povos. Derrubar aviões civis em pleno vôo e depois ser considerado inocente.


Que horror! Que crime!!!


CAMPANHA CUBANA PELA LIBERDADE DOS PRISIONEIROS POLÍTICOS


Fonte: http://www.payolibre.com/


Comentários e tradução: G. Salgueiro