sábado, 14 de dezembro de 2002

Muita gente anda se encantando com a postura do presidente eleito, acreditando mesmo na mudança radical do PT, para uma postura mais moderada e conciliadora. Após a visita recém feita aos Estados Unidos, muitas foram as matérias elogiosas à conversa do Sr. da Silva com o presidente Bush, antes um notório inimigo, agora “felizes companheiros”.



Eu não sou pessimista e torço, do fundo do coração, para que as inúmeras promessas feitas antes da eleição e agora nas tantas declarações nos encontros com chefes de Estado se realizem, para o bem do nosso país. Mas, cada vez que recebo uma notícia escabrosa vinda de Cuba, não posso deixar de lembrar-me (e lembrar aos leitores) que esse mesmo Sr. da Silva declarou que “Cuba era um modelo e um exemplo a ser seguido”. Pois é desse “modelo” que o Notalatina apresenta hoje uma carta recebida de uma prisão de segurança máxima, onde está encarcerado sem julgamento e sem saber a causa da detenção desde o dia 28 de fevereiro, o preso de consciência José Manuel Pereira Hernández, que revela, com toda a crueza, como são desrespeitados em Cuba todos os direitos humanos mais elementares.



Outro escândalo acontecido no “paraíso caribenho” diz respeito ao preso de consciência Oscar Elías Biscet que, após passar 3 anos preso, injustamente, foi liberado em 31 de outubro deste ano e após 34 dias de liberdade já está novamente encarcerado, desde o dia 6 de dezembro. Há ainda notícias da Venezuela e da parada geral que já alcança o 13º dia sem que nada seja resolvido.



DO CÁRCERE



José Antonio Fornaris – Cuba-Verdad



HAVANA, dezembro (www.cubanet.org) – Recebi na quinta-feira passada, 5 de dezembro, uma carta escrita na prisão de Guanajay. Certamente que não me chegou pelo correio regular. A carta pertence ao preso político José Manuel Pereira Hernández. Embora a carta seja pessoal, quero compartilhá-la com os leitores de CubaNet.



Após a saudação, a carta começa: ”...saberás que no dia 28 de fevereiro deste ano me detiveram, encontrando-me em minha casa já deitado porque já passavam das 10 horas da noite. O oficial Rubén (da Segurança do Estado) em sua moto, e outro oficial em outra moto Susuki, e um (carro) Lada com outros agentes, me conduziram ao Departamento Técnico de Investigações de 100 e Aldabó. Ali me interrogavam a cada 3 ou 4 dias e só me perguntavam como estava e me ameaçavam para que eu deixasse a oposição. A comida é péssima e pouca, dormia em uma prancha de metal e o colchão era um pedaço de espuma que media aproximadamente 150 por 75 centímetros.



Estive nesse lugar horrível por um mês, até que me conduziram, sem sequer dizer-me por quê estava detido, na prisão de Guanajay. Desde abril me encontro em Guanajay, prisão de segurança máxima, onde não existe separação para detidos nem para presos pendentes (reclusos a espera de serem sancionados) como sou eu. Todos os presos que há aqui estão condenados entre 20 e 60 anos por assassinatos, violações e outras causas perigosas. Aqui sempre há problemas entre presos. Entre eles existem muitos que estão armados com arma branca que fabricam para defenderem-se uns dos outros. É um risco encontrar-se aqui, pelo perigo em que se permanece constantemente. Aqui eu sou o único preso político, sou o único que tem a correspondência bloqueada, isso eu pude confirmar. Não me entregam cartas que amigos e familiares me escrevem, as visitas me são dadas em separado, independente dos demais presos, custodiado por oficiais que escutam as conversas dos familiares que vêm me ver. Me confiscaram livros e me revistam mais do que aos outros. Durmo em um colchonete que me deram os que dirigem a prisão, de saco de nylon e em seu interior pedaços de esponja do mar com terra, pedras e areia.



Os direitos humanos são violados aqui, constantemente, maltratam os presos e os enganam. Já transcorreram 9 meses de minha detenção e todavia não sei nada, igualmente a minha família, também nada sabe. Minha advogada tentou investigar, porém o expediente é secreto. O que mais me doi são meus pais, que são idosos e sofrem pelo encarceramento injusto a que estou submetido. Eu estou orgulhoso de minha luta, não me humilharei jamais, não vou trair jamais minhas idéias e meus princípios. Estou convencido de que Castro se desmorona dia a dia por sua forma de atuar e a constante violação dos direitos humanos. Não obstante, me pergunto: se existem as Nações Unidas e as leis internacionais, por que Cuba continua submetida a uma ditadura militar por tantos anos? Até quando, Fornaris, meu amigo, pessoas devem morrer tentando abandonar o país, arriscando a vida a cada dia, fugindo deste sistema? Irmãos de luta são obrigados a emigrar como refugiados políticos devido às perseguições contínuas. Nosso povo sofre pela falta de liberdade e direitos que nos roubam. Estamos atrasados no mundo, não temos propriedades, estamos isolados sem conhecer o mundo por uma ditadura que obriga o povo a participar em todas as suas campanhas, com ameaças e chantagens. Já estou concluindo, não desejo que minha carta o canse. Te expliquei por alto o que tem se passado comigo. Te desejo bem; cuida-te muito. Aqui tens um irmão, um amigo. Te quero porque me dá gana.



José Manuel Pereira é um homem humilde, um trabalhador, para ser mais claro, um pedreiro. Porém, é sobretudo uma pessoa honesta e qualquer pessoa se sente bem de que uma pessoa assim lhe queira bem, apenas “porque lhe dá gana”. Após a despedida e sua assinatura, Pereira conclui a carta com este pensamento de José Martí, Apóstolo da independência de Cuba: Me parece que matam a um filho, cada vez que privam a um homem do direito de pensar”.



SERÁ PROCESSADO NOVAMENTE O EX-PRESO DE CONSCIÊNCIA OSCAR ELÍAS BISCET



HAVANA, 11 de dezembro (Ernesto Roque, CPI – www.cubanet.org) – O ex-prisioneiro de consciência Oscar Elías Biscet será processado novamente, junto a outros três desobedientes civis, que permanecem presos desde o dia 06 de dezembro na delegacia policial localizada na Avenida de Acosta, no município Dez de Outubro da capital cubana.



Agora as acusações serão alteração da ordem pública, segundo informou ontem a familiares e amigos dos detidos, o instrutor policial José Angel Aguilera. O oficial informou que após uma reunião com seus chefes, havia-se determinado não conceder a visita de cinco minutos que fora prometido aos familiares de Biscet e dos demais ativistas presos.



O instrutor policial informou, além disso, que os ativistas que residem na província Matanzas seriam transferidos para essa região. São eles: Enrique Pérez Hernández e os irmãos Guido e Ariel Sigler Amaya. Porém, na madrugada de hoje se confirmou que os três foram libertados.



Todavia, Virgílio Marante Guelmes, Orlando Zapata Tamayo e Raúl Arencibia Fajardo, que residem em Havana, serão julgados junto com Biscet. Estes quatro presos receberão a visita de seus familiares no dia 13 de dezembro, de acordo com o exposto pelo instrutor Aguilera.



Este oficial assegurou que a polícia política não tem nada a ver com a prisão de Biscet e dos outros 16 ativistas, pois o problema era de competência da Polícia Nacional Revolucionária, declaração que é interpretada por familiares e amigos dos detidos como uma burla das autoridades.



CAMPANHA CUBANA PELA LIBERDADE DOS PRISIONEIROS DE CONSCIÊNCIA – http://www.payolibre.com/presos.htm



”Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos também estivésseis”. Hb. 13, 3



Estas informações foram transmitidas por telefone, uma vez que o governo de Cuba não permite ao cidadão cubano o acesso à internet. CubaNet não reclama exclusividade de seus colaboradores e autoriza a reprodução deste material, desde que se lhe reconheça como fonte.

Fonte: La Voz de Cuba Libre – www.lavozdecubalibre.com



Informações de um correspondente venezuelano:



O povo da Venezuela pede e a razão da Parada Geral é para exigir eleições livres e confiáveis. Ninguém quer dar um golpe militar, mas sim, eleições livres para a escolha de outro presidente. A mesa de negociações trata de chegar a um acordo sobre a data (esforço que considero inútil).



Aqui vai um resumo esquemático dos resultados eleitorais passados. Vale a pena examiná-los para nos darmos conta da realidade percentual dos chavistas. Não há dúvida (pelas pesquisas) que hoje em dia, o resultado favorável a Chávez não chegaria nem a 15%. Por isso é que Chávez não pode, nem deseja medir-se em umas eleições gerais. Seu “projeto revolucionário”, como ele diz, e que eu entendo como um “projeto comunista”, que já está muito avançado, não contempla, nem necessita das eleições. Esse projeto se impôs ao povo, porque para eles, é uma verdade indiscutível.

Aqueles que não pensam assim, são considerados: “contra-revolucionários” e como tal, são perseguidos.



Rómulo Lander



NEM UM PASSO ATRÁS!



O COMANDANTE MORTE



Eleonora Bruzual – El Universal



A Venezuela guardará para sempre o horror de haver padecido em uma balbúrdia ambiciosa que passou de populista a carniceira e ganhou com vanatgem o título de Comandante Morte.



Hugo Chávez e os vândalos que o seguem não soltarão a presa sem antes inundar de sangue esta terra sofrida que desde 11 de abril começou a chorar os mortos, e sabe muito bem que lida com assassinos sem consciência, capazes de tudo para manterem-se usufruindo das riquezas de um país que é refém e vítima.



Desde o chacal de Sabaneta, passando pelos abjetos José Vicente Rangel, Diosdado Cabello, Aristóbulo Istúriz, Freddy Bernal, García Carneiro, descarados chefes dos círculos homicidas, protetores do “Senhor Gouveia” como chamam a um dos assassinos de Altamira. Sobram as provas para responsabilizar-lhes de crimes de lesa-humanidade. Eles e personagenzinhos medíocres como Chaderton e José Luis Prieto, dois figurões histéricos, barulhentos, desesperados ante o iminente final, tratando de buscar defensores que inaceitavelmente lhes protegem, alegando antigas proximidades com um venezuelano de exceção como o foi Aristide Calvani, e a quem estes comissários políticos sem dignidade, revolvem em sua tumba. Figuras de recheio ampliam a distribuição de uma tragédia cujo último capítulo ainda não se escreveu.



Rafael Poleo me altera quando o escuto dizer que não devemos perseguir o passado e temos que garantir a uns assassinos e desfalcadores a impunidade. Que nada lhes acontecerá, que poderão continuar como se nada tivesse acontecido, enquanto os mortos inocentes nos obrigam a rechaçar tal senvergonhice. Os vândalos arranjam defensores, enquanto as vítimas clamam justiça.



Uma noite chavista descreve tudo: um homem de olhar frio, tanto quanto seu nome Adel El Zabayar Samara deputado do oficialismo, graduado na Ucrânia comunista como sua atitude violenta, trazem a minha memória imagens de morte e terror do Oriente Médio. Este homem incita as ordas assassinas prometendo não paraísos islâmicos, mas castro-chavistas... Com ele, nas mesmas andanças, Luis Tascón, Iris Varela e Julio Montes embaixador em Cuba que voltou, como no fatídico 11 de abril, a transferir-se para Caracas, para mobilizar as quadrilhas assassinas. Pela tv vejo Guillermo Zuloaga dar as boas-vindas ao “seu amigo” Nicolás Maduro por estar presente também “na noite das câmaras rotas”, talvez pensando que assim o compromete com a decência... Não entendo. Não entendo muitas coisas. Só entendo que há e haverá muitos mortos antes de ver o final dessa maldita revolução.



quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

O Notalatina volta a informar as últimas notícias vindas da Venezuela. Hoje, além de divulgar como andam as negociações, trazemos também um “manifesto” do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), em solidariedade ao movimento chavista e, claro, culpando os Estados Unidos pela situação atual com a mesma velha e carcomida alegação de que são os americanos que pretendem desestabilizar o país. Essa gente ou é cega, ou burra, ou portadora de uma má-fé imensurável, ou tudo isso junto.



MOVIMENTO SEM TERRA DO BRASIL SOLIDARIZA-SE COM A “REVOLUÇÃO BOLIVARIANA”



Confirmando-se, mais uma vez, a manipulação da Internacional Socialista. O Movimento dos Sem Terra, do Brasil; As Mães da Praça de Maio, da Argentina; os Macheteiros, de Porto Rico; as Organizações Mapuche, Tupamaros, Zapatistas, etc., se pronunciam continuamente a favor das tiranias como a de Castro, os aspirantes a tiranos como Chávez, assim como os terroristas ETA, IRA e todos os demais ao redor do mundo, incluindo de quem a presidenta das “Mães da Praça de Maio”, Hebe Bonafide declarou a alegria que encheu seu coração quando viu a destruição do World Trade Center, que causou a morte de milhares de trabalhadores.



O MST se solidarizou hoje com a “revolução” que apregoa o chefe de Estado, Hugo Chávez, e denunciou que uma elite “inescrupulosa” e os Estados Unidos estão propiciando um golpe de Estado nesse país.



O movimento conhecido por suas siglas MST, divulgou uma nota na qual assinalou que ”os acontecimentos evidenciam a incapacidade da elite venezuelana para aceitar mudanças sociais, políticas e econômicas, por menores que sejam, em benefício dos pobres e excluídos”.



Fazendo suas, as palavras de Chávez, o MST disse que ”essa elite quer manter a qualquer preço seus privilégios e não duvida em usar de todos os instrumentos que possui na intenção de destituir um governo legitimamente eleito pela imensa maioria do povo”. (Situação e discurso igual ao que o PT e sua militância aguerrida dizia, antes de chegar ao poder. Notalatina)



A mensagem do MST, um velho aliado do socialista Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual pertence o presidente eleito do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, foi divulgada quando na Venezuela a greve geral convocada pela oposição chegou ao seu nono dia, e afetava com força especial a estratégica indústria petroleira.



Em alusão às distintas eleições ganhas por Chávez ou seus partidários nos últimos quatro anos, o MST lembrou que ”nunca na história da Venezuela um governo consultou tantas vezes o seu povo, mediante plebiscitos ou comícios”.



Coincidindo com Chávez, a nota afirma que a oposição venezuelana ”não respeita a Constituição, manipula inescrupulosamente a informação através de um monopólio midiático, utiliza falsas organizações de trabalhadores, sacrifica vidas humanas e busca, a qualquer custo, um golpe de Estado”.



O MST acusou o governo dos Estados Unidos de estar por trás das intenções “desestabilizadoras” na Venezuela, com o objetivo de “passar a controlar o acesso ao petróleo” desse país sul-americano, um dos principais abastecedores do mundo.



”A história de nosso continente está repleta de exemplos e de tragédias resultantes da política imperial dos Estados Unidos”, acrescenta a nota.



Os camponeses sem terra advertiram, além disso, que ”o que está se passando na Venezuela pode repetir-se na Bolívia, Brasil ou Equador, que votaram contra o neo-liberalismo, contra os interesses das multinacionais americanas e contra a ALCA”, pela Área de Livre Comércio das Américas, promovida por Washington.



Fonte: Efe/www.el-nacional.com



JOÃO DE GOVEIA

Especial para La Voz de Cuba Libre – por Rafael Coutin



João de Goveia, um português de 39 anos (naturalizado venezuelano) é até agora o principal implicado na matança de civis na Praça França, em Altamira (Caracas). Este indivíduo apresenta todo um rosário de estranhos aspectos em sua vida. Antes de tudo, chama a atenção que em um país onde os emigrantes portugueses são uma colônia florescente, dedicados principalmente ao comércio, exista um indivíduo como este de profissão supostamente: TAXISTA.



Parece que este personagem que vive há 22 anos na Venezuela não tenha encontrado melhor residência que um hotel, abrigo temporário que geralmente é usado por pessoas em trânsito no país. Estas residências são bastante caras para uma pessoa de classe média, como é sem dúvida o negócio de taxista, mas que parece prover a João de fundos suficientes para pagar um lugar confortável para viver...



Nos chegaram informes de que o sr. Goveia dirigia um taxi moderno, não desses velhos transportes que constituem três quartas partes do serviço de taxis na Veenzuela, onde João havia conseguido um taxi subvencionado pelo governo, através de um programa que existe para ajudar os taxistas, porém que as filas de espera são muito maiores do que as disponibilidades.



Porém, não termina aqui a sorte deste estranho “emigrante”, que aparentemente foi vítima da malandragem comum e roubaram seu veículo. Para qualquer venezuelano no negócio, isto teria significado o final de sua carreira, porém, ah!, sorte louca do lusitano, no dia seguinte o governo venezuelano, em um gesto inusitado lhe substituiu o taxi roubado!



Por alguma estranha causa paranormal, o supracitado foi captado por uma câmera de vídeo quando caminhava ao lado do líder das hordas oficialistas; o prefeito do município de Libertador, Freddy Bernal, é bem sabido de todos que tem um denso cordão de segurança em torno de si, de maneira que João, inadvertidamente pode aproximar-se sem que nenhum dos numerosos guarda-costas pudessem notá-lo e, o mais estranho é que, segundo o presidente venezuelano em defesa pública do réu, explicou que Goveia se encontrava, nesse momento em... Portugal!



Há demasiadas coincidências, a mais humilhante é um informe de que a oposição venezuelana obteve de mãos amigas no estrangeiro, onde se identifica João de Goveia como um ativista e ligado ao... IRA! Que tal? Parece que tudo o que foi dito anteriormente é pura coincidência, tanto quanto o segundo estrangeiro implicado neste assunto; Frank Pieterzs é de nacionalidade inglesa! Coincidências?



Rafael Coutin é co-editor de La Voz de Cuba Libre e Chefe do Birô de Notícias em Miami.



EMBAIXADA DOS ESTADOS UNIDOS NA VENEZUELA AUTORIZA A SAÍDA DE PESSOAL NÃO-ESSENCIAL



O Departamento de Estado norte-americano autorizou nesta terça-feira a saída de sua embaixada em Caracas de todos os empregados não-essenciais que desejem sair da Venezuela, por causa do recrudescimento da crise.



A chancelaria emitiu uma nova advertência aos cidadãos americanos que residem na Venezuela, ou têm planos de viajar para esse país, sobre “a deterioração da situação política e de segurança”.



O “travel warning” do Departamento de Estado também “alertou” os norte-americanos sobre sua decisão de autorizar “a partida voluntária de familiares elegíveis e pessoal não de emergência da embaixada na Venezuela”. Aos cidadãos estadunidenses recomendou-se “adiar todas as viagens à Venezuela neste momento ”e àqueles que já se encontram no país caribenho, foi solicitado “urgir” em “considerar a partida”. O novo aviso do Departamento de Estado substitui o emitido apenas na última sexta-feira.



ANÁLISE



Governo se apoia na Força Armada

Alfredo Rojas – El Universal



Miraflores ontem parecia o despacho de um poder que não sofre uma greve. O Governo não duvida que exerce o comando supremo da Força Armada, e considera que a CTV, Fedecâmaras e a Coordenadoria Democrática dominam os meios de comunicação, porém não a instituição armada, cujo controle mantém Chavez no poder. O chefe do Estado não viajou ontem à Aragua ao ato da Aviação militar. Ficou em um encontro com os generais Jorge García Carneiro, Eugênio Gutiérrez Ramos e Jesús Villegas Solarte.



O Governo manobra para controlar a emergência na PDVSA, porém estima que a greve não o afeta politicamente, nem obriga Chávez a abandonar seu cargo, e que pode aguentar até dois meses com esta circunstância, inclusive percebe que na inatividade dos bancos e do comércio afeta o público da oposição, e não os partidários do Governo. O Executico sabe – e sente – que a greve chegou a PDVSA e que o ataque foi duro, porém vê que que a emergência é econômica e não política, e que não é uma circunstância que ponha o Governo contra a parede, para aceitar uma convocação eleitoral em alguns meses. O ex-Ministro do Interior e Justiça, Ramón Rodrígeuz Chacín, e o ex-diretor da DISIP, Eliézer Otaiza, que é assessor da Contrainteligência da Casa Militar, são os que mais se vêem em Miraflores.



Fontes de confiança, segundo foi descrito por WQBA 1140 em Miami, revelaram a esta emissora que na madrugada de hoje, quarta-feira, o Alto Comando conjunto das Forças Armadas Nacionais da Venezuela, pediu a renúncia do Presidente Hugo Chávez; se esta não se produziu de imediato foi, aparentemente, pelas pressões dos talibãs do regime chavista, principalmente Diosdado Cabello e José Vicente Rangel. Até esta hora em que se produz esta notícia, Caracas amanhece sacudida por uma parada continuada e crescente, que abarca 90% da atividade nacional, a sociedade civil marcha nas ruas pedindo em voz forte a renúncia de Chávez, enquanto que a crise alcança o que parece ser o pináculo, pela retirada do pessoal não-essencial da Embaixada dos Estados Unidos e um ultimatum que provavelmente foi dado pele Secretário da OEA, César Gaviria, estabelecendo a data de hoje como limite para chegar a um acordo. Se esta tarde não se chegar a ele, o secretário Gaviria partirá amanhã para Washngton.



Dada a gravidade esses eventos, muitos estimam que a saída do presidente Chávez nas próximas horas é iminente.



De Miami, para La Voz de Cuba Libre, Rafael Coutin, Birô de Notícias Miami.



terça-feira, 10 de dezembro de 2002

Voltamos a falar sobre a Venezuela, hoje com uma grave denúncia. O termômetro esquenta, mais grupos aderem ao movimento dos opositores, as negociações arrastam-se como lesmas e Chávez, intransigente como sempre, segue empurrando com a barriga uma situação insustentável, onde 5 pessoas já morreram e 30 ficaram feridas pela ação criminosa de franco-atiradores.



O Notalatina de hoje traz ainda a notícia de mais um cubano que fugiu da Ilha do Inferno, de uma maneira inusitada e perigosíssima. Todos os dias pessoas tentam escapar de Cuba, o que sempre me leva a perguntar: se aquilo lá é mesmo um “paraíso” como pregam os adoradores do monstro do Caribe, por que tanta gente se expõe e prefere arriscar morrer, a continuar vivendo lá? Será que as estatísticas não falam por si sós? Para um país de 11 milhões de habitantes, ter 2 mil de seus filhos vivendo exilados fora de sua pátria, não é um número bastante expressivo para que se questione onde reside o erro? Além disso, todos os dias chegam notícias de pessoas que fugiram, ou pelo menos tentaram buscar a liberdade, arriscando a vida de todas as formas possíveis. Por que?



O exílio quase nunca é uma escolha voluntária, a não ser, aquele do espírito, ao qual poucos se aventuram. Quem sai do seu país deixando para trás toda uma história de vida, família, costumes, idioma e se aventura como esse homem de quem trago o relato hoje, tem que ter um motivo muito forte e concreto. É preciso ter afinidade e cumplicidade com um tirano assassino e um regime genocida e infame como o socialismo, para mentir e transmutar o horror em beldade, fazendo de Cuba, “o paraíso aqui na terra”.



MAIS UM CUBANO FOGE DA ILHA E DA ESCRAVIDÃO



O canal LCN do Canadá acaba de anunciar que, no dia de hoje (09.12), chegou um cubano no trem de pouso de um avião de Cuba. Segundo os analistas, o caso é surpreendente porque a altura em que o aparelho voa, registram-se temperaturas de até 57 graus abaixo de zero! Entretanto, o cubano encontra-se bem.



Informação enviada por Esteban Casañas Lostal, de Montreal – Canadá, para La Voz de Cuba Libre



CONTRA-ALMIRANTE DA ARMADA SE PRONUNCIA CONTRA O GOVERNO



Unión Radio



Um novo pronunciamento militar contra o primeiro mandatário foi divulgado nesta segunda-feira. Desta vez, falou o contra-almirante Carlos Julio García Vásquez que disse de modo categórico à Força Armada Nacional que “as decisões que tomem hoje, serão de caráter histórico e transcedental”.



”De forma responsável, cívica e pacífica, armado com meus princípios e com a Constituição, envio uma mensagem institucional. A Armada está dedicada à defesa da soberania da Nação; os homens de branco não somos golpistas. Homens e mulheres de branco rechaçamos os atos violentos que têm ocorrido no país”.



”A Armada está com o povo; lamentavelmente chegou o momento de dizer não, e à Constituição nos dá a permissão para fazê-lo. Os militares não estamos aqui para tirar ou pôr presidentes, porém não estamos para mantê-los à força. É minha esperança que os senhores digam não a quem querem convertê-los no braço armado de uma revolução e nos assassinos do povo”, disse o contra-almirante.



OS BANCOS DA VENEZUELA JUNTAM-SE À GREVE GERAL



Governo e oposição retomam o diálogo

A situação se complica na Venezuela e Chávez continua sem pronunciar-se



CARACAS – O Conselho Bancário e a Associação Bancária da Venezuela asseguraram que os bancos uniram-se ao combate nacional declarado por setores da oposição, após as mortes registradas na sexta-feira passada, motivo pelo qual não abrirão seus estabelecimentos. Através de um comunicado e após intensas reuniões, os banqueiros decidiram somar-se à parada, segundo informou o jornal “El Universal”. Assim o farão em sinal de luto ativo, porém analisarão a situação para decidir se na terça-feira (10.12) voltam a parar as operações.



Desta maneira, as entidades financeiras manterão fechadas suas portas, embora os serviços automáticos externos ficarão abertos para qualquer transação. Ficou-se sabendo que os bancos espanhóis também decidiram somar-se a esta iniciativa. Por outro lado, o presidente da Confederação de Trabalhadoras da Venezuela (CTV), Carlos Ortega, assegurou queo presidente do país, Hugo Chávez, está ludibriando a Mesa de Negociações e, especialmente , as gestões mediadoras do secretário geral da OEA, César Gaviria, uma vez que o primeiro mandatário não deseja encontrar uma saída democrática para a crise que vive o país. Chávez se equivocou; terminou o tempo da burla. A parada cívico-nacional ativa é ininterrupta e triunfadora”, acrescentou em uma coletiva à imprensa, depois de pedir à comunidade internacional que vigie qualquer ação do Governo contra os integrantes da sociedade civil que apoiam a greve.



Assim mesmo, o representante da CTV destacou que Chávez continua sem respeitar os membros da Mesa de Negociação com o discurso violento que mantém ante seus seguidores. Todavia, apontou que os encontros que acontecem no Hotel Meliá Caracas continuarão, para encontrar uma saída eleitoral e democrática.



A RADIO EMISSORA UNION RÁDIO ACABA DE INFORMAR DE CARACAS



1. Todos os detidos nos acontecimentos da sexta-feira passada na praça França, Altamira, eram empregados do Departamento de Recreação do Instituto de Desportos, sob a jurisdição de Aristobulo Izturiz, um dos principais colaboradores de Chávez, e Ministro da Educação (que recebeu, certamente, grande ajuda em assessoria por parte do seu similar INDER cubano. N.da R.).



2. Três unidades das FARC colombianas cruzaram a fronteira para a Venezuela, há três dias. Uma delas encontra-se no estado de Aragua, a caminho da capital, com o objetivo aparente de prestar “colaboração” irregular ao governo chavista, contra a oposição.



3. Um contingente armado de militares cubanos já encontra-se em território venezuelano, pronto para socorrer o presidente bolivariano, em caso de agravar-se o conflito que alcança já o nono dia.



Estas três informações, não foram confirmadas a esta redação, embora tenham sido divulgadas no ar pela citada estação comercial de rádio. Pela gravidade desses argumentos a difundimos, esperando que, se confirmadas, sua publicação contribua para deter os atos que em consequência poderiam ter lugar nas próximas horas na Venezuela.



Para La Voz de Cuba Libre, de Miami, informou Rafael Coutin.



Notícias de um correspondente venezuelano acabam de chagar, me confirmando sobre a identificação dos franco-atiradores. Entretanto, e o mais chocante nisso tudo é que esses assassinos foram detidos, identificados, confirmadas sua identidades mas já foram soltos! O advogado desses assassinos disse que o Juiz sequer esperou o resultado dos exames de balística, que comprovariam resíduos de pólvora nas mãos e roupas dessas pessoas.



Por outro lado, o Tribunal Supremo de Justiça decidiu que os julgamentos por violação dos direitos humanos seriam levados à Procuradoria, que até o momento é completamente favorável à Chávez. 95% da Venezuela está parada e pede que Chávez renuncie, como última medida para acabar com a parada cívica, considerando que as eleições são uma promessa que não se cumprirá.



As últimas notícias dão conta de que grupos chavistas ocuparam a emissora de televisão TVS de Maracay, porém foram retirados pela polícia do estado de Aragua. Grupos chavistas estão em massa em frente da Globovisión e Rádio Caracas e o governo não faz nada, protegendo essas hordas de desordeiros. As turbas se colocam em frente a todas as emissoras de tv do país, e só saem com a intervenção da polícia depois de várias horas e, mesmo assim, deixando as paredes dos edifícios riscadas. Foi aconselhado aos jornalistas abandonarem o local e voltarem para suas casas, porque as hordas de marginais gritavam: ”Morram os donos das mídias!”



Em seu programa “Alô Presidente” do domingo passado, Chávez disse que o português nacionalizado venezuelano chegou ao país 30 horas antes da matança em Altamira. Não explicou, entretanto, como ele fez nesse tempo para mudar o cabelo de negro para louro, adquirir uma pistola, balas e ter a idéia de sair matando gente em Altamira. Tudo isso tem clara intenção de maquiar provas e omitir a verdade, e para que se creia que esse indivíduo que foi fotografado ao lado do prefeito Freddy Bernal não é o mesmo assassino.



Comenta-se que o assassino foi enviado à Cuba por Bernal para um tratamento anti-drogas. Não há provas disso, apenas declarações de membros da colônia portuguesa, que um elemento com o mesmo nome Gobeia, que é muito comum, foi enviado à Cuba por Bernal.



E finalmente, a TV GLOBO foi tomada e saqueada pelas turbas de Chávez nessa madrugada. Ainda não temos detalhes sobre esse episódio, mas continuaremos informando, tão logo nos cheguem mais notícias.



domingo, 8 de dezembro de 2002

Hoje eu senti muita dificuldade em selecionar as informações que iria editar no Notalatina, daí porque ele estar sendo divulgado com tanto atraso. São muitas as informações que me chegam da Venezuela através de correspondentes e amigos; nenhuma alentadora. Fotos do massacre de ontem chegam aos montões, cada uma mais cruel, sofrida e dolorosa que a outra. Não contenho as lágrimas, sobretudo porque temo por nós e penso nos que se foram, sonhando com seu país livre da opressão do comunismo já francamente implantado e arrasando tudo com seu efeito devastador, como um furacão.



A missão de divulgar o horror, não nos isenta de nossas fraquezas, nem nos imuniza ao sofrimento. Quanto mais sei, quanto mais vejo, mais sofro, mais choro e mais tenho pena daqueles que não sabem o que virá pela frente...



Meses atrás, ainda em tempo de campanha, divulguei uma carta de Alejandro Peña Esclusa intitulada Lula: o candidato do PT e das FARC, e que foi reproduzida no site Midia Sem Máscara – www.midiasemmascara.org dada sua importância. Nessa carta Esclusa relatava que anos antes da eleição de Chávez, ele alertou os venezuelanos sobre o que poderia acontecer com esse homem no governo. Ninguém quis acreditar. Hoje o povo está nas ruas lutando com bravura para derrubá-lo. São pessoas de todas as classes sociais, homens, mulheres, crianças, empresários, militares, funcionários públicos, a maioria que deu seu voto e confiou nas promessas de campanha. O preço a pagar está sendo muito alto; já é quase uma guerra declarada. A situação se assemelha ao 11 de abril e creio, embora não desejasse ter a certeza, que muito sangue inocente ainda vai correr porque o delinquente e tirano Chávez, em sua insanidade, não abre mão do Poder, mesmo que isso custe o sacrificio de vidas humanas.



Aqui vai uma carta enviada por uma correspondente ao mediador da OEA, César Gaviria, na verdade um desabafo, e que por questão de segurança omito o nome; vai também uma denúncia grave sobre o prefeito Freddy Bernal, que, segundo uma gravação, foi quem autorizou os disparos na multidão que acampava pacificamente na Praça Altamira.



Dr. Gaviria, o Dr. Otto Reich disse muito antes que o senhor iniciasse sua ineficaz mediação, que primeiro desarmasse os grupos de choque, inclusive a guerrilha (com estes não há eleições possíveis, pois nos massacrariam) e o senhor estabeleceu uma agenda na ordem equivocada. Chegou, passou o 04 de dezembro e NÃO CONSEGUIU NADA, nem sequer TEVE O VALOR E A DIGNIDADE DE ATIVAR A CARTA INTERAMERICANA (que o senhor tinha poderes para isso); para que nos serviu sua mediação, senão para gastar o dinheiro do nosso Erário?



Sinceramente, lhe doi seus compatriotas mortos pelas FARC e ELN, que deixou que as coisas chegassem a esse ponto sem retorno, por velhos favores? Alguma vez se perguntou quem maquinou o seqüestro do seu parente ou o comparou com o caso de Richard Boulton, onde se evidenciou que a mesma pessoa que ordenou o sequestro, levou as glórias por sua liberação? Recorda-se das mentiras de Chávez sobre Montesinos? Quão ingênuo pode ser para propor discutir primeiro eleições antes do desarmamento, ou crer em uma palavra sequer de um comprovado mentiroso crônico e cínico?



E se não se recorda, hoje completam-se 4 anos que este assassino foi eleito sob enganos como presidente democrático, transfomado em um governante terrorista. SELVAGEM FORMA DE CELEBRAR SEU ANIVERSÁRIO! Ou o senhor não se previniu dessa mensagem? PRAÇA TIANAMEN VERSÃO CHÁVEZ. Já desde terça-feira temos um Estado de Exceção disfarçado, porque não pode oficializá-lo, uma vez que isso impediria que seus adeptos se manifestassem e se juntassem para atacar-nos; além disso, é uma forma indireta de violar-nos o direito ao livre trânsito: Ou ficas trancado em tua casa, ou te matamos!



E por favor, deixe de perder tempo em repetir o mesmo discurso, reacomodando a ordem das palavras ou dos parágrafos, mas com a mesma essência; não só não nos adiantou como estamos retrocedindo e perdendo um tempo valioso.



Até quando o senhor vai permitir que José Vicente Rangel continue lhe desqualificando, não só violando a norma de que só o senhor seria o porta-voz, como de insistir em “mesa de diálogo”, em conversações banais, em lugar de “mesa de negociação” para chegar a acordos com condições de parte a parte? Isto não é mais do que uma grande palhaçada de José Vicente Rangel.



Sua pátria, a nossa, a História o julgarão. Lamento que nos tenhamos deixado iludir com sua mediação para perder um mês mais, antes de iniciar a Parada Cívica, a Desobediência Civil e Tributária.

PS. A autora dessa carta foi agredida pela Guarda Nacional em 20.09.2002 e pela polícia de Freddy Bernal em 05.12.2002.



INFILTRADO O SISTEMA DE COMUNICAÇÕES DE POLICARACAS



Na transcrição das comuniações por rádio da Polícia Municipal, sob o comando do prefeito Bernal, é possível escutar como ele ordena atacar os membros da oposição, impedir seu avanço até Miraflores, prevenir uma provável retomada de La Campiña, além de proteger encapuzados armados que operavam na 23 de Janeiro, durante o caçarolaço da terça-feira passada à noite.



Freddy Bernal é “Castillo”

Roberto Giusti – El Universal



O prefeito Freddy Bernal é o protagonista em uma gravação das comunicações de Policaracas, nas quais ordena “furar” a quem se manifeste contra o governo e proteger os encapuzados armados, ligados ao oficialismo, que operam na 23 de Janeiro.



Na interceptação, que se produziu na noite da terça-feira passada e foi difundida ontem (6ª feira) pela Rádio Caracas Rádio (RCR 750), Bernal ordenava aos efetivos da Polícia Municipal manterem-se alertas ante uma “eventual” retomada de La Campiña, adjacente à sede central da PDVSA, por parte da oposição, e verificar o suposto avanço de grupos da oposição até Miraflores.



Da gravação se deduz que a “Rede Tabuleiro” configura uma espécie de jogo de xadrez, no qual o vocábulo ”Castillo” equivale a Bernal, as Torres aos chefes das zonas geográficas em que se divide a jurisdição da prefeitura e os animais (felinos, unicórnios, coiotes, etc...), aos agentes que operam na rua



A gíria, tipicamente policial, é regida por chaves também provenientes do xadrez. ”Xeque” é executar. Dama, quartéis ou lugares de encontro. Os peões brancos são os bolivarianos e os peões negros os da oposição.



O que segue é a reprodução textual do diálogo entre Bernal e seus subordinados.



CASTILLO (Bernal): Há supostos deslocamentos. Igualmente grupos sedeslocando pela Candelária até Miraflores e diversas partes. Informe sobre quantidade de pessoas e o que é que está ocorrendo.



VOZ NÃO IDENTIFICADA: Ok, copiado, Castillo. Atento, atento Tabuleiro, todo o pessoal em suas respectivas áreas, vamos verificar os pontos críticos que foram mencionados quanto ao centro da cidade, a Candelária e os pontos críticos que foram formulados através da rede.



TORRE PARA TABULEIRO: Instrução a todo o Tabuleiro, para todo aquele peão negro que se encontre em nossa jurisdição, a instrução é furar, furar... alfa, iniciar alfa sem importar o xeque.



UNICÓRNIOTenho conhecimento de que o caçarolaço na zona é bastante positivo e tenham conhecimento, se há funcionários nossos aqui, na paróquia, os companheiros da Coordenadoria e as pessoas de outros setores vão estar encapuzados e com armas para que saibam que são peões nossos, peões brancos na zona.



VOZ NÃO IDENTIFICADA:Ok, reporte novamente 21, reporte novamente 21.



VOZ NÃO IDENTIFICADA: os camaradas que vão presenciar aqui, na 23 de Janeiro, encapuzados e portando armas de fogo, são peçoes nossos, para que tenham o devido conhecimento.



VOZ NÃO IDENTIFICADA: (Ruído, recepção confusa) Vamos usar a chave. A idéia não é tampouco converter isto em uma espécie de auto-falante para qualquer um que esteja escutando.



VOZ NÃO IDENTIFICADA: Copiado. Positivo.



TORRE: Ok. Copiado Castillo. Copiou, Tabuleiro?