sexta-feira, 6 de dezembro de 2002

O Notalatina pede desculpas por não ter sido editado ontem, em virtude de problemas técnicos.



O Notalatina de hoje aborda três temas aparentemente isolados, mas que mantêm relações muito próximas entre si: o Foro de São Paulo, as FARC e a situação caótica da Venezuela.



Da Venezuela um amigo me informa que ontem (04.12) a Guarda Nacional atacou ferozmente em vários lugares, os pacíficos manifestantes, usando gás lacrimogênio vencido há três anos, o que é, sem dúvida, uma ação criminosa. O fabricante informa que esse gás, vencido, é toxico e não deve ser usado. Em consequência disso, ficaram feridos cidadãos comuns e vários jornalistas, alguns “teoricamente” protegidos pela OEA.



Hoje (05.12) a situação não foi muito melhor. Os organizadores da marcha opositora que partiria de Chuao até El Bosque viram-se em apuros quando um grupo de pessoas, sem esperar a ordem de partida, decidiram mobilizar-se por conta própria. Os prefeitos de Chacao e Baruta, junto com um contingente de motorizados conseguiram deter estas pessoas e impedir que continuassem avançando. Estão todos com os nervos à flor da pele, o mediador César Gaviria nada resolve e o delinquente Chávez continua usando de golpe baixo contra aqueles que se lhe opõem.



De Bogotá, as FARC fazem exigências e contam com o apoio do Foro de São Paulo, cuja nota foi divulgada aqui ontem. E de Cuba, chega o repúdio ao movimento grevista para depôr o delinquente Hugo Chávez, ou iniciar novas eleiões no país. As notícias de hoje foram retiradas dos jornais El Nuevo Herald, de Miami e do Granma - Nacional noticioso oficial da ilha-cárcere.



AS FARC EXIGEM UMA ZONA DESMILITARIZADA



Agência France Press – Bogotá



As FARC reiteraram sua exigência de deocupar os departamentos cocaleiros fronteiriços com Equador e Peru, e o desmantelamento dos grupos para-militares como condição para iniciar um plano de paz, em uma carta enviada ao Foro de São Paulo acontecido na Guatemala.



”Nossa proposta é concreta: retomar a agenda assinada nos (falidos) diálogos com o governo de Andrés Pastrana (1989-2002) e desenvolvê-la de imediato no país e com a participação ativa das organizações sociais e populares, para o qual é necessário que existam as garantias precisas como a desocupação dos departamentos de Putumayo e Caquetá”, assinalou o grupo rebelde.



As FARC também exigem “excluir da linguagem dos funcionários oficiais os qualificativos de ‘terroristas e narco-terroristas’ para referir-se a nossa organização (e) uma política clara do governo, para erradicar o para-militarismo como política oficial do Estado, financiado com dinheiros do tráfico de drogas, da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) e alguns industriais”.



Em sua carta ao Foro de São Paulo, assinada pelo porta-voz e ex-negociador de paz das FARC, Raúl Reyes, o movimento insurgente manifestou não haver tido “atá hoje nenhuma resposta, nenhuma menção” à sua resposta de paz , por parte do governo do presidente Alvaro Uribe.



”Tudo o que este governo tem dito em torno de tão importante problema do povo colombiano é que a ONU será mediadora, sem sequer consultar as FARC”, assinalaram os guerrilheiros, que também acusaram o alto comissariado de paz do executivo, Luis Carlos Restrepo, de ”limitar-se a enganar os colombianos em convivência” com os funcionários do organismo mundial.



Assim mesmo, as FARC afirmaram que a administração de Uribe está enganando os colombianos no tema de um intercâmbio de civis e militares no poder dessa guerrilha por insurgentes presos, e reiteraram seu repúdio à presença de militares americanos na Colômbia. Os rebeldes denunciaram em outras oportunidades que pilotos americanos participam nas ações contra-guerrilheiras das Forças Armadas colombianas.



A carta so Foro de São Paulo foi difundida pela internet, no mesmo dia em que o secretário de Estado Colin Powell se encontrava em visita oficial em Bogotá, expressando apoio à luta anti-drogas e contra-insurgente de Uribe, na qual Washington contribui com U$ 2.000 milhões em ajuda econômica e militar através do Plano Colômbia



O grupo guerrilheiro já havia feito essa exigência para empreender um plano de paz em maio passado, porém, Uribe recusou prontamente a possibilidade de desocupar Caquetá e Putumayo, dois departamentos com uma área total de mais de 100.000 km², e que são os principais produtores de coca do país.



DEMONSTRAÇÕES DE REPÚDIO À DEBILITADA PARADA GOLPISTA NA VENEZUELA



CARACAS, 4 de dezembro – Milhares de partidários do presidente venezuelano Hugo Chávez, se concetraram em uma praça de caracas para reafirmar seu repudio à parada nacional encabeçada pela oposição chavista, informou Prensa Latina



A demonstração foi convocada pelas organizações políticas que respadam o processo de mudanças e expressam seu repúdio ao que qualificam de plano golpista opositor, do qual é parte a paralização iniciada na segunda-feira passada.



Vários deputados da Assembléia Nacional (Parlamento) falaram à população assinalando que o objetivo da parada é adiantar um projeto desestabilizador do país que facilite, posteriormente, a tentativa de um golpe de Estado.



Atos similares foram levados a cabo em capitais de estados do interior da nação, reportando-se incidentes nas centro-ocidentais Lara e Carabobo.



Enquanto isso, a terceira jornada da parada nacional convocada pela oposição venezuelana se desenvolveu hoje, sob denúncias do Governo sobre seu caráter desestabilizador e golpista.



Prensa Latina informou que apesar do débil respaldo alcançado na véspera pela paralização, a chamada Coordenadora Democrática, que agrupa as organizações opositoras, decidiu continuar com a greve, porém na modalidade ativa com seus partidários nas ruas. Esta tática, posta em prática desde ontem, foi a que originou durante a terça-feira distúrbios em vários pontos da zona leste desta capital, área onde residem cidadãos de maior poder aquisitivo.



Vários deputados da governamental Movimento V República denunciaram publicamente a existência de um projeto para executar atentados contra personalidades do Governo e a oposição a fim de aprofundar a desestabilização.



Uma manifestação realizada hoje, convocada pelos opositores, chegou até o hotel onde se hospeda o secretário geral da OEA, César Gaviria, cobrando a aplicação da Carta Democrática da OEA, por uma suposta violação desse texto na Venezuela.



Nota: Esse artigo foi retirado do jornal Granma, o informativo oficial cubano. Observem como ele é truculento. Qualquer pessoa desinformada sobre “quem” é o delinquente Hugo Chávez, ao ler essa matéria vai imediatamente se posicionar a seu favor, quando na verdade, ele é o causador de todo o malefício e miséria que têm imperado hoje, naquele infeliz país.



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