sexta-feira, 1 de novembro de 2002

A imprensa nacional e cubana, de comum acordo, vivem espalhando que na Ilha do Dr. Castro não existem presos políticos, mas sim, presos por delitos comuns. Agora chega de tanta mentira.



Para provar o que afirmo, além de estar muito feliz com a liberação ocorrida ontem do preso de consciência Oscar Biscet, apresento algumas histórias dessas criaturas que, além de serem aviltadas em sua dignidade, são tomados como marginais comuns. Se eu fosse listar aqui todos os casos de que se tem conhecimento, certamente ultrapassaria o número de laudas permitido.



Amanhã o Notalatina conta mais sobre a situação dos presos políticos, bem como sobre a “liberdade condicional” (mesmo tendo cumprido a pena completa) do médico Oscar Elías Biscet.



A FEPEC UNE-SE AO CHAMADO EM FAVOR DO PRESO POLÍTICO LEONARDO BRUZÓN ÁVILA



HAVANA, 25 de outubro (Fara Armenteros, UPECI – www.cubanet.org) – A Federação de Jornalistas Cubanos (FEPEC), instituição gremial que agrupa quase a metade dos jornalistas independentes da ilha, uniu-se ao chamado dos familiares do preso político Leonardo Miguel Bruzón Ávila e do Comitê de Mães de Presos Políticos “Leonor Pérez” para salvar a vida deste prisioneiro, que se encontra em estado grave.



A vida de Bruzón corre perigo, asseguram seus familiares, enquanto alguns médicos consideram que a greve de fome de 43 dias que este preso político efetuou reclamando sua liberdade e em protesto por haver sido encarcerado sem cometer delito algum, pode ter-lhe ocasionado danos irreversíveis ao organismo.



Bruzón, que é presidente do Movimento de Direitos Humanos 24 de Fevereiro, reclama que as autoridades cubanas esclareçam sua situação legal, pois está há oito meses encarcerado e não é julgado nem sabe sobre quê vem sendo acusado.



O ativista foi detido em 23 de fevereiro do presente ano pela polícia política, para impedir que a organização que dirige comemorasse outro aniversário da derrubada dos aviões de “Irmãos no Resgate”, em 24 de fevereiro de 1996, por aviões de guerra do governo cubano.



A FEPEC reclama a liberação de Leonardo Miguel Bruzón Ávila, assim como a dos jornalistas independentes Carlos Alberto Domínguez, Léxter Téllez Castro, Carlos Brizuela Yera e Bernardo Arévalo Padrón, encarcerados em diferentes penitenciárias do país, em flagrante violação do direito à liberdade de expressão, primeira condição do ser humano.



ATIVISTA DENUNCIA QUE FOI TORTURADO PELA POLÍCIA POLÍTICA CUBANA



PLACETAS, 25 de outubro (Maria Elena Alpízar, Grupo Decoro – www.cubanet.org) – O ativista do Movimento Cristão Liberação, Eduardo Luis Cepeda Álvarez, denunciou que agentes do Departamento de Segurança do Estado (DSE ou G-2) lhe aplicaram diversas torturas quando o prenderam em 13 de outubro último.



Cepeda, de 34 anos e residente em Sancti Spíritus, foi detido ao meio-dia no parque Serafin Sánchez por três agentes do DSE. Os policiais o golpearam na cabeça enquanto o introduziam em um automóvel branco marca Lada, de fabricação russa, do qual não se pode confirmar o número da placa.



O condiziram à delegacia policial localizada na rua Julio Antonio Mella, entre San Luis e San Carlos, onde lhe tomaram uma planilha de apoio ao Projeto Varela assinada por quatro pessoas e o insultaram chamando-o de: “Negro macaco”, Negro sujo”, Negro contra-revolucionário” e “Negro de merda”.



Depois das agressões verbais, Cepeda foi encarcerado em um calabouço onde o torturaram negando-lhe alimentos e água, e o prendiam à grade do local, cada vez que o resto dos detidos lhe dessem de comer e beber.



Às duas da tarde do dia seguinte, 14 de outubro, Cepeda foi liberado após receber ameaças de que sua esposa e seu filho de três anos seriam os próximos brancos das represálias do DSE, se ele não deixasse de opor-se ao governo de Cuba.



O ativista não pode identificar os oficiais que o torturaram porque diante dele só se comunicaram entre si pelo grau militar.



Cepeda reside na rua Agramonte 254 entre Calixto García e Don Pedro León, em Sancti Spíritus, segundo confirmou Blas Giraldo Reyes, delegado do Ex Club Cativo, nessa localidade.



CONDENAM ATIVISTA QUE PERGUNTOU PELA SITUAÇÃO LEGAL DE SEU IRMÃO



GÜINES, 28 de outubro (José Izquierdo, Grupo Decoro – www.cubanet.org) – Rogelio Ramos Prado, ativista da Comissão Cuba e residente em Güines, povoado localizado na província Havana, foi golpeado por cinco policiais, acusado de desacato e condenado em um julgamento sumário a 18 meses de reclusão, após perguntar pela situação legal de seu irmão.



Ramos, de 40 anos, se apresentou em 15 de outubro na delegacia municipal da polícial, para indagar sobre a situação legal de seu irmão, preso porque encontraram com ele uma quantidade não precisada de carne de boi. Ao perguntar ao sargento Melín sobre o assunto, o oficial insultou o ativista e produziu-se uma briga verbal que terminou quando cinco agentes agrediram fisicamente Ramos.



Depois da surra, Ramos foi preso e no dia seguinte julgado no Tribunal Municipal Popular de Güines, por haver supostamente desacatado a autoridade.



O tribunal determinou que Ramos cumpra o ano e meio de privação de liberdade na penitenciária de maior rigor de Quivicán, também situada na província de Havana, segundo confirmou Raudel Mirabal, porta-voz da Comissão Cuba.



Mirabal disse que desde que começou o ano, o governo de Cuba prendeu muito mais dissidentes e repórteres alternativos que em anos anteriores, procedimento que tem sido criticado por organismos internacionais que defendem os direitos humanos e a liberdade de imprensa.



Todas essas informações foram transmitidas por telefone, já que em Cuba o cidadão comum não tem acesso à Internet. As fontes de informações dessa edição foram recebidas de CubaNet – www.cubanet.org



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