terça-feira, 15 de outubro de 2002

A DIVISÃO DOS VENEZUELANOS APROFUNDA A CRISE ECONÔMICA NO PAÍS



Duas magistrais manifestações a favor e contra o presidente Hugo Chávez, em três dias, mantêm a Venezuela imersa em uma incerteza política, completamente polarizada, pendente de uma nova greve geral e a caminho de um próximo precipício econômico.



Milhares de pessoas tomaram no domingo as ruas de Caracas. Ante o entusiasmo de seus seguidores, Chávez foi claro ao rechaçar o ultimatum apresentado pela oposição, que ameaça com uma greve geral para 21 de outubro próximo (para a qual a população vem sendo mobilizada e orientada), se ele não renunciar ou convocar eleições antecipadas. O presidente venezuelano replicou seus opositores, alegando que vão ter que esperar até agosto de 2003 para uma eventual convocatória a um referendum, a fim de revogar seu mandato.



Ocorre que a constituição venezuelana lhe faculta esse direito, pois fixa o período presidencial em seis anos, porém contempla a possibilidade de um referendum para revogar o mandato na metade do período, ou seja, no caso de Chávez, só em agosto de 2003.



Nessa verdadeira queda de braço, cada lado afirma ter a maioria consigo. Se na manifestação dos opositores na quinta-feira passada houve um milhão de pessoas, os chavistas afirmam que a manifestação em apoio ao presidente arrastou dois milhões às ruas do centro de Caracas.Para ajudar nessa camuflagem, o jornal oficial cubano Granma, de ontem, ilustrava entusiástica matéria com uma foto do evento. Não seria nada demais, se a foto não fosse do evento da oposição, publicada em outro informativo, o “Tal Cual”, denunciado prontamente pelos opositores do presidente.



O empresariado venezuelano ratificou que irá realizar a greve marcada para o dia 21. Segundo o presidente da Fedecâmaras, Carlos Fernández, “Não há outra forma como medida de pressão, para que haja uma saída democrática com eleições”. Por outro lado, o mandatário venezuelano assegurou ontem que o país não ficará paralizado pela oposição: “Me restam dois dias do ultimatum, porém o país não vão pará-lo. Quem vai parar este país pelo capricho de uma pessoa, pela obsessão de um grupelho de pessoas que querem que Chávez saia, custe o que custar?”, disse o presidente em um ato com pequenos e médios empresários.



O fato é que hoje, dois dias após a manifestação em seu apoio, o presidente Hugo Chávez viajou para Paris, onde foi encontrar-se com o presidente francês Jacques Chirarc. Em declaração à imprensa francesa Chávez debocha do movimento que se avoluma em prol da sua deposição: “Dei tanta importância a este ultimatum, que vim a Paris; o ultimatum é uma expressão do desespero, da irracionalidade, quer dizer, dos que não têm razão porque não querem dialogar, porque não têm nenhum projeto, não têm nenhuma liderança sobre o país; então, lançam qualquer coisa que se lhes ocorra para tratar de gerar alguma idéia no mundo acerca de uma suposta debilidade do governo que represento”.



A comunidade venezuelana que reside em Paris parece não concordar muito com essa percepção, fezendo uma barulhenta manifestação com apitos e caçarolas, no local onde se situa o hotel em que o mandatario está hospedado, pedindo sua renúncia.



Amanhã darei mais informações sobre essa tensa situação que a mídia brasileira prefere ignorar, como se fosse coisa sem importância uma possível guerra civil, bem ali, do nosso lado.



Hoje o Notalatina publica um artigo do Carlos Reis, que passará a colaborar neste espaço, com sua pena sempre lúcida.



A TREZE DIAS



(27 de outubro menos 13)



Muito gostaria de relaxar na forma da prosa, uma prosa amigável, entre amigos, mas também útil e prazeirosa para aqueles que não conheço. No entanto, A TREZE DIAS não consigo relaxar o suficiente para passar uma idéia de prazer ou algo amigável, senão no sentido do conforto pelo que ainda não aconteceu. Se aconteceu, por certo que foi sem o emblema da data e seu significado do fato consumado e irretorquível. Mas A TREZE DIAS o sentimento é esse: incredulidade e surpresa com o sentimento, esse já não meu, predominante no país com a vitória de Lula, não que aqui esteja a surpresa e a incredulidade, mas que a minha própria diante da minha (da nossa) sabedoria solitária ou quase, mas de qualquer modo, absolutamente minoritária.



Então se escrevo A TREZE DIAS com esse tom pesado e pressuroso, repleto de maus augúrios, todos verificáveis não na anatomia das aves, ou nas penas de um corvo, mas na História, na velha professora não mais ouvida, é porque estou convencido (parafraseando Lula) que estamos A TREZE DIAS do abismo. Se isso não me transforma em um novo Dr. Beto do Apocalipse, estou então mais para Cassandra, uma inconveniente e verdadeira desmancha-prazeres socialistas, A exatos TREZE DIAS. Azar. Sou pessimista sim, e daí? O número do azar não é exatamente o treze?



E quem, sabendo como começou o nacional-socialismo, não se deprime com os mesmos números nefastos ou búzios já jogados, um autêntico universo paralelo onde todo o mal conhecido se repete e se reconhece, ainda assim não fica pressuroso e pessimista? Somos nós, essa maravilhosa confraria de amargura! Gostei de uma frase que poderia ser o nosso lema de resistência, que alguém citou lembrando Lutero: “Vivo sou tua peste, morto sou tua morte”. Magnífica. Conheço outra versão mais popular e cinematográfica: “Nós sabemos o que vocês fizeram no verão passado”. O dilema, no entanto, continua; como fazermos o maior número saber se eles são Legião A (exatos) TREZE DIAS?



Carlos Reis





segunda-feira, 14 de outubro de 2002

O mundo inteiro anda preocupado com a possibilidade de se eleger no Brasil, um governante francamente favorável ao regime castro-comunista. Ex-presos políticos cubanos, que sentiram na pele a desgraça que é a falta da liberdade, um regime de exceção constante e definitivo, e a escravidão a que submetem os ditadores ao seu povo, escreveram uma carta aos povos das Américas, conclamando um último apelo às consciências dos eleitores, que o Notalatina publica hoje, com exclusividade.



Só quem viveu na carne é que pode falar, com propriedade, o que é um regime comunista. Ainda é tempo! Reflita sobre sua opção!



Obs.:A carta do Presidente Vaclav Ravel, da República Tcheca, citada no artigo abaixo, estará brevemente disponível no site Mídia Sem Máscara – www.midiasemmascara.org



Outubro, 12, 2002 – Diario Las Americas, Miami (FL)



Esquerdas preparam revanche nas Américas, denunciam ex-presos cubanos



Consolidar o ditador Castro e assegurar a vitória do esquerdista Lula no Brasil, são duas metas que poderão levar ao caos o continente, advertem os ex-presos políticos; e convidam a meditar sobre recente discurso do presidente checo, Vaclav Havel em Miami, onde descreve a capacidade comunista para enganar como “um dos instrumentos mais diabólicos”



NEW JERSEY (DI) – “As esquerdas das três Américas preparam sua maior revanche depois da queda do império soviético, tentando consolidar o regime comunista de Cuba e obter a vitória no Brasil do pró-castrista Lula da Silva, duas metas de curto prazo que poderão levar o caos a outros países da América Latina, e isolar os Estados Unidos”, denunciaram em coletiva à imprensa, dirigentes da União de Ex-Presos Políticos Cubanos, Inc., Zona Norte.



Os ex-presos assinalaram que certos congressistas, governadores e empresários norte-americanos, em uma manobra que qualificaram de “inescrupulosa”, estão viajando à Cuba para oferecer uma “tábua de salvação” financeira e política ao ditador Fidel Castro, com a qual assegurariam a seu regime uma perigosa sobrevivência no flanco das Américas, a só 100 milhas das costas norte-americanas.



A respeito da situação eleitoral no Brasil, os ex-presos manifestaram sua preocupação com a nítida posição pró-castrista do candidato presidencial Sr. Lula da Silva, cujos assessores, segundo a imprensa brasileira, estariam tentando transferir a tomada de posse do novo presidente de 1º de janeiro para 6 de janeiro, com o objetivo principal de que Fidel Castro pudesse viajar ao Brasil. Os ex-presos manifestaram sua desconfiança com o “new look”, com a aparência moderada do sr. Lula e explicaram que Fidel Castro usou métodos similares para tomar o poder, chegando a usar medalhas da Virgem e rosários no pescoço.



Continuando, os ex-presos fizeram um chamado aos norte-americanos, brasileiros, cubanos e demais habitantes das Américas, a meditar sobre um recente discurso do presidente da República Checa, Vaclav Ravel, na Universidade Internacional da Flórida, onde além de recordar os amargos frutos do comunismo, denuncia a manipulação da linguagem, com o uso de palavras talismãs, como “um dos instrumentos mais diabólicos do avassalamento de uns e do embelzamento dos outros”.



“É uma linguagem cheia de sonhos, esquemas ideológicos, flores retóricas e esteriótipos idiomáticos; uma linguagem capaz, por um lado, de maravilhar enormemente às pessoas que não tenham descoberto sua falsidade, ou às que não tiveram que viver nesse mundo manipulado por essa linguagem; e, ao mesmo tempo, uma linguagem capaz de despertar em outras pessoas o medo e o terror, obrigando-as a disimular permanentemente”.



No atual contexto das Americas, poucas palavras poderiam servir de melhor advertência, concluem os ex-presos.



Para fazer contato com a União de Ex-Presos Políticos Cubanos: tel.: 201-867-6211; fax: 201-319-0506



DI021010 Destaque Internacional



Tradução: Graça Salgueiro



domingo, 13 de outubro de 2002

A situação na Venezuela está cada dia mais crítica e tensa. A grande e pacífica passeata ocorrida na quinta-feira passada, dia 10, serviu como um termômetro para mostrar o grau de insatisfação da população com relação a seu dirigente, o presidente Hugo Chávez.



Ele sabe que está perdendo terreno dentro de sua própria casa e agora aposta muitas fichas na eleição brasileira, que, com o apoio de Cuba, lhe servirá de reforço e poderá devolver-lhe o poder, que está por um triz. Esse assunto tem sido tratado com sigilo absoluto, e vem sendo negado até aonde é possível, mas não é possível esconder que o candidato petista recebeu recentemente de presente (talvez um amuleto de boa-sorte), uma réplica da espada de Simón Bolívar, vindo do amigo venezuelano. Para quem entende de símbolos, esse presente tem um cunho muito especial...



Quem viu as imagens desse gigantesco movimento, deve ter visto, também, que haviam cartazes, faixas, escrito em camisas a frase: ”Al loco le falta poco”, numa demonstração clara da pressão que o povo está fazendo para a retirada de Chávez do governo.



Em matérias publicadas na Unión Radio, da Venezuela, as percepções dos acontecimentos entre o presidente da Alianza Bravo Pueblo, e o presidente Hugo Chávez são, obviamente, bem diferentes.



OPOSIÇÃO ADIANTARÁ DATA DA PARADA CÍVICA NACIONAL



Enquanto o presidente Hugo Chávez se importava com uma possível paralização indefinida em escalas nacionais, em seu programa de rádio, membros da Coordenação Democrática levaram a cabo uma reunião onde se decidiu adiantar a data da greve que a central trabalhadora havia convocado para o próximo dia 21 de outubro, com o objetivo de pressionar eleições antecipadas, onde se consultará a população venezuelana sobre quem deve conduzir a primeira magistratura.



O presidente da Alianza Bravo Pueblo, Antonio Ledezma, disse que a saída do presidente Hugo Chávez será imediata e democrática. Também deu a conhecer alguns dos pontos da declaração de princípios proposta por César Gaviria, representante da OEA, e sugere que o desarmamento dos grupos armados se faça na presença de observadores internacionais.



”A coordenação ratifica que está subscrita no espírito da Declaração de Princípios, a convocatória a uma consulta popular antecipada, com o objetivo de superar a grave crise de governabilidade. Quando falamos de eleição popular antecipada, estamos nos referindo a uma consulta na qual o protagonista deve ser todo o povo da Venezuela”, disse.



O dirigente de Visión Emergente, Cipriano Heredia, fez um chamado à população para que no dia da parada cívica não realize nenhum tipo de compras nos comércios que abram suas portas, e pediu aos venezuelanos que protejam a propriedade privada nesse dia, ainda não determinado.*



Por seu lado, o deputado por Primero Justicia, Julio Borges, informou que a próxima semana será proposto à Assembléia Nacional que se convoque um referendum consultivo. Borges intimou o presidente Chávez a rubricar pessoal e unicamente a declaração de princípios apresentada por Gaviria. Também fez um chamado à Força Armada Nacional, para que os acompanhem na consulta popular.



*Há na Venezuela muitos comerciantes de origem árabe, que mantêm contatos “estranhos” com patrícios da Arábia Saudita, bem como desembolsam grandes quantias de dinheiro para a manutenção das milícias bolivarianas. Comenta-se, ainda, que esses comerciantes são francamente anti-semitas e que declaram seu apoio a Arafat. (Notalatina)



O PRESIDENTE CHÁVEZ CONVOCA À MARCHA OFICIAL DE AMANHÃ, 13 DE OUTUBRO



Na edição nº 122 de seu programa “Alô presidente”, o primeiro mandatário nacional, Hugo Chávez, celebrou os seis meses dos fatos de abril, no qual, segundo ele, se mobilizaram oito milhões de pessoas a “varrer a tirania”. Convidou à marcha oficial da manhã de domingo que partirá do Poliedro de Caracas até a avenida Bolívar. “Nós sim, é que vamos transbordar de verdade essa avenida”, assegurou.



Hugo Chávez afirmou que “entre os dias 12 de abril, 13 de abril e 14 de abril deste ano, de modo espontâneo se mobilizaram na Venezuela, em todas as partes, desde pequenos grupos até grandes massas, não menos de oito milhões de venezuelanos, quer dizer, um terço da população aproximadamente, desde jovens até crianças, mulheres, homens, camponeses, estudantes, trabalhadores de todos os setores da vida nacional”.



Chávez comentou que esse foi um povo que veio, um povo que se fez presente e que foi capaz de varrer, pacificamente, assim como varreria a avó Rosa Inés, cantando canções, o pátio da casa velha; assim este povo, cantando canções, com coragem, pacificamente varreu a tirania, varreu as apetências de grupos minoritários”.



Fazendo clara referência ao curto interinato de Pedro Carmona Estanga durante a vacância do poder em 11 de abril deste mesmo ano, Hugo Chávez criticou que quando “se auto-juramentou o tirano”, se pretendeu dissolver a Assembléia Nacional e o Tribunal Supremo de Justiça.



O presidente Chávez desconsiderou a parada cívica nacional que aconteceu em 9 de abril, chamando de “uma parada falsa porque não pararam o país”.



Hugo Chávez indicou que “os dias 12 de abril e, sobretudo o 13, podemos tomar-lhes como bandeira, creio que podemos tomar-lhes como bandeira. Amanhã vamos celebrar o dia da consolidação da revolução bolivariana”. O primeiro mandatário nacional convidou os cidadãos a participarem da marcha que se levará a cabo na manhã de domingo, em apoio ao seu governo.



Apesar de Chávez ter reiterado várias vezes seu chamado para que as pessoas “se vão organizando” para participar e mobilizar-se à marcha oficial, disse que “o fato da espontaneidade” é o que vai imperar na manifestação.



Fonte: Unión Radio de Venezuela



sábado, 12 de outubro de 2002

Há coisas na vida que, por mais que queiramos, não podemos fazer de conta que não percebemos. A preocupação da mídia, por exemplo, em falar do paraíso caribenho tecendo loas não às belezas naturais, mais à vida e ao modelo político implantado em Cuba, não foi obra do acaso. Só nesse segundo semestre visitaram a ilha: a apresentadora de tv Adriane Galisteu, Márcio Moreira Alves e, recentemente, a jornalista (também do jornal O Globo), Maria Cristina Valente.



Sinceramente, não sei se classifique o que foi publicado por estas pessoas de mentira deslavada, propaganda subliminar ou se, de fato, esses profissionais acreditam no que escreveram. Deve ser pura coincidência estar próximo de se decidir quem vai governar o Brasil, e mais coincidência ainda, que o candidato das multidões seja amigo do peito do ditador "dono" da ilha.



Não pretendo me alongar muito aqui a esse respeito, porque hoje reproduzo o excelente artigo do Heitor De Paola sobre a matéria publicada no caderno de Viagens do jornal O Globo, que foi veiculado no site Offmidia (http://offmidia.blogspot.com) - e que eu recomendo como um dos meus favoritos. Apenas, acrescento ao artigo do Heitor que, para que essas pessoas maravilhosas desfrutem de uma vida paradisíaca na ilha caribenha e saiam com gosto de saudade no peito, milhares de cidadãos cubanos trabalham em campos forçados, passam fome, são espoliados, vigiados, proibidos de falar com o turista sob pena de prisão, com cortes de água e luz constantes, para que não falte ao “turista convidado” o que há de melhor em termos de civilização. Isso eles não contam; ou são proibidos de contar.



Cuba pertence aos turistas que deixam dólares no caixa do tirano e não aos seus cidadãos, servos cativos e amordaçados há quase 44 anos.



O GLOBO VAI AO PARAÍSO



Por Heitor De Paola



A Revista Boa Viagem, do Globo de hoje, 10/10/2002, dedica dezessete páginas a Havana! Nunca o suplemento de turismo do Globo dedicou tantas páginas a uma só cidade, salvo quando há algum acontecimento esportivo ou cultural de grande importância.



A reportagem, de Maria Cristina Valente e Custódio Coimbra que foi patrocinada pelo Ministério do Turismo de Cuba e pela COPA Airlines, mostra a cidade como endurecida mas sem perder a ternura , e é baseada num roteiro de Compay Segundo, do Buena Vista Social Club, 'garoto' propaganda do Fidel, uma mistura caribeña pífia de Leni Riefenstahl com Sergei Eisenstein, sem a competência de nenhum dos dois.



Mais importante que o roteiro turístico, que repete as mesmices de qualquer cidade do Caribe, é a repetição dos chavões de sempre sobre Cuba: conquistas sociais, médicos para todos, extinção do analfabetismo, tudo ameaçado de ser perdido por causa de que? Ora, do crudelíssimo bloqueio americano! A cidade é um paraíso ameaçado pelos homens maus do norte: Cuba é dança, música, esperança, luta...



A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, quando poderá ser eleito o muy leal amiguito e admirador do ditador cubano, a quem agradeceu pelo simples fato de ter nascido, isto cheira a propaganda descarada. A não ser que, por um raciocínio tortuoso, prove-se que mostrar aquela velharia suja, destruída, caindo aos pedaços, cheia de prostitutas e mendigos, que no paraíso se chamam jineteras e delicados vendedores de bugigangas, como o Londres de Orwell, seja propaganda contra o que querem implantar aqui.



Não sei se os leitores saberão tirar esta suposta lição das entrelinhas, devido ao tom de franco elogio, inclusive à rede de delatores da Polícia Política, os CDR's (Comités de Defensa de la Revolución) mostrados como exemplos de atividade 'social' e, no final, com suspeitas reticências, dizer que "alguns dizem que os CDR's exercem patrulhamento ideológico....." Ora, se esta é a única justificativa para sua existência! Temo que em breve os vejamos por aqui.



Nenhuma palavra sobre o fato da ilha estar submetida a uma ditadura cruel há 43 anos; nenhuma palavra sobre a brutal censura à imprensa nem à vida nababesca que levam os funcionários do Partido Comunista, entre os quais certamente está o cicerone, situação certamente partilhada pelos repórteres. Mas há uma esperança de que de outra vez eles abram mais os olhos, talvez sem ter que prestar contas aos patrocinadores, pois se despedem dizendo que fica uma sensação de que o melhor não foi dito nem visto . Pois é!



terça-feira, 8 de outubro de 2002

O presidente da Câmara de Representantes nos Estados Unidos faz uma advertência quanto aos acordos comerciais que estão sendo firmados, entre o ditador cubano e empresários americanos. Só os que apoiam os métodos castristas, além de não temerem perder grandes somas de dinheiro, têm-se arriscado, como ficou demonstrado há poucos dias, na feira agro-alimentícia realizada na cidade de Havana.



Mesmo sabendo disso, o Brasil fecha os olhos às evidências e deposita nas mãos do tirano do Caribe uma quantia milionária, e empresários brasileiros continuam fazendo acordos comerciais de exportação de seus produtos à ilha.



Há, da parte de muitos políticos democratas norte-americanos (a ala esquerda de lá), um interesse enorme em derrubar o embargo contra Cuba, imposto pelos Estados Unidos há mais de 30 anos, porque isso beneficiaria toda a esquerda internacional, que financia o terrorismo nos quatro cantos do planeta. Felizmente, existem os Republicanos, que cerram fileiras contra isso, embora as pressões tenham aumentado consideralvemente nos últimos anos.



Isso é o que o Notalatina mostra hoje.



RECOMENDA “MUITA CAUTELA” AO FAZER NOGÓCIOS COM FIDEL CASTRO



Ketty Rodriguez



El Nuevo HeraldPostado em 06 de outubro, 2002



O presidente da Câmara de Representantes, Dennis Hastert, lançou ontem em Miami fortes críticas contra Fidel Castro e esclareceu que se devia ter “muita cautela” na hora de fazer negócios com o ditador cubano.



O líder republicano – que deu ontem total e absoluto apoio à candidatura de Mario Díaz-Balart – disse que um homem como Castro “que exporta a tirania e promove o narcoterrorismo, não se lhe podem dar créditos para a compra de produtos norte-americanos”, a propósito da recente feira de alimentos realizada em Havana.



Explicou que apesar do embargo, existe uma legislação aprovada durante a administração de Bill Clinton, que permite empresas agro-alimentícias estadunidenses assinarem contratos com Castro. “Porém, nos asseguramos na legislação de que não houvessem créditos para ele”.



Díaz-Balart explicou que “desafortunadamente, Clinton havia tratado de ajudar a tirania”, porém, graças à liderança de Hastert, não se pode abrir o turismo norte-americano em Cuba.



”Também se conseguiu evitar que os fundos dos contribuintes norte-americanos vão para (Cuba) um dos países que apoia o terrorismo”, acrescentou o legislador estatal republicano da Flórida, que no próximo dia 5 de novembro enfrentará a também legisladora Annie Betancourt, do Partido Democrata, por um lugar no Congresso.



O evento eleitoral, realizado no restaurante La Carreta de Hialeah, reuniu dezenas de simpatizantes de Díaz-Balart, o qual esteve acompanhado de seu irmão, o legislador Lincoln Díaz-Balart e a congressista Ileana Ros-Lehtinen.



Hastert, de 60 anos, está cumprindo o segundo período como presidente da Câmara de Representantes e oito anos como congressista republicano em Illinois.



Considerado um dos homens com mais poder político no país, Hastert destacou a experiência legislativa de Díaz-Balart, como um dos pontos chave para a aprovação de projetos legislativos de prescrição médica para idosos, pendentes no Senado.



”Mario é a pessoa que o Congresso necessita”, disse o líder.



Fonte: www.lavozdecubalibre.com



segunda-feira, 7 de outubro de 2002

O Notalatina apresentou duas informações graves que saíram na mídia, de forma discretíssima, de modo a que o leitor propositalmente não as visse e, não as vendo, não fizesse as conexões necessárias ao andamento da carruagem. Elas davam conta de um "empréstimo" que o Brasil, através do Ministro Celso Lafer fazia à Cuba, no valor de 250 milhões de dólares, e a outra, mais recente, em que dirigentes do PT já se articulavam no Congresso para mudar a data de posse do novo presidente. Os petistas davam (e ainda acreditam nisso) como certa a vitória do seu candidato e, se a posse fosse no dia 1º de janeiro, a festa perderia seu brilho, pois a estrela máxima, o ditador Phidel Kastro não poderia estar presente, pois essa é também a data de comemoração dos 43 anos de escravidão e servilhismo que ele impôs ao povo cubano.



Hoje o Notalatina sai um pouco do seu estilo, divulgando uma notícia publicada no jornal O Estado de São Paulo, porque, apesar do disfarce, ela tem tudo a ver com as notícias citadas acima. Agora é o próprio presidente FHC que dá uma "mãozinha" para facilitar a vinda do "Líder Máximo", sem a qual a estrela do PT fica completamente ofuscada. Vejam aqui, a mentira com as perninhas bem curtinhas.



O Estado de S. Paulo, Segunda-feira, 7 de outubro de 2002



GOVERNO NEGOCIARÁ COM ELEITO ADIAMENTO DE POSSE

Proposta integra conjunto de medidas que FHC entende que precisam ser votadas logo após eleição.



TÂNIA MONTEIRO



BRASÍLIA - O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, defendeu ontem o adiamento das posses do próximo presidente da república para dia 6 de janeiro e dos futuros governantes para 15 de janeiro. Ele também propõe adiar, para as mesmas datas, o início dos exercícios financeiros da União e dos Estados, e conseqüentemente, da vigência da execução dos Orçamentos.



O governo já tem redigida proposta de emenda constitucional nesse sentido. A emenda, se for de interesse do presidente eleito, faria parte de um conjunto de medidas que o presidente Fernando Henrique Cardoso entende que precisam ser votadas logo depois das eleições, em um esforço concentrado do Congresso.



Parente, que é responsável pela condução do processo de transição, contou em entrevista ao Estado que a mudança de data permitiria que chefes de Estado estivessem presentes à cerimônia, dando outro peso político à posse. O ministro garantiu, no entanto, que se trata apenas de uma sugestão, que não consta da Agenda 100, a lista de medidas que precisam ser tomadas pelo próximo governo nos cem primeiros dias de sua gestão.



A mudança da posse já foi motivo até de brincadeira por parte de Fernando Henrique. O presidente comentou que não teria problema se seu sucessor não concordasse com a troca para 6 de janeiro, mas, nesse caso, preferia que antecipasse essa data, para 27 de dezembro, por exemplo.



O chefe da Casa Civil acha que a emenda que altera a data deve ser apresentada por um senador, para ter tramitação mais rápida, já que entraria direto no Senado. Assim, não ficaria parada na Câmara, onde a pauta está trancada pelo atraso na votação de diversas medidas provisórias. Parente explicou que a proposta teria de incluir tanto o adiamento da data da posse quanto do exercício financeiro, para se tornar viável.



De acordo com o ministro, com a mudança da data da posse e do início do exercício financeiro se facilitaria a questão de administração do Orçamento.



Ele disse que a medida facilitaria também na solução de questões burocráticas, como a prestação de contas dos governantes.

O candidato do PT, servo fiel e obediente ao senhor seu amo o tirano do Caribe, pregou durante toda a sua campanha eleitoral duas propostas auto-contraditórias: que iria acabar com a fome no Brasil e que seguiria o modelo de saúde e políticas públicas cubanos. E por que há contradição nessas duas afirmações? Primeiro, porque é impossível “acabar” com a fome, seja no Brasil ou em qualquer outro país do mundo. Segundo, porque se ele pretende conseguir essa façanha, espelhando-se no modelo cubano, o resultado será esse da matéria que o Notalatina apresenta hoje. Esse candidato mostra-se muito indignado com a fome que atinge milhões de brasileiros, no entanto, o que ocorre em Cuba serve de modelo, segundo ele, não só para o Brasil, como para toda a Humanidade.



Outra notícia que o Notalatina traz hoje diz respeito a um movimento que está surgindo em Cuba, em prol da liberação dos presos políticos. Como na ilha impera a lei da mordaça, e os desobedientes pagam com a perda da liberdade ao desrespeitá-la, esse fato reveste-se de uma importância extraordinária para aqueles que sem nenhum crime ou julgamento, (conforme foi denunciado aqui, ontem) encontram-se encarcerados nas masmorras da ilha-cárcere.



BATIDA POLICIAL CONTRA OS “BUZOS” DE DEPÓSITOS DE LIXO EM HAVANA



HAVANA, 27 de setembro (Victor M. Dominguez, Lux Info Press – www.cubanet.org) – Forças combinadas da Polícia Nacional Revolucionária (PNR) e do Departamento Técnico de Investigações (DTI), prenderam na semana passada mais de 300 pessoas que ingeriam alimentos recolhidos nos depósitos de lixo dos hotéis localizados na capital do país e na província Havana.



As pessoas que costumam ingerir alimentos dos recipientes onde se jogam os resíduos, são chamadas “buzos” em Cuba.*



Uma fonte confiável assegurou que a operação se justificou com o descobrimento, entre as centenas de detidos, de 15 indivíduos que eram perseguidos por diversos delitos.



O presidente da organização ecológica NATURPAZ, Osmani García, declarou ao Grupo Decoro que a operação policial começou na capital e se estendeu aos municípios havaneros Güines, Alquizar e Güira de Melena.



A precária situação econômica da maioria da população cubana que se evidencia no baixo poder aquisitivo (o salário prometido mensal não ultrapassa os 240 pesos cubanos – 9,23 dólares no câmbio vigente) e a redução dos alimentos e produtos básicos que se vendem racionados na Libreta de Abastecimento, para serem vendidos por dólares, são as causas principais do aumento de pessoas dedicadas a “mergulhar” nos depósitos de lixo.



Todavia, as autoridades não proporcionam assistência social aos “buzos”; apenas lhes aplicam medidas policiais.



”A maior parte dos que se dedicam a comer resíduos nos recipientes de lixo são casos sociais, pessoas que ultrapassam os 60 anos e se encontram desamparadas”, concluiu a fonte,



*”Buzos” significa literalmente gatuno, mergulhador, ave de rapina. Talvez pela similaridade da função com as designações gramaticais, sejam assim rotulados os “catadores de lixo alimentar” cubanos (N.T.).



INICIAM EM HAVANA JORNADA PELA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS



HAVANA, 1 de outubro (Juan Carlos Linares, Cuba-Verdad – www.cubanet.org) – Ativistas do Movimento 24 de Fevereiro começaram na cidade de Havana uma jornada pela liberdade dos presos políticos cubanos, a qual se estenderá até o próximo dia 10 de outubro, segundo informou à Cuba-Verdad, uma porta-voz desse agremiação opositora ao governo de Fidel Castro.



A jornada inclui jejuns, vigílias e tem lugar no Centro de Informação da citada organização, situada na rua C 8216, entre Segunda e Terceira, Reparto Dolores, município de San Miguel del Padrón.



A diretora do Centro de Informação, Mayelín Cadeño Constantín, disse: “O objetivo desta jornada é promover uma ação nacional e internacional, no sentido de conseguir a liberação incondicional de todos os presos políticos cubanos”.



Dez ativistas inauguraram a jornada, porém espera-se que o número de participantes aumente nos próximos dias, na medida em que a atividade seja divulgada no universo opositor da ilha.



”Outros atos previstos para serem realizados durante a jornada são cine-debates, sobre temas relacionados com o presídio político em Cuba, e conferências que abordarão os direitos humanos como assunto central”, anunciou Cedeño.



Estas informações foram transmitidas por telefone, já que o governo de Cuba não permite ao cidadão cubano o acesso privado à Internet.



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