sexta-feira, 1 de dezembro de 2006



O Notalatina está sendo publicado hoje em Edição Extraordinária, e poderá sê-lo mais vezes até a próxima semana, considerando a contagem regressiva das eleições presidenciais na Venezuela onde tudo pode acontecer, inclusive uma guerra urbana em todo o território nacional. Parece exagero? Pois saibam que não é! É a realidade vivida lá hoje mas que os jornais brasileiros não contam jamais; aliás, só contam mentiras e invertem toda a situação, fazendo da pacífica oposição a vilã da história e antecipando a vitória ao ditador cujo povo o rejeita.


Para se manter no Poder e dominar toda a América Latina, Chávez e seus esbirros estão dispostos a TUDO e têm usado dos expedientes mais baixos e vis, comuns na prática comunista (que, aliás, o Notalatina publicou com exclusividade em julho do ano passado uma Carta de Fidel a Hugo Chávez, em que o velho ditador ensina como conduzir a revolução e perpetuar-se no poder), até mesmo cooptar a mídia internacional de países aliados a ele, sabe-se lá por quantos petrodólares.


Pois a Espanha de Rodríguez Zapatero é um desses países lambe-botas do ditador venezuelano, cujos meios de comunicação têm feito descarada propaganda pró-Chávez, como o informativo esquerdista La Vanguardia Digital que teve a cara de pau de escrever uma matéria elogiando a fantástica marcha multitudinária chavista mas utilizando uma foto da mega avalanche de Rosales. Em artigo intitulado “Miles de simpatizantes piden la reelección de Chávez como presidente de Venezuela”, eles não tiveram qualquer escrúpulo em descrever um fato e utilizar a foto da outra marcha. Para o público europeu que não tem acesso ao que ocorre na sub-desenvolvida América Latina, a imagem que fica, mesmo se desmentido com provas depois, isto já não conta porque o que a memória retém é a primeira informação. A foto utilizada mostra um padre agitando uma bandeira venezuelana e cercado por uma multidão alegre e colorida com as três cores da bandeira.

Ocorre que este padre foi fotografado pela jornalista Eleonora Bruzual, e difundido em seu vibrante e comovente artigo na mesma noite do dia 25.11! Ademais, qualquer pessoa minimamente informada sabe que a campanha chavista é marcada pela cor vermelha (a cor do comunismo e do sangue das vítimas desses monstros) e que em todos os seus discursos ele afirmava que queria uma Venezuela “vermelha, vermelhinha”!

Não; isto não é equívoco, engano. Isto é mesmo uma orquestração macabra, canalha, desonesta. É a nova regra redacional daquilo que um dia se chamou “jornalismo” e que hoje não passa de covil de velhacos servis ao Comunismo Internacional. Vejam as duas fotos que ilustram esta Edição Extra e tirem suas conclusões, do mesmo modo que o Notalatina provou na edição passada a quantidade sem fim das mentiras pregadas acerca da tal multidão que acompanhou a marcha “vermelha, vermelhinha” e a do candidato Rosales, um homem normal, de bem e sem ficha criminal.


E ainda da Espanha recebo informação de uma correspondente que dá conta de que o canal de televisão “Televisión Española” tem-se dedicado nessa reta final a descaradamente fazer propaganda política para Hugo Chávez. Diz a correspondente que telefonou para o referido canal, identificou-se como sendo venezuelana e que se sentia ofendida pela forma parcializada como a TVE estava tratando o tema das eleições na Venezuela; acrescentou ainda que iria denunciar isto ao mundo e aqui procuro ajudá-la em seu intento.


Segundo informou a pessoa que a atendeu, foi sugerido que ela escrevesse um e-mail relatando o fato que a pessoa o entregaria a Lorenzo Milla, Direitor do Informativo, José Antonio Sacaluga, Diretor do programa que será exibido hoje, 01.12 às 10 da noite (horário de Madri) e a Alicia Gomez Montano, Diretora de Informe Semanal. Ela convida a todos os venezuelanos a visitarem a web www.rtve.es e que procurem o “Informe Semanal” e lá busquem “Chávez o desafio”. O e-mail para as denúncias é este: direccion_informativos.tve@rtve.es.


Mas as denúncias deste especial não param por aí. Enquanto Chávez continua insistindo na mentira sobre os “planos da oposição” (que na verdade são os dele e de sua gang de marginais e criminosos) em sua campanha desesperda com a derrota iminente e visível, mais se revela em seus atos. Na Gaceta Oficial do dia 21 de novembro saiu uma resolução nitidamente ditatorial, onde ele determina a proibição de reuniões, concentrações ou manifestações públicas desde às 11:59 p. m. do sábado até o mesmo horário do domingo, quando já se deve mais ou menos conhecer o vencedor das eleições e, o mais “curioso”, autoriza “transferência de fundos” do Ministério do Interior e Justiça para um banco no Panamá! Estaria ele se preparando para uma fuga ou estaria “lavando dinheiro” sujo, fruto de suas incontáveis negociações espúrias? Para que não reste qualquer dúvida da afirmação que faço aqui, reproduzo, no original em espanhol, a tal resolução na íntegra que pode ser conferida entrando no site deste Diário Oficial venezuelano.


E para concluir esta edição de hoje, reproduzo na íntegra e no original em espanhol (inclusive com todos os erros de escrita), um panfleto que foi distribuído durante a marcha de Chávez por suas milícias. Leiam e observem bem, sobretudo os últimos parágrafos, se isto não é um chamado à violência, à guerra urbana, um ato desesperado mas meticulosamente preparado por quem se sabe perdedor de antemão mas que NÃO ACEITA A DERROTA e vai se impor na marra! Esta gente “fala” de paz, democracia, horror à violência mas é exatamente isto que eles planejam!


E esta edição extra fica por aqui mas em estado de alerta vermelho, podendo retornar a qualquer momento se novas informações me chegarem ao conhecimento, onde tento fazer o que deveria ser obrigação dos jornais mas, como são todos cúmplices vão continuar mentindo, omitindo e virando as costas à verdade dos fatos. Fiquem com Deus e até a próxima!


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Comentários: G. Salgueiro


GACETA OFICIAL DE LA REPUBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA
AÑO CXXXIV – MES II – Caracas, martes 21 de noviembre de 2006.
Número 38.568
SUMARIO


Ministério del Interior y Justicia


Resolución por la cual se prohibe en todo territorio y demás espacios geográficos de la República, desde las once horas y cincuenta y nueve minutos de la noche (11:59 p. m.), del día sábado 02 de diciembre de 2006, hasta las once horas y cincuenta y nueve minutos de la noche (11:59 p. m.) del día domingo 3 de diciembre del mismo año, la realización de reuniones, manifestaciones públicas, concentraciones de personas o cualquier otro acto similar que pueda afectar el normal desarrollo de las votaciones.


Resolución por la cual se autoriza la transferencia de los recursos económicos depositados a nombre del Ministerio del Interior y Justicia en la Cuenta Bancaria de Banesco, Banco Universal, Sucursal Panamá.


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Contra los planes desestabillizadores de la derecha pro-Yanqui


¡EL 3D VOTA Y MOVILIZATE!


PLAN DE CONTINGENCIA POPULAR “OLIGARCAS TEMBLAD”


El 3 de Diciembre el bravo pueblo Venezolano obtendrá sin lugar a dudas otra GRAN VICTORIA en esta lucha por construir una patria justa, libre y soberana al ratificar en la Presidencia de la Republica al Comandante de la esperaza, de la alegría e de la vida HUGO CHÁVEZ FRÍAS. Sin embargo, los planes de la oposicion vende patria no son electorales; e a esta altura todo el pueblo lo sabe pero esto no es suficiente. Hay que prepararse, hay que organizar toda las fuerzas del pueblo en un plan de contingenica que permita responder contundentemente a los enemigos de la revolución si se atrevieran a violentar la vía pacifica y democratica. Hay que enviarles un claro mensage: SI VIENEN POR LAS BUENAS, SERA POR LAS BUENAS; PERO SI VIENEN POR LAS MALAS SE ARREPENTIRAN. No queremos violencia pero estaremos preparados para confrontarlos en todo terreno.


Por lo tanto, el FRENTE NACIONAL CAMPESINO EZEQUIEL ZAMORA (FENCEZ), UNIDAD POPULAR VENEZOLANA (UPV), COLECTIVO ALEXIS VIVE, COORDINADORA SIMON BOLIVAR (CSB), MOVIMIENTO DE BASE POPULAR (MBP) propone al pueblo y a todos los sectores revolucionarios y patriotas del país, las siguientes líneas para desarrollar el PLAN DE CONTINGENCIA POPULAR “OLIGARCAS TEMBLAD”.


PRIMERO: hay que garantizar la mayor votación posible para el comandante, lo que es fundamental para no dar pie al argumento del fraude; por lo tanto, todos los recursos del que se disponga hay que volcarlos a este propósito: carros, motos, canoas, caballos, comida, celulares etc. Todo esto debe estar a disposición de un plan de movilización electoral preferiblemente articulado al comando Miranda o por si solo si fuese necesario. Cada organización o colectivo debemos ponernos metas de votantes comprometidos a movilizar.


SEGUNDO: Es necesario votar y permanecer en los alrededores de los centros de votación, plaza bolívar, medios de comunicación, bases militares. A TODA COSTA HAY QUE PERMANECER MOVILIZADOS; ESTO SERA EL EJE DE NUESTRA ESTRATEGIA PARA DEFENDER LA REVOLUCION.


TERCERO: Acopiemos desde ya: gasolina, comida enlatada, medicina de primeros auxilios, tarjetas de celulares, radios de comunicación, radios receptores etc. Pues los mismos serán requeridos en un escenario de confrontación.


CUARTO: Estamos obligados a conformar en todos los espacios; escuadras, pelotones y batallones populares de contingencia, que garanticen el desarrollo de los planes defensivos y ofensivos de la Revolución; con prioridad en la protección y control de instituciones de atención medico asistenciales, redes de Mercal, torres del sistema eléctrico, refinerías, oleoductos, represas, sistemas ferroviarios, viaductos, puentes; emisoras de radiodifusión, plantas televisoras, antenas de transmisión radioeléctricas, micro ondas etc.


QUINTO: debemos tener definidos los objetivos a tomar en caso que la derecha quiera dar una zarpada; bloquear todo el país en sus principales arterias viales; trancar aquellas vías que puedan servir para llevarle apoyo a sus fuerzas; especialmente hay que tener como objetivo LAS AUTOPISTAS: REGIONAL DEL CENTRO, LA CENTRO OCCIDENTAL, LA JOSE ANTINIO PAEZ, LA LARA – ZULIA Y LA TRONCAL 5.


SEXTO: Construyamos redes de inteligencia social que permitan descubrir los planes conspirativos de la contrarrevolución, identificando la fuente de su logística y las empresas de aquellos reconocidos conspiradores para tomarlas, no para saquearlas, si no para que el pueblo organizado se apropie de ellas.


¡¡¡OLIGARCAS TEMBLAD!!! ¡¡¡VIVA LA FUERZA ARMADA NACIONAL!!!
¡¡¡POR LA UNIDAD POPULAR, LA LIBERACION NACIONAL Y EL SOCIALISMO!!!
¡¡¡VIVA EL COMANDANTE HUGO CHAVEZ!!! ¡¡¡VIVA LA REVOLUCION BOLIVARIANA!!!
¡!!VIVA EL BRAVO PUEBLOVENEZOLANO¡!!
¡!!HASTA LA VICTORIA SIEMPRE, VENCEREMOS¡!!
FENCEZ UPV
ALEXIS VIVE CSB MBP

quarta-feira, 29 de novembro de 2006




Faltando poucos dias para as eleições presidenciais na Venezuela, tenho observado que nem os jornais nacionais nem os internacionais refletem a verdade do que está ocorrendo nessa campanha. Não posso afirmar, por falta de provas, mas parece ter havido um certo “pacto” entre os jornais e informativos do mundo todo, de oferecer blindagem e apoio incondicinal a Chávez, em cujo pacote inclui-se a mentira sobre sua popularidade, seu alto índice nas pesquisas de opinião e o mais vergonhoso, a quantidade de participantes nas marchas ocorridas no último fim-de-semana. Neste pacote vai também embutida a lisura do CNE e um provável “golpe” orquestrado pela oposição que é, na verdade, o que pretende o candidato-presidente que não admite derrota.


Ocorre que, tanto o Jornal do Brasil quanto o Granma, o Juventud Rebelde ou mesmo CNN e BBC, mostram fotos das marchas de Chávez tomadas de perto que dão a aparência de multidão, mas o Notalatina desmascara esta farsa ridícula nestas fotos que ilustram a edição de hoje. Através desta foto aérea computadorizada, vejam a diferença de tamanho da multidão que acompanhou Rosales, marcado em vermelho do lado direito, inclusive a seta indica que ali era o meio da concentração onde estava o palanque e que atrás dele ainda havia mais gente. Agora vejam o que assinala a de Chávez no lado esquerdo.


Segundo dados de peritos em quantificar manifestações desse tipo, a de Chávez teve algo em torno de 400.000 pessoas, enquanto que Rosales arrastou entre 1.100.000 a 1.400.000. Este vídeo também deixa clara a diferença entre as duas concentrações; a de Chávez minguada, totalmente vermelha, tinha mais ônibus e carros do que gente, enquanto que a de Rosales foi chamada com propriedade de “A Mãe das Avalanches”, repleta de bandeiras venezuelanas e muita gente alegre e pacífica. Diante disso, só forçando muito a barra pode-se crer no contrário.


Além desses recursos audio-visuais que desmascaram a mentira que vem sendo disseminada pelos “cumpanhêros”, o Notalatina apresenta dados retirados de um documento que recebi há pouco (e que mudou todo o texto que vinha preparando) elaborado pelos jornalistas investigativos John Salas e Thor Halvorssen. O documento é muito grande e por isso tento fazer um cotejo dos pontos de maior relevância, copiando alguns trechos literalmente (traduzidos).


Bem, um dos pontos fundamentais que eles apontam, em relação às pesquisas, é o medo como fator de respostas que não espelham o sentimento do pesquisado: medo de perder o emprego, medo de violência, medo de perseguição. Outro dado marcante é o que aponta que os institutos de pesquisa que dão favoritismo a Chávez, foram financiados pelo Estado através da PDVSA, isto é, são pesquisas compradas!


A edição de hoje deve ficar maior do que de costume mas é necessário que assim seja, pois há muita informação grave a ser dada que o Brasil desconhece e que certamente está proibida a divulgação para “não queimar o filme” do hermanito do Sr. da Silva. Leiam, abram os links indicados, vejam os vídeos e divulguem porque a verdade não pode ser ocultada como foi aqui, na campanha que acabou re-elegendo Lula, o companheiro de Chávez, de Fidel e das FARC, através do Foro de São Paulo.


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Governo venezuelano prepara o mundo para aceitar uma fraude massiva


O aparato cubano-venezuelano de relações públicas e lobby opera em todas as máquinas antes das eleições presidenciais de domingo, criando uma matriz que poderia permitir ao presidente Chávez desconhecer resultados desfavoráveis. (Em declarações divulgadas no Jornal do Brasil do dia 26.11, Chávez afirmou: "O que acontecerá no próximo domingo já está escrito. Não há qualquer espaço na Venezuela para outro projeto que não seja o da revolução bolivariana". Para bom entendedor, apenas estas duas frases bastam. G. S.). Na mídia internacional só são divulgadas as pesquisas pagas pelo Governo, que dão larga magem de vantagem a Chávez; a Associated Press, a CNN, a Televisora Espanhola dentre outras estão sendo acusadas de fazer cobertura parcializada. Uma semana antes das eleições presidenciais venezuelanas do próximo domingo, muitas pesquisas sérias – nacionais e internacionais – refletem uma comparação empatada ou com o candidato opositor Manuel Rosales à frente; estas pesquisas reportam uma progressiva deterioração no apoio ao presidente Chávez e Rosales subindo rapidamente e começando a distanciar-se do presidente. Entretanto, as únicas pesquisas que estão sendo divulgadas pelos jornais ou comentadas pelos rádios e televisões ao redor do mundo são quatro, que mostram Chávez na frente com até 20 pontos de acima de Rosales.


Por que será isso? Há duas semanas os respeitados pesquisadores de opinião norte-americanos Penn Schoen & Berland reportaram que Chávez contava com 48% do eleitorado e Rosales com 42%, porém com Chávez caindo e Rosales subindo, pelo qual prediziam a vitória de Rosales em 3 de dezembro. A pesquisa foi feita com pessoas nas ruas e o fator “medo” distorcia os dados da realidade que foi levado em conta e que não se percebia naqueles leais ao presidente.


Outra pesquisa feita em princípios de novembro por Gaither Internacional – que em 1997 predisseram a vitória de Chávez em 1998 – mostra Chávez com 52% porém despencando e Rosales com 44,3% porém subindo. O Observatório Hannah Arandt assinala que a campanha está empatada, enfatizando também que foi considerado o fator “medo” para obter um resultado mais próximo da verdade. Angus-Reid Global Monitor reporta uma pesquisa feita pela reputada Survey Fast – cuja clientela principal são os bancos venezuelanos - assinala que Chávez lidera com 49%, seguido de perto por Rosales com 47,6%, porém com Chávez despencando e Rosales subindo na mesma velocidade e vencendo as eleições por mais de cinco pontos percentuais.


E o respeitadíssimo suíço-venezuelano Alfredo Keller, presidente da AKSA Partners, reportou que no começo de novembro o apoio a Chávez estava em 52% (tendo baixado mais de 65% do que tinha há dois meses) e Rosales com 48% subindo. O sr. Keller indica ainda que o apoio duro a Chávez baixou 9 pontos até 22%, com tendência a baixar, enquanto o apoio duro a Rosales está em 29% e subindo. E CE.CA., outra reputada pesquisadora de opinião venezuelana, reportou que Rosales lidera a carreira com 45,8% seguido de Chávez com 35%. Nesta também se afirmou que o medo é um dos fatores que impede a liberdade de expressão entre os venezuelanos.


Em contraste com estas há quatro recentemente reveladas: Zogby Internacional, Evans-McDonough, uma que disse ser da Universidade Complutense de Madri e AP-Ipsos. Duvida-se da pesquisa de Zogby Internacional, empresa conduzida por John e James Zogby, porque James Zogby participou há dois anos de um debate – com Noam Chomsky – no qual um dos temas a tratar era a “defesa” do regime chavista. Até esta data, Zogby Internacional não revelou quem pagou a pesquisa.


A pesquisadora Evans-McDonough revelou quem pagou sua enquete: a PDVSA! O presidente da PDVSA recentemente em discurso para os trabalhadores da petroleira dizia que “toda a instituição era chavista”, que era “vermelha, vermelhinha” e que aquele que não estivesse de acordo devia deixar seu posto para um “revolucionário”, ou seria tirado “a carajazos” (Como são finos estes chavistas... G. S.). A Universidade Complutense de Madri se afastou da pesquisa que foi divulgada como sendo sua, assinalando apenas que uma de suas professoras, Carolina Bescansa, estava envolvida no projeto. Ocorre que a Srª Bescansa foi contratada recentemente pelo governo venezuelano para realizar uma investigação sobre “saúde e drogas”.


Uma investigação descobriu que a pessoa que ordenou e pagou por esta pesquisa é Roberto Viciano Pastos, membro do Partido Comunista Espanhol que, entre 1999 e 2000, esteve a soldo da Assembléia Nacional venezuelana no período crucial em que se gestava e estreava a nova Constituição. Não é surpreendente que o Sr. Viciano tenha sido visto na tomada de posse de Evo Morales e que, segundo a jornalista Marta Colomina, a imprensa boliviana tenha escrito que: “Em sua chegada à Bolívia para assistir à posse de Evo Morales, Humala foi recebido pelo cidadão espanhol Roberto Viciano Pastor, assessor da Assembléia Nacional da Venezuela e extremista que elogiou o separatismo basco”. Nesta viagem, o Sr. Viciano serviu de anfitrião, guia e conselheiro para Humala, que acabara de sofrer uma derrota para o atual presidente Alan García.


A pesquisa de Associated Press-Ipsos é a mais curiosa de todas, ao apresentar o resultado da enquete como uma surra de Chávez, com 59% em Rosales, com apenas 27%. William H. Klemme, em seu artigo intitulado “O fator medo distorce a enquete da Associated Press na Venezuela”, refere que a pesquisa foi realizada em entrevistas cara-a-cara nas casas das pessoas, diferente dos outros institutos de pesquisa. Dentre alguns tópicos, perguntava-se acerca das “missões”, se o entrevistado ou alguém de sua família havia sido beneficiado por alguma delas, e se tinha amigos que se beneficiaram desses programas. Havia ainda perguntas sobre o grau de confiança que depositavam no governo onde 54% dos entrevistados referiu desconfiança quanto à contagem dos votos e 71% referiu preocupação em sofrer represália por causa do seu voto.


Curiosamente, as pesquisas difundidas mundialmente são sempre estas pró-Chávez. A respeito disso, o jornal Investors Business Daily afirma o seguinte: “O possível objetivo de tudo isto seria publicar enquetes suficientes para indicar que Chávez é popular, permitindo-lhe escapar de uma fraude escandalosa. Se em 3 de dezembro ocorrerem eleições fraudulentas que provoquem um protesto clamoroso, Chávez poderia escudar-se nas enquetes pré-eleitorais patrocinadas pelo governo para abafar os escândalos nas ruas”. E conclui: “Não te equivoques: as mentiras e a intimidação de Chávez não parecem ações de um líder político convencido de uma próxima vitória re-eleitoral. Conforme se acumulem enormes massas nas ruas de Caracas, será cada vez mais importante notar o papel que terão de jogar para contrapor-se a uma eleição potencialmente manipulada em uma democracia potemkin*, capaz de enganar unicamente ao observador eleitoral Jimmy Carter”. (*Potemkim é um termo usado para descrever a prática dos czares russos de erigir fachadas de cidades felizes para enganar funcionários estrangeiros, para que acredissem que o país era um lugar agradável e próspero. G. S.)


Ainda em relação a este clima nebuloso que permeia as eleições, diz-nos o expert petrolero e analista político Gustavo Coronel: “O regime se sente aterrado pelos resultados das eleições. Chávez controla quatro dos cinco membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e durante os últimos dois anos esteve avolumando o registro eleitoral com estrangeiros que votarão nele em troca de uma rápida nacionalização. Soube-se de narco-terroristas colombianos que se registraram e votaram em Chávez nas eleições passadas. A empresa que forneceu as máquinas eletrônicas de votação, a Smartmatic, recebeu um contrato controverso da parte de Chávez e tem um histórico obscuro. Atualmente está sendo investigada nos Estados Unidos. O registro eleitoral está fortemente corrompido e há pouco continha mais de 39.000 votantes maiores de 100 anos de idade, e 2.000 que indicavam o mesmo endereço residencial - (Isto foi anunciado aqui, na edição passada. G. S.). Chávez utiliza particularmente os meios de comunicação do Estado, enquanto limita o tempo no ar do candidato da oposição nas estações privadas, ao mesmo tempo em que o impede de usar os meios estatais que deveriam estar disponíveis, segundo a lei, para todos os cidadãos”.


O que parece óbvio para os observadores independentes é que o aparato de propaganda cubano-venezuelano está a todo vapor internacionalmente. Estes “pesquisadores de opinião” internacionais estão sendo utilizados para criar um clima em que a opinião pública internacional faça pouco caso a qualquer reclamo opositor de que o processo eleitoral foi fraudulento, no caso de se dar a derrota de Chávez e ele resolver usar seu peso dentro do CNE para desviar votos suficientes que lhe garantam a vitória. Isto pode ser visto claramente no modo como foram divulgadas as duas marchas pela imprensa internacional que, diante da realidade das imagens, não podiam negar que a de Rosales foi maior mas arrematavam dizendo que, “apesar disso”, Chávez ainda contava com a esmagadora maioria dos votos, como sempre fez a CNN em Espanhol.


A Televisora Espanhola, acusada por Olympus Consulting de distorcer sua cobertura em favor do senador Kerry na última campanha presidencial norte-americana, e de só divulgar aquelas pesquisas que mostravam Kerry empatado com o presidente Bush ou superando-o, transmitiu recentemente um programa em que falou da “enorme vantagem” de Chávez em termos que o favoreciam em sua campanha. Junto com a amizade infinita e o poder estratégico de Fidel Castro, Hugo Chávez herdou um aparato cubano de relações públicas e um lobby bem lubrificados e com experiência em negar o inegável e defender o indefensável.


Além de contar com todo este “esforço” publicitário internacional, comprado com os petro-dólares venezuelanos, Chávez terá a seu lado no próximo domingo observadores que, como no Referendo Revocatório de agosto de 2004, estarão lá para garantir não a lisura do pleito mas qualquer coisa que se faça para lhe garantir a vitória, considerando que Jimmy Carter é comunista, amigo de Fidel e de Chávez e os observadores indicados pelo Mercosul também são seus aliados no Foro de São Paulo, como bem esclarece o presidente de Fuerza Solidaria Alejandro Peña Esclusa, em nota que reproduzo a seguir.


Os “observadores” do Mercosul são aliados de Chávez


Segundo um cabo de DPA, datado de 27 de novembro em Buenos Aires, “o argentino Carlos ‘Chacho’ Alvarez encabeçará a delegação de observadores do Mercado Comum do Sul (Mercosul) nas eleições nacionais da Venezuela, programadas para o próximo domingo 3 de dezembro”.


O que o cabo nos indica é que Cacho Alvarez é membro do Foro de São Paulo, organização criada por Fidel Castro e Lula da Silva, à qual pertencem Hugo Chávez, Evo Morales, López Obrador, Daniel Ortega e as FARC.


O resto da delegação de “observadores” do Mercosul é composta pelo deputado argentino Francisco Gutiérrez, que é membro do Grupo Parlamentar de Amizade com Cuba do Congresso; Mauro Passos, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil, organização pertencente ao Foro de São Paulo; e os deputados Javier Salsamendi (Uruguai) e Héctor Lacognata (Paraguai), de clara tendência esquerdista.


Fuerza Solidaria insiste em que haverá uma votação massiva e que o candidato opositor Manuel Rosales obterá um triunfo arrasador, porém Chávez desconhecerá a vontade popular declarando-se ganhador com o apoio de autoridades eleitorais chavistas, e observadores internacionais parcializados.


Bem, como se pôde ver, por tudo que o Notalatina vinha denunciando há tempo e agora confirmado por venezuelanos sérios, respeitáveis e comprometidos com a VERDADE, a LIBERDADE e a DEMOCRACIA, o pleito do próximo domingo não pretende ser limpo nem tampouco transparente. Deixo aqui registrada mais esta denúncia escabrosa para que o mundo esteja alerta ao que pode ocorrer no próximo domingo na Venezuela. Fiquem com Deus e até a próxima!


PS. Estava com a edição já fechada quando recebo de uma amiga venezuelana a informação de que saiu no jornal El Nacional de domingo passado (26.11), uma reportagem que dava conta de um eleitor nascido em 1791 – com 215 anos! -, inscrito no REP ano passado! Na referida matéria trazia todos os seus dados!


Comentários e traduções: G. Salgueiro