Por necessidade de trabalho fiquei sem atualizar o Notalatina por mais de dois meses mas hoje volto com uma denúncia gravíssima que diz respeito às relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela, com relação a um massacre ocorrido no estado de Bolívar naquele país vizinho. Em 22 de setembro pp. ocorreu um massacre contra mineiros, executado por um operativo das FAN, onde morreram brasileiros, mas os jornais daqui deram tanta importância quanto dariam à morte de um cachorro de rua atropelado por um carro. Vi algumas notinhas discretas mas a coisa morreu por aí porque, em tempo de eleição, não convém mostrar a inapetência do Itamaraty e do Governo de “seu” Lula em se indispor com seu amigo mais dileto e sócio do Foro de São Paulo, o ditador Hugo Chávez.
Pois bem, o caso foi o seguinte. O estado de Bolívar, ao sul da Venezuela, é uma área rica em minérios, sobretudo ouro. Há na região muitas áreas de garimpo que funcionam há anos e nunca os mineiros foram molestados por seu trabalho. Durante os quase 7 anos de governo o ditador Chávez nunca se importou com o dano ambiental que pudesse ocorrer ali mas, este ano, junto com a Ministra do Ambiente, ele entendeu que deveria acabar com o garimpo alegando que “a extração iria prejudicar o leito dos rios”. Para isso, criou a “Missão Ribas” oferecendo cédulas de identidade venezuelana (esta é uma área – o garimpo – onde há muitos estrangeiros e sobretudo ilegais), camisa vermelha e outras terras onde eles pudessem trabalhar na agricultura. Como não sabem cuidar da terra mas da extração de minérios, alguns garimpeiros voltaram para as minas.
A tragédia tem origem em corrupção antiga. Quem vigiava a região (que envolve várias minas) era o CORE 8, ou seja, a Guarda Nacional. Ocorre que o Brasil, desde antes do governo Lula, comprava minérios a preço de mercado enquanto que o da Venezuela comprava por menos da metade do preço. Então os mineiros contrabandeavam os minerais e metais com o Brasil e a Guarda Nacional associou-se aos mineiros por uma parte do botim, e até fechou os olhos a um aeroporto clandestino de onde embarcavam ouro e diamantes para o Brasil sem maiores problemas.
Chávez descobriu isso e resolveu substituir a Guarda Nacional pelo Exército no Teatro de Operações, com a missão de desalojar os mineiros daquela área com a falsa alegação de “danos ambientais”. Estes militares, em vez de se associarem aos mineiros decidiram roubá-los, motivo pelo qual resolveram assassiná-los como queima de arquivo. O ministro do Interior e Justiça (chavista), Jesse Chacón, para encobrir o malfeito de seus capachos apressou-se em dizer que os militares “reagiram a um enfrentamento”, sendo apoiado na mentira pelo general Raúl Baduel, o super ministro da Defesa. A coisa, entretanto, foi tão absurda e grotesca, pois os mortos apresentavam várias perfurações de fuzil, sobretudo nas costas e nuca, enquanto os militares não tinham sequer um arranhão, que esses dois puxa-sacos bolivarianos tiveram que voltar atrás e dizer que os militares cometeram “atropelos e excessos” - tanto os bolivarianos como os petistas não cometem crimes mas “erros”, “atropelos” e “burrices”.
Mas a história não pára por aí. A princípio falou-se que as vítimas seriam 6 homens, dois dos quais de nacionalidade brasileira, e um sobrevivente venezuelano de nome Manuel Felipe Lizardi que levou um tiro no pescoço e outro no ombro mas sobreviveu. Segundo Marcos Lizardi, irmão de Manuel, efetivos do Teatro de Operações 5 (TO-5) chegaram na mina, obrigaram os mineiros a deitar-se no chão e dispararam seus fuzis. Alguns correram em direção ao rio, outros para dentro da mata tentando escapar dos seus algozes. Nessa fuga Manuel conseguiu sobreviver e pôde relatar o que se passou, após ser operado, mas nem todos tiveram a mesma sorte. Muitos dos que fugiram pelo rio morreram afogados mas há muitos outros ainda, cuja quantidade exata é dificil calcular, pois os militares os colocaram dentro do helicóptero e os jogaram na mata fechada para ocultar seus corpos.
Os mineiros sobreviventes contam ainda que esses militares chegaram num helicóptero russo e os disparos foram feitos com as novas metralhadoras AK 103, do lote dos 100 mil que foram adquiridas da Rússia pelo ditador Chávez. Algumas mulheres que estavam no acampamento foram seviciadas, o ouro roubado e as bateias destruídas para que os mineiros não mais pudessem trabalhar.
A revolta em decorrência do massacre e do cinismo do Governo em alegar “enfrentamento” gerou uma onda de violência nas cidades do circuito mineiro. Em Maripa, foram saqueadas e incendiadas a casa do prefeito Juan Carlos Figarella, o posto de controle da Quinta Divisão de Selva do Exército e uma caminhonete da prefeitura. Testemunhas contam que os militares atacaram 300 pessoas e foram para as minas pegar o ouro. Alguns que conseguiram voltar disseram que há umas 100 pessoas desaparecidas. Eles alegam que 10 kilos de ouro, resultado de longas horas de trabalho, foram roubados.
Hoje, especula-se que há em torno de 12 brasileiros entre os assassinados em La Paragua. Os corpos que foram levados para o Instituto de Medicina Legal, até o dia 04 de outubro estavam em avançado estado de decomposição, por não terem sido conservados para a necrópsia e aguardando a chegada de parentes para a identificação. Segundo o jornal Folha de Boa Vista, a funcionária pública Maria Jucineuda Sobral viajou até a Venezuela para fazer a identificação do corpo do cunhado, o garimpeiro Eliézio Alves Barros de 49 anos conhecido como “Fogoió”. Conta Jucineuda que os projéteis ainda estavam nos corpos e que, segundo o IML, não foram conservados “por falta de energia elétrica” e que estavam “aguardando chegar um aparelho de Caracas para fazer a necrópsia”.
Ainda segundo ela, o clima continua tenso “com os helicópteros do Exército fazendo vôos razantes na cidade. O povo se esconde nas casas com medo de novos ataque; quando os helicópteros sobem, a multidão volta para o meio da rua chamando-os de assassinos”. As fotos que publico nesta edição mostram bem o estado de ânimo e a revolta dos moradores de La Paragua.
Segundo o Consulado do Brasil em Ciudad Guayana, há cerca de 4 mil garimpeiros trabalhando na área, sendo que entre 1.500 e 2.000 são brasileiros. As associações de garimpeiros do estado de Bolívar denunciaram aos órgãos internacionais o massacre dos garimpeiros ocorrido em La Paragua e Alto Caura e pediram a destituição do Procurador-Geral da República por “não ter imposto rigor nas investigações do Exército”. A Procuradoria Militar ordenou a detenção dos 18 militares envolvidos no massacre, acusados de “abuso de autoridade, desvio de funções e atos contra o decoro militar”. Dos crimes de assassinato, reais e brutais, nada foi dito até o momento. O ditador Chávez disse a respeito dos “seus meninos” que houve um “uso excessivo das armas de um grupo de militares”, e que, “as necrópsias apontam para um uso abusivo das armas de guerra”, armas que ele comprou e pôs nas mãos de irresponsáveis delinqüentes como ele próprio, para assassinar seu próprio povo.
Agora, o que os jornais convenientemente não informam é que aquela área do estado de Bolívar é rica em urânio, que o ditador Chávez tem fornecido ao Irã em seus inúmeros acordos, fato já denunciado aqui no Notalatina há bastante tempo.
Neste massacre brutal foram também assassinados mineiros guianos e o governo daquele país agiu como se espera de um mandatário que sabe de suas responsabilidades para com seu povo e sua nação: pediu explicações formais e exigiu a punição dos criminosos e a reparação por parte do governo da Venezuela. Mas, e o Brasil, como se comportou neste episódio insólito? Onde estava o sr. Marco Aurélio Garcia, o poderoso MAG, amigo das FARC e de Fidel Castro? Onde estava o chanceler Celso Amorim? E o embaixador da Venezuela no Brasil, onde estava e o que falou? Quando Israel atacou o Líbano por causa da prisão de seus soldados ocorrido há alguns meses, estes mesmos “senhores” foram pedir explicações à embaixada de Israel no Brasil, como se a embaixada de Israel no Brasil fosse responsável pela invasão (mais do que justa!) naquele país do Oriente Médio.
O Brasil não fez ABSOLUTAMENTE NADA por seus filhos assassinados porque eles eram potencialmente “inimigos” da revolução bolivariana e porque não rendiam votos ao presidente-candidato do Brasil. O Brasil não fez NADA porque não há “incidente diplomático” entre membros de uma mega organização comuno-terrorista chamada FORO DE SÃO PAULO, como do mesmo modo o Brasil nada fez em relação às expropriações criminosas de fazendeiros brasileiros, nem à afronta sofrida pela Petrobras, ambos os casos na Bolívia, por determinação do estúpido índio cocalero que está destruindo e devastando tudo depois que foi graciosamente alçado à presidência do país, com a ajuda deste mesmo maldito Foro, de Lula, Chávez e Fidel Castro.
Quero deixar registrada aqui esta denúncia para que todos possam ver em “quem” pensa e com “quem” se preocupa o sr. da Silva. Na reta final das eleições que decidirão o futuro do Brasil e da América Latina, peço aos amigos que leiam e analisem com redobrada atenção a denúncia feita nesta edição de hoje. Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentários: G.Salgueiro
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