quarta-feira, 6 de outubro de 2004

O Notalatina traz hoje três artigos, sendo dois deles sobre o mais novo escândalo da Venezuela acerca da compra de armamentos russos, ora negado ser para as FAN, ora dito ser para Cuba, onde a Venezuela entraria “apenas” com o aval e o capital. Neste artigo editado hoje pelo Mídia Sem Máscara http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=2724 escrito pela jornalista venezuelana Eleonora Bruzual, na 2ª feira última, há uma declaração de José Vicente Rangel negando, muito embora Chávez tenha anunciado tal compra em seu último “Alô, Presidente!” e que o Notalatina divulgou com exclusividade em sua última edição.



É cada dia mais evidente a estreiteza de relação e vínculos comerciais entre Cuba e Venezuela; as notícias divulgadas hoje não deixam margem a dúvidas, embora Chávez e seus sequazes façam muitas mirabolâncias para tentar provar o contrário e justificar o injustificável. Não é “coincidente” demais que justo os dois países estejam pensando, no mesmo momento, em re-equipar e reaparelhar suas Forças Armadas? Só aos tolos ou idiotas úteis, essa baboseira convence...



A única nota que não diz respeito a este assunto é uma carta dirigida ao Ministro das Relações Exteriores da Espanha, pelo Executivo do Partido Liberal Democrático de Cuba (PLDC), com relação à dissidência cubana naquele país, utilizada pela esquerda para justificar seu apoio ao demoníaco assassino Fidel.



Vamos às notícias, pois, mas sugiro, ENFATICAMENTE, que leiam e divulguem a última nota desta edição de hoje. O Brasil tem que estar alerta a essa compra da Venezuela à Rússia, posto fazermos fronteira com este país.

Fiquem com Deus e até a próxima edição!



CARTA ABERTA AO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA ESPANHA



Senhor Miguel Ángel Moratinos

Ministro de Assuntos Exteriores

Reino da Espanha.

Senhor Ministro:



Com grande tristeza lemos seus comentários no Congresso dos Deputados onde, em resposta à pergunta do parlamentar D. Jorge Moragas Sánchez e como justificativa à sua planejada aproximação ao regime ditatorial de Fidel Castro, assegurava, com respeito à acertada iniciativa do Governo Espanhol no ano de 2003 de convidar a dissidência para as festas nacionais da Espanha, que tal convite “revelou-se como o pior instrumento para melhorar sua situação (dos dissidentes) e a dos presos de consciência. Isso o dizem os próprios dissidentes e os próprios presos de consciência”



Senhor, obviamente não corresponde a nós, os dissidentes cubanos, ditar ao senhor com quais governos deve aliar-se, porém, certamente consideramos estar em nosso direito de pedir-lhe, com todo o respeito, que não seja utilizado nosso nome para justificar seus planos. O que o senhor chama “em um marco de diálogo com as autoridades cubanas” e que também pode-se considerar como “em um marco de apoio à mais feroz ditadura que a América Latina conheceu”, foi o marco no qual falidamente outro governo espanhol, por coincidência do PSOE, tratou anteriormente de melhorar a situação dos direitos humanos em Cuba e conseguir sua democratização.



Conhecemos o poder manipulador do tirano e mais de 45 anos de ditadura nos ensinou que a mudança se produzirá dentro e não como conseqüência direta do procedimento de outro governo; todavia, isso não guarda importância à útil ajuda que esses governos podem oferecer à aproximação desse momento de mudança que tanto anseia e necessita nosso sofrido povo. E uma das formas dessa ajuda é o reconhecimento explícito à dissidência interna e exigir de Castro a cessação da prática, usada durante décadas, de utilizar a inesgotável fonte de presos de consciência como meio de intercâmbio para obter favores da parte de governos estrangeiros.



A dissidência e todo o povo cubano lamentariam muito um retrocesso na digna e conseqüente posição adotada pela Espanha ante a arbitrária e cruel condenação à que foram submetidos 75 dos melhores filhos desse povo.



Respeitosamente,



Executivo do Partido Liberal Democrático de Cuba (PLDC)

Recebido e transmitido por Sergio Hernández, porta-voz do PLDC no exterior.



NOVAS EVIDÊNCIAS DE QUE CUBA E VENEZUELA PERSEGUEM ESTRATÉGIA COMUM DE REARMAMENTO E REDEFINIÇÃO DE SUAS FORÇAS ARMADAS



José A. Sánchez

Analista do Deptº de Investigações de La Nueva Cuba



Duas notícias aparentemente não relacionadas, porém que ao analisá-las com um pouco mais de detimento, mostram novas evidências de que Cuba e Venezuela estão dedicadas em um rearmamento não só de suas forças aéreas e terrestres, senão também de suas forças navais.



As revelações de que os estaleiros espanhóis Izar consideram a venda de naves militares a Cuba e o encontro que se negocia entre o Ministro da Defesa da Espanha socialista, José Bono com o novo caudilho latino-americano, Hugo Chávez Frías, confirma o que informes de inteligência têm reportado. Estas informações põem em uma nova perspectiva o possível rearmamento da Força Aérea Cubana (com dinheiro venezuelano) e a compra de outros equipamentos e armamentos que já informamos.



Com a compra de novas unidades navais para a MGR (Marinha de Guerra Revolucionária) perfila-se um plano de modernização total (e rearmamento total) das Forças Armadas de Cuba. Não se pôde ainda determinar que tipo de unidades estaria a empresa espanhola Izar a ponto de fornecer a Cuba... porém, estes estaleiros fabricam, desde patrulheiras de alta velocidade até submarinos, fragatas e porta-aviões.



Nos inclinamos a pensar que Cuba trata de adquirir unidades patrulheiras embora que a “magnanimidade” de Chávez com o tesouro venezuelano não tem limites. De qualquer maneira, consideramos duas possibilidades:

1. Um reforçamento da capacidade de proteger a fronteira cubana a partir de uma projeção mais efetiva de forças navais que operariam dentro (ou fora) das 12 milhas. Também pode-se especular que se tentaria incrementar a capacidade das forças navais cubanas para “intervir” nas operações de tráfico de narcóticos... antes que as unidades do U.S. Coast Guard ou a DEA tenham oportunidade de fazer seu trabalho;

2. Um plano de projeção ao exterior em uníssono com a Venezuela, para cobrir o Caribe e ter uma “diplomacia forte” nos planos de Integração Bolivariana, algo que soa perigoso e descabido, porém que nas mentes napoleônicas de Castro e seu “mini-tirano” Chávez fazem muito sentido e,

3. Por outro lado, reporta-se como o Ministro da Defesa espanhol, José Bono, promoveu no Chile e na Venezuela os produtos e serviços da Indústria Militar espanhola, com instruções de seu governo de melhorar e favorecer as relações com o governo de Hugo Chávez.



Por tudo o que expusemos anteriormente, deduz-se que as vendas a Cuba dos estaleiros militares Izar, é não só uma gestão de Cuba, mas que a Venezuela parece ser o centro da atenção e a preferência que o governo de Zapatero parece dar aos (que casualidade!!!) inimigos dos Estados Unidos.



Não nos surpreenderia se as vendas a Cuba, pela Izar, forem pagas com créditos do governo espanhol que buscaria reativar os estaleiros e, ao mesmo tempo, favorecer a um “igual” ideológico... com o dinheiro do povo espanhol. Estamos seguros de que nada do que dissemos passou despercebido aos serviços de inteligência militar americano e britânico (entre outros) porém, como conhecemos a natureza conspirativa de Fidel Castro e sua capacidade de infiltrar-se e aproveitar-se do “momento político”, este deve estar contando que a opinião pública dos Estados Unidos (e mundial) não reagiria favoravelmente à denúncia destes movimentos como uma ameaça clara e presente para a região (em razão de ter abertas duas frentes militares no Iraque e Afeganistão), por parte do governo americano.



Cortesia de Paul Echaniz



Fonte: NetforCuba International – www.netforcuba.org



RÚSSIA ADMITE QUE INVESTIRÁ MILHÕES DE DÓLARES NA ECONIMIA VENEZUELANA E QUE VENDERÁ HELICÓPTEROS DE COMBATE A CHÁVEZ



La Nueva Cuba - A Rússia investirá um bilhão de dólares na economia da Venezuela e venderá ao país andino helicópteros de combate, anunciaram hoje fontes governamentais de ambos os países, após concluir negociações bilaterais de alto nível na capital russa.



Durante a primeira reunião da Comissão Intergovernamental bilateral, o vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, precisou que seu país comprará ao menos 40 helicópteros. “Os primeiros dez helicópteros serão entregues em um prazo de dois ou três meses”, indicou Rangel, citado pela agência Interfax.



O vice-Primeiro Ministro russo, Alexandr Zhukov disse que seu país investirá ao menos um bilhão de dólares na construção de uma fábrica de processamento de bauxita em sociedade com a estatal Corporación Venezolana de Guayana (CVG).



Rangel explicou que os helicópteros russos serão utilizados para vigiar as fronteiras de seu país e em trabalhos de resgate, e criticou alguns comentároios no sentido de que sua delegação veio a Moscou unicamente para comprar armas.



“Na véspera de minha visita a Moscou, muitos meios de informação na Venezuela e Estados Unidos comentaram que o objetivo era comprar armamento, porém na realidade tratamos (nas negociações) de assuntos em um espectro muito mais amplo”, afirmou Rangel.



Segundo a agência oficial russa, Itar-Tass, a comissão analisou assuntos importantes da palestra internacional e a viabilidade de vários projetos com a participação de empresas de ambos os países.



Como parte desses projetos, a petroleira privada russa Lukoil e a estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), acordaram a criação de uma empresa mista para a exploração e extração de cru, no golfo de Maracaibo.



O chefe da delegação russa manifestou que nas conversações falou-se também do ingresso da Rússia na Organização Mundial de Comércio (OMC), e da visita do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à Rússia, no próximo mês de novembro.



Fonte: www.lavozdecubalibre.com



Traduções: G. Salgueiro



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