sexta-feira, 2 de julho de 2004

Quero chamar especial atenção para a primeira nota de hoje e quem puder, por favor, difunda-a ao máximo! Trata-se de uma carta enviada pela esposa do preso de consciência cubano Oscar Elías Biscet, cuja vida corre perigo se não for tomada uma providência urgentemente.



O Dr. Biscet, desde que foi injustamente encarcerado, jamais freqüentou um refeitório e quase que todo o tempo desde que foi preso, vem sendo mantido em calabouços, na mais indigna humilhação e privações de toda ordem. Aqui preciso fazer um paralelo com os grosseiros farsantes da mídia e os intelectualóides esquerdosos de plantão, quando repetem sistematicamente, (e ainda continuam, mesmo depois desta gente ter sido libertada com vida há tempo) protestos “em defesa dos pobres iraquianos torturados em Abu-Gharib” e não se tocam com barbaridades como as que têm sofrido os presos de consciência cubanos e os americanos degolados por fanáticos demonizados. É preciso ser tão cínico ou intrinsecamente perverso quanto estes monstros fanáticos, para não enxergar a abissal disparidade entre uma coisa e outra. Reconhecer isto, é desnudar-se; é expor suas chagas pútridas que tentam esconder a qualquer preço, para passar a imagem de que este regime é bom, é belo, é o melhor que se pode desejar aos outros, desde que “eles” não façam parte desta massa de escravos.



Há, ainda, uma reflexão sobre os últimos e “misteriosos” acontecimentos nas negociações venezuelanas, pela jornalista Isa Dobles e uma denuncia feita pelo jornalista cubano José Ignacio Rivero sobre mais uma aberração comunista, divulgado em uma publicação na América Latina que afirma que “a independência de Cuba ocorreu em 1º de janeiro 1959, com a Revolução”. Se a mim isto incomoda e dá náuseas, imagino o que não se passa no coração de um cubano patriótico que viu sua terra desgraçada e seu povo escravizado justamente a partir desta maldita data!



Bem, o Notalatina de hoje encerra, citando um versículo do Salmo que o Dr. Biscet recomenda à mãe, desejando a todos um excelente final de semana. “Tu, Senhor, nos guardarás, nos preservarás para sempre desta raça” – Sl. 11, 8. Eu creio nisto e convido-os a refletir sobre as palavras aí contidas. Até segunda!



PETIÇÃO URGENTE PELO DR. OSCAR ELÍAS BISCET, PRESO DE CONSCIÊNCIA EM CUBA



Em uma missiva dada a conhecer na cidade de Havana, no passado 23 de junho, Elsa Morejon Hernandez, esposa do preso de consciência em Cuba, Dr. Oscar Elías Biscet, denuncia a difícil stuação que atravessa este médico que encontra-se na prisão Kilo 8 na província de Pinar del Río, a 162 km. de sua casa, sancionado a 25 anos de prisão, na Causa 15 de 2003 por supostos delitos de “atentar contra a soberania e a integridade do território cubano”.



Desde 17 de junho de 2004, o Oficial Mario Luis, que diz cumprir “ordens novas que todos os presos devem acatar”, proibiu que continuassem levando à cela do Dr. Biscet os alimentos que a penitenciária oferece aos reclusos e desde esse dia ele só ingere algum alimento que algum preso lhe oferece. Os familiares do Dr. Biscet não souberam de tal situação até o dia 19 de junho, quando lhes foi permitido uma visita de 30 minutos na Prisão Kilo 8, pelo Dia dos Pais.



Segundo palavras do Dr. Biscet à sua família: Desde o mês de abril de 2003, quando me sancionaram injustamente nesta causa, eu nunca fui a um refeitório em nenhum dos dois cárceres em que me mantêm preso, pois sempre me tiveram isolado e em calabouços de castigo. Em 16 de janeiro do ano em curso, o direitos do cárcere me propôs tirar-me do calabouço de castigo para conviver com 16 presos comuns em um cubículo. Disse ao diretor que aceitava com a condição de que eu não participaria de nenhuma atividade política nem iria ao refeitório, pois no refeitório a higiene é inadequada, há situações de brigas entre presos e há violações quanto às normas estabelecidas em qualidade, quantidade e higiene dos alimentos. Se fosse ao refeitório, me poria obrigatoriamente em uma confrontação pacífica entre as autoridades da penitenciária ante tais violações, pois sou médico e me considero ativista pelos direitos humanos. O diretor da penitenciária aceitou meus motivos e permitiu que um recluso me trouxesse os alimentos à cela. Desde o dia 17 de junho não tenho mais recebido os alimentos e me têm obrigado a estar praticamente em greve de fome. Ninguém me deu explicação alguma, nem sequer o diretor veio dar-me uma explicação. Esta nova represália é somente comigo já que aqui há vários presos que não vão ao refeitório e continuam lhes levando a comida à cela. Estou orando a Deus para que esta situação se resolva da melhor maneira possível. Diz a minha mãe que leia o Salmo 11 que lhe enviei; tu também e meus amigos. Eu tenho o alimento espiritual e a fortaleza que Deus dá aos que O amam em justiça e em verdade.



A família do Dr. Biscet achou que, embora o médico tenha controlada a hipertensão arterial, está “extremamente magro, perdeu por volta de 60 libras (27 kilos!) de peso corporal desde que está no tal cárcere, e sua dentadura apresenta-se totalmente deteriorada, produto de vários fatores de risco imperantes nos isolamentos em calabouços e a falta de atenção médica que nega-se a receber por parte dos militares, alegando que não confia que tenham boas intenções”.



Segundo a Srª Morejon, desde janeiro de 2004 o Dr. Bscet só teve duas visitas de duas horas cada uma, nunca lhe permitiram uma ligação telefônica para sua família. Os presos dessa penitenciária não têm televisão, não se lhes permite ter um rádio, nem um colchão para dormir, nem um ventilador, não têm acesso a um chuveiro, nem água suficiente para banhar-se e as celas não possuem janelas.



A família do Dr. Biscet o considera um homem inocente, sendo seus únicos delitos “ser um soldado da não-violência, da vida e dos direitos humanos” e pedem a todos os homens e mulheres de boa-vontade que intercedam ante o governo cubano para que resolva-se esta situação que atenta contra a vida do Dr. Biscet e a integridade psicológica de toda a sua família. As autoridades da penitenciária guardam silêncio ante a solicitação da família de permitir levar alimentos ao Dr. Biscet ao cárcere, “para que não adoeça ou morra de inanição”.



Testemunho de Elsa Morejon dado via fax, de Cuba.

Fonte: NetforCuba International - http://www.netforcuba.org/



TEMOS ARRISCADO TUDO, ATÉ A VIDA E ISSO MERECE RESPEITO!



Por Isa Dobles



A recente reunião realizada entre Gustavo Cisneros, Jimmy Carter e Hugo Chávez segue arrastando o “rabo”. E não podia ser de outra maneira. Em primeiro lugar, pelo segredo. Estamos em um momento na Venezuela no qual a “transparência” parece ser o mínimo exigido em qualquer coisa que tenha a ver com o momento e por outro lado, o homem em quem os lacaios do Poder têm menos confiança, então estamos em um verdadeiro beco sem saída, porque afortunadamente os venezuelanos que estamos frente a este pesadelo e conhecemos os personagens, não ficamos parados nos lamentando.



A mim particularmente o que gostaria de saber é se a Coordenadora sabia algo desta reunião. Por que? Porque apesar de todas as críticas e debilidades, as pessoas querem respeitá-la. Vêm gerenciando coisas muito difíceis com homens que as estão arriscando todas e nenhum poder pode estar agora acima do poder que representam, que hoje é nada mais, nada menos que a vontade popular. Há carências? Fulaninho é fraco? O outro é um espantalho? Sim. Porém, em conjunto é o ente que dá a cara por nossa angústia e também por nossa esperança.



E por mais líderes que todos e cada um criemos, quando toca enfrentar o perverso trio do CNE, embora lhes custe trabalho abrir as portas a Alberto Quiroz e Mujica têm que fazê-lo, por mais caras de enfastiados que eles tenham na reunião. Porém, não as abrem a Pedro Pérez ou a María Ramírez. Então a mim, Isa Dobles, me devem uma explicação clara e transparente, não “tramparente” dessa reunião. Ninguém nega que Gustavo Cisneros é um empresário importantíssimo, um dos homens mais ricos do mundo, nem que Carter faça um melhor trabalho como mediador do que como o fez como Presidente dos Estados Unidos, porém tampouco ninguém pode negar o que é Chávez e o que é este momento que vivemos que não pertence a ninguém especialmente mas a todos. Chávez chamou para pedir confusão? Cisneros aceitou a colaboração de seu “aveludado” Carter para tratar de deter um julgamento militar ante a arremetida de Chávez? Carter se ofereceu para conseguir um encontro de Cisneros com Bush? Cisneros “equivocou-se” como se nada tivesse acontecido quando ia tratar da chegada do sorridente Mr. Ury? Quem pedia algo? Quem concedia algo? A única coisa informada por Cisneros não me convence. Porque eu não creio nessas bondades que nos conta de Chávez. Simplesmente assim!



De poder em poder se podem negociar muitas coisas. As que o poder possa comprar. O que se passa é que na conjuntura que estamos vivendo e esta luta desigual e desgarradora que estamos lutando, estamos empenhados em fazer as coisas bem feitas. E não conseguiremos nunca se não nos respeitarem. Nada que se faça na sombra nos dá confiança. Nós, os que nos movemos sem privilégios, sem escoltas, sem carros blindados, temos quase seis anos arriscando tudo, até a vida. E isso... merece respeito!



Fonte: Gente del Siglo XXI



HÁ QUE LEVANTAR A VOZ CONTRA A INDIGNA MENTIRA!



Por José Ignacio Rivero



Em uma publicação latino-americana se disse em uma reportagem sobre Cuba que desde o século XIX, no qual nasceu a nacionalidade cubana, formada pelos descendentes dos escravos africanos e dos espanhóis chegados à zona, até 1958, Cuba esteve em mãos de forasteiros porém, que em primeiro de janeiro de 1959 a Revolução triunfou nas terras do Estreito da Flórida e deu à ilha sua independência!



E nós dizemos: Que voz conjunta do nosso exílio se levantou na imprensa mundial para responder a todas estas mentiras sobre Cuba, lançadas à opinião pública para defender o comunismo? Nenhuma. Vê-se com clareza a necessidade de criar um organismo coordenador de todas as organizações cívicas, profissionais, econômicas, religiosas, etc., com a finalidade de levantas a voz de nossa verdade até o último rincão do globo.



Fonte: lavozdecubalibre.com



Traduções: G. Salgueiro



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