quinta-feira, 17 de outubro de 2002

O Notalatina de hoje traz várias notas: um comentário do nosso mais novo colaborador Carlos Reis que abre a edição, e mais comentários sobre o insustentável melindre de vestal ofendida do PT, com o depoimento da atriz Regina Duarte e, conforme prometemos, seguem notícias da bomba-relógio que começa sua contagem regressiva, na capital venezuelana, Caracas.



LATRINA I



EUA condenam espiã pró-Cuba



Notícia de Zero Hora de 17.10.2002 dá conta que Ana Belén Montes, cidadã americana de procedência porto-riquenha foi condenada a 25 anos de prisão. Como sabemos, Ana Montes é espiã desde 1984 e confessou isso em março desse ano.



Mas a notícia é dada com um viés nitidamente queixoso e traz somente a versão da própria traidora:



- Acho que a política do nosso governo em relação a Cuba é cruel e injusta, e me sinto moralmente obrigada a ajudar a ilha a se defender das tentativas de impormos os nossos valores e nosso sistema político – disse Ana Montes, 45 anos, ao juiz Ricardo Urbina.



LATRINA II



No mesmo dia Zero Hora publica o elogio de Chávez a Lula, em Roma, onde é convidado de honra da FAO, no dia mundial da alimentação. Diz não temer um golpe militar anti-Lula, o que ele teria interepretado do programa do Serra. É o tal do terrorismo que não sai da boca do PT nesses dias finais de campanha.



Carlos Reis



LULA RECHAÇA AS TÁTICAS DE SERRA



A participação da atriz Regina Duarte no programa eleitoral do candidato José Serra, foi matéria de hoje no jornal El Nuevo Herald que, apesar de ter uma linha editorial imparcial, hoje resvala e discretamente mostra por quem parece torcer. Diz na matéria (não assinada): “O Partido dos Trabalhadores, que postula pela quarta vez a Presidência, denunciou ontem ante as autoridades eleitorais, uma mensagem da reconhecida atriz Regina Duarte enxertada nos programas “proselitistas” de Serra na televisão” (aspas minhas).



Ora, eu não estou aqui para defender o candidato governista, como nunca defendi nenhum deles, mas por que a declaração de “medo” da atriz é considerada proselitismo? Se o PT usasse dos mesmos argumentos, como, aliás, em matéria de apelação sentimentalóide tem sido imbatível, seria aplaudido pela mídia nacional e estrangeira, mas com os outros isso não pode; é proselitismo.



O PT acusa o outro candidato de estar patrocinando o “terrorismo mental” com essa inserção da atriz, mas eu pergunto: o que é mais terrorismo: dizer que tem medo do que virá, com tudo o que já se sabe desse partido e das alianças feitas pelo Sr. Lula, ou suas ligações arqui-provadas com reconhecidos terroristas das FARC e assassinos cruéis como Fidel Castro? Quando a atriz Regina Duarte diz ter medo da falsa mudança petista, ela reflete o sentimento de muitos brasileiros que não deram seu voto a este senhor, que ainda nem ganhou as eleições mas já mostra o ditador que se esconde em seu espírito; quem viu a censura autoritária que ele impôs ao jornalista Boris Casoy na semana passada, para justamente não revelar suas íntimas ligações com Chávez, Fidel e as FARC, tem mil e um motivos para temer o que virá pela frente. O que a maioria da população que aplaudiu a atitude da atriz espera, é que ela não ceda às pressões que vem sofrendo de todos os lados, de colegas de profissão, sobretudo, e vá às câmeras de tv se retratar, e desmetir a afirmação anterior.



CONTAGEM REGRESSIVA NA VENZUELA



Enquanto isso, na Venezuela, a oposição começou a contagem regressiva para a greve do dia 21, sem o apoio de importantes sindicatos do setor público. Chávez continua debochando e passeando na Europa, repetindo hoje, em Roma, o que já havia dito na França: “Não quis renunciar quando houve o golpe de Estado em 11 de abril. O poder que o povo me deu, só o povo pode tirar. Fiz tanto caso desse ultimatum que vim à Roma”.



A greve de 12 horas foi convocada pela Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV) e a cúpula empresarial, Fedecâmaras, com o respaldo da Coordenadoria Democrática (CD, que reúne todos os partidos políticos e grupos civis opositores a Chávez), no caso em que o chefe de Estado continuasse ontem no poder. Porém, as diretorias dos sindicatos petroleiros, empregados públicos, transporte público e os de algumas empresas importantes como a da siderurgia e do alumínio, anunciaram que trabalharão no dia 21, o que é ruim para o movimento, considerando o grande número de filiados a esses sindicatos. Além desses, algumas indústrias que acabaram de assinar convênios de proteção com o governo, anunciaram que se opõem ao protesto. Lógico... Do lado patronal, o Conselho de Grandes Industriais (Conindustria) e a Câmara de Alimentos (Cavidea), vinculadas à Fedecâmaras, ratificaram seu apoio ao movimento.



Entretanto, em Caracas vivem-se momentos tensos depois que a Brigada Especial da Polícia Metropolitana (PM), dirigida pelo governador opositor, Alfredo Peña, lançou ontem à noite gases lacrimogênios em agentes desse grupamento em greve há duas semanas. Os policiais grevistas estão concentrados há dias perto da sede da governadoria, que fica na Praça Bolívar, a principal de Caracas, informou o canal estatal. Segundo porta-vozes dos grevistas, os agentes leais a Peña “se prestaram a dar-nos a estocada final”, informando que foram atacados por policiais motorizados que os atacaram à noite.



Fonte: El Nuevo Herald e La Nación



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