"Purifiquemos nossos sentimentos, e veremos a Cristo resplandecente da ofuscante Luz da Ressurreição, e ouvi-lo-emos exclamar: Rejubilai cantando o hino do triunfo!"
O Notalatina leva o ano todo falando de desgraças, fazendo denúncias e tentando alertar seus leitores sobre a maldição do comunismo crescente, não só no nosso continente mas, sobretudo, no Brasil. Hoje, entretanto, o assunto é outro e não podia ser diferente, uma vez que sou católica ortodoxa e a Páscoa é A FESTA DAS FESTAS para todos os cristãos do mundo.
Devo antes fazer um esclarecimento: as Igrejas Católicas Ortodoxas, que seguem o Velho Calendário (calendário Juliano), nem sempre coincidem com as datas das festas da Igreja Católica Romana. Por esta razão, nossa Páscoa será no próximo domingo (19) mas, em consideração aos meus amigos e eventuais leitores católicos romanos, publico hoje minha mensagem de Páscoa.
Nas Igrejas Ortodoxas a Páscoa é também chamada “Festa das Luzes”, simbolizando a Luz de Cristo que nos tirou das trevas - a escuridão da morte eterna - e nos deu a Luz da Ressurreição. Há uma grande festa dentro do átrio da igreja após o ofício das Matinas Pascais e um verdadeiro banquete é servido aos fiéis que passaram por um rigoroso jejum da Grande Quaresma que às vezes pode passar dos 40 dias. É um dia de grande júbilo e a liturgia de uma beleza só digna do nosso Rei, Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Então, com meus votos de uma Santa e Luminosa Páscoa de Cristo a todos, deixo como minha mensagem a Homilia de São João Crisóstomo (Doutor da Igreja e um dos autores da Liturgia dominical) que é lida durante o ofício de Matinas Pascais, celebrada na noite do Sábado Santo. Há ainda uma gravação desta homilia (com alguns termos modificados, mas com o mesmo significado), num podcast da Igreja Sérvia do Brasil, na voz do Arcipreste Alexis que vocês podem ouvir clicando aqui, retirado do site “Canal Ortodoxia Cristã”. A foto que ilustra a edição de hoje é um ícone da Ressurreição, e a frase abaixo dele, é uma ode cantada durante a cerimônia. Que a Luz da Ressurreição de Cristo brilhe no coração e espírito de cada um de nós, dando-nos discernimento, perseverança, força e retidão para seguirmos em nosso embate contra o inimigo. Feliz Páscoa para todos e até a próxima!
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Homilia de Páscoa de São João Crisóstomo
Que todo o homem piedoso e amigo de Deus goze esta bela e luminosa festa! Que todo o servo fiel entre com júbilo na alegria do seu Senhor! (Mt 25,23). O que carregou o peso do jejum venha agora receber a sua recompensa. O que trabalhou desde a primeira hora receba hoje o seu justo salário (Mt 20,1s). O que chegou depois de passada a terceira hora celebre esta festa na acção de graças. O que chegou depois da sexta hora não tenha receio, não ficará prejudicado. Se alguém tardou até à nona hora, aproxime-se sem hesitar. Se houver quem se atrasou até à décima primeira hora, não tenha medo da sua perguiça porque o Mestre é generoso e recebe o último como ao primeiro, exerce misericórdia sobre aquele mas cumula este. Dá a um e agracia o outro...
Assim, pois, entrai todos na alegria do vosso Mestre! Primeiros e últimos, ricos e pobres, os que vigiaram e os que se deixaram dormir, vós que jejuastes e vós que não jejuastes, alegrai-vos hoje! O festim está pronto, vinde todos (Mt 22,4)! O vitelo gordo está servido, que ninguém se vá embora com fome. Saciai-vos todos no banquete da fé, vinde servir-vos do tesouro da misericórdia. Que ninguém lamente a sua pobreza, porque o Reino chegou para todos; que ninguém chore as suas faltas, porque o perdão brotou do túmulo; que ninguém receie a morte, porque a morte do Salvador dela nos libertou. Aquele que a morte tinha agarrado destruiu-a, Aquele que desceu aos infernos despojou-os...
Isaías tinha-o predito ao dizer: "O inferno ficou consternado quando te encontrou" (14,9). O inferno ficou cheio de amargor porque foi arruinado; humilhado, porque foi entregue à morte; esmagado, porque foi aniquilado. Apoderou-se de um corpo e viu-se diante de Deus; agarrou-se à terra e encontrou o céu; apropriou-se do que via e foi derrotado por causa do Invisível. "Ó morte, onde está o teu aguilhão? Inferno, onde está a tua vitória?" (1 Co 15,55). Cristo ressuscitou e foste arruinado! Cristo ressuscitou e os demônios foram precipitados! Cristo ressuscitou e os anjos estão em júbilo! Cristo ressuscitou e já não há mortos nos túmulos porque Cristo, ressuscitado dos mortos, tornou-se as primícias dos que tinham adormecido. A Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amén!
Mais uma vez o Notalatina é homenageado com um prêmio que, embora virtual, é pleno de significado, sobretudo na Venezuela, pois evoca um dos episódios mais bárbaros, mais sangrentos e mais sórdidos que aquele povo irmão já viveu desde a ascensão do ditador Chávez ao poder. Foi naquele 11 de abril de 2002, que por ordens do governo, ocorreu um massacre em Puente Llaguno deixando um saldo de 13 mortos e dezenas de feridos. As fotos dos franco-atiradores, retiradas do site da amiga Martha Colmenares, são claras e nítidas. No entanto, estes assassinos foram identificados, detidos e em seguida soltos! Em dezembro outro distúrbio com pistoleiros na Praça Francia de Altamira deixou mais mortos e muito sangue inocente derramado. Na ocasião foi identificado João de Govea como autor dos disparos criminosos.
No momento em que os crimes eram cometidos – nos dois episódios - vários canais de televisão apresentavam ao vivo o distúrbio que ocorria em Caracas. Entretanto, dias depois do episódio na praça Francia de Altamira, Chávez aparece na televisão inocentando o principal atirador, o “taxista” português João de Govea e seu principal mentor, o ex-prefeito do município Libertador, o chavista Freddy Bernal.
É desde esta ocasião que o Notalatina reporta o que vinha acontecendo na Venezuela e vocês podem conferir aqui. Não os episódios de 11 de abril porque nesta ocasião eu não tinha blog, mas divulgava nos grupos de debate aos quais pertencia. E é por isso que este prêmio – “Prêmio 11 de Abril” -, criado pelo venezuelano Alexis Marrero e que me foi outorgado pelo Clausewitz, do Blog do Calusewitz, tem um significado tão especial para mim. Recebo-o me sentindo honrada e agradecida pelo reconhecimento do meu trabalho, pois quando eu procurava alertar os brasileiros da desgraça ditatorial que estava batendo à nossa porta, ouvia de muita gente que “o problema dos cubanos e venezuelanos é deles; cuide do seu país, se ainda é brasileira”. Isto foi em 2002; hoje, todo mundo fala de Chávez e sua ditadura como se fosse um assunto arqui-sabido e no qual se denuncia desde criancinha.
E como o prêmio requer que o passemos adiante a pessoas que julgamos merecedoras, fui muito criteriosa na minha escolha indicando em sua maioria venezuelanos que têm se destacado como opositores aguerridos contra a ditadura castro-comuno-chavista. São eles:
- Alejandro Peña Esclusa, por seu destemor incansável que desde 1997 tenta alertar seu povo sobre a desgraça que se abateria no país com a ascensão de Chávez. Meu abnegado amigo de quase uma década, ninguém mais do que você merece este prêmio!
- A jornalista guerreira, editora do portal Gentiuno e autora da coluna Trinchera, minha amiga de tantos anos e de quem traduzi incontáveis artigos, Eleonora Bruzual.
- A corajosa e perseguida jornalista Patricia Poleo, que justamente por denunciar a barbárie criminosa do governo de Chávez em sua coluna “Factores el Poder”, encontra-se hoje exilada nos Estados Unidos.
- A Martha Colmenares, também amiga de tantos anos, por seu incansável e corajoso trabalho de denunciar os criminosos no poder e defender como ninguém os presos políticos encarcerados injustamente por este regime tirano.
- Ao meu amigo Heitor De Paola, que desde 2002 denuncia comigo estes crimes cometidos contra um povo pacífico e oprimido por ordens do Foro de São Paulo.
Sei que há muita gente hoje fazendo um bom trabalho em sites e blogs, mas elegi apenas estes, pela longevidade na luta contra o comunismo nascente em nosso continente sul-americano. Parabéns a todos vocês, pessoas que eu respeito e admiro com toda a sinceridade de minha alma!
A propósito deste prêmio e a data que ele evoca, comento aqui um fato de uma sordidez criminosa jamais vista em um país cujo regime “ainda” é, pelo menos oficialmente, a democracia. Como sempre, coisas graves como esta mas que deslustram e desmascaram o ditador Chávez, a imprensa amestrada barsileira não dá um pio! Tampouco os bolgs que inundam a rede tocaram no assunto. Refiro-me ao “Tribunal Revolucionário Bolivariano” montado na última sexta-feira e que condenou a 30 anos de prisão 11 pessoas inocentes, e cujos verdadeiros criminosos encontram-se soltos e alguns até em cargos no poder. Refiro-me ao julgamento dos Comissários Simonovis, Vivas e Forero e mais 8 policiais, condenados sob a acusação dos crimes de Puente Llaguno. Vale salientar que essas pessoas estão em cárcere desde pouco depois do episódio, ou seja, há quase 7 anos, “aguardando julgamento”. Em nenhuma legislação no mundo isto é permitido mas na Venezuela a lei é Chávez e ponto final.
A juíza que proferiu a sentença, Mayori Calderón, é mais uma chavista que rasga o juramento que fez e se ajoelha perante as ordens de seu amo e senhor Chávez. Tão injusta quanto criminosa, esta sentença lembra a dada por outra juíza, desta vez no Brasil, à proprietária da boutique “Daslu”, que foi penalizada em 94 anos de prisão por sonegação fiscal. Em ambos os casos, estas mulheres nos envergonham por sua absoluta falta de sensibilidade e justeza de critérios. Há nelas um ódio patológico a tudo que represente decência, competência, mérito. São andrajos rancorosos investidas de poder sobre a vida e a morte das pessoas. Vejam abaixo o momento em que dona Calderón ditou a sentença aos condenados, reproduzido da Globovisión, uma "regalo" do amigo Marcelo Cypriano Motta:
A arbitrariedade deste julgamento, e por isso eu o chamo de “tribunal revolucionário”, é que ficou provado que as balas .9 mm que foram disparadas contra as vítimas não pertenciam a NENHUM dos acusados; as testemunhas, vacilantes, trôpegas, não conseguiram provar a culpabilidade de nenhum deles; as fotos e imagens na TV que o país inteiro viu, mostravam os franco-atiradores, os verdadeiros assassinos que foram identificados e encontram-se livres, conforme se vê nas fotos desta edição.
Nesta edição do Notalatina, feita em 2002, apresentei um artigo publicado no jornal “El Universal”, descrevendo a gravação de um diálogo entre Freddy Bernal e seus sicários. A ordem era MATAR os opositores. No princípio deste mês completou 3 anos do bárbaro assassinato dos irmãos Faddoul (3 crianças) e seu motorista. Os culpados foram presos mas como eram “policiais revolucionários”, as sentenças chegaram a 12 anos e ninguém sabe se ainda continuam presos; provavelmente não. Dona Calderón - como todos os juízes da Corte chavista - sabe disso, como deve saber também que condenou injustamente pessoas inocentes porque seu amo e senhor não suportaria ver ratificada a VERDADE que o país inteiro conhece.
Segundo o artigo 255 da Constituição, “- Os juízes ou juízas são pessoalmente responsáveis... por erro, retardo ou omissões injustificados,... por denegação, parcialidade e pelos delitos... em que incorram no desempenho de suas funções”. Mas, por ora, nada disso vale para os amigos do tirano, para aqueles que em sua subserviência abjeta dizem amém a qualquer tipo de crime, desde que seja “em favor da causa revolucionária bolivariana”. Entretanto, há um ditado que diz: “Deus consente mas não é para sempre”. É nisso que eu confio, tanto em relação à Venezuela como ao Brasil, onde os maiores absurdos têm sido cometidos por criminosos e terroristas no poder. E para encerrar esta edição, deixo-os com um artigo de Alejandro Peña Esclusa que sintetiza tudo o que estão sentindo os venezuelanos e as pessoas de bem que amam a verdade acima de qualquer coisa. No vídeo indicado abaixo, o nome dos comissários é relacionado como tendo participado de uma reunião no Alto Comando Militar, e que eles também ratificam a não-violência contra os cidadãos desarmados e pacíficos nas ruas. Fiquem com Deus e até a próxima!
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Condenação a comissários encobre um crime horrendo
Alejandro Peña Esclusa
Comisários Simonovis, Vivas e Forero, encarceados há quase 7 anos antes do julgamento
A condenação aos comissários Simonovis, Forero e Vivas, e demais funcionários policiais é uma tapeação, cujo objetivo é encobrir um dos crimes mais horrendos cometidos na história moderna da Venezuela.
A juíza da causa e os funcionários governamentais sabem muito bem que os comissários são inocentes. O massacre de 11 de abril de 2002 foi concebido e planejado friamente – com dias de antecedência – pelo Alto Governo, para impedir que qualquer protesto cidadão chegasse ao Palácio de Miraflores.
Existem evidências cabais de tal planejamento, que se tornaram públicas durante a interpelação parlamentar aos militares que desconheceram as ordens de reprimir o povo em 11 de abril.
Os assassinos de Puente Llaguno – hoje heróis da Revolução – não atuaram espontaneamente, senão que receberam ordens superiores de disparar contra manifestantes pacíficos e desarmados.
Esta não foi a única vez que os pistoleiros de Llaguno foram ativados. Em 7 de dezembro de 2001, o governo de Chávez planejou um massacre similar, para impedir que uma marcha organizada pela associação civil Fuerza Solidaria chegasse a seu destino. As armas não foram acionadas simplesmente porque os organizadores da marcha – informados a tempo da emboscada – decidiram suspendê-la na metade do caminho.
Segundo a perversa lógica dos funcionários governamentais, “a Revolução justifica os meios”, quer dizer, qualquer crime se justifica, qualquer violação é permitida, com o objetivo de perpetuar Chávez no poder.
Neste caso, o crime é duplamente maligno: por um lado, o oficialismo planeja e executa um massacre contra cidadãos inocentes; e por outro, condena precisamente aos que fizeram o possível para impedi-lo. Que infâmia! Quanta maldade!
Todavia, esta terrível injustiça será reparada. Uma série de acontecimentos provocados – dentre outras razões – pela crise econômica, derrubará o frágil chão que sustenta o Regime; e os que hoje se erigem em juízes onipotentes, serão réus de Lei.