No momento em que os crimes eram cometidos – nos dois episódios - vários canais de televisão apresentavam ao vivo o distúrbio que ocorria em Caracas. Entretanto, dias depois do episódio na praça Francia de Altamira, Chávez aparece na televisão inocentando o principal atirador, o “taxista” português João de Govea e seu principal mentor, o ex-prefeito do município Libertador, o chavista Freddy Bernal.
É desde esta ocasião que o Notalatina reporta o que vinha acontecendo na Venezuela e vocês podem conferir aqui. Não os episódios de 11 de abril porque nesta ocasião eu não tinha blog, mas divulgava nos grupos de debate aos quais pertencia. E é por isso que este prêmio – “Prêmio 11 de Abril” -, criado pelo venezuelano Alexis Marrero e que me foi outorgado pelo Clausewitz, do Blog do Calusewitz, tem um significado tão especial para mim. Recebo-o me sentindo honrada e agradecida pelo reconhecimento do meu trabalho, pois quando eu procurava alertar os brasileiros da desgraça ditatorial que estava batendo à nossa porta, ouvia de muita gente que “o problema dos cubanos e venezuelanos é deles; cuide do seu país, se ainda é brasileira”. Isto foi em 2002; hoje, todo mundo fala de Chávez e sua ditadura como se fosse um assunto arqui-sabido e no qual se denuncia desde criancinha.
E como o prêmio requer que o passemos adiante a pessoas que julgamos merecedoras, fui muito criteriosa na minha escolha indicando em sua maioria venezuelanos que têm se destacado como opositores aguerridos contra a ditadura castro-comuno-chavista. São eles:
- Alejandro Peña Esclusa, por seu destemor incansável que desde 1997 tenta alertar seu povo sobre a desgraça que se abateria no país com a ascensão de Chávez. Meu abnegado amigo de quase uma década, ninguém mais do que você merece este prêmio!
- A jornalista guerreira, editora do portal Gentiuno e autora da coluna Trinchera, minha amiga de tantos anos e de quem traduzi incontáveis artigos, Eleonora Bruzual.
- A corajosa e perseguida jornalista Patricia Poleo, que justamente por denunciar a barbárie criminosa do governo de Chávez em sua coluna “Factores el Poder”, encontra-se hoje exilada nos Estados Unidos.
- A Martha Colmenares, também amiga de tantos anos, por seu incansável e corajoso trabalho de denunciar os criminosos no poder e defender como ninguém os presos políticos encarcerados injustamente por este regime tirano.
- Ao meu amigo Heitor De Paola, que desde 2002 denuncia comigo estes crimes cometidos contra um povo pacífico e oprimido por ordens do Foro de São Paulo.
Sei que há muita gente hoje fazendo um bom trabalho em sites e blogs, mas elegi apenas estes, pela longevidade na luta contra o comunismo nascente em nosso continente sul-americano. Parabéns a todos vocês, pessoas que eu respeito e admiro com toda a sinceridade de minha alma!
A propósito deste prêmio e a data que ele evoca, comento aqui um fato de uma sordidez criminosa jamais vista em um país cujo regime “ainda” é, pelo menos oficialmente, a democracia. Como sempre, coisas graves como esta mas que deslustram e desmascaram o ditador Chávez, a imprensa amestrada barsileira não dá um pio! Tampouco os bolgs que inundam a rede tocaram no assunto. Refiro-me ao “Tribunal Revolucionário Bolivariano” montado na última sexta-feira e que condenou a 30 anos de prisão 11 pessoas inocentes, e cujos verdadeiros criminosos encontram-se soltos e alguns até em cargos no poder. Refiro-me ao julgamento dos Comissários Simonovis, Vivas e Forero e mais 8 policiais, condenados sob a acusação dos crimes de Puente Llaguno. Vale salientar que essas pessoas estão em cárcere desde pouco depois do episódio, ou seja, há quase 7 anos, “aguardando julgamento”. Em nenhuma legislação no mundo isto é permitido mas na Venezuela a lei é Chávez e ponto final.
A juíza que proferiu a sentença, Mayori Calderón, é mais uma chavista que rasga o juramento que fez e se ajoelha perante as ordens de seu amo e senhor Chávez. Tão injusta quanto criminosa, esta sentença lembra a dada por outra juíza, desta vez no Brasil, à proprietária da boutique “Daslu”, que foi penalizada em 94 anos de prisão por sonegação fiscal. Em ambos os casos, estas mulheres nos envergonham por sua absoluta falta de sensibilidade e justeza de critérios. Há nelas um ódio patológico a tudo que represente decência, competência, mérito. São andrajos rancorosos investidas de poder sobre a vida e a morte das pessoas. Vejam abaixo o momento em que dona Calderón ditou a sentença aos condenados, reproduzido da Globovisión, uma "regalo" do amigo Marcelo Cypriano Motta:
Audiencia de los Comisarios Forero, Vivas, Simonovis y PM
by Globovision
A arbitrariedade deste julgamento, e por isso eu o chamo de “tribunal revolucionário”, é que ficou provado que as balas .9 mm que foram disparadas contra as vítimas não pertenciam a NENHUM dos acusados; as testemunhas, vacilantes, trôpegas, não conseguiram provar a culpabilidade de nenhum deles; as fotos e imagens na TV que o país inteiro viu, mostravam os franco-atiradores, os verdadeiros assassinos que foram identificados e encontram-se livres, conforme se vê nas fotos desta edição.
Nesta edição do Notalatina, feita em 2002, apresentei um artigo publicado no jornal “El Universal”, descrevendo a gravação de um diálogo entre Freddy Bernal e seus sicários. A ordem era MATAR os opositores. No princípio deste mês completou 3 anos do bárbaro assassinato dos irmãos Faddoul (3 crianças) e seu motorista. Os culpados foram presos mas como eram “policiais revolucionários”, as sentenças chegaram a 12 anos e ninguém sabe se ainda continuam presos; provavelmente não. Dona Calderón - como todos os juízes da Corte chavista - sabe disso, como deve saber também que condenou injustamente pessoas inocentes porque seu amo e senhor não suportaria ver ratificada a VERDADE que o país inteiro conhece.
Segundo o artigo 255 da Constituição, “- Os juízes ou juízas são pessoalmente responsáveis... por erro, retardo ou omissões injustificados,... por denegação, parcialidade e pelos delitos... em que incorram no desempenho de suas funções”. Mas, por ora, nada disso vale para os amigos do tirano, para aqueles que em sua subserviência abjeta dizem amém a qualquer tipo de crime, desde que seja “em favor da causa revolucionária bolivariana”. Entretanto, há um ditado que diz: “Deus consente mas não é para sempre”. É nisso que eu confio, tanto em relação à Venezuela como ao Brasil, onde os maiores absurdos têm sido cometidos por criminosos e terroristas no poder. E para encerrar esta edição, deixo-os com um artigo de Alejandro Peña Esclusa que sintetiza tudo o que estão sentindo os venezuelanos e as pessoas de bem que amam a verdade acima de qualquer coisa. No vídeo indicado abaixo, o nome dos comissários é relacionado como tendo participado de uma reunião no Alto Comando Militar, e que eles também ratificam a não-violência contra os cidadãos desarmados e pacíficos nas ruas. Fiquem com Deus e até a próxima!
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Condenação a comissários encobre um crime horrendo
Alejandro Peña Esclusa
Comisários Simonovis, Vivas e Forero, encarceados há quase 7 anos antes do julgamentoA condenação aos comissários Simonovis, Forero e Vivas, e demais funcionários policiais é uma tapeação, cujo objetivo é encobrir um dos crimes mais horrendos cometidos na história moderna da Venezuela.
A juíza da causa e os funcionários governamentais sabem muito bem que os comissários são inocentes. O massacre de 11 de abril de 2002 foi concebido e planejado friamente – com dias de antecedência – pelo Alto Governo, para impedir que qualquer protesto cidadão chegasse ao Palácio de Miraflores.
Existem evidências cabais de tal planejamento, que se tornaram públicas durante a interpelação parlamentar aos militares que desconheceram as ordens de reprimir o povo em 11 de abril.
Os assassinos de Puente Llaguno – hoje heróis da Revolução – não atuaram espontaneamente, senão que receberam ordens superiores de disparar contra manifestantes pacíficos e desarmados.
Esta não foi a única vez que os pistoleiros de Llaguno foram ativados. Em 7 de dezembro de 2001, o governo de Chávez planejou um massacre similar, para impedir que uma marcha organizada pela associação civil Fuerza Solidaria chegasse a seu destino. As armas não foram acionadas simplesmente porque os organizadores da marcha – informados a tempo da emboscada – decidiram suspendê-la na metade do caminho.
Segundo a perversa lógica dos funcionários governamentais, “a Revolução justifica os meios”, quer dizer, qualquer crime se justifica, qualquer violação é permitida, com o objetivo de perpetuar Chávez no poder.
Neste caso, o crime é duplamente maligno: por um lado, o oficialismo planeja e executa um massacre contra cidadãos inocentes; e por outro, condena precisamente aos que fizeram o possível para impedi-lo. Que infâmia! Quanta maldade!
Todavia, esta terrível injustiça será reparada. Uma série de acontecimentos provocados – dentre outras razões – pela crise econômica, derrubará o frágil chão que sustenta o Regime; e os que hoje se erigem em juízes onipotentes, serão réus de Lei.
Informação relacionada: Vídeo: O massacre de 11 de abril foi planejado
Comentários e traduções: G. Salgueiro
Muchas gracias mi querida Graça.
ResponderExcluirUna fecha de especial significación y excelente tu reportaje de solidaridad con nuestra causa.
Abrazos.
Martha
Querida amiga, tem mais um merecido prêmio para você e seu didático blog lá no Clausewitz. Ficaria feliz em ver que você o aceitou. Grande abraço.
ResponderExcluirPARABENS, Graça!
ResponderExcluirSou sua fã, precisamos de mulheres como você para desmascarar essa grande farsa de politicos que fingem ser a favor dos oprimidos e semeiam a discórdia e miséria, financiando o crime organizado.
Que DEUS nos abençoe
Graça,
ResponderExcluirTendo em vista a importante matéria publicada neste post, gostaria de aduzir por estar relacionada a convocatória e o pronunciamento de Martha Colmenares (citada nesta postagem), feita em nome do Grupo 11 "Queremos saber", mediante este link:
http://www.marthacolmenares.com/2009/04/10/este-sabado-11-de-abril-7pm-parque-cristal-convocatoria-grupo11/#more-7293
Uma Feliz e Santa Páscoa!
Marcelo Motta