quinta-feira, 6 de dezembro de 2007







Na última edição do Notalatina eu mais ou menos insinuei que teria havido algum acordo para que finalmente o resultado do referendum refletisse a realidade das urnas, pois desta vez Chávez enfrentou fatores adversos e um número bem mais significativo de vigilantes e atentíssimos opositores que impediram que se consumasse a fraude que o governo planejava. Eu sabia, naquela ocasião, que os resultados haviam sido manipulados, que a demora na divulgação estava intimamente ligada a essa fraude mas não tinha provas. Hoje as tenho e vou apresentar, inclusive com alguns vídeos que não deixam qualquer margem de dúvidas sobre o “estado de guerra” em que se encontrava a Venezuela naquele domingo 2 de dezembro, que entrará para a História daquele país como o Dia da Vitória. Aqui neste vídeo, numa entrevista que o dirigente opositor Antonio Ledezma dá a um canal de televisão (que infelizmente não sei qual é), ele aponta inúmeras irregularidades, inclusive há a apresentação da líder estudantil da UCAB Zaimar Castillo, uma garota de pouco mais de 20 anos que dá uma lição de moral, dignidade e respeito às liberdades que deveria fazer corar o Chapolim de Miraflores.


Na segunda-feira pós-referendum os jornais do mundo inteiro – e do Brasil de modo especial - enalteciam duas grandes bobagens: o “espírito democrático” do mandatário venezuelano, por ter aceitado a derrota, e que “agora o povo venezuelano finalmente acordou”. Ora, o povo venezeulano há anos reage e rechaça este governo golpista e ditatorial mas as sucessivas fraudes, referendadas por organismos internacionais como a OEA e a União Européia, não permitiam que sua vontade fosse respeitada, malgrado as infinidades de denúncias com provas irrefutáveis, feitas por respeitáveis e competentes cidadãos daquele país.


E a outra bobagem, sobre o “espírito democrático” do ditador de Miraflores, cai por terra a partir mesmo da proposta de uma modificação da Carta Magna que acabava com o regime democrático e punha em seu lugar um regime socialista-ditatorial. Ainda sobre os jornais, durante esses 9 anos em que Chávez governa a Venezuela nunca se falou tanto – favoravelmente – sobre esta peçonhenta figura como agora. Parece que, por um lado, todos ficaram condoídos com o “sofrimento” dele pela perda e por outro, orgulhosos do espírito democrático, ético, digno e magnânimo ao “aceitar” a derrota. Como veremos a seguir, não houve “dignidade” nenhuma neste acatamento forçado e, ainda assim, fraudulento.


Conforme eu disse na edição passada, desde o princípio da noite do domingo que, tanto o CNE quanto todos os comandos (inclusive os Militares e Chávez) estavam de posse dos resultados mas Chávez não aceitava, por hipótese NENHUMA, sair perdedor do seu grande projeto castro-comunista. As declarações feitas à impresa pelo Chefe do CUFAN (Comando Unificado da Força Armada) e também Comandante do “Plano República”, Gen de Divisão Jesus González González, refletiam um homem tenso, de semblante crispado que traía suas palavras de que “estava tudo bem”; e as declarações do Vice-Presidente da República e presidente do Comitê Central do Comando Zamora, organização governamental que liderou a campanha pelo SIM, Jorge Rodrigues, do mesmo modo refletiam a frustração diante de uma realidade implacável, enquanto suas palavras, mentirosas, pois ele já estava de posse dos resultados, diziam que a apuração ainda estava sendo feita e que as pessoas aguardassem com calma.


Mas, afinal, o que aconteceu nos bastidores do poder naquelas 8 horas de angustiante espera? Ao tomar conhecimento de que a vitória da oposição era acachapante e por isso mesmo difícil de se fraudar, Chávez começa a analisar em seu gabinete com o alto Comando Militar no Fuerte Tiuna, encabeçado pelo Ministro da Defesa, General Gustavo Rangel Briceño e os chefes do CUFAN – general Carlos José Mata Figueroa (Exército), vice-almirante Va Zahim Ali Quitana (Armada), general Luis José Berroterán (Aviação) e general Fredys Alonzo (Guarda Nacional), além de Jesse Chacón, Diosdado Cabello, José Albornoz e Miguel Pérez Abad. Estes diziam a um indócil e irascível Chávez que ele tinha que acatar os resultados da derrota, quando mandaram retirar o palanque armado na frente do Palácio com um boneco gigante do presidente (ver foto) e dispensar os jornalistas convidados para uma coletiva de imprensa.


O Ministro da Defesa, Gustavo Briceño, levanta-se e depois de expressar seu respeito ao Comandante-em-Chefe, o adverte de que a Força Armada não iria reprimir a população. Chávez observa todos e em seguida diz: “Me mentiram, me enganaram” e recrimina Cabello com violência porque o Comando Zamora lhe informava constantemente a vitória do SIM, enquanto os informes da DIM e do DISIP diziam o contrário. Em seguida Chávez começou a receber mensagens desde a Brigada de Pára-Quedista acantonada em Maracay e da Brigada Blindada acantonada em Valencia, dos militares identificados com o general Baduel, dizendo que era inconveniente prolongar essa agonia e que eles não iriam reprimir a população, caso a verdade lhes fosse negada e se consolidasse a fraude mais uma vez. Chávez manda buscar um funcionário do CNE para que confirme as informações e este afirma que os dados são “irreversíveis”.


Os generais dizem então a Chávez: “Presidente, ponha as cifras que quiser, sempre e quando ganhe o NÃO, como é o justo, o preciso e o verdadeiro; não queremos enganos. E outra coisa: deve deixar muito claro que as tendências do voto não vão mudar, nem hoje nem amanhã. Queremos que chame o CNE e diga isso em seu nome e com o nosso respaldo”. Chávez fica calado e depois se retira para um aposento que possui no Forte e fica lá por um bom tempo. Neste quarto, sozinho com sua consciência e encarando de frente sua derrota, ele deve ter esmurrado paredes (e talvez, chorado, porque apresentava os olhos mais inchados do que de costume), pois como mostram claramente as fotos, no momento em que ele resolve “admitir” a derrota e faz um pronunciamento em cadeia nacional, sua mão direita apresenta cortes e hematomas que não haviam quando votou, conforme pode-se ver nos detalhes.


Finalmente ele retorna e “aceita” a vitória do NÃO. Esta foi a jogada: internacionalmente ele apareceria como um democrata e internamente, evitava uma provável guerra civil. Os números revelados para o mundo, portanto, foram os do acordo que passam longe de ser uma “vitória pírrica”, conforme debochou o ditador venezuelano. As cifras REAIS, conforme apontavam as últimas pesquisas de intenção dos votos feitas no último dia permitido pelo CNE, 25 de novembro, que davam 49% para o NÃO e 34% para o SIM, com uma diferença pró-oposição de 15%, foram: Bloco do “NÃO” – 6.585.433, e Bloco do “SIM” 3.265.324.


Depois do pronunciamento público, já na segunda-feira, Chávez tem um encontro com os Chefes Militares na sala “Simón Bolívar” do Palácio de Miraflores, e dentre outras coisas, faz uma ameaça velada à oposição dizendo “preparem-se porque virá uma nova ofensiva com a proposta dessa reforma, ou transformada ou simplificada”. Ocorre que o Art. 345 da Constituição vigente é claro quando diz que, “se declarará aprovada a reforma constitucional se o número de votos afirmativos for superior ao número de votos negativos. A iniciativa de reforma constitucional que não for aprovada, não poderá apresentar-se de novo em um mesmo período constitucional à Assembléia Nacional”, de modo que Chávez deve ter blefado, para parecer superior.


Em seguida, diz que a vitória da oposição foi uma “vitória de merda” porque desta vez ele não conseguiu fraudar, porque a vitória não foi sua; acusa alguns opositores, nitidamente referindo-se a Baduel, de terem sido cooptados pelo “império” e compara-se, mais uma vez, a Cristo, dizendo que até Ele teve um traidor dentre os seus. Vejam aqui o pronunciamento completo que o Notalatina apresenta com exclusividade, e que o ditador venezuelano finaliza gritando “Pátria, Socialismo ou Morte! Venceremos!”, ao que os militares presentes respondem à saudação. Observem o detalhe da mão direita ferida que aparece nesse vídeo claramente.


Dentre os vídeos recebidos de minhas fontes venezuelanas há este muito grave, apresentado pelo mesmo repórter que entrevistou Ledezma, onde ele apresenta um panfleto demonstrativo de que a fraude estava preparada e a interceptação de uma comunicação via rádio onde Freddy Bernal, aquele que municiou e protegeu o assassino de Puente Laguna no massacre do 11 de abril, dá instruções para desatar a violência na noite e madrugada posterior ao referendum. Aos poucos vão sendo descobertos os detalhes dos crimes que foram planejados para sacramentar mais uma fraude que, graças à intervenção do General Baduel, de quem tenho infinitas reservas mas cujo espírito do verdadeiro Militar fala mais alto, e cuja influência em grande parte das FAN é inegavelmente patente, pela primeira vez estes Militares deram um rotundo NÃO a Chávez e sua insanidade poupando a população de uma guerra civil.


E para culminar, o General de Divisão do Exército, Jesus González González, Chefe do CUFAN e do “Plano República”, entregou seu cargo ao chefe de Estado e solicitou passagem para a reserva. Este general também estava encarregado do Centro de Totalização do CNE e foi um dos que pediram a Chávez que aceitasse com humildade a derrota e falasse ao país. Como se vê, ainda há homens com brio e dignidade dentro das FAN venezuelanas e se houve alguma “vitória pírrica”, esta ficou mesmo com o ditador de Miraflores. Fiquem com Deus e até a próxima!


Comentários: G. Salgueiro

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Eu havia decidido “tirar uma folguinha” hoje, depois da exaustiva semana acompanhando cada passo do movimento pelo referendum da Venezuela ocorrido ontem, mas diante das notícias dos jornais brasileiros e dos comentários e artigos que tenho lido pela Internet, não dá para ficar calada.


Em primeiro lugar, os resultados das pesquisas que os jornais brasileiros divulgaram NÃO correspondiam à realidade vivida e divulgada na Venezuela por jornais de credibilidade incontestáveis, e fico sinceramente me perguntando: onde esses jornalistas tupinikins fabricaram tais resultados? Em segundo lugar, é preciso que se conheça a realidade e as normas eleitorais daquele país para poder se entender - e julgar - a abstenção como arma, e não ficar dizendo tanta estupidez como tenho lido, não apenas em relação a esse referendum mas toda vez que a Venezuela realiza algum sufrágio.


A “pérola” de hoje vem de dona Míriam Leitão, no artigo “Razões e reflexos da derrota de Chávez”, que pode entender de economia (digo “pode” porque eu não entendo nada e por isso não posso julgá-la) mas não sabe NADA do que se passa realmente na Venezuela. E digo isto com a autoridade (sem qualquer modéstia) de quem estuda o Movimento Comunista na América Latina há quase 10 anos e tem fontes de informação sérias, confiáveis e isentas, enquanto que dona Miriam pauta-se pela cartilha comuno-petista dos jornalões tupinikins. Até parece palavra de ordem, pois só os jornais brasileiros, empenhados em desinformar e entortar a cabeça dos leitores com mentiras, divulgaram que o “SIM” tinha a preferência do eleitorado e que a vitória de Chávez era dada como certa.


Bem, ano passado se fez isto também (no Brasil e no mundo, nos jornais de esquerda), anunciando apenas as pesquisas pagas pelos petrodólares chavistas que não refletiam a realidade, e naquela ocasião ele logrou êxito através de uma mega-fraude já fartamente provada, inclusive pelo Notalatina. Desta vez, porém, a situação foi bem diferente e mesmo lá na Venezuela, ninguém se atrevia a dizer que a vitória do “SIM” era certa porque todas as pesquisas diziam o contrário, com uma margem de vitória da oposição em mais de 15%.


Então, o que foi que aconteceu este ano que Chávez perdeu? O pleito foi limpo, sem fraudes? A maioria do povo rejeitava de fato a modificação da Constituição? Dona Miriam afirma, baseada em suas fontes confiabilíssimas, que “Além de todas as bocas de urnas trazerem a vitória de Hugo Chavez, o alto índice de abstenção indicava isso: 50% não tinham ido votar. Os analistas achavam que isso favoreceria Chavez porque quem não ia votar é porque estava desanimado”. É preciso saber, dona Miriam, em primeiro lugar, que o voto não é obrigatório na Venezuela e em segundo, os abstencionistas não são “pessoas desanimadas” mas opositores, que utilizam deste recurso como uma forma de protesto por não querer legitimar uma coisa ilegal e ilegítima. Além disso, se o número de abstenções for superior ao número de votantes, a eleição será anulada. Ademais, não foi permitido a boca de urna, sendo qualificado como “delito eleitoral” e passível de punições judiciais, conforme informei ontem.


Com relação à vitória do resultado REAL e esperado do “NÃO”, não foi porque este ano não se fraudou mas porque surgiram fatos novos que Chávez não esperava, como o movimento estudantil que surgiu em maio em protesto ao fechamento da RCTV (que não guarda NENHUMA semelhança com os “caras-pintadas” tupinikins), e que ganhou a confiança e apoio de boa parte da população; alertas contundentes e com ampla divulgação sobre a fraude que estava sendo montada pelo governo – como das vezes anteriores; pronunciamentos denunciando o crime que era a implantação do modelo comunista, por parte do alto prelado da Igreja Católica e do Gen Baduel, uma força opositora de última hora mas de grande impacto nas FAN; uma vigilância e fiscalização rigorosa por parte da oposição praticamente colada nas 33 mil mesas de votação em todo o país, durante o escrutínio e validação das atas no CNE, conforme pude comprovar durante todo o dia e madrugada de ontem, através da cobertura da televisão e informes de amigos na Venezuela, como nos confirma Alejandro Peña Esclusa nesta nota: A verdadeira “Operação Torquês”.


A vitória foi aceita e divulgada porque não havia como enganar o povo mais uma vez, mas o que estava programado era mesmo a fraude. Para tanto, algumas providências foram tomadas:


1. O CNE emitiu um “Aviso Oficial” que copio textualmente:
“O Conselho Nacional Eleitoral, no uso das atribuições conferidas no artigo 209 da Lei Orgânica do Sufrágio e Participação Política, no marco da celebração do Referendo da Reforma Constitucional de 02 de dezembro de 2007, informa aos representantes dos Blocos em torno das opções do SIM e do NÃO, assim como os representantes dos meios de comunicação social que, de acordo com o previsto nas Normas para Regular o Referendo da Reforma Constitucional, publicado na Gaceta Eleitoral nº 401, fica terminantemente proibido a publicação de pesquisas, estudos ou sondagens de opinião, a partir da segunda-feira 26 de novembro de 2007”. E assina, Tibisay Lucena, Presidenta do Conselho Nacional Eleitoral.


Como se pode ver, desde que a reforma constitucional foi aprovada na Assembléia, criou-se um mecanismo oficial para impedir que a população (e a opinião pública) tomasse conhecimento da preferência, porque todo mundo sabe que as pesquisas da última semana podem modificar o cenário, através da divulgação da mídia que pode manipular para um lado ou para o outro e influenciar os eleitores idecisos.


2. Durante todo o dia, em entrevistas ou coletivas de imprensa, tanto Chávez quanto membros do Governo insistiam em pedir que a “as partes” aceitassem o resultado, fosse ele qual fosse, do mesmo modo como no ano passado porque a “vitória” já estava sacramentada pela mega-fraude;


3. Mais ou menos por volta das 10 h. recebi um informe dando conta de que fora colocado um palanque na frente do Palácio de Miraflores e de que Chávez havia convocado a imprensa para uma coletiva, sendo confirmado pela repórter da CNN que se dirigia para lá, certo que estava da vitória;


4. No referendum do ano passado a votação encerrou-se às 4 da tarde mas estendeu-se até mais ou menos às 5 h., porque fora determinado pelo CNE que as mesas só encerrassem suas atividades quando não houvesse mais pessoas na fila. Em torno de 7 da noite o CNE anunciava a vitória de Chávez, tendo apurado pouco mais de 50% das urnas. Este ano o encerramento foi mais ou menos na mesma hora mas o resultado só foi revelado 1:30 da manhã do dia 03.


Por que a demora? Nenhuma justificativa plausível era dada por parte do CNE, que dizia que tinha havido um acordo com as partes de que só se revelaria o resultado quando 80% ou 90% das urnas estivessem apuradas porque, segundo eles, a disputa estava muito emparelhada. Os líderes da oposição, que SABIAM dos resultados porque estavam acompanhando através das atas, emitiam pronunciamentos exigindo que o CNE informasse ao público por uma questão de respeito ao povo, uma vez que eles estavam proibidos de falar.


Soube através de uma amiga venezuelana, durante este intervalo, que o palanque havia sido retirado do palácio. A demora em fazer o anúncio foi porque não havia como fraudar, com toda a fiscalização da oposição presenciando o escrutínio, e a vitória era mesmo do NÃO. Chávez não aceitava isto e o CNE não tinha como satisfaser os caprichos do “menino voluntarioso”. Então, deu-se um resultado onde a derrota do ditador foi pequena, apertada, pois assim se mascarava um pouco a realidade acachapante de que a maioria absoluta do povo o rejeita e rejeita sua ideologia sinistra e criminosa.


Mas a grande vitória ainda não foi alcançada, pois Chávez tem pela frente 5 anos de mandato e os poderes da Lei Habilitante. Através dessa LH ele pode fazer e desfazer o que lhe der na telha, legalmente, o que é um perigo a partir dessa derrota sofrida ontem, pois não podemos esquecer que Chávez é um psicótico em surto, comunista e com um projeto revolucionário para toda a América Latina. De todo modo, essa vitória serviu como um oásis em meio ao deserto que os venezuelanos estão vivendo.


E ontem também houve eleições em Cuba e na Rússia, onde Putin e seu partido Rússia Unida (RU) sairam vitoriosos, na base da fraude, e das pressões do FSB sobre quem não dança de acordo com a música do Kremlin. E em Cuba, Fidel foi indicado mais uma vez para o cargo de deputado, podendo “concorrer” à Presidência no próximo ano. Como se vê, as ditaduras se servem sem qualquer pudor de um instrumento da democracia, para consolidar sua ditadura. Mas, como o sr. da Silva não feqüentou escola e detesta ler ou estudar, fica apregoando que na Venezuela há excesso de democracia somente porque as pessoas votam. Fiquem com Deus e até a próxima!


Comentários: G. Salgueiro










Após uma espera angustiante, tensa e demoradíssima, às 2:25 AM saiu, finalmente, o resultado do referendo: com 39% de abstenção, 50,70% no Bloco A e 51,05% no Bloco B, o NÃO foi irreversívelmente dado como vitorioso!



O CNE estava repleto de militares e policiais fortemente armados e, creio, a demora em se revelar o resultado, que os dirigentes de partidos políticos sabiam desde às 10 da noite, foi porque o resultado tinha sido contra Chávez e eles não sabiam como dizer, porque a fiscalização foi intensa e acirrada, e não havia um modo de fraudar, de mentir.



Em seguida Chávez fez (está fazendo) um pronunciamento com a voz embargada mas cuido disso amanhã, porque estou exausta. Agora, só quero recolher-me e agradecer a Deus pela graça imensa que Ele nos concedeu à toda a América Latina.



Deus seja louvado! Deus abençoe os venezuelanos e todos os povos de nossa América!



Fiquem com Deus e até a próxima!



Comentários: G. Salgueiro

domingo, 2 de dezembro de 2007



O clima deste domingo na Venezuela é de aparente normalidade, até o momento. As pessoas estão procurando os centros de votação e comportadas pacientemente em enormes filas, aguardam sua vez de fazer papel de bobo. Os canais de televisão, CNN, Globovisión e VTV, não mostram imagens de militares nas ruas ou locais de votação entretanto, segundo informações do Gen Jesús González González (não confundir com Néstor, também general e com o mesmo sobrenome), chefe do “Plano República”, há 100 mil efetivos espalhados por todo o país para gantir a normalidade do pleito. Disse que tudo corre normalmente mas que já havia (às 10 e pouca da manhã) 16 pessoas detidas por “delitos eleitorais” que vão desde rasgar o papelzinho da votação à quebra de máquinas.


Foram entrevistados o Vice-presidente Jorge Rodrigues, Yon Goicoechea, a presidenta do CNE Tibisay Lucena, Manuel Rosalez, ex-candidato à presidência pela oposição ano passado e finalmente, Chávez. Goicoechea acredita que votar é o caminho para mudar os rumos do país e convocou a todos a não se absterem. Jorge Rodrigues e Tibisay falaram o previsível, de que tudo estava ocorrendo dentro da normalidade e que o sistema de voto eletrônico da Venezuela era o mais seguro do mundo. Rodrigues ironizou (ou delirou?), alegando que na Venezuela há mais democracia do que nos Estados Unidos porque há muitos referendos e eleições, e que a vontade popular é satisfeita porque ela participa das decisões do país. Como se as fraudes não existissem.


Odecepcionante foi Rosales afirmar que hoje é um dia de “muita alegria e festa, porque é uma oportunidade que os venezuelanos têm para traçar um caminho para a paz e o diálogo com tranqüilidade”. Como afirmei no ano passado, quando Rosales aceitou sem discussão a mega-fraude que se cometeu contra a vontade do povo COM sua aquiescência, ele não é macho o bastante para lutar pela verdade. Hoje, seu discurso foi quase idêntico ao de Chávez. Que vergonha! Até parece a nossa “oposição”...


Mas Chávez foi um espetáculo à parte. Chegou para votar por volta do meio-dia, acompanhado da filha e dos netos e ao entrar na cabine de votação, benzou-se, blasfemamente, ante de digitar sua opção. Anda cercado de hordas de homens com camisas vermelhas, com ar assustado e cara de mau. Após votar fez um rápido pronunciamento dizendo que aquele era um dia de muita alegria em que as famílias se uniam com o espírito democrático. “Nunca antes na história da Venezuela se fez um referendo, votou tanto, com alegria, com júbilo”, disse, utilizando o bordão do seu amigo Lula.


Afirmou que “vamos aceitar o resultado seja ele qual for, porque estamos construindo uma verdadeira democracia”. Esta frase foi dita também na eleição de dezembro de 2006, porque Chávez SABIA, como SABE hoje, que o resultado será manipulado para garantir que sua vontade seja feita. Afirmou ainda que “isto que estamos vivendo hoje não é para ser copiado pelo resto do mundo mas que sirva de referência” e pediu que “a outra parte aceite os resultados”. O recado é claro. As imagens que vi hoje pareciam um replay do ano pasado, porque a tranqüilidade momentânea, a alegria, as frases de que aceitaria o resultado fosse qual fosse, e o recado para a outra parte também aceitá-lo, foram idênticas às que a televisão mostrou em 3 de dezembro de 2006.


Entretanto, as coisas não estão assim tão calmas e tranqüilas como querem nos fazer crer. Nos bastidores o desrespeito é patente e a fraude se faz de forma dissimulada. Há ainda o “medo” pelo que pode vir depois das 4 da tarde. O jornal El Nuevo Herald de ontem informou que os cubanos residentes na Venezuela através das “missões” receberam aviso de se manterem em estado de alerta e com seus pertences embalados para um possível retirada às pressas do país.


“Temos instruções de ter as mochilas prontas e estar disponíveis para cumprir as orientações da Embaixada [cubana]”, disse um médico que trabalha nos arredores de Caracas. Segundo a fonte, funcionários da embaixada enviaram instruções desde a sexta-feira passada para que se mantivessem “aquartelados”, com a recomendação para não saírem às ruas e ficarem atentos às decisões que se possam tomar “no caso de uma crise interna após o referendo deste domingo”.


Outra anormalidade na aparente tranqüilidade é que, como no ano pasado, o líquido “idelével” que se passa no dedo para apôr a digital no documento de votação, SAI COM ÁGUA SANITÁRIA. Segundo informações da CNN e depois por informantes venezuelanos, havia desde às 3 da manhã pessoas na fila para uma votação que começaria às 6 h. Segundo meus informantes, os que estavam comparecendo antes dos centros de votação abrir eram justamente as milícias chavistas que, depois de lavar o dedo, seguiam para outros centros e votavam duas, três vezes.


Segundo informou a presidenta do CNE, Tibisay Lucena, há cerca de 100 observadores internacionais dos 4 continentes acompanhando a votação mas foi negada ao ex-presidente boliviano Jorge Quiroga a credencial de observador e depois retirada a de “acompanhante” porque ele é opositor do cocalero Morales. Segundo informou Sandra Oblitas, diretora do CNE, Jorge Quiroga foi convidado pelo “bloco do NÃO e deu opiniões políticas muito agressivas contra as instituições do Estado. Por esta razão, o CNE apegado às normas da Constituição, e em respeito à majestade do poder eleitoral e à soberania de nossa pátria, está procedendo a retirar a credencial que lhe foi expedida”. Quiroga denunciou que esta decisão foi tomada horas depois dele se queixar de ter sido credenciado apenas como “acompanhante”, que não lhe permitiam o acesso aos centros de votação. Democracia em excesso é isto: só pode entrar no baile quem pertence ao “clube”, que não é o seu caso, por isto foi barrado.


E em Porto Rico aconteceu uma situação ainda mais democrática. O Cônsul Geral da Venezuela em Porto Rico, José Pérez Jiménez e a Vice-Cônsul Nelly Vargas, acabam de suspender a votação dos venezuelanos residentes nesta ilha. Os votantes levaram cartazes com o NÃO e se postaram na praça em frente ao consulado quando os funcionários decidiram, de forma arbitrária fechar as mesas e suspender as votações até que os manifestantes retirassem os cartazes.


Os venezuelanos estão lançando a denúncia na rede informando que “esta praça é um território americano onde existe SIM liberdade expressão, assim como fazemos notar que os venezuelanos tinham suas manifestações autorizadas pelo governo local. A praça NÃO é território venezuelano, então não se entende a atitude aberrante destes funcionários”. Tudo isto foi filmado pelas televisoras locais e os manifestantes apresentaram provas com vídeos e fotos, de acordo com informe de Gustavo Martines.


E para encerrar este primeiro boletim, antes do encerramento e apurações, acaba de ser divulgado pela CNN que o General Raúl Baduel sofreu um atentado quando dava entrevista no local em que acabara de votar, na cidade de Maracay. Um carro em alta velocidade passou atirando nele que, até onde se sabe, não foi atingido. Aguarda-se sua chegada a Caracas onde dará maiores explicações. Quer dizer, quem teria interesse em eliminar Baduel, a oposição ou Chávez e seus partidários? Não é necessário ser um gênio para saber “quem” anda muito incomodado com a virada de 180° que este general deu, passando a defender publicamente o voto pelo NÃO.


Bem, estas são as primeiras informações de hoje. Há pouco foi divulgado pela CNN que “está proibido TODO TIPO DE MANIFESTAÇÃO DE RUA”, sacramentando, mais uma vez, o excesso de democracia na Venezuela. Logo mais, quando o CNE anunciar o resultado final, faremos outra edição com mais detalhes. Fiquem com Deus e na torcida para que tudo ocorra em paz na Venezuela, embora eu não creia nisso. Este atentado a Baduel é um exemplo disto, infelizmente.


Comentários: G. Salgueiro





Faltam poucas horas para iniciar-se a votação sobre a ilícita reforma constitucional na Venezuela. No início da madrugada deste domingo fatal, posso escrever com calma desde meu posto de observação depois de colher informações durante o dia. O desespero de Chávez é nítido e transpira em cada aparição que faz. Pela CNN em Espanhol acompanho, pela primeira vez, uma cobertura limpa, isenta, bem diferente de dezembro do ano passado, quando consagrou-se a maior fraude da história eleitoral da Venezuela, com as bênçãos do manipulado CNE, da cínica OEA, do cripto-comunista Carter e dos observadores – todos comunistas – que referendaram a farsa criminosa.


Este ano o que se prepara não é nada diferente, pois é público e notório que as máquinas “capta huela” não oferecem a mais mínima garantia exigida para uma votação transparente e correta. Além disso, o próprio CNE convalidou cédulas de pessoas mortas há mais de 100 anos e concedeu o REP (Registro Eleitoral Permanente) a cubanos, etarras e terroristas das FARC, com identidades falsas, conforme denunciamos dias atrás.


Na última manifestação pelo “SIM”, ocorrida na sexta-feira 30 de novembro, Chávez encerrou seu discurso gritando: “Não poderão deter o carro da revolução”, referindo-se à certeza do triunfo de seu projeto, malgrado todas as pesquisas tenham dado a vitória do “NÃO”, com uma margem a favor da oposição de pelo menos 15%. Há alguns dias o site “Aporrea” divulgou um escrito patético e primário como sendo de agentes da CIA para o diretor deste órgão nos Estados Unidos, a Casa Branca e a Secretaria de Estado, intitulado “Operación Tenaza” (Operação Torquês – talvez em alusão a “aperto”), cujo embaixador venezuelano – um sujeito com cara misto de bêbado e débil mental – naquele país afirmava, fechando os olhos e balançando a cabeça como uma lagartixa, que o documento era “autêntico”. A porta-voz da Casa Branca, o diretor da CIA e Condoleezza Rice foram a público negar terem recebido ou conhecido tal documento, a não ser pela imprensa, mas a palavra deles não vale e a mentira passou a ser verdade incontestável perante o sub-mundo comunista.


Na tal Operação Tenaza, estabelece-se um plano para desconhecer a vitória do SIM, patrocinado pela CIA e a “oligarquia” venezuelana, que prometem instalar o caos no país sabotando a indústria petroleira (PDVSA), o fornecimento de energia elétrica e de alimentos. Ora, o desabastecimento de alimentos e gêneros de primeira necessidade já existe há mais de 1 ano promovido pelo próprio governo, onde os supermecados estão repletos de prateleiras vazias, como em Cuba, e a rede “Mercal” (do governo) é constantemente sabotada pelos próprios bolivarianos que até carimbam o braço dos consumidores para que não possam comprar mais de uma vez; qualquer semelhança com as “libretas de racionamiento” cubanas é mesmo cópia.


“Se se ativar a Operação Tenaza não sairá uma gota de petróleo para os Estados Unidos”, vocifera um ainda mais descontrolado Chávez, estendendo depois esta ameaça para o resto do mundo. O chefe do “Comando Zamora”, promotor dos eventos chavistas, afirma que quem vota pelo “SIM” está votando por Chávez e quem vota pelo “NÃO” vota por Bush. Chávez conclamou o povo (suas militâncias, bem entendido) a se manter vigilante até o fim das apurações, e ordenou aos comandos das Forças Armadas a “estarem alertas para frustrar os planos do inimigo”. Na sexta-feira, ao término da campanha, Chávez ordenou ao Ministro da Defesa e aos Comandantes da Armada, Exército, Aviação e Guarda Nacional para juntos elaborarem um plano de proteção dos campos petroleiros e refinarias, temendo que os marines americanos os invadam e saiam correndo com tonéis de petróleo na cabeça. Não pode ser outro, o motivo do medo e, mais uma vez confirma-se, com essas atitudes, o “excesso de democracia” deste regime foragido.


Essa tal “Operação Tenaza” me lembra outra operação que expôs Chávez ao ridículo, perante o mundo inteiro, intitulada “Operação Balboa” que, se os leitores quiserem dar algumas gargalhadas confiram neste artigo que escrevi em 2005 intitulado "Que papelão, 'seu' Chávez!". Não menos patético mas mais astucioso é o morto-vivo assassino-em-chefe do Caribe, Fidel Castro, alertar o mundo para a possíbilidade de um magnicídio neste domingo; este alerta também me remeteu a outra situação bem mais antiga, sobre o presidente comunista do Chile, Salvador Allende.


No livro Cuba Nostra, os segredos de Estado de Fidel Castro, o ex-espião cubano, Juan Vives, conta a verdadeira história do assassinato de Allende, praticado por seu guarda-costas, Patricio de la Guardia, por ordens do próprio abutre velho Fidel. E como comunista sempre acusa os outros daquilo que ele é e faz, cairia como uma luva essa campanha plantada anteriormente contra “El Diablo” Bush, as “operações” da CIA e as “oligarquias” venezuelanas para assassinar o psicopata de Miraflores e depois ele mesmo, Fidel, mandar praticar o crime, considerando-se que a guarda pessoal de Chávez é TODA composta por agentes do G2 cubano. Chávez seria o novo mártir que iria substituir Guevara, como vítima e como herói revolucionário. Trago essas lembranças que a serenidade da madrugada me proporcionam, para que fique registrado e se leve em conta, caso esse 2 de dezembro de 2007 seja realmente o último dia de vida do Chapolim de Miraflores.


E durante todo o domingo o Notalatina vai ficar em plantão permanente, informando sobre o que de fato está se passando no referendum na Venezuela. Fiquem com Deus e até a próxima!


Comentários: G. Salgueiro

sábado, 1 de dezembro de 2007

O Notalatina faz uma Edição Extraordinária para dar conhecimento de um pronunciamento urgente de Fuerza Solidaria à Comunidade Internacional. É possível que mais tarde tenhamos outro boletim, com as últimas informações sobre o que está ocorrendo na Venezuela hoje, poucas horas antes do referendum sobre a modificação da atual Constituição.


Peço àqueles que crêem em Deus que orem pela Venezuela, porque o que se avizinha é terrível e de alguma maneira, mais cedo ou mais tarde, irá nos atingir. Fiquem com Deus e até a próxima!


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MENSAGEM URGENTE À COMUNIDADE INTERNACIONAL


CHÁVEZ PREPARA UM NOVO MASSACRE


Caracas, 1 de dezembro – Faltando poucas horas para a realização de um referendum, que pretende modificar ilegalmente a Constituição, escrevo esta mensagem à comunidade internacional, para advertir que o senhor Hugo Chávez prepara um massacre contra a população civil desarmada. Os fatos são os seguintes:


1. A consulta eleitoral que se realizará amanhã é inconstitucional, porque pretende reformar a fundo o Estado mediante um referendum, e não através de uma Assembléia Nacional Constituinte, como está previsto na Carta Magna vigente.


2. A reforma que o senhor Chávez propõe converte a Venezuela – uma nação livre e democrática – em um país comunista, idêntico a Cuba.


3. Todas as pesquisas outorgam um triunfo arrasador à opção pelo NÃO, o que vale dizer que a imensa maioria dos venezuelanos rechaça a mal chamada reforma.


4. Entretanto, o regime venezuelano pretende impor o triunfo do SIM, mediante uma massiva fraude eleitoral já preparada, para a qual se prestou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Os meios de comunicação estão bem informados a respeito, porém não se atrevem a dizer a verdade por temor de serem reprimidos, como ocorreu com a RCTV. Do mesmo modo ocorre com a maioria dos dirigentes opositores, que foram ameaçados para aceitar o falso resultado eleitoral.


5. Se o povo decidir sair pacificamente às ruas, para defender sua vontade soberana, o Regime pretende reprimi-lo com o uso das armas, para que aceite a sangue e fogo o falso resultado eleitoral. Posteriormente, o Regime justificará o massacre, alegando com mentiras que se tratava de um golpe de Estado, flagrado nos Estados Unidos.


Ontem à noite, por motivo de encerramento da campanha, o próprio Chávez ameaçou empunhar as armas para reprimir o povo e fechar os meios de comunicação, caso não se reconhecesse o triunfo do SIM. Pouco antes, o Alto Comando Militar ameaçou publicamente em reprimir a população.


7. Chávez está disposto a tudo para se manter indefinidamente no poder, impor seu projeto totalitário na Venezuela e controlar sem impedimentos os recursos do Estado, a fim de exportar seu modelo à toda a América Latina e “incendiar” todo o Continente, como denunciou o presidente Uribe.


8. Em que pese as ameaças, é previsível que o povo saia à ruas. Todavia, nem todos os militares se prestarão a cometer delitos de Lesa-Humanidade pelo qual se produzirá uma ruptura dentro das Forças Armadas. Existe um enorme descontentamento militar pela reforma e pela evidente aliança que há entre Chávez e as FARC, bando terrorista e narco-traficante que comete crimes não apenas na Colômbia, mas também na Venezuela.


Escrevo esta mensagem urgente para tratar de evitar uma tragédia, incitando a que se utilizem todos os canais diplomáticos para convencer o regime venezuelano a respeitar a vontade popular.


Aproveito a oportunidade para informar que – para tratar de calar-me – o Regime empreendeu uma massiva campanha de desprestígio contra mim, baseada em calúnias e mentiras, ao mesmo tempo que sou objeto de uma feroz perseguição policial e judicial. Minha vida, assim como a de meus familiares e colaboradores, corre perigo. Entretanto, penso continuar alertando sobre a realidade venezuelana, a fim de impedir a todo custo que se consolide uma ditadura castro-comunista em nosso país.


Alejandro Peña Esclusa
Presidente de Fuerza Solidaria
info@fuerzasolidaria.org

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Informação correlata:


1. Vídeo: La masacre del 11 de abril fue planificada
http://www.dailymotion.com/video/x3fhme_la-masacre-del-11-de-abril-fue-plan_news


2. Artigo: Peña Esclusa responde al ministro Jesse Chacón
http://www.fuerzasolidaria.org/WebFS/Noticias/PenaEsclusaRespondeAJesseChacon.html


Tradução e Comentários: G. Salgueiro

sexta-feira, 30 de novembro de 2007






O Notalatina de hoje vai ser dividido em blocos de notícias que aparentemente são isoladas mas que na verdade se conectam. A primeira delas é sobre o Mercosul, depois as interferências de Chávez na Bolívia, as ligações entre Chávez, Lula e as FARC e finalmente, a nota de Human Rights Foundationsobre o líder estudantil Yon Goicoechea, da Universidade Andres Bello da Venezuela que eu citei ontem.

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ARMAS VENEZUELANAS PARA A BOLÍVIA

No dia 26 pp. mais ou menos às 11 h. noite, chegou um estranho carregamento em um avião Hércules com escudo da Venezuela, na cidade boliviana de Trinidad; uma vez aterrizado, desembarcaram do avião 10 caminhões cobertos por uma capa (na foto), ao qual aguardavam militares bolivianos.

Ao serem interrogados sobre a suspeita carga, os militares informaram que tratava-se de “um carregamento de remédios que seria tansferido para o Hospital Militar COSSMIL”. Entretanto, tal carregamento jamais chegou ao hospital, mas se dirigiu ao posto militar que a Venezuela tem na cidade, no setor de Trinidad, onde está sendo construído um dique.

Naquele posto os funcionários da Prefeitura tentaram interrogar os militares que não quiseram mostrar os supostos medicamentos, dizendo que depois dariam um “informe oficial” que não foi feito até o momento. A partir daí, as pessoas começaram a desconfiar de que o tal carregamento secreto poderia ser armas, considerando que Chávez prometeu há mais ou menos um mês – num “Alô Presidente!” feito desde Cuba - defender Morales em qualquer circunstância ameaçadora, afirmando que ante uma possibilidade de conspiração contra o governo de seu kamarada, “se instalaria na Bolívia um Vietnã de metralhadoras”.

Depois dessa declaração e todas as interferências que Chávez vem fazendo na Bolívia, sobretudo financeira, dá pra engolir a estorinha de que 10 caminhões blindados estão carregados de remédios, e mesmo assim não vão para o hospital mas para um posto militar? Comunista adora subjugar a inteligência alheia...

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BRASIL, CHÁVEZ E O MERCOSUL


Num artigo que escrevi semana passada intitulado Chávez e o Mercosul, fiz pesadas críticas ao presidente da Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio e Indústria, sr. José Francisco Marcondes, por su preocupação em que os parlamentares NÃO aprovassem a entrada de Chávez no Mercosul. Hoje, recebo uma matéria do site Unionradio.Net dando conta de que empresários brasileiros pedem ao Congresso que parem os trâmites para a entrada da Venezuela no Mercosul, refletindo a mesma preocupação na denúncia que este blog fez no dia 27 passado, quando Chávez ameaçou a Fedecâmaras de “expropriá-la” caso seus membro continuassem com a campanha pelo “Não”.

Segundo um comunicado da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), assinada por seu presidente Alencar Burti, “Não se pode calar ante a ameaça do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de confiscar empresas afiliadas à Federação de Câmaras e Associações de Produção (FEDECÁMARA) por seu opor à reforma constitucional”. Burti reafirma sua preocupação com essas ameaças na iminência de Chávez ingressar no Mercosul, acrescentando à nota que “causa muitas dúvidas a aceitação de um país cujo dirigente atenta contra aquilo que é a luta do empresariado há mais de 200 anos: a liberdade de empreender” e faz um apelo ao Congresso e ao Governo brasileiros para que “revisem a posição de apoio à Venezuela como membro do Mercosul enquanto perdurem as restrições à liberdade de manifestações e as pressões sobre os que se posicionam contra os interesses do governo desse país”.

Aplausos! Aí está a voz da sensatez e o sr. Burti está repleto de razão, porque Chávez vem ameaçando nacionalizar todas as empresas privadas instaladas no país, sejam elas venezuelanas ou estrangeiras. A ganância em querer manter-se na Venezuela por causa dos petrodólares ainda pode custar muito caro ao empresariado brasileiro, caso sejam aprovadas a reforma constitucional e o ingresso desse país no Mercosul.

Ao lado disso, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim aproveita para fazer proselitismo no México, onde esteve terça-feira passada, afirmando que “a Venezuela é um país irmão, amigo e é aliado do Brasil como é o México e a Colômbia, e com o qual mantemos a melhor relação”.

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LULA – CHÁVEZ – FARC- REFERENDUM

Hoje de manhã logo cedo, assisti pela CNN uma reportagem em que anunciava-se que as Forças de Segurança colombianas haviam capturado alguns elementos das FARC e que com eles havia três vídeos com as provas de que a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt está viva, e que pode-se ver aqui: Vídeo das FARCmostra Ingrid Betancourt e outro sequestrados com vida.

Não demorou muito e ainda de manhã recebi do site Urgente24 uma matéria com este título: Brasil mete a mão: Se oferece como mediador entre a Venezuela e a Colômbia. Sei que muita gente vai achar que sou azeda e que não acredito que possa haver boas intenções por parte deste Governo. Azeda não sou não mas, quanto a acreditar em comunistas, é impossívelpois mentir é palavra de ordem e quando uma atitude parece boa, atrás dela há uma montanha de intenções espúrias ou contrárias ao que parece afirmar.

O site insinua, mas eu AFIRMO, que por trás da generosidade em intermediar a cisão havida entre Chávez e Uribe há um desejo inconfessado de, mais uma vez, apoiar Chávez em seus referendos e eleições, como sempre fez o sr. da Silva. Cabe aqui recordar que mal havia acabado de ser eleito em 2002, Lula enviou um navio com gasolina à Venezuela para suprir as deficiências causadas àquele país com a greve dos petroleiros da PDVSA, causando a demissão sumária de 22.000 trabalhadores especializados. Depois, no referendo de 2004, Lula deu seu aval à “lisura e transparência” do pleito, quando o mundo inteiro sabe, e há fartas provas, de que houve fraude. No ano passado Lula esteve com Chávez na inauguração da ponte sobre o rio Orinoco e, naquela oportunidade, teve o descaramento de dizer que “se fosse venezuelano votava em Chávez”, fazendo uma desavergonhada campanha que culminaria com a vitória fraudulenta deste psicopata assassino em dezembro passado, além de ter apoiado o fechamento da RCTV em maio deste ano.

Por outro lado, não há nada que garanta que essas provas não foram deixadas “fácil”, justamente para desmoralizar Uribe e salvar a pele de Chávez que até então não havia apresentado um fio de cabelo dos reféns, mostrando que o errado nessa destituição da intermediação foi Uribe. Não podemos esquecer que Chávez, Lula e as FARC são PARCEIROS E ALIADOS no Foro de São Paulo e que estão juntos para apoiar Chávez nesse referendum de domingo, tanto que, como denunciei dias atrás aqui, Rodrigo Granda tem pronta sua cédula de identidade venezuelana para votar pelo “sim”.

Lula levou toda esta semana reiterando o “excesso de democracia” que existe na Venezuela e que é necessário “respeitar a autodeterminação dos povos”, referendando um regime autocrático, totalitário e que quer implantar uma ditadura copiada da cubana. Em relação ao referendum de domingo Lula disse que “é essencial respeitar a soberania da Venezuela”, que “o plebiscito pode ser favorável (a Chávez) e será um resultado democrático. E se for desfavorável, também. O importante é ser transparente”, SABENDO que “transparência”, “lisura” e “respeito” às decisões da população são três palavras que não existem no vocabulário de Chávez, cujas ações malignas e criminosas ele sempre deu seu apoio incondicional. Mas a imprensa brasileira, companheira de viagem, mesmo assim continua a chamá-lo de “neoliberal” e os estrangeiros a achá-lo um “democrata de direita”.

E para concluir esta edição de hoje, reproduzo abaixo um pronunciamento feito dia 28 pp. pela organização de Direitos Humanos Human Rights Foundation, em relação à proteção do líder estudantil venezuelano Yon Goicoechea (na foto), perseguido, ameaçado e espancado por ordem do governo “excessivamente democrático” de Hugo Chávez, apresentando com exclusividade este vídeo “Caracas Nine - Spanish Version”, de produção da HRF. Fiquem com Deus e até a próxima!

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A HUMAN RIGHTS FOUNDATION SE PRONUNCIA PELA PROTEÇÃO DO LÍDER DO MOVIMENTO ESTUDANTIL NA VENEZUELA. YON GOICOECHEA É O DISSIDENTE Nº 2 DOS CARACAS NINE


Caracas, Venezuela – Yon Goicoechea, o líder do movimento estudantil venezuelano, tem resistido a inúmeros ataques por parte dos partidários do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez Frías, e do uso excessivo da força pública pelos corpos de segurança do Estado durante os protestos estudantis.

A Human Rights Foundation publica hoje um informe completo acerca das violações de direitos humanos a Yon Goicoechea e ao movimento estudantil que o respalda. O caso de Goicoechea é o segundo dos nove que conformam o Projeto Caracas Nine (http://www.caracasnine.com/).

Caracas Nine tem como finalidade dar a conhecer ao mundo as pessoas que são vítimas de perseguição pelo governo venezuelano, ao fazer uso do direito a manifestar suas idéias dissidentes. Os Nove são apenas casos emblemáticos de um grande número.

O movimento estudantil é uma organização independente que tem chamado à reconciliação nacional e que tem como bandeira a não-violência. É formado por estudantes provenientes das principais universidades da Venezuela e tem se mantido constante na realização de inúmeras marchas e protestos pacíficos em nível nacional.

Os protestos estudantis estão enfocados na defesa dos direitos humanos, principalmente do direito à liberdade de expressão e de reunião, bem como contra a Reforma Constitucional proposta pelo Presidente Hugo Chávez.

Yon Goicoechea erigiu-se no líder do movimento estudantil em defesa dos valores democráticos. Junto a outros líderes estudantis torna-se conhecido em finais de maio de 2007, quando o Presidente da Venezuela ordenou ao governo não renovar a concessão ao canal de televisão RCTV, o qual provocou inúmeros protestos em nível nacional.

Ao redor dos estudantes dissidentes circula um clima de hostilidade, produto principalmente dos ataques verbais provenientes em sua maioria do Presidente Chávez e demais representantes dos mais altos cargos do governo, em distintas intervenções públicas. Constantemente são apelidados de “fascistas”, “inimigos da pátria”, “títeres do império” e “colaboradores da ultra-direita”, entre outros qualificativos pejorativos.

Um elevado número de estudantes que ascende a mais de duzentos, foram detidos e presos desde que os protestos começaram no mês de maio. São altos os índices de feridos e lesionados. Fotógrafos provenientes de diversas agências de imprensa internacionais conseguiram capturar as imagens de violência que tem sido utilizada contra os estudantes dissidentes desde princípios de novembro.

Mas, além da violência contra Goicoechea e o movimento estudantil, as quais resultaram até em lesões físicas, os corpos de segurança do Estado têm usado substâncias tóxicas em repressão às manifestações pacíficas, as quais estão proibidas, tanto pelos tratados internacionais como pela Constituição venezuelana.

Goicoechea e sua família têm sido objeto de ameaças e perseguições diariamente. Goicoechea expressou à HRF sua grande preocupação por sua integridade pessoal e a de sua família, assim como pela possiblidade de ser acusado falsamente pela Procuradoria Geral – uma tática indevida que foi previamente usada pelo governo venezuelano para calar a dissidência.

A Human Rights Foundation pede proteção para Yon Goicoechea, sua família, o Movimento Estudantil e a todos os que manifestam pacificamente em exercício legítimo de seu direito humano consagrado, tanto pela Constituição venezuelana, quanto pelos Tratados Internacionais dos quais a Venezuela é parte.

A Human Rights Foundation (HRF) é uma organização Internacional, apolitical, dedicada a defender os direitos humanos no continente americano. A Fundação centra seu trabalho nos conceitos entrelaçados de auto-determinação e liberdade. Estes ideais encontram sua mais alta expressão na crença de que todos os seres humanos têm direito à liberdade de expressão, de associação com pessoas de idéias afins. As pessoas que vivem em uma sociedade livre devem ter, do mesmo modo, a oportunida de participar dos assuntos públicos de seu país. Da mesma forma, os ideais da HRF estão determinados pela convicção de que todos os seres humanos têm o direito a estar livres de detenções ou exílios arbitrários, de escravidão e tortura, e da interferência e coerção em assuntos de consciência. O Conselho Internacional da HRF está constituído por indivíduos que foram presos de consciência como Vladimir Bukovsky, Palden Gyatso, Armando Valladares, Ramón J. Velásquez, Elie Wiesel e Harry Wu.

Comentários e Traduções: G. Salgueiro

quinta-feira, 29 de novembro de 2007







Na edição de ontem o Notalatina demonstrou, através dos vários e sucessivos episódios, que o ditador Chávez está em surto psicótico agudo e quanto mais tenta sair do atoleiro em que se meteu – voluntariamente – mais afunda e é tragado pela areia movediça. Sua perseguição (e paranóia de que o estão perseguindo e planejando um magnicídio) aos que se lhe opõem perdeu completamente o freio, a ponto de um articulista ter sugerido que o pusessem numa jaula. É o que deve ser feito com urgência, penso eu.


Não tem escapado ninguém de sua metralhadora giratória. Ontem sobrou para a emissora de televisão CNN em Espanhol, por uma falha técnica ocorrida durante o programa “Encuentros”, do âncora Daniel Viotto. Ele relatava o assassinato de um jovem jogador de futebol americano, Sean Taylor, mas os técnicos puseram as imagens de Uribe e Chávez, quando o repórter fazia a pergunta: “quem o matou?”. O erro foi corrigido imediatamente – eu vi a falha, pois costumo assistir o programa – com o pedido de desculpas de Viotto, informando que as imagens haviam sido trocadas.


Tomado de ira, mesmo depois de a CNN ter-se desculpado pela falha, Chávez criou o maior alvoroço dizendo que aquilo fora uma “instigação ao magnicídio por parte de um canal de direita do fascismo” e que “começou a operação de guerra psicológica da qual faz parte e desinformação da CNN”. Acrescentou ainda: “Peço à Procuradoria que comece a estudar a possiblidade de processar a CNN por instigação ao magnicídio na Venezuela. Eles terão que explicar por que puseram durante 7 segundos meu rosto e ‘quem o matou?’ perante o mundo”.


Na sua loucura, Chávez acredita piamente que pode subjugar o mundo inteiro aos seus caprichos de menino sem educação e voluntarioso. Dias atrás ele havia agredido verbalmente padres e bispos da Conferência Episcopal Venezuelana - que é o oposto da nossa CNBB, pois segue as normas do Vaticano e os fundamentos da verdadeira Igreja e Cristo. Através da presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, acordou-se aceitar a denúncia interposta pelo bloco do “Sim”, ou seja, das milícias chavistas, contra a Conferência Episcopal Venezuelana à qual será processada administrativamente e proibida a difusão pela Globovisión de um vídeo pelo “Não”.


Dona Tibisay fez referência a “uns grupinhos que têm uma capanhazinha de rumorezinhos (assim mesmo, cheio de diminutivos), que vão construindo os argumentos que necessitam para desconhecer os resultados eleitorais” e pede aos dois blocos que encerrem as campanhas com “o cárater pacífico no qual se desenvolveu a campanha até agora”. Comunista mente por dever de ofiício mas esta fulana abusa da dissonância cognitiva, provado aqui neste blog, através das fotos dos estudantes torturados, além dos inúmeros vídeos que apresentamos desde o começo desta cobertura.


Ora, dona Tibisay, tenha vergonha nessa sua cara, deixe de ser cínica e veja que papel ridículo a senhora está fazendo! A única verdade está nas suas palavras, contrariando o que até mesmo seus olhos, e os olhos do mundo inteiro estão fartos de VER, não é? As imgens de hoje reforçam o que vimos denunciando há tempo; vejam sobretudo a “harmonia e gentileza da Polícia”. Ontem, os estudantes da Universidade Metropolitana, em Caracas, tiveram que correr para escapar dos gases lacrimogêneos que a Polícia lança constantemente impedindo as manifestações opositoras. Na Universidade Andrés Bello os estudantes ficaram sitiados ontem à noite, porque os bandos motorizados chavistas, armados de escopetas, se postaram no portão de saída da universidade impedindo-os de sair.


Acabei de receber um documento da Human Rights Foundation, em que esta respeitável entidade defensora dos direitos humanos se pronuncia pela proteção ao líder estudantil Yon Goicoechea, cujo teor darei conhecimento na edição de amanhã, para desmascarar, mais uma vez, dona Tibisay e toda a ala esquerdopata, inclusive o sr. da Silva, que enxerga excesso de democracia naquele infeliz país.


Chávez tem o hábito de chamar a todos os opositores, venezuelanos ou de outros países, de golpistas mas esquece de olhar o próprio rabo. Neste excelente vídeo “Ele me mentiu” e neste outro “27 de novembro de 1992”, contrario dona Tibisay, seu Lula e o Champolim de Miraflores com FATOS e não com discursinhos de porta de fábrica ou de palanque de beira de estrada. O primeiro vídeo mostra as mentiras prometidas de quando Chávez ainda era candidato em 1998, a miséria reinante por toda a parte da Venezuela e o falso juramento da campanha presidencial do ano passado, cujo mote era “por amor”. E o segundo, mostra o fracassado golpe de 1992, liderado por Chávez – que idealizou, dava as ordens mas não se expôs -, deixando um saldo de 50 mortos e inúmeros feridos. Golpista, assassino e mentiroso, hoje este delinqüente “acusa os outros daquilo que ele fez e faz”, como manda o ideário leninista.


Continuando a desmascarar a farsa deste “show de democracia, paz e harmonia” na campanha pelo referendum, provo aqui, mais uma vez, a perseguição aos que tentam alertar sobre este criminoso GOLPE DE ESTADO que está para ser dado no próximo domingo, como é o caso do meu amigo Alejandro Peña Esclusa, cuja nota trascrevo abaixo. Fiquem com Deus e até amanhã!


Investigam a Peña Esclusa por difundir vídeo


Segundo um cabo da agência cubana de notícias, Prensa Latina, datado de ontem (27) nesta cidade (1), o presidente da Comissão Política Interior da Assembléia Nacional, deputado Tulio Jiménez, solicitou investigar o dirigente político Alejandro Peña Esclusa por difundir um vídeo intitulado “Como impedir a reforma?” que, na opinião de Jiménez, constitui um “chamado à sublevação popular”.


O parlamentar indicou que, com o vídeo, Peña Esclusa “tenta sublevar a população, em um claro esquema de incitação a um delito, muito parecido ao utilizado nos dias anteriores ao golpe (de Estado) de abril de 2002”, pelo qual solicitou a intervenção do Ministério Público.


Chama a atenção a reação tardia do Governo, posto que o vídeo tornou-se público há dois meses e desde então tem circulado massivamente pelas redes de Internet, está disponível em inúmeras páginas web, dentro e fora do país, foi reproduzido integralmente pelo Canal Latino TV de Espanha e em 30 de outubro foi resenhado por um cabo de EFE (2), que foi publicado nos principais jornais latino-americanos.


Peña Esclusa reagiu dizendo: “O Governo está muito assustado. Teme que o povo saia às ruas para protestar contra a fraude que se cometerá em 2 de dezembro. Querem me pôr de bode expiatório, porém isto não freará os protestos”.


“Os responsáveis pelo protesto são os que pretendem impor uma Constituição totalitária, contra a vontade da imensa maioria dos venezuelanos. Os protestos continuarão e, inclusive, se incrementarão, até estender-se por todo o território nacional, não por causa do vídeo, mas porque as pessoas não querem submeter-se ao modelo cubano, nem estão dispostas a que seus filhos sejam doutrinados com as idéias de Che Guevara”, disse.


O vídeo “Como impedir a reforma?” está disponível em nossa página web ou pode-se vê-lo em http://www.youtube.com/watch?v=E_tFMu6_p1Y


(1) Cabo de Prensa latina: http://www.prensalatina.com.mx/article.asp?ID=%7B0158FF69-F6AD-4BC1-9119-44D6474AB7D3%7D


(2) Cabo de EFE: http://actualidad.terra.es/nacional/articulo/llaman_impedir_reforma_constitucional_focos_1973172.htm


Fonte: Fuerza Solidaria


Tradução e comentários: G. Salgueiro








O termômetro continua subindo na Venezuela deixando à mostra o desespero de Chávez para o mundo inteiro. O primeiro sintoma da agudeza desse surto psicótico foi o episódio degradante na Cúpula Iberoamericana ocorrida no Chile, em que foi necessário a intervenção do Rei Juan Carlos de Espanha que vem sendo acusado, por Chávez e seus seguidores, de tê-lo mandado calar-se. Quem disso usa disso cuida, diz o ditado, pois quem MANDA calar-se aos outros, quando lhe dá na telha é Chávez; o rei, perplexo com tanto desrespeito e falta de educação “perguntou” por que ele não se calava, pois a vez de falar era de Zapatero que não conseguia porque era constantemente interrompido pelo rude e sem educação ditador da Venezuela, acostumado às reuniões de seus kamaradas terroristas e criminosos do Foro de São Paulo.


Ainda na mesma cúpula, Chávez entendeu de se meter num assunto que não lhe diz respeito sobre a questão do mar territorial que está sendo reivindicado pela Bolívia ao Chile, causando mais constrangimentos. Porque ele paga as contas do cocalero Morales acha que pode interferir em assuntos de Estado, embora viva apregoando o respeito à “auto-determinação dos povos”. Essa discussão é antiga e vem sendo tratada desde que Morales e Bachelet assumiram a presidência de seus países; Bachelet, com a autoridade que o cargo lhe confere, mandou Chávez recolher-se à sua insignificância mas no Basil não se falou disso. Depois, foi a vez do rei Abdullah, da Arábia Saudita, durante encontro da OPEP que, diante da afirmação de Chávez de que a OPEP “deveria atuar como uma entidade política”, ouviu do rei: “O petróleo é uma energia para o desenvolvimento e não deve ser uma ferramenta para conflitos ou emoções”. Bingo!


E no fim-de-semana passado o presidente Álvaro Uribe, finalmente, conseguiu entender o erro que cometeu em aceitar Chávez como “mediador” entre as FARC e o governo da Colômbia, no acordo humanitário para libertar os reféns seqüestrados há anos por este bando narco-terrorista. O que Chávez pretendeu quando se ofereceu como mediador, na realidade, foi legitimar seus encontros com os chefões daquele bando – que pertence ao Foro de São Paulo juntamente o sr. Lula que é membro fundador e que recusa-se a denominá-los como terroristas por serem parceiros e amigos – com o aval da comunidade internacional sem despertar a mais mínima suspeita.


Chávez foi com muita sede ao pote e teve encontros com Raúl Reyes e Manuel Marulanda “Tirofijo”, descumprindo o acordo feito de que a intermediação não seria através dos “cappos”. Ademais, uma das partes do acordo que era apresentear uma prova concreta de que a franco-colombiana Ingrid Bettancourt, estava viva, não apareceu em momento algum, nem para Uribe nem para Sarkozy, deixando o presidente francês igualmente insatisfeito com sua “atuação”.


Então, no sábado Uribe destituiu Chávez da função, desencadeando a fúria do psicopata que agora posa de vítima e arremete para todos os lados agredindo e acusando todos que não fazem suas vontades. Em comunicados em seu programa “Alô Presidente” Chávez usou, como de costume, impropérios e calúnias contra o presidente da Colômbia que manteve e mantém a classe e a compostura que se espera de um mandatário de um país. Chávez, ao contrário, continuou sua cruzada ensandecida, primeiro tirando seu embaixador daquele país e hoje, em resposta ao enérgico pronunciamento feito por Uribe (que segue abaixo traduzido na íntegra) domingo passado, disse que não terá mais relações com a Colômbia enquanto Uribe for presidente, alegando que Uribe é “um presidente que é capaz de mentir descaradamente, desrespeitar outro presidente ao qual é chamado de seu amigo, ao qual é chamado para ajudá-lo”.


Ok. Antes de transcrever o pronunciamento de Uribe, os convido à reflexão sobre quem “mente descaradamente”: se Chávez, que nega envolvimento com as FARC mas ofereceu cidadania a um dos membros do Estado Maior e considerado “chanceler” das FARC, Rodrigo Granda Escobar, - que vai inclusive votar no referendo de domingo com a cédula eleitoral de nº V-22942118, outorgada pelo Registro Eleitoral Permanente (REP) do CNE -, ou Uribe, que lhe joga na cara suas ligações mais que provadas com as FARC, que já têm em seu haver mais de 60.000 mortes e um sem-número de seqüestros? Cabe ainda acrescentar que Granda havia sido preso na fronteira entre Colômbia e Venezuela em 2004, numa operação conjunta entre militares da Colômbia e do DISIP da Venezuela, mas foi libertado por Uribe este ano como prova de sua boa-vontade em negociar o soltura dos reféns. Granda foi “descansar” em Cuba, as FARC não soltaram nenhum refém, e agora ele voltou para a Venezuela a fim de “ajudar” nessa pseudo-negociação.


Há muito o que falar sobre este assunto mas por hoje fico apenas com isto e o pronunciamento de Uribe que, aliás, foi feita hoje uma pesquisa para saber como ficou sua popularidade depois desse entrevero com o desesperado ditador da Venezuela e o resultado foi um nada surpreendente 80% de apoio e aprovação. Fiquem com Deus e aguardem até amanhã, com mais informações atualizadas sobre o que DE FATO está se passando na Venezuela.


Declaração do Presidente Álvaro Uribe Vélez, desde Calamar, Bolívar


“Permitam-me, compatriotas de Calamar, alterar um pouco a agenda do tema que nos ocupa, para fazer umas reflexões sobre esta declaração do presidente Chávez.


Presidente Chávez: a verdade, com testemunhas, é que a você se permitiu mediar com as FARC, como pediu. A você se permitiu reunir-se com as FARC como pediu. A você se permitiu reunir-se com o ELN. A você se permitiu que Rodrigo Granda se transferisse de Cuba para a Venezuela. E como em tantas ocasiões anteriores, as FARC voltaram a mentir, voltaram a descumprir o prometido.

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A verdade, presidente Chávez, e a verdade com testemunhas, é que quando não há argumentos e se apela para insultos, como você o faz, se afetam não somente as relações internacionais mas que, neste caso, você com seus insultos e sua falta de argumentos fere a dignidade do próprio povo da Venezuela que você representa.


A verdade, presidente Chávez, é que nós necessitamos de uma mediação contra o terrorismo e não legitimadores do terrorismo. Suas palavras, suas atitudes, dão a impressão de que você não está interessado na paz da Colômbia, senão em que a Colômbia seja vítima de um governo terrorista das FARC.


A verdade, presidente Chávez, a verdade com testemunhas, como a nossa, é que nós necessitamos que nos ajudem a superar esta tragédia do terrorismo, porém que não se aproveitem da necessidade do acordo humanitário para invocar a ajuda da Colômbia e vir à Colômbia simplesmente para intervir nela, para fomentar um projeto expansionista.


A verdade, presidente Chávez, é que se você está fomentando um projeto expansionista no Continente, na Colômbia esse projeto não tem entrada.


A verdade, presidente Chávez, a verdade com testemunhas, é que não se pode incendiar o Continente como você faz, falando um dia contra a Espanha, no outro dia contra os Estados Unidos, maltratando um dia o México, no dia seguinte o Peru, na manhã depois a Bolívia. Não se pode maltratar o Continente, incendiá-lo, como você o faz, falando de imperialismo quando você, baseado em seu pressuposto, quer montar um império.


A verdade, presidente Chávez, é que não se pode maltratar a História, não se pode manchar a memória dos heróis, desfigurando-os na demagogia popular, para desorientar os povos.


O General Santander nos deu o exemplo do apego à lei. A verdade, presidente Chávez, é que não se pode burlar a lei, como você o faz, tratando de maltratar o General Santander, para substituir a lei pelo capricho pessoal.


A verdade, presidente Chávez, a verdade com testemunhas, é que não se pode desorientar o povo interpretando mal o legado do Libertador Bolívar. O Libertador foi integracionista, porém não expansionista. O Libertador deu a independência a nossas nações, porém não lhes trouxe uma nova era de submissão. O Libertador não andava tratando de tirar do território americano a dominação européia, para impor, como você quer fazer, sua própria denominação, baseada no poderio de seu orçamento, ao povo da Venezuela e ao povo da Colômbia.


A verdade, presidente Chávez, é que o povo da Colômbia tem todo o direito de derrotar o terrorismo, tem todo o direito de aceitar mediações, porém não mediações que busquem o protagonismo político, o assenhoramento político do terrorismo.


Me preocupa muito que você, afanado por pretensões eleitorais, agora trate de apelar ao velho truque de estimular na Venezuela o ódio contra a Colômbia e contra o Governo da Colômbia, para buscar seu favorecimento eleitoral.


A verdade, presidente Chávez, é que os antecedentes de meu Governo mostram que em nossa difícil luta contra o terrorismo, temos sido respeitosos de todos os Governos e de todos os países do mundo. Apelo à reflexão, à consciência do povo da Venezuela para examinar este tema. Enquanto um Governo não é capaz de censurar às FARC, se censura injustamente o Governo da Colômbia e a contradição é que o Governo da Colômbia, enfrentando os terroristas, jamais, jamais desrespeitou o Governo da Venezuela nem o povo da Venezuela.


A verdade, presidente Chávez, é que o comunicado de ontem é sustentado por nossos antecedentes, por nossos fatos e tem testemunhas.


A verdade, presidente Chávez, é que a cada momento se conhecem novos elementos. Nosso Cônsul nos Estados Unidos, que acompanhou a senadora Córdoba (Piedad) à reunião com um dos presos pertencentes às FARC que estão nos cárceres dos Estados Unidos por causa do narcotráfico, nosso Cônsul nos informou que a senadora Córdoba falou com o preso das FARC sobre política, está bem; da possibilidade de uma constituinte na Colômbia, está bem. Tudo isso é respeitável, mesmo que não estejamos de acordo. Porém, a senadora também falou da necessidade de um Governo de transição na Colômbia.


A verdade, presidente Chávez, é que isso dá o direito aos colombianos de interpretar que na mediação, à qual você convidou a senadora Piedad Córdoba, de acordo com as atitudes da senadora e com estes comentários, essa mediação estava mais interessada em possibilitar um Governo com influência do terrorismo na Colômbia, do que em ajudar-nos a superar a tragédia dos seqüestrados e a conseguir a paz.


Desde Calamar (Bolívar), esta região da Pátria hoje tão açoitada pelas inundações, digo ao mundo que pedimos e recebemos ajuda, porém não aceitamos projetos expansionistas.


Desde Calamar, esta região açoitada hoje pelas inundações, digo ao mundo que aqui há pobreza e limitações, porém há dignidade.


O dinheiro se consegue todos os dias, mesmo que em umas nações seja mais escasso que em outras. Porém, a dignidade, o respeito ao ser social, o respeito às liberdade individuais, quando se perdem esses valores, é difícil voltar a recuperá-los.


Nós seguiremos fazendo todos os esforços para derrotar o terrorismo, para recuperar nossos concidadãos seqüestrados, porém não admitimos que se abuse de nossa tragédia para dar razão ao terrorismo.


Não admitimos que se abuse de nossa tragédia para vir incorporar a Colômbia a um projeto expansionista que pouco a pouco vai negando as liberdades que com tanta dificuldade este continente conseguiu conquistar”.


Fonte: http://web.presidencia.gov.co/sp/2007/noviembre/25/08252007.html


Comentários e tradução: G. Salgueiro

terça-feira, 27 de novembro de 2007


















Durante toda esta semana, até o domingo 2 de dezembro, data do referendum, o Notalatina vai emitir boletins sobre a situação da Venezuela, considerando sobretudo que os jornais brasileiros estão informando notícias que são repassadas pelos órgãos oficiais do governo chavista e dos “companheiros de viagem”, ou seja, transmitindo notícias falsas, mascaradas ou mesmo omitindo informações essenciais para que se possa compreender o que de fato está ocorrendo lá.



Ontem em um confronto de rua em Valencia, no estado Carabobo, um operário resultou morto por dois disparos de bala. Chávez de imediato saiu acusando a oposição pelo assassinato, afirmando que isto é uma prática recorrente entre os que lhe são contrários. Ora, isto é uma deslavada MENTIRA porque quem mora lá ou acompanha a situação política venezuelana como eu, desde 2001, é testemunha (se não presencial, mas através de fotos e vídeos) de que as “armas” da oposição são apitos, bandeiras e caçarolas.



Em um evento no Fuerte Tiuna ontem à noite, Chávez disse: “Já identificamos o assasino, porém ele forma parte dessas campanhas midiáticas envenenadas pelo livreto norte-americano”. E mais adiante: “Se eles buscam o caminho da violência, tenham a certeza de que saberemos enfrentá-los nas ruas e varrê-los como já fizemos em 13 de abril de 2002. Nada impedirá que tenhamos pátria”. E aos seus seguidores advertiu: “Devemos estar muito alertas. Já setores enlouquecidos e desesperados da oposição começaram hoje com um plano de violência nas cidades de Maracay e Valencia; lançaram agressões contra o povo e assassinaram um jovem trabalhador que trabalhava em Petrocasa, só porque reclamou que o deixassem passar (...) e havia um grupo de enlouquecidos e envenenandos fascistas que lhe meteram dois tiros e o mataram”.



Os FATOS contradizem esta arremetida insensata, como tudo que este psicopata assassino diz. Em primeiro lugar, ainda não se havia feito a perícia para determinar o tipo de projétil, e portanto de arma, que feriu de morte o rapaz e conseqüentemente, não se tinha o culpado pelo assassinato. Segundo, o tumulto ocorreu quando um grupo de pessoas se manifestava pelo NÃO próximo de onde estavam os operários quando chegou um caminhão carregado de militantes chavistas, armados até os dentes. Os desordeiros desceram no caminhão atirando e acabou atingindo o rapaz que, apesar de ser simpatizante do oficialismo, não tinha nada a ver com o caso. Entretanto, o que estes bandos de delinqüentes queriam era arranjar um vítima, fabricar um mártir para acusar a oposição e nada mais.



O que os jornais brasileiros não informam, porque não convém e o governo provavelmente não permite, é que no dia 23 pp. dois líderes estudantis da Universidade Fermin Toro foram seqüestrados em Lara por uns encapuzados vestidos de preto, que usavam uma Blazer preta sem placas, e que após interrogá-los sob a ameaça de uma pistola sobre fontes de financiamento, nomes dos estudantes que participaram das marchas que eles traziam em álbuns de fotos, os espancaram, torturaram e queimaram com cigarro, como se pode ver nas fotos exibidas. É assim que age o chavismo, em absoluto desespero, pois tanto Chávez quanto seus seguidores estão vendo que é um país inteiro que o rechaça e rechaça seus planos de implantar uma revolução comunista como em Cuba.



Também os jornais brasileiros não divulgaram que ontem à noite Chávez ameaçou o presidente da Fedecamaras (Federação de Câmaras e Associações de Comércio e Produção da Venezuela) de tomar-lhes tudo e deixá-los “sem fé, sem de, e sem câmaras”, apenas porque o presidente desta entidade disse que fariam tudo para evitar que se aprove a reforma constitucional. Diante dessas afirmações e de tudo que foi denunciado acima, será que existe dúvidas de onde parte a agressão, a violência e o “projeto de desestabilização nacional” que Chávez tanto acusa a oposição? Se ainda resta alguma dúvida, vejam este vídeo “O massacre de 11 de abril foi planejado” que traz depoimentos de militares que PROVAM a resposabilidade criminal deste elemento que acusa a oposição daquilo que ELE faz, como manda o ideário leninista.



E para concluir a edição de hoje, leiam esta nota emitida agora por Alejandro Peña Esclusa acerca de uma fraude patética e grotesca elaborada pelo próprio governo do louco Chávez, através do site oficialista “Aporrea”, que vem acusando-o de “conspiração”. Eu li o “documento” publicado neste site de extrema esquerda chavista e é tão grosseiro e primário que só dá mesmo vontade rir do que são capazes (ou incapazes e incompetentes?) de produzir pessoas loucas, à beira do desespero. Seria interessante que a própria CIA tomasse conhecimento deste “relatório confidencial” elaborado não por algum de seus agentes, mas pelos agentes do governo da Venezuela (ou seria de inspiração dos agentes cubanos que dão as cartas nos serviços de segurança do país?) que se fazem passar por eles. Leiam a nota de Peña Esclusa, fiquem com Deus e até a próxima!







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Governo elaborou memo da CIA



Por: Alejandro Peña Esclusa








Faltando poucas horas para o referendum, o oficialismo recorreu a um ridículo mecanismo para tratar de evitar sua iminente derrota e para acusar a oposição de seus próprios crimes. Trata-se – embora vocês não creiam – de um “memorando confidencial” da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA).



Segundo este documento, obtido secretamente da Embaixada Norte-Americana em Caracas, o senhor Middleton, funcionário local, informa ao senhor Hayden, diretor da CIA, que o SIM leva uma vantagem sobre o NÃO de 13 pontos percentuais.



A “análise confidencial” da Embaixada – elaborada sem dúvida em um laboratório chavista – assegura que esta “tendência é irreversível” e que a única maneira de frear o provável triunfo do oficialismo é falando de fraude, impedindo o referendum ou desconhecendo seus resultados.


“Peña Esclusa está disseminando em todo o território nacional pequenos focos de protesto, para que gerem um clima de ingovernabilidade, permitindo culminar no levantamento geral de uma parte substancial da população”.



O documento, publicado na página Aporrea, causa tanto riso quanto a Radio Rochela* (que no momento carece de sinal aberto). Entretanto, o oficialismo pretende levá-lo muito a sério, tanto que Maripili o leu inteiro em seu programa de rádio desta tarde, depois de acusar-me, como o fez esta manhã Calixto, de ser o promotor do ocorrido ontem em Aragua e Carabobo.



Maripili anunciou uma grande descoberta. Ela viu pela primeira vez o vídeo intitulado “Como impedir a reforma?” que, desde há dois meses, este humilde servidor fez circular por meia Venezuela de maneira bastante pública e notória. Porém, ela só veio tomar conhecimento ontem à noite, quando “La Hojilla” teve a gentileza de pô-lo integralmente no ar.



Na realidade, estes gestos tragicômicos pretendem encobrir – sem nenhum êxito – o temor que o oficialismo sente pela derrota que se avizinha. Não me refiro à derrota eleitoral, porque essa se reverte facilmente com a fraude, mas a derrota popular. O Regime teme que os protestos de ontem sejam um ligeiro tiragosto, comparados com os que haverá em 3 de dezembro, se Tibisay Lucena se atrever a proclamar o triunfo do SIM.



E quanto à das Forças Armadas? Bem, Uribe já reconfirmou publicamente. Chávez é o principal aliado da guerrilha colombiana, organização terrorista que assassina e seqüestra não só na Colômbia mas também em nosso território. Os militares venezuelanos não se prestarão ao papel de reprimir os protestos pacíficos do povo venezuelano, para sustentar a ditadura do “legitimador das FARC”.



* Radio Rochela era um programa humorístico muito apreciado e popular, apresentado pela expropriada “RCTV”.



Comentários e traduções: G. Salgueiro