FIDEL CASTRO: DECANO DO BIOTERRORISMO - SEGUNDA PARTE
Na segunda parte da entrevista, o Sr. Carlos Wotzkow fala acerca do "mistério" que envolve a mudança aparente dos centros de Biotecnologia, e de como alguns cientistas tiveram suas funções alteradas dentro dos programas iniciais. Muda-se o cenário e o foco das atenções sobre as pesquisas zoológicas, "fechando" seus institutos, entretanto, nos bastidores, tudo continua igual. Ou pior.
O tirano tem pressa, pois sabe que não é apenas seu regime genocida mas ele também, que está velho e decadente.
E.P. - O sr. leu algum documento oficial com ordens específicas para levar a cabo estes trabalhos científicos?
C.W. - Não, porém interpretei (e creio que corretamente) que o desvio de todos os recursos econômicos de um instituto antes dedicado a estudar a fauna, a temas relacionados com a investigação e transmissão de patógenos, não era uma mudança de política fortuita, nem bem intencionada. Já expliquei em meu livro "Natumaleza Cubana" e em outros textos, como tudo ocorreu naqueles anos nos quais se gestava a Frente Biológica do Instituto. Já expliquei como pus à disposição dos Estados Unidos o que até então sabia e o pouco caso que essa informação recebeu. Outras pessoas têm feito o mesmo, porém essas informações têm sido igualmente consideradas de alarmistas.
E.P. - O Instituto de Zoologia da Academia de Ciências tinha vínculos de trabalho com alguns dos institutos de biotecnologia para esta tarefa? O sr. poderia me explicar que função cumpre em Cuba, o Centro para a Produção de Animais de Laboratório (CEMPALAB) localizado no Cacahual?
C.W. - Como o sr. seguramente saberá, o Dr. Fernando González, diretor do Instituto de Zoologia, em princípios dos anos 80 tentou desenvolver uma Frente Biológica que não prosperou graças à ética e protesto de muitos cientistas. Naqueles anos, os institutos de biotecnologia (propriamente dito) estavam em sua fase embrionária e só o CENIC, o IPK e certas instalações (laboratórios) da escola de medicina poderiam estar vinculadas entre si. "Natumaleza Cubana" fala de alguns destes vínculos, porém eu creio que de forma um tanto ingênua. Como o sr. sabe, se começa a obter informação real quando se sai de Cuba e se fica livre para ler o que existe
publicado. Por isso, tudo o que eu acreditava saber, serviu apenas para atar alguns pontos. Tratam-se de projetos secretos dos quais apenas se obtém um mosaico e nem sempre com a cor e a forma dos que o rodeiam. Não obstante, creio firmemente que o antigo Instituto de Zoologia, tal e qual o CEMPALAB, estiveram vinculados ao bioterrorismo de Fidel Castro, desde que Fernando González os dirigiu. Lembre-se de que a Zoologia já não existe e que depois de sua desintegração o Dr. González levou a Frente Biológica ao Cacahual, para camuflá-lo no CEMPALAB.
E.P. - O senhor tem conhecimento de algum vínculo entre Cuba e os chamados países da frente anti-imperialista, tais como Líbia, Iraque, Síria, Iran, China, Coréa do Norte e Rússia, que guarde relação com a atividade e produção de armas biológicas?
C.W. - Não mais do que o publicado até esta data e creio que são informações muito verdadeiras. As intenções de Castro contra os Estados Unidos sempre estiveram relacionadas com seu extermínio e com alguma via que lhe permita provocar-lhe dano. Por outro lado, o cinismo de Castro é fartamente conhecido e vimos como criticava os pilotos norte-americanos no Vietnã, enquanto tomava nota e aplicava suas mesmas técnicas, porém com produtos de destruição massiva em Angola. Castro é um assassino conhecido e a única coisa que hoje desconhecemos dele é, até quando e até onde levará seus assassinatos em massa. Então, se a ele se alinham os países que o sr. menciona, é obvio que as armas biológicas estejam entre a sua mais desenvolvida prioridade. Não esqueçamos que em Cuba, como trampolim de ataque, chegou agora sua vez. Fidel Castro, com quem eles unicamente poderiam contar para semelhante guerra, já está muito velho e doente e, ao não contar com uma boa substituição, já está na hora - dirá Bagdá - de que cumpra com seu compromisso.
E.P. - O senhor lembra, quando da grande efervescência da nova filosofia militar de Castro, "A guerra de todo o povo", quais trabalhos científicos o Ministro das Forças Armadas solicitou através da Frente Biológica? Poderia nos explicar que objetivos perseguiam? Chegaram a concluir-se alguns desses projetos? Havia tempo para cumprir com os planos de trabalho? O sr. notou que houvesse urgência para obter resultados?
C.W. - Não, nem sequer pude vincular uma coisa com a outra. Em troca, só posso dizer-lhe que depois dos problemas em Zoologia, e depois de verem-se obrigados a transladar a Frente Biológica para fora do alcance e conhecimento dos "investigadores pacifistas" (como nos chegaram a chamar de forma duplamente suspeita), houve cientistas, como Alejandro Silva Rodríguez* que passaram de um simples investigador do CENIC (Centro Nacional de Investigações Científicas) dedicado à herpetologia, a dirigir programas do mais alto nível dentro do programa NACSEX (North American/Cubans Scientific Exchange). Como ele, muitos outros cientistas cubanos formados com o apoio dos Estados Unidos desapareceram do mundo científico da zoologia, para emergirem arrogantes como funcionários acobertados pela biotecnologia e pela engenharia genética.
Este fato, que poderia parecer supérfluo para alguns, situa 1985 como o ano em que Fidel Castro mudou o rumo das ciências em Cuba. A partir de então, e como já disse em várias partes do "Natumaleza Cubana", as "tarefas priorizadas do regime" executadas com pressuposto norte-americano desde 1989, acabaram com todos os projetos temáticos das ciências zoológicas em Cuba. Entre essas prioridades se encontrava no ramo da medicina, a SIDA e na zoologia, o programa das migrações de aves, vinculado a estudos de ácaros como hospedeiros potenciais de duas enfermidades contagiosas: a leptospirose e a riquettsia.
Aguardem até amanhã para conhecer a última parte dessa instigante e preocupante entrevista. Se eu fosse alguma autoridade, prestava mais atenção no que esse homem diz. Ele, como o Dr. Constantine Menges, sabem de coisas graves, tentam alertar aos que têm poder de decisão mas parecem pregar no deserto. Para a maioria das pessoas que acredita que o comunismo acabou com a Perestroika e com a queda do Muro de Berlin, que Castro "tem uma alma pura, porque não traiu seu povo", não passamos de um bando de visionários alucinados e com paranóias escatológicas. Nós não precisamos pagar para ver; estamos vendo de graça mesmo.
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