terça-feira, 17 de setembro de 2002

Ontem o Notalatina apresentou uma matéria falando a respeito do "Vírus do Nilo Ocidental" que vem assumindo proporções epidêmicas nos Estados Unidos. Nessa nota, o ornitólogo cubano Carlos Wotzkow alertava para a possibilidade da epidemia ser proposital e criminosa, uma vez que tendo trabalhado em laboratórios experimentais de bio-tecnologia, enquanto ainda residia em Cuba, tinha conhecimento do que se passava nos bastidores de tais instituições.



Hoje, apresentamos uma entrevista que Carlos Wotzkow deu a Eduardo Prida, ex-oficial do Birô de Investigações Científicas do DAAFAR, onde ele detalha mais o que apenas foi pincelado na nota de ontem.



Como a entrevista é muito extensa, o Notalatina vai apresentá-la em três partes.



Apesar de velho e decadente, o tirano do Caribe ainda dá as cartas e joga suas útimas fichas. Confiram na entrevista.



FIDEL CASTRO: DECANO DO BIOTERRORISMO



Entrevista (resumida) com o ornitólogo Carlos Wotzkow, a Eduardo Prida, ex-oficial do Birô de Investigações Científicas da DAAFAR.



Eduardo Prida (E.P) - O senhor poderia nos explicar qual é a sua

preparação profissional e científica? Onde estudou?



Carlos Wotzkow (C.W) - Minha preparação, como a de qualquer cubano, é

uma formação em termos. Não se pode ser uma pessoa formada integralmente, em

um país onde a formação de seus cidadãos é realizada em função das necessidades

específicas do Estado, e, ademais, onde se dedica 30% do tempo acadêmico em

estudar marxismo-leninismo. Partindo desse pressuposto, posso então

dizer-lhe que sou um técnico veterinário graduado e um biólogo sem diploma

(deixei a carreira no 4º ano, quando saí de minha pátria para a Alemanha),

porém muitos colegas ajudaram a me formar fora de uma sala de aula em Cuba.

A Universidade de Havana, por exemplo, permitia meu ingresso em cursos de

Pós-graduação (sistemática e ecologia) sem eu ser um biólogo egressado da

universidade. Nesse sentido, creio que influíram meus resultados no campo,

minhas publicações em várias revistas de prestígio e, claro, o aval de

muitos colegas e amigos que desejavam meu desenvolvimento e formação

adequada.



E.P - O sr. teve professores estrangeiros em Cuba, ou recebeu alguma

preparação especial no exterior?



C.W - Não tive professores estrangeiros, porém muitíssimos colegas

cubanos e norte-americanos que me ensinaram ao longo de 12 anos como se

devia investigar. Não menciono nomes, por razões óbvias e dentre elas, o

fato de que muitos pensam igual a mim, e ainda tentam ajudar a natureza de

Cuba. No exterior, só estudei depois que saí de Cuba, porém meu interesse na

Suíça ocorreu em estudos sobre o comportamento humano e com fins nitidamente

vinculados à ajuda social. Entre eles, sobre Álcool e Droga, Comportamento

Disfuncional, Ética e Deodontologia, Ecologia e Agressividade Humana.Todos

afiançados por um programa de formação profissional do Swiss Hospitality

Engineering Consultants S.A.



E.P. - Onde e quando começaram as investigações biológicas com fins

militares?



C.W - Quando um projeto começa em Cuba, é algo verdadeiramente

difícil de saber. Por exemplo, a Central Nuclear de Juraguá já estava

planejada desde 1974 mas os cubanos só tomaram conhecimento dela quando

começaram suas obras, e sem que fizessem nenhum tipo de consulta popular

prévia, antes de informar sobre sua localização. No caso das investigações

biológicas, com fins militares foi igual, embora, claro, com a

particularidade de que estas começaram em datas distintas e em diferentes

frentes. O Instituto de Zoologia não foi o único centro que acolheu este

tipo de projeto, porém, muitos outros mais. Partindo desse esclarecimento, pode-se

dizer que em Zoologia começaram em fins de 1980 e acabaram em princípios de

1985.



E.P - O sr. conhece algum tipo de escapamento ou contaminação

biológica ocorrida em Cuba?



C.W. - Dezenas, porém... Como diferenciar quais foram intencionais e

quais com objetivos puramente militares? Como avaliar, por exemplo, a onda

de Aedes aegypti que escapou do laboratório do Dr. Fresneda da escola de

medicina? Qual seria o projeto do Instituto Pedro Kourí (IPK) que

necessitava de tais quantidades de dípteros transmissores de enfermidades

(hematófagos e não hematófagos)? Como catalogar o escapamento de drosophilas

(as bastante conhecidas guasasas, ou moscas das frutas) desse mesmo centro e

a aparição quase que imediata de um surto de conjuntivite hemorrágica, nos

arredores do Reparto Atabey? Se eu digo ao senhor que nos anos em que essa

pandemia se desenvolveu em Cuba (1980-1987) existia no IPK um grupo

comandado pela Drª Alina Llops que estudava os micro-organismos causadores

dessa enfermidade, e que além disso, alí trabalhava um entomólogo chamado

Carlos Bisset, especializando-se em drosophilas, o senhor chegará à mesma

conclusão que eu cheguei, entretanto, ambos seremos acusados de trabalhar

para a CIA, e não só, desde Cuba, como também por alguns crédulos da atual

administração norte-americana. É sabido de todos que as drosophilas são

insetos que pelo grande tamanho de seus genes, são muito usadas em

investigações genéticas (essa será sem nenhuma dúvida a explicação do

governo castrista), porém também é digno de nota que são os melhores

transmissores mecânicos de qualquer enfermidade virótica em que no ar (e as

correntes térmicas) pudessem pô-las em Washington, em apenas algumas

horas.



E.P - Morreu algum cientista ou técnico pelas deficientes medidas de

segurança e higiene no trabalho?



C.W. - O senhor, tanto quanto eu sabe que essas coisas em Cuba são

secretas. O senhor saberá que na aviação, por exemplo, se dava baixa a um

piloto por descobrir-se que ele tinha pé plano, depois de 10 anos de vôo.

Todavia, a realidade era outra e muitas vezes estava relacionada com a

toxicidade que lhe produziam as substâncias que ele devia transportar e/ou

descarregar em pleno vôo, e das quais ele não tinha nenhum conhecimento. Nos

laboratórios cubanos a coisa é mais ou menos parecida. Muitos cientistas

cubanos estão obrigados a trabalhar com perigosos patógenos "in vivo" (em

outros países estes se manipulam de modo atenuado) com o único objetivo de

obter resultados de uma forma rápida e confiável. Na realidade, não conheço

nenhum cientista que tenha morrido por deficiências técnicas, porém como já

lhe expliquei, se isto ocorre, jamais será publicado, jamais se explicaria

mencionando o diagnóstico correto e jamais se produziria por "acidente",

senão por negligência e pressão institucional. Neste caso estava o Team que

em Cuba se dedicava a investigar a Hepatitis (dentro da Escola de Medicina

Girón) e que eram médicos e biólogos aos quais a proximidade (vá se saber

por que) mantinha em um eterno martírio.



Veja amanhã a segunda parte da entrevista, com mais revelações surpreendentes

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