O Notalatina traz hoje - abrindo uma exceção, mais uma vez - a tradução de um artigo que revela fatos gravíssimos que não será publicado pelos principais jornais brasileiros, e que não pode ficar restrito ao conhecimento de meia dúzia de pessoas. Trata-se de informações sobre as relações Venezuela-Irã, acerca de armamento nuclear, em que o Irã pretende instalar bases de mísseis na tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai, no Panamá, e tendo como protótipo a Venezuela, como foi Cuba nos anos 60 para a extinta URSS.
Este tema diz respeito a todo o nosso continente, uma vez que o objetivo do Irã com esses mísseis nucleares é atacar Israel, de quem o ditador muçulmano Ahmadinejad já declarou que devia ser “varrido do mapa”. O autor do artigo, Pepe Eliaschev, é argentino e naturalmente preocupa-se com a conivência/leniência de seu governo, sobretudo com a destruição gradual das Forças Armadas, mas não podemos nos esquecer que a tríplice fronteira inclui também o Brasil. Vale ainda lembrar que no ano passado o ditador iraniano esteve em visita oficial ao Brasil, e que nesse encontro firmaram-se vários acordos que não foram divulgados ao público, como sempre e, por isso, não sabemos até onde vai o envolvimento do Brasil com estes projetos.
O perigo estende-se por todo o nosso continente, considerando que a Venezuela fez um “pacto de defesa mútua” com a Bolívia do ignorante índio cocalero, onde faculta-se à Força Armada Nacional e Bolivariana, Exército da Venezuela, entrar em solo boliviano e assumir sua “defesa”, somando-se a isso a prospecção das jazidas de Lítio que o Irã está fazendo na Bolívia na fronteira com o Chile. E esta prospecção ocorre na zona em que a Bolívia deseja que lhe seja concedida uma saída soberana ao Oceano Pacífico. É interessante lembrar também, que devido às sanções do Conselho de Segurança da ONU, Moscou decidiu não entregar ao Irã um lote de mísseis S-300 e, imediatamente, Chávez se ofereceu como comprador.
Há ainda no final desta edição, uma série de quatro vídeos documentais - inéditos no Brasil - elaborados por Intereconomia TV, sob o título “La Cárcel Roja: El imperio de Chávez en Venezuela” (A prisão vermelha: o império de Chávez na Venezuela), onde mostra-se com clareza a ditadura comunista instalada naquele país. Há depoimentos importantíssimos, como o de Nedo Paniz, que foi amigo e assessor de Chávez desde o falido golpe de 1992, que lhe ofereceu abrigo quando saiu da prisão e que revela seu testemunho das alianças de Chávez com as FARC desde que assumiu o primeiro mandato, conforme é do conhecimento de todos. A esse respeito ele conta que certo dia chegou um sujeito ao Palácio de Miraflores querendo falar com Chávez e, ao ser perguntado de quem se tratava, não quis se identificar, dizendo apenas que “ele sabe quem é”. Ao ser informado, Chávez disse que queria falar com o tipo a sós. Dias depois, de volta a uma visita à Colômbia, Chávez lhe apresenta um jornal colombiano com a foto do tal sujeito morto nas ruas onde se dizia que era um terrorista das FARC. Este senhor há muito rompeu relações com Chávez.
Constam ainda os depoimentos de Indira Ramírez, esposa de Alejandro Peña Esclusa e da juíza María Lourdes Afiuni, ambos encarcerados fraudulentamente. Diante de tudo isso, fiquei me perguntando: o quê Juan Manuel Santos está pretendendo com suas alianças com um criminoso amigo de terroristas como Chávez? Ele SABE que esses fatos existem comprovadamente mas preferiu lançar não uma pá, mas um caminhão de cal sobre as evidências, como se varrendo o entulho para baixo do tapete ele deixasse de existir, pondo em risco a segurança e a democracia de toda a Colômbia e traindo seus 9 milhões de eleitores que sabem que Chávez é um dos piores inimigos de seu país.
Amigos: esta edição ficou um pouco longa mas INSISTO para que leiam a assistam aos vídeos porque, com a continuação deste partido no poder e com uma terrorista que foi saudada pelo chefão das FARC Alfonso Cano, como mandatária, tudo isto tem a ver conosco e com o futuro democrático do nosso país. Fiquem com Deus e até a próxima!
Venezuela e Irã armam uma base militar
Pepe Eliaschev
Os 4.500 milhões de dólares que o governo do Irã começou a injetar em sua maquinaria internacional, para fortalecer drasticamente sua influência e operações na América do Sul, poderiam configurar um grave e preocupante novo cenário para a Argentina. Ingnora-se se a embaixada argentina em Caracas e a cúpula da Secretaria de Inteligência mantêm a presidenta Cristina Kirchner informada destes assuntos, que a essas horas mistura turismo, negócios e protocolo pelo volátil Oriente Médio.
De repente, em Teerã, o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad aguarda o ano novo persa (1390), que celebra-se em março, para deslocar essa massa de recursos ao fortalecimento da Guarda Revolucionária, da milícia Basij e, sobretudo, da Força Quds de ações especiais. Esta estrutura militar tem o encargo de incrementar substancialmente suas ações em três teatros principais de influência: a tripla fronteira argentino-paraguaia-brasileira, Panamá e Venezuela.
O comandante da Força Quds, Qassem Soleimani, acaba de aprovar a nomeação de 150 posições de staff na América Latina durante 2011, incluindo cargos burocráticos no quartel general, assim como posições operativas na região. Como parte dessa massa de US$ 4.500 milhões, Soleimani transferiu US$ 87 milhões para a Força Quds destinados a ser usados na América Latina, incluindo 7 milhões de dólares para financiar ações da unidade de operações internacionais do Hizbulah nesta região.
No Irã comenta-se que Soleimani vê a América Latina como um cenário de enorme potencial para os interesses do seu país, pelo qual os recursos a injetar devem estar a altura desse diagnóstico. Para Soleimani, a Força Quds (sobretudo ações violentas de Hizbulah em ultramar) têm hoje um poderio maior em zonas onde habitam comunidades de origem chiita. Ahmadinejad teve a ousadia de subtrair esse orçamento de uma vasta rede de infra-estruturas civis do Irã, uma decisão assombrosa que os serviços de inteligência da Europa e América do Norte coincidem em atribuir ao propósito de confrontar, sobretudo, a intranqüilidade social que ferve na República Islâmica. Na visão de organismos de inteligência, o regime de Ahmadinejad quer potencializar a Força Quds para revigorar suas ações irregulares e clandestinas em vários continentes.
Quds é o organismo militar que funciona como braço subversivo da Guarda Revolucionária em vários lugares do mundo, onde desenvolve ações ou logística a serviço de operações terroristas comumente anti-ocidentais e especialmente anti-judeus.
A aprovação da gigantesca re-designação orçamentária foi avalizada pelo líder religioso do Irã, o ayatolá Alí Kamenei, e está sendo implementada por dois poderosos comandantes da máquina militar de Ahmadinejad: o chefe da Guarda Revolucionária, Mohamed Alí Kaafri, e o da Força Quds, Soleimani. O dinheiro para lubrificar com luxo a projeção iraniana no mundo será extraído de orçamentos originalmente designados à reabilitação e manutenção de infra-estruturas civis, como energia elétrica, gás, estradas e água potável.
A situação econômica do Irã é difícil e vem se agravando pelas sanções internacionais contra o ambicioso programa nuclear de Teerã. Porém, o regime optou - segundo a leitura dos que seguem de perto os acontecimentos desse país, zelosamente encobertos pelos serviços de contra-inteligência iranianos - por destinar mais recursos à sua ação clandestina global, seriamente prejudicada nos últimos meses após se descobrir uma formidável rede de contrabando de armas e narcotráfico montada por Teerã na africana Nigéria (assunto revelado em “Desinteligencias”, PERFIL, 19.12.2010). Essa massa de recursos gotejará inexoravelmente agora rumo às ações do Irã na América Latina, cuja evidente base estratégica é a Venezuela de Hugo Chávez. Dois altos oficiais do Estado-Maior da Guarda foram detidos recentemente na Nigéria: o comandante da brigada africana da Força Quds, Alí Akbar Tabatabaei, e Azim Aghajani.
Em 10 de dezembro passado, dez congressistas norte-americanos haviam pedido à chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que tratasse de deter o fortalecimento da aliança entre Chávez e o Irã, alarmados pelas crescentes versões, até agora não confirmadas, de uma espécie de base iraniana em território venezuelano. “Estamos alarmados pelas versões que denunciam a existência de mísseis iranianos na Venezuela que se agregam a outros projetos, como a criação de bancos binacionais manejados por Caracas e Teerã, acordos petroleiros e contratos de negócios. Porém, agora temos elementos de juízo para afirmar que Chávez e Ahmadinejad trabalham para desenvolver ações militares conjuntas, assim como para desdobrar em terra sul-americana mísseis de alcance intermediário, operados por esquadras de ambas as nacionalidades”, denunciaram os legisladores.
Em sua edição do passado 25 de novembro, o influente diário alemão Die Welt revelou que o Irã planeja desdobrar mísseis de grau intermediário em solo venezuelano. A revelação do diário berlinês baseia-se em informações de fontes ocidentais, que teriam detectado que o acordo Caracas-Teerã foi assinado durante a última visita do caudilho vitalício da Venezuela, Chávez, ao Irã, em 19 de outubro último.
A hipótese de trabalho manejada por fontes européias é que justo quando os membros da OTAN acordaram em sua cúpula de Lisboa (19-20 de novembro último) desenvolver uma capacidade defensiva missilística conjunta para proteger povos e territórios europeus dos 28 países do Pacto, contra eventuais ameaças de lançamento de mísseis provenientes do Irã, a contra-ofensiva dos ayatolás consiste em estabelecer uma base estratégica no coração do hemisfério ocidental, que evoca o que foi tentado pela União Soviética em 1961-1962, quando estendeu vetores com ogivas nucleares em Cuba.
Segundo Die Welt, o acordo venezuelano-iraniano permitiria que mísseis Shahab 3 (com um alcance de 1.300 km a 1.550 km), Scud-B (de 285 km a 330 km) e Scud-C (entre 300 km e 700 km) fossem posicionados pelo Irã na base a ser construída na Venezuela. Isto inclui treinamento de oficiais venezuelanos em tecnologia missilística.
Um documento do Supremo Conselho de Segurança, submetido ao presidente Ahmadinejad e ao líder espiritual Alí Kamenei há poucos meses, recomenda que se ponha em prática um plano estratégico iraniano-venezuelano para fortalecer a capacidade de dissuasão iraniana frente aos Estados Unidos e/ou nações que tenham relações estreitas com Washington.
A idéia é explícita: o Irã quer pisar firme em terra sul-americana e para tal propósito sua agenda inclui questões nucleares, assim como outros assuntos de importância estratégica. No começo de novembro último uma delegação de engenheiros iranianos especializados em mísseis terra-terra, teria visitado a Venezuela para começar o planejamento de um projeto binacional que deveria se concretizar em fatos no final de 2011.
Em troca da permissão para operar em terra venezuelana, Teerã teria se comprometido não só com o desenvolvimento de um projeto de mísseis terra-terra entre ambos os países baseado em know-how de Teerã, mas também nos Shahab 3, um míssil propulsado com combustível líquido e feito sobre a matriz do míssil norte-coreano Nodong, com um alcance de 1.300 km a 1.500 km.
O Irã fabrica mísseis terra-terra com alcance entre 285 km e 700 km. Oficiais venezuelanos estão sendo formados no Irã, segundo revelações de serviços de várias nações, nem todas ocidentais, nas instalações da Universidade Sharif de Teerã, um bunker acadêmico severamente compartimentado e guiado pelos serviços clandestinos do regime. A agência russa Novosti recolheu em fins de 2010 palavras de Igor Korotchenko, chefe de um think tank moscovita que monitora o comércio de armas, revelando um negócio por mísseis S-300 com a Venezuela que Caracas teria pago em espécie.
Moscou já concedeu a Caracas vários créditos para a compra de material bélico russo, incluindo um recente acordo por US$ 2.200 milhões para comprar 92 tanques T-72M1M, sistemas de lança-foguetes Smerch e outra metalurgia bélica. Em várias capitais comenta-se que se o Irã não conseguir os S-300 diretamente da Rússia, Chávez bem que os poderia facilitar. Estes assuntos não parecem inquietar o governo argentino, em que pese que o recente saque à base aérea de El Palomar patenteia a frágil situação que a capacidade defensiva deste país atravessa, sobretudo frente às ameaças - potenciais ou efetivas - provenientes do “ex” sócio íntimo do casal Kirchner.
La Cárcel Roja El imperio Chávez de Venezuela - Parte 1
La Cárcel Roja El imperio Chávez de Venezuela - Parte 2
La Cárcel Roja El imperio Chávez de Venezuela - Parte 3
La Cárcel Roja El imperio Chávez de Venezuela - Parte 4
Graça, quem tratou um pouco disso no Brasil foi o Globo dando um tom jocoso ao sen. Heráclito Fortes que tocou neste assunto - citado por telegramas do WikiLeaks, alertando pra uma união Venezuela-Irã-Rússia. Pelo que leio, o senador estava certo e, mesmo assim, diante do clima de "teoria da conspiração" dado pelo jornal - que nada sabe disso, por ignorância ou preguiça - se retratou.
ResponderExcluirAlô Graça
ResponderExcluirexcelente post.
Com relação aos mísseis anti-mísseis S-300 gostaria de salientar também que muito mais a interferência da ONU,o veto foi de Israel que condicionou a venda de UAVs(aviões não tripulados de ataque e vigilância) para a Rússia,que é defasada técnicamente neste setor e que deve representar as batalhas futuras e próximas,à NÃO VENDA DAS S-300 para o Irã ou qualquer de seus vizinhos no Oriente Médio.
aqui parte do imbróglio:
http://www.strategypage.com/htmw/htproc/articles/20081120.aspx
abraços
karlos