Foto de arquivo da Agência EFE
Ontem eu assisti a uma entrevista que o ex-presidente Uribe concedeu ao Canal Capital, uma emissora de televisão estatal que atualmente é dirigida pelo jornalista colombiano Hollman Morris. Sobre este nefasto personagem, promotor das FARC não só na Colômbia como no mundo, escrevi em 2009 um artigo acerca dele e de um programa a respeito das FARC sob sua direção que foi exibido no The History Channel, sob o título “Guerra psicológica e desinformadores profissionais” que vale a pena ler de novo para conhecer em mãos de quem está a Colômbia hoje.
A entrevista aconteceu no dia 19 último, no programa “Hablemos de paz y derechos humanos” que é graciosamente dirigido pelo ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, aquele que foi julgado e destituído por seus pares por cometer escutas ilegais das vítimas que julgava com seus advogados, e mais uns dinheiros recebidos ilegalmente por cursos que ofereceu nos Estados Unidos. Pois bem, na Colômbia de Santos este elemento perseguidor de militares, que se gaba de haver condenado o General Augusto Pinochet, é hoje uma estrela a dar “consultorias” à já deteriorada justiça colombiana e a meter o bedelho em tudo, no que e no que não é chamado. Agora dirige este programa no canal de televisão estatal, tudo em prol do tal “acordo para a paz” com os terroristas das FARC.
Fique maravilhada com a honestidade, firmeza e lisura com que Uribe respondia às perguntas, algumas bem capciosas, e tive a sensação clara de que ele estava ali para ser crucificado e desmoralizado. Os dois entrevistadores, no entanto, subestimaram o conhecimento e a franqueza que sempre caracterizaram este grande homem e, como diz o ditado, “fui tosquiar as ovelhas e saí tosquiado”. Eu ia mesmo fazer uma edição com o vídeo e comentários a respeito, mas recebi um artigo do meu amigo jornalista e brilhante escritor colombiano que vive há décadas na França, Eduardo Mackenzie, então preferi traduzir e publicar o que ele escreveu, porque endosso cada palavra e assino embaixo, pois eu não teria feito melhor. Desfrutem o texto e assistam a essa entrevista imperdível ao final desta edição. Fiquem com Deus e até a próxima!
Em entrevista, Uribe põe o juiz Garzón na lona
Eduardo Mackenzie
Excelente a entrevista concedida pelo presidente Álvaro Uribe ao ex-juiz Baltasar Garzón e aos comentarista Pedro Medellín, no Canal Capital.
Foi um longo e difícil diálogo, porém cheio de interesses e surpresas. Vale a pena ouvi-lo e anotá-lo com atenção. Aprende-se muito ao ouvir esse intercâmbio. Sobretudo pelo tom de certas perguntas e pela clareza das respostas.
Creio que é a melhor entrevista que o ex-presidente Uribe concedeu em muitos anos, embora tenha sido das mais perigosas. Seus interlocutores não foram além para lhe fazer concessões, senão para acuá-lo. Ambos cometeram um erro de novatos, de aficionados: fazer duas ou três perguntas em uma e acreditar que um entrevistado tão experiente como o ex-mandatário colombiano poderia ser dominado por eles e, sobretudo, ante as câmeras de televisão.
Nenhum tema foi vedado e o “doutor Pedro” e o “doutor Baltasar” puderam interrogar e contra-perguntar. Porém, houve algo mais. Baltasar Garzón, sobretudo ele, pôs na mesa temas que acreditava embaraçosos para Uribe. Se equivocou. Ele esperava acuar o ex-presidente. Ocorreu todo o contrário. Uribe respondeu a tudo e com cifras, detalhes e até com histórias e, além disso, quis ir muito além dessas respostas. Mas foi interrompido. É como se os interlocutores não quisessem que o entrevistado respondesse. Sensação estranha. Curiosa impressão.
Uribe deu os dados precisos a Baltasar Garzón e o convidou a se aprofundar em alguns temas, e a constatar certas situações em alguns estados, onde o ex-juiz espanhol acredita que a coisa está muito tranqüila, como no Cauca, Nariño, Valle, Putumayo, etc. O “doutor Garzón” deu de ombros e disse que ele não ia investigar nada.
Há que reconhecer: os entrevistadores ficaram várias vezes na lona e isso se vê muito claramente no vídeo.
Nessa entrevista foram abordados os temas mais candentes da conjuntura política, como o acordo de Havana entre as FARC e Santos, o aumento da insegurança no país, o grave problema do desaparecimento do foro militar, a camaradagem entre as Bacrim e as FARC, que tornou possível o atentado contra o ex-ministro e jornalista Fernando Londoño Hoyos.
Mas também, graças a Uribe, pôde-se ventilar temas candentes do passado, de grande atualidade hoje, que alguns quiseram esquecer, como os resultados da Segurança Democrática, a desmobilização das AUC (para-militares), o debilitamento do narco-terrorismo, os “falsos positivos”, as interceptações telefônicas ilegais, a diferença filosófica abissal que existe entre a Lei de Justiça e Paz (de Uribe) e o “Marco para a Paz” (de Santos) que abriu uma brecha inconstitucional à Constituição ao permitir que em um futuro próximo narco-traficantes, seqüestradores, extorsionistas e criminosos da pior espécie fiquem em liberdade, e possam participar de política, ser eleitos, e possam até discutir e decidir sobre a construção e o destino histórico do país.
Essa entrevista se converterá muito rapidamente em um verdadeiro documento político, em um instrumento de trabalho para os que querem saber o que está acontecendo realmente na Colômbia de hoje.
Comentários e tradução: G. Salgueiro
Realmente! Foram brincar de pular fogueira e saíram no mínimo com o terno chamuscado, fora a bela bicuda no traseiro que levaram. Afinaram, como todos os revolucionários afinam diante da verdade.
ResponderExcluirQue este intrumento de trabalho venha logo e coloque este Garzón no primeiro vôo para Madri, sem volta!
Game over!!! Uribe, fantástico.
ResponderExcluirGrande Uribe ! Dedo sempre em riste para falar com vigaristas !
ResponderExcluirOlá Graça!
ResponderExcluirO homem é porreta! Eles levantavam uma mentira e Uribe cortava de primeira - hehe. Vi outras matérias com ele e não há o que duvidar: ele é sério e fala o que precisa ser falado, sem enrolação. Não foi à toa que os genocidas melaram a cueca durante o governo dele. No fundo, ainda melam. Estamos precisando de um Uribe no Brasil.
Abs!