Antes de escrever a nota de hoje, ainda sobre o atentado brutal contra Dr Fernando Londoño Hoyos ontem pela manhã, quero pedir desculpas aos leitores pela péssima escrita, cheia de erros e repetições desnecessárias que depois me encheu de vergonha. Aquela notícia me tomou de surpresa, de horror e de medo, pois assim que o fato ocorreu, às 11 da manhã em Bogotá (13 h. do Brasil), fui informada por amigos colombianos mas apenas que Dr Londoño havia sido atingido em um ataque terrorista; nada se sabia sobre seu estado. A mídia colombiana ainda não havia publicado quase nada e tive que esperar dos meus amigos as notícias que eles ouviam por rádio e televisão, que depois me reportavam.
Até que tivéssemos claro qual era o real estado de saúde desse amigo tão distinto, que sempre me tratou com carinho e respeito das vezes que me entrevistou, meus nervos já se haviam esbagaçado. Às 2 da tarde então, já com alguns dados concretos pude escrever, mas ainda com os sentimentos abalados, trêmula e rogando a Deus para que tudo corresse bem com aquele homem quase tão gigante quando o ex-presidente Uribe.
Pretendi fazer uma segunda edição ontem à noite mas ao mesmo tempo acompanhava direto da Câmara dos Representantes a votação sobre a infame lei “Marco Legal para a Paz”, cujo editorial de ontem, minutos antes, levou o Dr Londoño a ter sua vida atentada com intenção clara de silenciá-lo, e mais tarde acompanhei no programa “La Noche”, pelo canal NTN24, a participação do ex-presidente Uribe e do filho do Cabo Edgar Villamizar, Fernando, falando a respeito do atentado.
Essa edição de hoje vai falar mais através de vídeos e o áudio do Editorial de Fernando Londoño porque eles são mais eloqüentes do que qualquer explicação ou análise que eu queira fazer. Então, o primeiro deles mostra imagens capturadas pelas câmeras das lojas situadas próximas ao local do atentado, onde pode-se ver um dos suspeitos vestido de branco e com gorro na cabeça - que já está sendo procurado - descendo de uma moto, atravessando a pista calmamente e segundos depois a explosão. Tudo foi precisamente calculado, pois o terrorista se aproxima do carro para praticar sua insanidade no momento em que o semáforo fechou para aquela via, e obviamente todos os carros tiveram que parar. E por outra câmera, vê-se o terrorista correndo, fugindo e uma moto, possivelmente de seu comparsa, que anda devagar ao lado dele como preparada para lhe dar fuga. Vejam no vídeo abaixo:
O próximo vídeo mostra as primeiras imagens do ataque terrorista e o seguinte, imagens exclusivas do Dr Londoño sendo levado do local por dois de seus seguranças que viajavam num carro branco logo atrás do dele.
Em seguida o áudio do Editorial de Londoño em seu programa “La Hora de la Verdad”, onde ele repudia com veemência os objetivos dessa lei, que ficou conhecida pelos que a condenam como “Lei da Impunidade”, e faz um apelo aos congressistas para que não a aprovem, pois vai-se premiar os criminosos e punir as vítimas. Mais tarde, enquanto ele era operado para tirar um estilhaço que havia entrado pelas costas e se alojado no pulmão a poucos centímetros do coração, esta lei infame era aprovada por 123 votos contra apenas 4 dos ditos “representantes do povo”. Ouçam com que clareza e eloqüência este brilhante jurista condena uma lei que só vai trazer retrocesso ao país, e permitir que os terroristas sejam perdoados de TODOS os crimes hediondos de lesa-humanidade e possam disputar um cargo público ou político para finalmente tomar o poder da nação, como há anos tentam.
E diante deste ataque monstruoso, que fez-nos lembrar a todos o do Clube El Nogal, ocorrido em 2003, muitas foram as declarações de oportunistas, como o terrorista do M-19 e prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, que disse “lamentar o ocorrido” e que “aquele ato fora planejado há muito tempo”. Acrescentou ainda, em declarações pela televisão, que um ato terrorista “demonstra muito ódio por parte de quem o pratica”. Disso ele sabe de cátedra! O presidente Juan Manuel Santos, por sua vez, depois de incentivar a nefasta Lei da Impunidade, alegou que não iria dar trégua aos terroristas das FARC, a quem se atribui o atentado mas em momento algum fez um mea-culpa para admitir que falhou miseravelmente no quesito segurança, e que portanto lhe cabe total responsabilidade por esse ato e outros de igual violência que estouram no país diariamente. As FARC nunca estiveram tão ousadas e criminosas quanto depois das alianças de Santos com Chávez.
O vídeo abaixo apresenta declarações de Uribe na entrada do hospital onde está internado Fernando Londoño, ao qual ele foi visitar. Suas palavras são duras e verdadeiras, dispensando qualquer acréscimo, bem diferente das declarações dos oportunistas e responsáveis pelo ataque citados acima. Vejam:
No programa La Noche de ontem participaram o presidente Uribe, o coronel (r) John Marulanda e o filho do Cabo Villamizar, Fernando Villamizar. O coronel Marulanda, prudente, disse que não tinha ainda elementos suficientes para dizer quem havia praticado o ato terroristas mas, pelo modus operandi, tudo levava a crer que havia sido praticado pela Frente Teofilo Forero das FARC. Por sua vez, Fernando fez uma denúncia muito grave, afirmando que logo após o atentado a Dr Londoño telefonaram para sua casa ameaçando seu pai, por ser a testemunha-estrela do caso do Palácio da Justiça em que fraudaram sua assinatura e usurparam seu nome para fazer declarações que jamais fez, e que levou à condenação absolutamente injusta e infame, o general Arias Cabrales e o Coronel Alfonso Plazas Vega, fato já fartamente comentado por mim.
E quando estava encerrando esta edição recebi mais uma informação, desta vez do Diretor da Unidade de Proteção, Andrés Villamizar, que explicou que o motorista do Dr Londoño ao ver o artefato explosivo saiu do carro e o agarrou, para evitar a explosão do automóvel, mas que pela rapidez da detonação ele explodiu em suas mãos levando-a a uma morte instantânea. Ele esclareceu ainda que, se o artefato tivesse explodido no carro, o impacto teria sido pior e todos os seus ocupantes teriam fatalmente morrido. Foi sem dúvida um ato heróico de alguém que cumpriu com o seu dever até o fim.
Disse ainda o doutor Villamizar que aquele parecia um ato praticado pelo ETA ou IRA, como quem quer desviar as investigações para outro rumo e livrar a cara dos verdadeiros responsáveis, mas lembro que esses dois bandos terroristas têm ligações com as FARC e já trocaram “experiências” e “cursos” incontáveis vezes, inclusive no tempo da zona de distensão do Caguán. O ato terrorista ocorrido no Clube El Nogal foi semelhante a este e soube-se depois que a metodologia havia sido aprendida do ETA. Lembro ainda que na última “marcha patriótica” ocorrida em abril, um membro do ETA esteve presente e fez discurso para a multidão presente, marcha esta que mais tarde ficou comprovado ter sido organizada pelas FARC, pois foram encontrados panfletos do evento em um dos acampamentos.
A toda hora surge uma informação desencontrada mas espero sinceramente que os verdadeiros culpados sejam detidos e contem quem planejou, quem pagou, quem entregou o artefato, e a quem interessava ver o Dr Fernando Londoño morto. Essa história a Colombia já está farta de ver e ninguém agüenta mais tanta impunidade com criminosos, e tanta injustiça cometida contra homens de bem. Deixo, no final de toda esta trama asquerosa, o vídeo da entrevista feita hoje de manhã com o ex-presidente Uribe no programa La Hora de la Verdad, conduzido hoje - e até a recuperação total de seu condutor - por seus colegas de mesa, William Calderón e Montsserrat. Fiquem com Deus e até a próxima com mais notícias deste atentado!
Comentários: G. Salgueiro
A sua cobertura sobre o que ocorre na Iberoamérica é indispensável para quem quer ficar devidadamente informado - isso deve ser repetido várias vezes, afinal, ao contrário dos argumentos dos reis e afins da mídia brasileira, sua doação, conhecimento e correta postura são fundamentais e mais, agregam valor à obra de Olavo de Carvalho e à seriedade na escrita de Heitor De Paola. Posso expandir o meu comentário para comentar sobre a minha indignação com a falta de cobertura, a falsidade dos "furos" e muito do plágio nas reportagens ou atraso no post de blogs, como o de Reinaldo Azevedo, que disfarçam a gravidade do que ocorre em nossa região, mas vou elevar meus pensamentos.
ResponderExcluirPeço que divulgue, se possível (temos que considerar a fragilidade da família deste herói), o nome do motorista do Dr Londoño e que todo apoio seja dado a família do mesmo. Peço também a plena recuperação do Dr Londoño.
Atenção militares brasileiros: olhem o que ocorre na Colômbia e na Iberoamérica. Aqui nada é diferente, é pior e mais grave e vocês teimam ou fingem não enxergar.
Estimado Hermés,
ResponderExcluirMuito obrigada por suas palavras e apoio. Publiquei seu comentário no meu mural no Facebook e já foi re-publicado pelo Alex, meu companheiro para assuntos técnicos, em seu blog Cavaleiro do Templo.
Quanto aos nomes dos amigos falecidos do Dr Londoño, são estes:
Motorista: Ricardo Maldonado
Escolta: Rosemberg Burbano Ramos
Forte abraço e que Deus o abençoe!
MG