quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

D'Elia recebe 1 milhão de dólares de Cuba para fianaciar cúpula anti-Bush



Quando chega o final do ano a gente fica mais reflexivo e, querendo ou não, automaticamente acaba fazendo um balanço do ano que passou. E 2008 está em seus estertores finais. Constato com uma melancolia quase depressiva que o saldo é bastante negativo, sobretudo aqui em nosso continente. As esquerdas avançaram formidavelmente; o Foro de São Paulo se fortaleceu com a vitória de mais um presidente (Lugo) e com a criação de sua sucursal, a UNASUL; Cuba está em seu apogeu ditatorial novamente e Chávez criou fôlego para ousar acabar de vez com a democracia na Venezuela, ao desconhecer a vontade popular que já lhe disse um sonoro NÃO e quer vê-lo – se possível – atrás das grades. Deus permita que aquele bravo e corajoso povo tenha êxito!

As FARC sofreram um duro revés, com perdas bastante significativas. Entretanto, enquanto houver mentes doentes e perversas, como os auto-proclamados “intelectuais”, políticos comprometidos com a podridão comunista e uma mídia disposta a ajudá-los, tão cedo a Colômbia se livrará deste câncer. Os Estados Unidos elegeram um farsante mau caráter; o vandalismo anárquico tomou conta das ruas de Atenas; os atentados terroristas ceifaram incontáveis vidas e a natureza mostrou sua revolta arrasando cidades e países com furacões, tempestades e inundações.

Mas o tema de hoje é, conforme prometi, a Argentina, que vive um de seus piores momentos de decadência, ruína, crimes de toda espécie, sobretudo promovidos pelo governo montonero do clã Kirchner. O que vocês vão ler trata de um escândalo ocorrido em 2005 que foi abafado, pela justiça de lá e pela mídia de cá, onde o ex-subsecretário de Habitação do governo Kirchner, o piquetero Luis D’Elia, admite em entrevista ter recebido um milhão de dólares de Fidel Castro para provocar baderna e agitação durante a visita do presidente Bush a Mar del Plata, durante o encontro de presidentes em novembro daquele ano. Vale a pena recordar que naquela ocasião o delinqüente Chávez, junto com a escória terrorista da Argentina, criou a “cúpula anti-Bush” onde fez um discurso de 3 horas sob os aplausos delirantes da bruxa comuna Hebe de Bonafini, “mãe da Praça de Maio”. Fica mais uma vez comprovado nessa entrevista que as chamadas “manifestações espontâneas” são meticulosamente programadas e, claro, pagas, porque ninguém é idiota de se expor de graça, muito menos comunista, que adora dinheiro. As fotos desta edição são bastante eloqüentes: uma mostra D’Elia com Mohsen Barbani, ex-Conselheiro Cultural da embaixada do Irã na Argentina e a outra, ele agredindo um jornalista com socos, delicadeza bem ao seu estilo marginal dos becos e ruelas do submundo. Comprova-se, assim, que dinheiros ilegais entram aos montões na Argentina, não só pelas malas de Chávez como também pelas do seu amo e mentor Fidel. E não acontece nada a esta escória, tal como aqui...

Foi, sem dúvida, um ano feio, violento, repleto de mentes pervertidas comandando o destino de tantas nações que é difícil olhar para trás e esboçar um sorriso de contentamento. Hoje é o último dia de um ano que vai sem deixar saudades, sem deixar uma marca positiva, uma lembrança amena. Que se vá, pois, e dê passagem ao novo e que Deus nos dê força, coragem, sabedoria e discernimento para continuarmos esta luta tão encarniçada e desigual.

E em 2009 o Notalatina trará algumas novidades interessantes, mais denúncias, mais vídeos inéditos, mais informações que a mídia chapa branca propositalmente não informa. Brindemos, pois, à vida, à dignidade, à honra, a Deus, por tudo o que Ele nos tem concedido gratuitamente e sem fazer contabilidade porque é pai, e um Pai extremamente generoso. Feliz Ano Novo para todos, que Deus nos abençoe e até a próxima.

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A revista argentina "Noticias" acusa o sindicalista argentino Luis D’Elia de haver recebido um milhão de dólares de Cuba para financiar a cúpula anti-Bush que se fez em Mar del Plata em 2005. O piquetero K admite que recebeu dinheiro para destruir Bush. “Sim, recebi um milhão de Cuba, mas não fiquei com nada”, diz D’Elia em entrevista a Franco Linder.

Luis D’Elia tem a mão esquerda enfaixada. Diz que se queimou com a chaleira enquanto tomava mate com os amigos. “Fui imprudente”, suspira, e acaricia a faixa em seu novo bunker de Pueurredón e Rivadavia, no bairro portenho do Once. Isto não é a única coisa que queima D’Elia por estas horas. Em sua última edição, “Noticias” publicou a antecipação do livro que o jornalista Gerardo Young escreveu sobre o piquetero oficial, intitulado “Preto contra branco”. Nele se conta como D’Elia havia burlado os controles de Ezeiza com uma bolsa de couro velha que continha 1 milhão de dólares. Segundo a investigação, era dinheiro do governo de Cuba para que o piquetero e ex-funcionário kirchnerista mobilizasse sua gente e outras organizações para a contra-cúpula de Mar del Plata de novembro de 2005. Lá, o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e Diego Maradona, entre outros, repudiaram a presença do presidente George Bush na cúpula oficial – também em Mar del Plata – e desaprovaram o projeto americano da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

Quer dizer, D’Elia havia ingressado no país proveniente de Cuba, com uma bolsa de mão repleta de dinheiro sujo, e a bordo de um Air Jet de doze lugares, arrendado pelo governo da Venezuela, com o deputado kirchnerista Miguel Bonasso e vários militares cubanos como acompanhantes. As semelhanças com o Valisegate de Guido Antonini Wilson são notáveis, porém D’Elia teve mais sorte: ninguém detectou a milionária encomenda nos controles do aeroporto de Ezeiza. Do contrário, teriam lavrado-lhe uma ata por ingresso ilegal de divisas como ocorreu com Antonini.

A bolsa e seu conteúdo, segundo a investigação, terminaram debaixo da cama do piquetero e na ocasião subsecretário de Residência e Habitação Social, que nesta entrevista com “Noticias” assegura que não ficou com uma só nota, o que equivale, claro, a confirmar que o dinheiro existiu. Porém, não há comprovantes que demonstrem de que forma foi gasto ou se uma parte ficou nas mãos de alguém.

D’Elia alisa a mão enfaixada e mostra as fotos de sua viagem a Cuba. Havia chegado à Havana em 19 de outubro de 2005 junto com o deputado Bonasso, e em representação formal do governo Kirchner. “Aqui estou com Fidel, nesta outra com o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque e este é Silvio Rodríguez”.

Noticias: As fotos são daquela viagem que se menciona no livro de Young, quando lhe deram 1 milhão de dólares?

D’Elia: Do livro não vou falar; cada um tem o direito de escrever o que quer.

Noticias: O livro afirma que o governo de Cuba lhe deu US$ 1 milhão para financiar a cúpula contra Bush em Mar del Plata.

D’Elia: Sim, e daí? Porém não ficamos com nada. Tinha que levar 2.000 micros para Mar del Plata como nós fizemos!

Noticias: O dinheiro foi repartido só entre seus militantes da Federação de Terras e Habitações, ou havia ademais outras organizações sociais?

D’Elia: Levamos todas as organizações sociais! Todas!

Noticias: Então a [história] da bolsa de 1 milhão de dólares é correta.

D’Elia: (Sorri). Olha, não me façam falar... Do que se conta no livro, 95 por cento é correto. Foi assim.

Noticias: Qual é o 5 por cento errado?

D’Elia: Não vou falar do livro.

Noticias: O senhor se dá conta de que é um delito contrabandear 1 milhão de dólares de dinheiro negro por Ezeiza?

D’Elia: (Sobressaltado). Delito, eu? Cuidado com o que diz; você está se arriscando muito...

Noticias: É como o caso de Antonini. A Justiça argentina o acusou de contrabando e depois de lavagem de dinheiro.

D’Elia: E quem disse a você que passei o dinheiro por Ezeiza?

Noticias: Se não foi o senhor, quem foi?

D’Elia: (Misterioso). Pode ter sido algum diplomata quem passou o dinheiro...

Noticias: No avião só iam o senhor, Bonasso e os militares cubanos. Não se dá conta de que é um delito trazer 1 milhão de dólares de contrabando?

D’Elia: Não sei, não me consta.

Noticias: Por que Bonasso o acompanhou?

D’Elia: Ah! Pergunte isso a ele.

"Noticias” telefonou para o deputado Bonasso para conhecer sua versão, porém não houve resposta. Seus secretários se mostraram alterados pela revelação da história da bolsa milionária de D’Elia no número da semana passada. Na época da contra-cúpula marplatense, em novembro de 2005, esta revista havia interrogado o piquetero oficial por seu envolvimento na mobilização dos militantes kirchneristas. Naquela vez ele não quis revelar de onde saía o dinheiro para essa tarefa, porém reconheceu que alugar um micro rondava os 1.500 pesos. O cálculo indica que, se ele levou 2.000 micros como afirma, gastaram-se 3 milhões de pesos. Ou em dólares, segundo o valor de câmbio da época, 1 milhão, como o que ele trouxe desde Cuba. D’Elia ficou com uma parte do dinheiro negro? Ele jura que não. E a investigação de Young afirma: “Dirigentes de outras organizações sociais foram visitando a casa de D’Elia. Chegavam com o pedido e iam embora com 50.000, 100.000 dólares, em troca da simples promessa de micros, de multidões mobilizadas em Mar del Plata”.

Noticias: Por que o avião foi arrendado pelo governo venezuelano?

D’Elia: Não vou fazer comentários.

Noticias: No livro se afirma que o senhor levou o dinheiro para sua casa de La Matanza e que o escondeu debaixo de sua cama.

D’Elia: (Sorri). E como o autor do livro sabe disso? Ele mora em minha casa?

Noticias: O senhor desmente?

D’Elia: Não, não. Eu não desminto nem confirmo nada.

Noticias: Como que não confirma nada? Há pouco o senhor disse que 95 por cento do que foi publicado é verdade.

D’Elia: Basta. Já te ajudei muito.

O piquetero sorri e se despede com um aperto de mão, como se acabasse de confessar uma simples travessura. A valise de Antonini foi o escândalo de corrupção mais ressonante da era K. A bolsa de couro de D’Elia pode se converter em uma digna segunda parte.

Fonte: http://www.revista-noticias.com.ar/comun/nota.php?art=1762&ed=1668

Comentários e Tradução: G. Salgueiro

terça-feira, 23 de dezembro de 2008


A cidadã blogueira

Na última edição do Notalatina eu havia prometido que na próxima falaria da Argentina, seus escândalos, crimes políticos, corrupção. Não desisti disso e tenho uma entrevista-bomba, na verdade, uma confissão de culpa de um crime cometido em 2005 e que só agora veio à luz, depois de denunciado num livro. Entretanto, recebi mais um artigo a respeito da blogueira “cubana de Cuba”, Yoanis Sánchez, que não posso de modo algum calar, malgrado a receptividade que teve a primeira denúncia e onde fui achincalhada, rotulada de invejosa, incompetente, difamadora e caluniadora. Só faltou dizerem que cometi algum crime previsto em lei contra a donzela pura, santa e imaculada.

Volto a bater nesta tecla porque a autora deste artigo é uma pessoa absolutamente idônea, séria, respeitadíssima e que esteve presa na “Primavera Negra de Cuba”, portanto, sentiu na própria carne o gosto do chicote àqueles que se insurgem contra o regime, e só há muito pouco exilou-se nos Estados Unidos; portanto, é uma “cubana de Cuba” também. Ademais, faço-o por um dever de consciência para com a verdade e, àqueles que preferem se iludir com as aparências e para quem fatos são um mero detalhe sem importância, respondo que estou me lixando; faço o que me compete fazer, por mais incômodo que seja.

Não existe nesta maldita história escrita com o sangue dos mártires há cinqüenta anos, nenhum FATO semelhante ao desta blogueira que tivesse ficado impune. A forma arrogante como ela refere ter deixado a delegacia quando foi intimada “apenas” para ser notificada de que não poderia realizar o encontro dos blogs é, por si só, um fato alarmante. Não se conhece um só opositor que tivesse sido tão desaforado com os interrogadores e que não tivesse – no mínimo – levado uns bofetões de arrancar os dentes e em seguida jogado no calabouço da Villa Marista. Mas Yoanis disse o que quis e saiu ilesa, inclusive saudada pela rede inteira como “heroína”. Agora afronta ninguém menos que a filha do ditador hereditário substituto e não passa nada? Ah, me poupem porque, como bem diz Adela Soto, nem um rapaz imberbe engole esta farsa!

Deixo com as consciências de cada um a escolha de: querer conhecer a verdade, ou iludir-se com a farsa servindo ao regime criminoso que dizem combater, como dóceis idiotas úteis. Eu sei de muito mais coisas mas tudo a seu tempo; a verdade um dia vai ofuscar a todos com seu clarão de luz.

E como amanhã é véspera de Natal, o Notalatina deseja a todos uma noite de paz, fraternidade, amor e concórdia, pois festejamos o nascimento deste Menino-Deus pré-eterno, nosso Senhor e Salvador. Que Ele esteja em todos os lares e no coração de cada um. Fiquem com Deus e até a próxima!

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A CIDADÃ BLOGUEIRA
*Adela Soto Álvarez

Cada noticia sobre a “cidadã blogueira” Yoanis Sánchez me deixa mais confusa e repito que não é porque tenha nada contra ela pessoalmente, mas porque suas possibilidades e liberdade de movimentos chegam a pôr em dúvida a qualquer pessoa, por imberbe que seja; imaginem então um opositor ou jornalista independente cubano que tenha sofrido ou sofra na própria carne a repressão, a perseguição, a humilhação e a tortura psicológica que o regime castrista aplica aos que discordam de seus ditames.

E me refiro à publicação do dia de hoje na página digital “Cubaencuentro”, onde sob o título “Mariela Castro acusa a blogueira Yonis Sánchez... e a chama de galinho insignificante entre outros qualificativos”, sendo isto o resultado do acontecido em dias anteriores no Museu de Belas Artes na cidade de Havana, quando se afirmou pela própria blogueira através de seu espaço digital e na filmagem em vídeo enviado ao exílio, de quando interpelou a filha do mandatário Raúl Castro em meio de uma conferência de abertura social.

Alguns meios do exílio catalogaram a Yoanis por este incrível incidente “público” de demonstrar muito mais valentia do que os dissidentes políticos, esquecendo a luta em honra da liberdade e o encarniçado enfrentamento que conduzem os opositores pacíficos, a imprensa independente e os presos políticos e de consciência cubanos. E sem contar a quantidade de homens e mulheres que perderam suas vidas na tentativa, e os que vivem fora de sua Pátria por causa das injustiças da ditadura.

Quem conheça o aparato repressivo da ilha sabe que o ocorrido no Museu de Belas artes dias atrás deixa muito a dizer, pois ninguém pode esquecer que Mariela Castro é da família dos intocáveis e, portanto, embora queira dar mostras de abertura em temas sociais como o homossexualismo, nunca o fará em assuntos ideológicos e muito menos de corte político.

Todos os que vivemos e sofremos o regime dos Castro sabemos que todas as atividades públicas são custodiadas pelo pessoal da Segurança do Estado; imaginem então onde participe algum membro do aparato governamental?

Por isso considero impossível que uma pessoa que realmente esteja fichada por suas manifestações contestatórias, que tenha sido premiada uma infinidade de vezes por isso e que esteja em primeiro plano em quase todos os jornais independentes do exílio e Europa, inclusive televisões e emissoras de rádio governamentais, possa interpelar abertamente a um membro oficial sem ser presa de imediato pela polícia política.

O que é mais de se admirar em todo este caso, é como a Diretora do Cenesex responde à opinião de um usuário sobre a pergunta da blogueira Yoanis, através de uma página web, e que este fato fique impune ante o regime o qual, por muito menos, mantém a mais de 22 jornalistas independentes morrendo na inclemência penitenciária.

É doloroso ver como se criam e utilizam objetivos humanos com o interesse de diminuir os que informam diariamente a realidade cubana, a falta de liberdades, a repressão e a perseguição continuada, pelo qual considero tudo isto um descrédito à oposição pacífica e à imprensa independente, e muito mais quando lembro depois da Onda Repressiva de 2003, a morte por pena capital imposta a três jovens por tão só tentar sair do país. Sanção que foi cumprida de imediato “como um escarmento”, como expressa com orgulho o chanceler cubano Felipe Pérez Roque, cada vez que se toca no assunto.

É impossível esquecer a recente greve de fome do jornalista independente Guillermo Fariñas, onde chegou à desnutrição total e quase perde a vida por expor-se ao jejum, com o objetivo de que o regime cubano permitisse à oposição pacífica o acesso à internet, jejum que resultou em vão porque este serviço nunca foi autorizado.

As múltiplas detenções e cativeiro de Antúnez, os maus tratos psicológicos a Gloria Amaya, mãe dos Sigler Amaya, as calúnias e maus tratos às Damas de Branco, as súplicas de Blanca, pedindo internacionalmente que intercedam por seu filho Normando Hernández, prisioneiro político que está morrendo no presídio sem atenção médica. E como este, um sem-número de homens que são maltratados por exigir seus direitos.

Tampouco podemos esquecer as prisões massivas que se produzem ano após ano, nas vésperas do dia dos Direitos Humanos, somente por celebrar um dia mundial ou portar uma carta da qual Cuba é co-signatária. Ou simplesmente por reunir-se ou jogar flores no mar em comemoração a alguma data alegórica. Ou ainda as confiscações que a Aduana da República realiza às doações de livros que o mundo faz para as bibliotecas independentes denominando-as “Literatura Proibida”, entre elas livros de literatura infantil e a Carta Universal dos Direitos Humanos.

São muitos os exemplos de repressão a expor; por desgraça não cabem neste artigo, porém por todos eles me pergunto: como é possível que as personalidades políticas e intelectuais de países democráticos, incluindo com grande incidência Miami, que mostraram grande inconformidade quando da Onda Repressiva da Primavera Negra, onde foram detidos e condenados à pena máxima opositores pacíficos, bibliotecários e jornalistas independentes, tão somente por discordar do regime cubano, não lembrem que destes, cinqüenta e nove ainda continuam nas masmorras da tirania por causas muito inferiores às que pretendem promover ao mundo através das muito bem confeccionadas e dirigidas proezas da blogueira Yoanis Sánchez?

quem duvida de minhas palavras os convido a que se remetam aos fatos repressivos contra o povo cubano durante todo o processo totalitário de mais de cinqüenta anos de ditadura, e assim possam tirar suas próprias conclusões.

* Adela Soto Álvarez é licenciada em Filologia, Jornalista, Escritora, Poeta. Fundou a Imprensa Independente em Cuba e foi condenada a um ano de privação domiciliar na Primavera Negra de 2003, por suas atividades contestatórias. Reside atualmente em Miami como refugiada política. Autora da novela-testemunho “O Império da Simulação” (Miami 2005) e outros livros sobre a realidade cubana.


Comentários e Tradução: G. Salgueiro

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008





Declaração Final corrigida



Há dois dias o Notalatina divulgou com exclusividade a criação de uma organização denominada UNOAMÉRICA, cuja finalidade é combater o Foro de São Paulo e que congrega vários países da América Latina dentre os quais o Brasil. Ocorre que a nota que publicamos como “Declaração” Final”, foi escrita às pressas apenas para poder montar o site e fazer a divulgação entre os membros e participantes, além dos órgãos de imprensa e sites informativos, como foi o nosso caso.

Aquela nota contém a essência do que ficou acordado mas não trazia todos os detalhes da verdadeira, como foi o caso da criação do Foro de São Paulo, onde consta apenas o nome de Fidel. Para nós brasileiros, mais que qualquer outro país, fazer constar o nome do Sr. Inácio da Silva como criador desta organização criminosa e que apóia e defende bandos terroristas como as FARC, o ELN, o MIR chileno, os Tupamaros uruguaios ou o Sendero Luminoso peruano, é de vital importância. Por isso, o Notalatina apresenta agora a verdadeira Declaração Final.

Na próxima edição o Notalatina volta-se sobre a Argentina e as inconfessáveis falcatruas e crimes que estão ocorrendo sob a dinastia KK. Fiquem com Deus e até a próxima!

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DECLARAÇÃO FINAL DE UNOAMÉRICA

Nos dias 12, 13 e 14 de dezembro de 2008, delegações de diversos países latino-americanos se reuniram na cidade de Santa Fé de Bogotá, com o objetivo de conformar uma organização capaz de defender a democracia e a liberdade em nosso continente que se encontra sob ameaça.

O fracasso dos governos em resolver os problemas de pobreza da região, em que pese ser o continente mais rico do planeta, permitiu o crescimento e avanço do Foro de São Paulo, organização que agrupa todos os movimentos de esquerda da América Latina, inclusive as FARC colombianas.

O Foro de São Paulo se aproveita das necessidades dos povos para manipular os mais pobres, prometendo melhoras econômicas e justiça social. Porém, uma vez no poder, não solucionam nenhum dos problemas cruciais dos nossos países, senão que introduzem um modelo ideológico socialista que divide a sociedade, a polariza em dois lados e provoca violência e anarquia.

Atualmente, há quatorze países latino-americanos cujos governos pertencem ou estão vinculados ao Foro de São Paulo e, embora tenham chegado ao poder pela via democrática, muitos deles estão destruindo a democracia e restringindo as liberdades, como é o caso de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Cristina de Kirchner e Daniel Ortega.

Para conseguir isso não recorrem ao “paredón” de fuzilamento, como o fez em Cuba o principal mentor do Foro de São Paulo, Fidel Castro, mas utilizam métodos mais modernos e sofisticados, como as reformas constitucionais, os quais lhes permitem controlar os poderes públicos e eternizar-se no poder, ante o olhar complacente dos integrantes mais moderados do Foro como Lula da Silva (co-fundador junto com Fidel), Tabaré Vázquez e Michelle Bachelet.

O Foro de São Paulo tem um projeto supranacional que não respeita fronteiras, nem soberanias nacionais. Para alcançar seus fins, todos os seus integrantes intervêm flagrantemente nos assuntos internos das demais nações, quer seja financiando candidatos, enviando apetrechos militares, ou dirimindo conflitos, valendo-se de organizações subsidiárias como a UNASUL, enquanto que as forças democráticas da região atuam isoladamente, limitando-se a seu próprio terreno.

Estas diferentes formas de atuação colocam os democratas da América Latina em uma situação de franca desvantagem, pois se vêem impossibilitados de fazer frente aos planos de expansão do Foro de São Paulo.

O objetivo de UnoAmérica que decidimos construir durante este Encontro, é proporcionar aos setores democráticos da América Latina um mecanismo de intercâmbio de informação, coordenação permanente e apoio mútuo, sem ferir – como costumam nossos adversários – os princípios de soberania e auto-determinação dos povos.

Adicionalmente, UnoAmérica se propôs a elaborar e oferecer aos povos da América um programa de desenvolvimento e industrialização que resolva os problemas de fundo da região, particularmente o da pobreza, como verdadeiro antídoto ao totalitarismo.

A democracia e a liberdade se afiançarão em nossos países na medida em que os cidadãos se libertem da escravidão da pobreza e da ignorância. Não há nenhum motivo que impeça um continente tão rico como o nosso, com idiomas similares e culturas quase idênticas, a alcançar os níveis de desenvolvimento e industrialização que alcançaram as nações do norte.

Convidamos todas as forças democráticas da América Latina a se incorporar ativa e entusiasticamente a esta iniciativa. Convidamos-lhes a construir um futuro maravilhoso, onde prevaleça a liberdade, a justiça social, a solidariedade e a integração.

Comentários e Tradução: G. Salgueiro

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008





América Latina se une contra o Foro de São Paulo



É com imensa alegria que o Notalatina divulga, em primeiríssima mão, a fundação de uma organização que reúne intelectuais, acadêmicos, juristas, escritores e estudantes de vários países da América Latina, em defesa da democracia e da liberdade em nossos países. E com muita honra anuncio que eu e o meu amigo Heitor De Paola somos os representantes do Brasil nesta organização que se chama “União de Organizações Democráticas da América” – UNOAMÉRICA.

A iniciativa da criação desta entidade partiu de Alejandro Peña Esclusa, meu diletíssimo amigo presidente da ONG Fuerza Solidaria, da Venezuela (da qual sou representante no Brasil), que há anos viaja pelo mundo denunciando os ardis do Foro de São Paulo e tentando agrupar pessoas que estivessem dispostas a fazer frente ao avanço do comunismo em nosso continente criando um “Anti-Foro de São Paulo”. Finalmente a Federación Verdad Colombia encontrou as condições propícias para organizar o evento que ocorreu neste fim de semana, dias 13 e 14 de dezembro em Bogotá, Colômbia.

Eu e Heitor fomos convidados a nos unir aos representantes dos outros países mas, por problemas alheios à nossa vontade, não pudemos participar pessoalmente. Enviamos uma mensagem que foi lida durante o encontro, onde aderimos e assinamos a declaração final, já na condição de membros.

E abaixo segue a tradução da nota divulgada por Fuerza Solidaria e a Declaração Final do evento, que dá uma panorâmica do que propõe a UNOAMERICA. Em breve divulgaremos outras notícias a respeito desta entidade que já nasce grande e merecedora de respeito, pois tem como presidente, aclamado por unanimidade, o incansável e abnegado Alejandro Peña Esclusa. Meus parabéns a todos os participantes pela escolha e a Alejandro, que Deus o proteja e o Espírito Santo o ilumine em tão árdua tarefa!

Fiquem com Deus e até a próxima!

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Criam confederação de ONGs para enfrentar o avanço do Foro de São Paulo

Bogotá, 14 de dezembro – Foi criada hoje nesta cidade uma confederação internacional de organizações não-governamentais, denominada União de Organizações Democráticas da América – UNOAMÉRICA – cujo objetivo principal será a defesa da democracia e da liberdade, ameaçadas pela expansão do castro-comunismo e sua nova versão, o Socialismo do Século XXI, através do Foro de São Paulo. A reunião fundacional contou com a participação de delegados e adesões da Argentina, da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, de El Salvador, do Peru, do Uruguai e da Venezuela.

Os delegados denunciaram os métodos que os integrantes do Foro de São Paulo usam para destruir as democracias e acabar com as liberdades, utilizando mecanismos como as reformas constitucionais e a fraude eleitoral, para controlar os poderes públicos e eternizar-se no poder, assinalando particularmente Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Daniel Ortega.

Do mesmo modo, acusaram a UNASUL de ser um instrumento do Foro de São Paulo para intervir nos assuntos internos de outras nações e favorecer a seus membros, como ocorre na Bolívia, onde a UNASUL avalizou a gestão totalitária de Evo Morales e tergiversou os fatos sobre o massacre de Pando (Informe Mattarollo), culpando injustamente o governador Leopoldo Fernández. Também criticaram o intervencionismo de Chávez, que financia ilegalmente seus aliados, como o fez com Cristina de Kirchner e o faz agora com o salvadorenho Mauricio Funes, da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN).

Segundo indica sua declaração final (ler abaixo em português), a Uno-América proporcionará aos setores democráticos do continente um mecanismo de intercâmbio de informação, coordenação e permanente apoio mútuo. Adicionalmente, UnoAmérica elaborará programas de desenvolvimento e industrialização, a fim de resolver os problemas de fundo da região, particularmente o da pobreza, como verdadeiro antídoto ao totalitarismo.

UnoAmérica será presidida por Alejandro Peña Esclusa, presidente da ONG venezuelana Fuerza Solidaria, que foi eleito por unanimidade, enquanto que a Secretaria Executiva ficará a cargo da Federação de Organizações Não-Governamentais Verdad Colombia. Ao finalizar o encontro, os delegados invocaram a guia e a proteção de Deus, para cumprir cabalmente com seus objetivos, e convidaram todas as forças democráticas da América a incorporar-se a esta iniciativa.

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UNIÃO DE ORGANIZAÇÕES DEMOCRÁTICAS DA AMÉRICA

O continente amAlinhar ao centroericano atravessa um momento importante. As mais antigas e tradicionais democracias estão ameaçadas por movimentos de procedências duvidosas, como o expansionista Socialismo do Século XXI. À crítica situação venezuelana se unem, entre outros, o Equador, a Nicarágua e a Bolívia, e na mira encontram-se democracias que resistiram a cair nos encantos do prodigioso talão de cheques petroleiro de Hugo Chávez.

Fraude eleitoral, expropriação de terras e empresas, perseguição a líderes da oposição, vínculos com grupos terroristas, malversação de dinheiros provenientes de recursos públicos, censura a meios de comunicação, tolerância com o narcotráfico e desejos de perpetuar-se no poder, são algumas das características de quem lidera o Socialismo do Século XXI.

Os principais grupos terroristas do continente se uniram a representantes de governos e partidos políticos afeitos a movimentos extremistas, e conformaram um engendro que se conhece como Foro de São Paulo. Desde sua fundação, a cargo de Fidel Castro, até seus recentes encontros liderados por Hugo Chávez, esse Foro se caracterizou por servir de porta-voz dos grupos terroristas para o logro de seus objetivos políticos e armados.

Preocupados pelo destino dos países do continente, um grupo de analistas e representantes de organizações não-governamentais, nos unimos para formular alternativas de solução frente à crescente ameaça expansionista de movimentos extremistas. Convidamos-lhes a conhecer, por meio de nossa página eletrônica, a União de Organizações Democráticas da América – UNOAMÉRICA.

Comentários e Traduções: G. Salgueiro

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008









DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – PARA QUEM?

Hoje comemora-se 60 anos da criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo objetivo era defender e proteger grupos ou pessoas individualmente de agressões cometidas por governos ou regimes totalitários ditatoriais. Dentre os artigos desta declaração estão o direito à liberdade de expressão, o direito de ir e vir, à dignidade da pessoa humana, a presunção de inocência, etc. Naquela época a ONU era uma instituição respeitável; hoje, entretanto, tem em sua Comissão ninguém menos que um representante de Cuba, um dos países que mais violam os direitos humanos de seus cidadãos!

E por falar em Cuba, ontem eu recebi uma aberração que precisa ser denunciada. Em São Paulo existe uma “Associação dos Familiares e Amigos dos Estudantes em Cuba” que está convocando (e pedindo ampla divulgação) os familiares dos estudantes para um evento intitulado “Evento Político-Cultural em comemoração aos 50 anos da revolução cubana” que ocorrerá no próximo domingo, 14, no Memorial da América Latina, auditório Simón Bolívar. Quem está organizando o evento é um tal “Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba” que diz em seu convite: “Daremos continuidade à campanha humanitária de apoio aos cubanos que sofreram os desastres naturais (sic) provocados pela passagem recente dos furacões pela ilha”.

Agora eu pergunto: qual desses vagabundos que apóiam o regime terrorista e genocida do assassino Fidel Castro mobilizou-se em prol dos nossos irmãos catarinenses, também vítimas de um brutal desastre natural? E o que dizer do misterioso assassinato do médico gaúcho Marco Antônio Becker, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande Sul, que há anos vinha se opondo ao protecionismo que pretendiam dar aos “médicos” formados pela ELAM (Escuela Latinoamericana de Medicina)? É bom lembrar que o presidente do Sindicato Médico do RS, Paulo de Argollo Mendes tem um filho (ou filha) estudando medicina em Cuba...

Este bando de psicopatas comemora a vitória de uma “revolução” que só espalhou morte, tortura, miséria, fome e terror ao longo desses 50 anos e ainda tem a cara de pau de falar em “campanha humanitária” a essas vítimas que sofrem muito mais com o regime que lhes vai matando aos poucos – de fome de alimentos e de liberdade – do que com a passagem dos furacões. Cínicos! Hipócritas! Degenerados, isto é o que são!

E como hoje se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Notalatina apresenta alguns relatos do que vem ocorrendo desde o início do mês com os cubanos que se opõem ao regime ditatorial castro-comunista. Esses relatos não vão ser denunciados nos canais de televisão nem nos jornais brasileiros, e menos ainda no blog da “dissidente” Yoanis Sánchez. Bem ao contrário da “reprimenda” que ela levou para não dar prosseguimento ao encontro de blogueiros, estes relatos (e fotos acima) mostram como são tratados os opositores ao regime, verdadeiros heróis anônimos. Leiam os nomes das vítimas e me respondam: vocês já ouviram falar em algum deles? Certamente que não, porque eles não são “manchetes” de jornais, não dão IBOPE, não têm nenhum charme, tampouco são protegidos de ninguém. Têm apenas uma vontade férrea e inquebrantável de ser livres e viver com dignidade. Por isso são tão perseguidos, ameaçados, espancados, torturados. Não escapa nem velhos, não escapa ninguém que resolva nadar contra a corrente.

Em 1º de dezembro foi detido o opositor pacífico licenciado em Direito, José de La Rosa Pérez, em Moa, cidade de Holguín, quando mantinha uma discussão com sua mãe, Ramona Pérez, que não queria permitir a dedetização da casa onde moram. Enquanto discutiam, o “chefe do setor” da localidade, de nome Erisleidis Sanamé invadiu a casa sem permissão e em tom agressivo pediu a carteira de identidade de José que recusou-se a entregá-la. Duas horas depois ele saiu de casa e após haver caminhado por volta de um quilômetro foi interceptado por uma patrulha que o empurrou para dentro de um carro e o levou para a prisão “Duas Baías”. Lá, foi jogado numa cela, acusado de ter ameaçado Sanamé com uma faca de cozinha. Segundo dona Ramona, seu filho não fez isso mas foi detido porque no dia 4 de novembro participou de uma vídeo-conferência no escritório de interesses norte-americano em Havana sobre as eleições naquele país, e a Segurança do Estado apenas armou-lhe uma cilada para poder vingar-se.

No dia 3 de dezembro o opositor pacífico Wilfredo Álvarez García foi agredido por pessoas desconhecidas em Aguada de Pasajeros, Cienfuegos, onde mora. Por volta das 4:20 da madrugada a porta de madeira de trás de sua casa foi incendiada. Ele correu para apagar o fogo quando foi atingido por uma pedra que lhe atingiu o olho direito deixando enorme hematoma. Segundo Wilfredo, “A ação que provocou buracos na porta de minha casa e lesões à minha pessoa ocorreu porque no passado 23 de novembro festejamos em meu lar o primeiro aniversário da delegação do Movimento Independente Opção Alternativa (MIOA) na municipalidade”, do qual é membro.

A Polícia Política interceptou no passado 8 de dezembro, em plena via pública, mais de uma dezena de opositores pacíficos que se dispunham a assistir à missa na igreja de Nossa Senhora de Regra, na capital de Havana. Os fatos ocorreram por volta das 10 horas da manhã, nas imediações da capela, quando os dissidentes foram ameaçados verbalmente pelo oficial da segurança que se diz chamar Melvin.

Nesta ocasião acompanhava o oficial uma Brigada de Resposta Rápida composta por mulheres que vestiam camisetas de “trabalhadores sociais”. Segundo o oficial, ninguém iria assistir à missa ou seriam detidos até que passasse o 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, de acordo com Deysi Martínez, que deu a informação. Marínez informou que esta atividade se realiza todo dia 8 de cada mês, onde se pedem orações pela liberdade de todos os presos-políticos. Mas a pior de todas as agressões e repressão ocorreu ontem à tarde, conforme nos relata o site “Payo Libre” e que traduzo literalmente.

Havana – Na tarde de hoje, 9 de dezembro, na rua K entre Línea e 13, no Vedado, foram agredidos brutalmente os opositores Lázaro Joaquín Alonso, Marlene Bermúdez, Roberto Marrero e quem denuncia, Belinda Salas Tápanes. Uma turba agressiva composta por oito policiais que se locomoviam em dois carros patrulheiros, sem pedir identificação e sem manter qualquer conversa, começaram a nos golpear.

Em Lázaro Joaquín deram um golpe tão violento que ele sangrava abundantemente pela boca e na cabeça, além de receber forte golpe nos testículos. Atualmente se desconhece seu paradeiro, pois foi detido pela polícia. Marlene Bermúdez e seu esposo Roberto Marrero, foram agredidos brutalmente e rasgaram a blusa dela. Ato contínuo, foram detidos e conduzidos a paradeiro desconhecido, embora a polícia gritasse enquanto os golpeava que iriam direto para Camagüey, local onde residem.

A mim, Belinda Salas, me rasgaram a blusa me deixando nua, e os golpes me produziram fratura em uma mão. Além disso, depois de me colocarem no carro da polícia, ao ver que as pessoas que levavam eram do interior da ilha, me jogaram para fora do carro em movimento.

Queremos fazer chegar a todos os homens de boa-vontade esta denúncia, que demonstra o medo do regime ao 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Pedimos a solidariedade ante tão criminoso ato e ratificamos que a FLAMUR (Federação Latino-Americana de Mulheres Rurais em Cuba) continuará lutando pelos direitos do povo de Cuba.

Belinda Salas Tápanes, presidente da FLAMUR.

Bem, vocês leram e podem comprovar essas denúncias acessando o site Payo Libre no link ao lado. Isto porque eu só falei dos que vivem fora das prisões, o que não significa necessariamente “ser livre”. É por gente como esta que é presa como passarinho em alçapão, sem saber porquê, que os psicopatas que vão comemorar os 50 anos do genocídio em Cuba pedem solidariedade? É óbvio que não! É em gente como esta, heróis anônimos que deposito minha irrestrita solidariedade e elevo minhas preces a Deus, para que um dia eles possam sair às ruas sem medo, que possam assistir quantas missas desejem e circular por onde lhes der vontade, afinal, Deus não nos fez cativos e muito menos “propriedade” de ninguém. Quanto menos de monstros sanguinários como os irmãos Castro e sua delinqüente Nomenklatura... As fotos apresentadas acima não são de hoje, mas de outros eventos onde a brutalidade e a bestialidade são a tônica do cotidiano desta gente.

Que Deus abençoe estes cubanos e os mantenha na fé e na coragem. Meus agradecimentos eternos a Pablo Carvajal, meu incansável “hermanito”, pois sem sua dedicação e determinação estas barbaridades não me chegariam ao conhecimento nem ao de ninguém de fora da Ilha-Cárcere. Fiquem com Deus e até a próxima!

Fonte: www.PayoLibre.com

Comentários e Traduções: G. Salgueiro

terça-feira, 9 de dezembro de 2008









A VENEZUELA NÃO É TERRA DE NINGUÉM!


Quando saíram os resultados das últimas eleições para governadores e prefeitos na Venezuela, Chávez fez um pronunciamento fingidamente feliz, alegando que “respeitaria os resultados” que deram vitória à oposição nos estados mais importantes, inclusive o da capital do país, Caracas. Dizia ele que havia sido o grande vitorioso, pois abocanhara 17 estados e que “para desmentir os boatos de que era um ditador”, daria posse aos novos eleitos com a mesma satisfação que daria aos seus.

No entanto, passada apenas uma semana não foi isto que se viu. Recomeçou a perseguir seu eterno rival, Manuel Rosales, ex-governador de Zulia, onde está sendo acusado de corrupção e que vai depor no próximo dia 11. O prefeito municipal de Caracas não pôde instalar-se porque dona Cilia Flores (presidente da Assembléia Nacional) decidiu “recuperar” o local onde despachava e onde funcionava o colegiado. O governador eleito de Táchira, César Pérez Vivas, não pôde assumir porque o Conselho Legislativo Regional decidiu, arbitrariamente, que só vai juramentá-lo em... janeiro!

Entretanto, o caso mais insólito se deu com o governador eleito de Miranda, Henrique Capriles Radonski. Vale lembrar que durante os tumultos de abril de 2004 Radonski tentou impedir a depredação da embaixada de Cuba e viu-se, de uma hora para outra, acusado por Chávez de “ato de terrorismo” contra a tal embaixada. Apesar de tudo haver sido filmado, comprovando sua inocência e do próprio embaixador ter a princípio negado seu envolvimento, Radonski foi preso e sentenciado como “terrorista” e “contra-revolucionário”.

Radonski (na foto acima) denunciou que a administração de Diosdado Cabello, o ex-governador de Miranda, levou TUDO o que pertencia ao governo do estado, não deixando sequer móveis, veículos, nada! Diz ele: “As diversas casas do governo em todo o estado de Miranda foram saqueadas; não me deixaram nem uma cadeira onde me sentar e só não levaram as paredes por casualidade”. Alegou ainda que Cabello tinha à sua disposição pessoal mais de 24 veículos e 60 escoltas e que faltam devolver armas e motos designadas pela administração anterior às escoltas. “Parece que a antiga administração não disse: vamos com tudo mas, pelo contrário, levamos tudo”, afirmou Radonski.

Chávez não faz, ele mesmo, mas suas turbas de delinqüentes seguidores se encarregam de semear o caos, a desordem, o vandalismo. Semana passada recebi um relato de uma senhora que contava estarrecida o ataque que sofreu desses marginais. Ela passava por um local próximo à Assembléia Nacional quando viu uma quantidade exagerada de policiais fardados e a paisana nos arredores. Curiosa, e já temendo algum golpe, perguntou a um policial do que se tratava e ouviu que “o cachorro do Rosales está na Assembléia Nacional”. Depois alguns militantes começaram a olhá-la afrontosamente, de cima a baixo, como se estivesse estampado em seu rosto que ela era opositora. Assustada, postou-se na porta da igreja onde acontecia uma missa. A turba não se satisfez e resolveu entrar e agredir verbalmente as pessoas que estavam lá dentro rezando, e que não tinham nada a ver com suas manifestações.

Não satisfeitos em entrar na igreja, começaram a dizer aos berros: “Pátria, Socialismo ou Morte!” e em seguida, “Hipócritas! Queremos a cabeça de Rosales! Esta merda (a casa de Deus) não é de vocês!”. Um senhor fechou a porta e ao final todos saíram de cabeça baixa enquanto a delinqüência tomava conta das ruas, sob o olhar complacente dos policiais que nada, absolutamente nada fizeram para conter a fúria desmedida e sem sentido desses loucos. Ao ler este relato, que é bem mais detalhado, de imediato lembrei dos tumultos em Cuba e das hordas dos CDR atacando os cristãos nas procissões ou dentro dos templos, ou mesmo contra as Damas de Branco em sua pacífica e muda caminhada...

E então, uma semana depois Chávez não se conteve e resolveu revelar o que era e sempre foi seu desejo: fazer um novo referendo para votar sua reeleição perpétua. Ele não tem mais como alterar a Constituição porque suas fichas se acabaram em meados de junho, com o fim das prerrogativas da Lei Habilitante que lhe davam plenos poderes. Como ele sabe que tem maioria do Congresso, que a Assembléia Nacional come na sua mão, lançou a campanha para um novo referendo em fevereiro para novamente se votar sua reeleição.

Como muito claramente nos explica Alejandro Peña Esclusa neste artigo, que também pode ser lido em seu original em espanhol, a resposta a esta aberração constitucional o povo já deu em 2 de dezembro do ano passado, com acachapante derrota aos planos sinistros deste macaco louco. Chávez está percebendo que, com a estrondosa queda do preço do petróleo que garantia seus arroubos mundo afora, a situação econômica da Venezuela está se tornando cada dia mais crítica e vai explodir no ano que vem. A produção da PDVSA há anos se deteriora dia-a-dia, porque ele não mediu as conseqüências de demitir em torno de 22.000 empregados qualificados da estatal petroleira e pôr incompetentes cubanos para um trabalho que não é qualquer um que faz. Acreditando que dos petrodólares que jorravam em abundância faria seu império e poder, comprou muitas consciências, governos falidos de companheiros do Foro de São Paulo e o pior: endividou-se magistralmente com a Rússia que é impiedosa e um dia vai cobrar a fatura. Por isso ele tem pressa nesse referendo e também já fala em dar calote no Brasil do “hermano e cumpanhêro” Lula da Silva.

Ocorre que pedir uma nova votação sobre um capítulo já votado e rejeitado pela maioria do povo venezuelano é INCONSTITUCIONAL, IMORAL E GOLPE DE ESTADO mas, graças a Deus, há muita gente se movimentando para impedir que esta afrontosa consulta se repita, como mostram as fotos de um mega cartaz que circulou no início do mês em Caracas, acima. O próprio povão e até mesmo oficialistas já não o apóiam como antes. Nesta entrevista dada ontem ao Canal RCTV, Alejandro Peña Esclusa – A VOZ MAIS SENSATA DA VERDADEIRA OPOSIÇÃO VENEZUELANA – explica porquê este projeto deve ser rechaçado in limine, uma vez que referendar a proposta de nova votação àquilo que já foi votado e recusado em dezembro do ano passado, é legitimar o golpe de Estado, é legitimar a fraude – que vai ocorrer – e é legitimar o espírito de subserviência aos caprichos determinados pelo monstro do Caribe Fidel Castro e seu lacaio Chávez.

E para ilustrar como anda o termômetro da opinião pública acerca da desgraça chavista, ouçam esta salsa que deixou Chávez enlouquecido chamada “Usted abusó”, que é uma paródia da música “Você abusou” de Toquinho e Vinícius. Estes opositores anônimos venezuelanos não perdem tempo e bem diferente daqui, a classe artística, sobretudo esta, quer paz, prosperidade, liberdade, e seu lema é “Pátria, Democracia e Vida”, por uma Venezuela livre do comunismo e soberana.

E para encerrar a edição de hoje, faço um chamado especial para a primorosa edição sobre o Holodomor, o genocídio ocorrido na Ucrânia na década de 30, que o Heitor De Paola apresentou em seu site. Há documentos originais, cartas, histórico, vídeos, que devem ser lidos e divulgados amplamente por todos aqueles que abominam o horror psicótico do comunismo.

Na edição de amanhã o Notalatina vai falar da perseguição aos verdadeiros opositores do regime cubano, com relatos chocantes sobre o que passa quem não se vende nem comunga da ideologia assassina dos donos da Ilha. Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários: G. Salgueiro

domingo, 7 de dezembro de 2008





É sempre com uma alegria incontida que o Notalatina apresenta um brilhante texto do Carlos Reis, meu amigo e companheiro de front há quase uma década. Dessa vez ele faz uma ácida crítica às últimas manifestações do presidente que 56 milhões de brasileiros estúpidos nos impuseram. Mas a crítica é dirigida especialmente à classe jornalística comprometida não em informar com imparcialidade, mas dedicada à bajulação mais torpe e abjeta ao presidente e seu asqueroso governo, característica da subserviência, da covardia, da falta de escrúpulos e da bestialidade em que foi transformado o exercício da profissão jornalística neste Brasil macunaímico.

Leiam e deleitem-se!

E amanhã o Notalatina faz um balanço dos últimos acontecimentos na Venezuela, conforme pretendido semana passada, com vídeos imperdíveis. Fiquem com Deus e até a próxima!

*****

LULA É DIFU

Carlos Reis

Lula é bagagem. Lula sempre foi assim. Em uma palavra: Lula é difu! (de alguma arquibancada do futebol).

O presidente de vocês - daqueles que o elegeram, daqueles que compartilham a sujeira com ele, daqueles que o acobertam na mídia, daqueles que batem palmas, que se ajoelham, que se vergam em busca de recursos e desinformação, daqueles que lhe dão 70% de aprovação -, chegou ao seu nível moral mais baixo, abaixo até do ponto de ebulição do álcool!

Nada está abaixo do Lula. O Lula do sifu, do porra, do cacete, "sabe", se colocou em uma posição inferior, não como presidente a República, mas como gente mesmo. Se o álcool não lhe trava a língua nem o faz escolher palavras do seu enorme minidicionário - o que sabemos que o álcool não faz com ninguém -, ainda assim existem os assessores, aspones e toda a sorte de lacaios pagos a peso de ouro para vigiar e reparar o rei nudista, descuidado, impregnado de falsa santidade, que se acha um profeta sábio a dar lições de moral aprendidas no PCC a presidentes eleitos, como Barack Obama. Lula tem carreira, tem trajetória, tem currículo e folha corrida de safadezas verbais e não-verbais. A linguagem chula é a sua primeira natureza. Lula, o pele vermelha e calórica, é isso há muitos anos. Confiram aqui.

Mas não é de sua incontinência verbal (verborréia) que estou a tratar e sim da sua vulgaridade ímpar, desmedida, tantas vezes por nós denunciada: Lula é um homem sem caráter; traidor dos amigos da quadrilha, porque não se faz o que ele fez com o José Dirceu, com o Gushiken, com o Genoíno. Nem na prisão deixam de valer os códigos de ética e de moral - uma moral suja, um ética suja, mas ainda assim uma moral e uma ética de petralhas. Lula, o vermelho, não tem nada disso. Pior do que imoral, Lula é ilegal. Lula é um vício de origem. Os que dele se acercam devem saber disso. Se sabem, são viciadores também.

Tampouco se diga que ele fala a linguagem do povo para se fazer querido por ele. Conversa mole, conversa de institutos de pesquisa, conversa de datalulas cuja ética ainda está para ser revelada. Lula está deixando o povo brasileiro com a sua cara, a sua fuça, a sua carantonha vulgar e baixa. A nossa tão propalada "macunaimidade" era regional, pontual. Com Lula ela virou instituição nacional permanente. Não é para isso que trabalha incansavelmente a Saúde/Educação do imoral Temporão e seu pênis pedagógico? O povo pode parecer com o Lula, mas ainda não é o Lula. É diferente, o povo ainda pode lavar a cara todas as manhãs que a sujeira sai. Mas Lula não, no máximo pode ser maquiado pela enésima vez pelos puxa-sacos de sua laia, engolir uns Engovs e seguir a sua rotina de laxista irresponsável.

O "inaudível" sifu pronunciado publicamente entrou para história do Brasil, a história da infâmia do Brasil. Mais uma da enorme série de Lula, o serial killer da vergonha, o personagem central dessa quadra de desonra, de baixeza da vida nacional. Lula e seus lacaios deixaram as instituições assim: o Parlamento, a Justiça, a Democracia, a Soberania Nacional, a Imprensa. A marca venal é desse tamanho e contamina a sociedade inteira comprometendo o seu futuro. E ainda essa gente assemelhada a ele quer apagar o passado brasileiro, e destruir os registros da nossa moral e os documentos da nossa boa fé, da nossa honestidade como povo. Tudo isso para quê? Para elevar um sujeito vulgar e desprezível à condição de líder máximo do socialismo no Brasil.

É exatamente esse sentimento que me faz voltar a todo o momento não a ele, Lula, o infame, mas para a mídia e os intelectuais de miolo mole que o protegem, que fingem que nada vêem, que nada ouvem. A legião dos infames que o cercam e o embelezam não pára de crescer.

Esse artigo é para vocês, jornalistas, que o acham "pop" e "extravagante".

Comentários: G. Salgueiro

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


DESCONSTRUINDO FALSOS MITOS

Depois de mais de dois meses afastada da rede, ontem finalmente me vi em condições de retomar minhas atividades e resolvi atualizar o Notalatina. Assunto não faltava e então escolhi a insistência de Chávez em reeditar um referendum para lhe garantir a perpetuação no poder, mesmo tendo sido fragorosamente derrotado em 3 de dezembro do ano passado. A matéria estava pronta mas quando fui transferir para o Blogger para editar, o bendito programa Windows Vista deletou sem mais nem menos e não consegui recuperá-lo. Aborrecida e triste, desisti de escrever tudo de novo.

Mas, antes de prosseguir com os comentários de hoje, quero agradecer sensibilizada o prêmio que me outorgaram a ANDEC, através da Ana, e o Blog do Clausewitz, o “Premio Apoyo a las Víctimas del Terrorismo”, que só agora pude tomar conhecimento e cujo banner já se encontra aqui, com muita honra. Esse prêmio me sensibilizou enormemente porque nesses seis anos de luta em defesa das liberdades e do respeito aos direitos humanos, sobretudo das vítimas das ditaduras castrista e venezuelana, jamais mereci algo parecido aqui no Brasil. Lá fora, ao contrário, meu trabalho goza de respeito e gratidão, principalmente entre os cubanos, que já me declararam “cidadã cubana” e dizem que querem me entregar a honraria pessoalmente lá na ilha, quando Cuba for verdadeiramente livre.

E por conhecer bem e manter contatos e estreitos laços de amizade com vários dissidentes do regime castro-comunista desde o ano 2000, é que me assombra a febre, uma quase mania alucinada que se faz em torno a um blog recente e sua proprietária residente na ilha. Estou me referindo, é claro, ao “Generación Y” e a Yoanis Sánchez, aos quais fui apresentada logo depois de inaugurado ainda no ano passado.

E o meu espanto reside no fato de que nunca aqui no Brasil se deu importância aos queixumes dos cubanos, os verdadeiramente perseguidos, humilhados, presos e torturados, como se dá ao que escreve essa moça que, diga-se de passagem, não traz qualquer novidade e passa bem longe do que representa o real sofrimento dos opositores legítimos.

Há tempo venho recebendo solicitações para indicar o “Generación Y” no Notalatina mas nunca atendi, pois como disse a um leitor outro dia, há incontáveis sites e blogs excelentes e que revelam a face mais cruel e desumana da ditadura castrista e que, até onde pude conferir, só o Notalatina denuncia o horror que vivem os presos-políticos e de consciência cubanos. Se vocês se derem ao trabalho de consultar os arquivos dos primeiros anos, no menu à direita, vão conhecer coisas horrendas que sofreram e sofrem ainda aqueles que se opõem ao regime, inclusive crianças e velhos. E sobre os presos políticos, o site mais completo é o “Payo Libre” do querido amigo Pablo Carvajal, também constante no menu ao lado, e cujas denúncias passam ao largo dos comentários de doña Yoanis.

Então, ontem a rede agitou-se por causa de uma denúncia postada por essa moça e eu comentei com um amigo, depois do ler o que ela escreveu sobre a intimação: “Isso não vai dar em nada!”. Bingo para mim! E por que eu tinha tanta certeza disso? Primeiro, porque ela não pertence nem representa qualquer organização anti-castrista na ilha, não é jornalista nem vinculada a nenhuma associação cubana de jornalismo. Mas, apesar disso, vem sendo homenageada e recebendo prêmios de jornalismo num flagrante desrespeito àqueles que DE FATO se arriscam para denunciar ao mundo o que sofrem os opositores. Confiram o relato feito por ela sobre a “visita” à delegacia e depois leiam os relatos dramáticos dos opositores perseguidos e fustigados diuturnamente no site “Payo Libre”. Ser premiado lá fora e não ter permissão para viajar e receber a honraria é rotina na vida dos opositores mas ninguém nunca denunciou isto; por que, então, o espanto quando foi negada a vigem dessa moça?

Ademais, a biografia dela é tão nebulosa, escorregadia e contraditória quanto a do farsante Barack Obama. Quem conhece o modus operandi do regime SABE, perfeitamente bem, que a vida e as regalias que essa moça goza só são possíveis e permitidas a um MEMBRO do regime, a alguém que serve fielmente ao sistema e que inclui passar-se por opositor, infiltrado no meio das agremiações para depois delatar, como ocorreu com a economista Martha Beatriz Roque que foi presa na “Primavera Negra de Cuba” em março de 2003, vítima de sua secretária que a entregou ao tribunal e lá confirmou ser uma agente infiltrada há nada menos que 13 anos. Há ainda o caso de Ana Belém, que era funcionária do Pentágono e incontáveis outros casos que os cubanos com boa memória sabem melhor do que eu. Quem, da verdadeira dissidência possui um notebook (vejam na foto), telefone e internet em casa por 24 horas? Qual a fonte de renda dessa moça? Ela alega que dá aulas de alemão para turistas mas como, se os cidadãos fora da Nomenklatura são proibidos (com perseguição da polícia) de se aproximarem dos turistas? E o marido, trabalha em quê e para quem? E o apartamento onde ela mora (este da foto), a liberdade de ter celular e telefonar passeando pela rua, qual dos legítimos opositores tem essas regalias? E como se tudo isso não fosse suspeito o bastante, mesmo depois de descoberto o blog e sua identidade, por que eles nunca foram chamados ou perseguidos pelos ferozes e insanos CDR? E por que, vivendo na Suiça voltou para Cuba, entrou sem qualquer atropelo e vive até hoje sem ser minimamente molestada? Os que saem não têm direito de voltar, pois são considerados traidores e se tentam, ou são deportados ainda no aeroporto ou vão direto para a prisão. Só se sai de Cuba com permissão da Nomenklatura e, ainda assim, essa liberdade de ir e vir dentro e fora do país só a possuem os membros do regime. Reflitam!

Então, mesmo sabendo que vou chocar e desagradar a muitos, peço-lhes que considerem com seriedade este texto que traduzo abaixo (é grande mas não deixem de ler!) de um dos sites opositores mais respeitados, sérios e dignos por sua coerência e integridade de trabalho em prol dos irmãos que ainda sofrem com a escravidão na Ilha-Cárcere. Este Editorial foi escrito em 7 de outubro e eu pretendia divulgá-lo na ocasião mas precisei me afastar da rede e ele acabou ficando guardado. Só quem não conhece absolutamente NADA sobre o regime ditatorial castro-comunista ou os ingênuos ou coniventes com o regime podem acreditar nas desculpas esfarrapadas que essa moça divulga no seu blog. A dissidência cubana, eu e os estudiosos, já vimos esse filme incontáveis vezes...

Fiquem com Deus e até a próxima!

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EDITORIAL

Em nossa redação de Noticuba Internacional chegaram várias preocupações através dos leitores sobre se Yoanis Sánchez, a blogueira de “Generación Y”, é a representante da Imprensa Independente em Cuba. Esta inquietação surgiu por causa de sua constante participação em eventos internacionais, entrevistas para a televisão em Miami e publicações em quase todos os meios de difusão massiva no exílio e Europa, onde foi agraciada com prêmios de valor e propagandeada como a melhor e mais valente das opositoras que enfrentam Castro.

A redação de Noticuba Internacional deu-se ao trabalho de se comunicar com um bom número de jornalistas independentes na ilha para saber disto e poder dar uma resposta fiel à realidade, sem parcialidades com nada nem ninguém, e com o único objetivo de honrar seus princípios noticiosos que não são outros que ser um meio onde se difunde a verdade e nada mais que a verdade.

Alguns afirmaram que a conheciam de ouvir falar, outros que nem a conheciam porque ela não é membro de nenhum grupo opositor, que somente souberam pela imprensa estrangeira que havia feito um ato de presença no caso do roqueiro Gorki, e sobre as demais participações no estrangeiro. Comentaram-nos, além disso, que vive em Nuevo Vedado em uma confortável residência com telefone e serviço de internet, e que jamais foi objeto de perseguição ou maltrato e muito menos detida, pelo que desconhecem o porquê de sua presença como opositora.

Saber estas coisas nos alarmou e, como opositores e imprensa continuamos indagando a notícia para poder ser fiéis ao que ocorre com esta blogueira, e analisando cada comentário que chega à nossa redação do jornalista Mario de Llano, onde de forma livre expõe seus critérios sobre este caso.

Depois de muita sondagem soubemos que em Cuba ninguém sabe o porquê da fama de Yoanis Sánchez (um mito fabricado como Ingrid Betancourt, acrescento eu), nem o porquê do Prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo Digital 2008, nem a viagem à Espanha suspensa pelo governo de Cuba. Muito menos a participação em vídeo na SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) no dia de ontem.

Achamos ser honesto destacar que o tema da violência contra jornalistas e meios de comunicação durante as crises sociais e os recentes processos eleitorais na América Latina devem ser debatidos por jornalistas independentes cubanos que sejam vítimas desta repressão, inclusive que tenham cumprido condenações, perseguição, repressão e expulsões de seus centros de trabalho, e para os quais informar é o maior dos delitos na ilha e que, ainda assim, continuam na linha de combate sem se deixar vencer.

Isto porém não corresponde com Yoanis Sánchez, pois ela não responde pela imprensa independente cubana, não foi detida, nem perseguida politicamente, nem sequer, como afirma a oposição, pertence a nenhum grupo organizado. Apenas criou um blog em 2007, chamado “Generación Y” com o objetivo, segundo ela, de poder dizer o que sente e para que o mundo conheça [seus pensamentos].

Isso está muito bem, porém não lhe concede o direito de representar uma oposição aguerrida, perseguida, fustigada e reprimida que leva muitos anos lutando sem internet, sem liberdade de expressão e neste momento minimizada. Não é notícia para ninguém que a imprensa independente cubana, fundada em meio a uma sociedade totalitária e repressiva, foi fortemente reprimida pelo governo cubano, inclusive os jornalistas fundadores, e os que atualmente continuam na linha de combate têm que redigir suas notícias em pedaços de papel reciclável, suplicar horas de tempo da máquina de alguma das sedes diplomáticas existentes em Havana, ou na SINA, onde para poder ir têm que burlar a custódia policial da Segurança do Estado.

Consideramos, como jornalistas e por ter conhecimento de causa sobre a realidade da oposição na ilha, que existem repórteres independentes que certamente têm capacidade para poder representar a imprensa perante qualquer tipo de Comissão Internacional e muito mais a Sociedade Interamericana de Imprensa, por seu árduo trabalho, por sua experiência sobre repressões e cativeiro, e onde é honesto destacar: Luis Cino, Lucas Galve, José Fornaris, Hugo Araña, Juan González Febles, Jorge Olivera, Guillermo Fariña e outra boa soma de jornalistas, homens e mulheres, anteriores e posteriores à onda repressiva de 2003, que com valor e inteireza cobriram os postos daqueles que para salvar a vida tivemos que sair para o exílio. E expomos este critério por sermos fiéis defensores dos direitos humanos e termos como fortaleza principal a liberdade de expressão das idéias.

Por isso não é justo calar ante esta situação e muito menos permitir que no Segundo Fórum da Sociedade Interamericana de Imprensa, realizada fora do continente americano, com uma participação flagrante de países assediados pela imposição à livre expressão, se permita participar como exemplo de repressão e como expert sobre jornalismo digital Yoanis Sánchez, única cubana com liberdades para utilizar o serviço de internet sem interrupções.

Não consideramos que Yoanis Sánchez tenha argumentos sólidos e experiência virtual sobre os fatos do maleconaço, nem sequer sofreu na própria carne a repressão e o presídio da onda repressiva de 18 de março de 2003, e muito menos que tipo de coisa é ter que fugir dia e noite da Polícia Política, dos registros massivos, dos mítines de repúdio, das agressões em via pública, da deterioração física e espiritual dos opositores e seus familiares.

O mundo sabe que o malogrado panorama da liberdade de expressão e os obstáculos que o exercício jornalístico encara em países como Cuba, não pode ser exposto por uma pessoa que além de não ser jornalista independente, nem opositora reconhecida, não tenha sido objeto destes desmandos governamentais que relaciono no parágrafo anterior.

A SIP e o mundo sabem que a imprensa independente na ilha, apesar de ter sido boicotada pelos espiões a serviço do regime em março de 2003, onde foram detidos mais de 75 jornalistas independentes e opositores pacíficos, e onde um número grande deles, dentre os quais havia 12 mulheres indiciadas, viram-se obrigados a sair para o exílio com seus filhos para não perderem a vida.

Com todo o respeito que o rei Juan Carlos de Espanha merece, que inaugurou o evento com sua presença oficial, assim como o resto da concorrência diplomática deve conhecer a realidade de Cuba através dos que realmente têm voz e voto neste tema repressivo. Saber que apesar de o atual governante Raúl Castro ter permitido a venda de computadores para o povo, os opositores e jornalistas independentes cubanos não têm impunidade para possuí-los e muito menos para fazer denúncias.

Em primeiro lugar pela repressão e em segundo, porque o serviço de internet não é permitido, somente se consegue Intranet e não a dissidentes, pelo qual nenhum tem conhecimentos e muito menos possibilidades de poder adaptar-se às novas tecnologias, muito menos conhecer o blog Generación Y. Como é possível que se possa falar de redes sociais e blog, ou novas tecnologias profissionais em Cuba, se a imprensa independente e a oposição não têm permissão a esses acessos, pelo que consideramos um ato de mágica que Yoanis possa conseguir esse serviço desde sua casa de forma ininterrupta?

Também nos alarma e necessitamos que alguém nos explique, como foi possível que Yoanis Sánchez conseguisse uma intervenção especial de sua casa em Havana para Madri, quando as linhas telefônicas cada vez que são utilizadas para informar sobre liberdades, denúncias ou participações com o estrangeiro são cortadas, e disto há muitas testemunhas, tanto dentro quanto fora de Cuba. A única negativa que a blogueira recebeu, segundo se informa, foi não lhe permitir ir receber seu prêmio em Madri. Perguntem ao resto da oposição e imprensa independente cubana, tanto fora como dentro do exílio, quantas coisas lhes são e lhes foram negadas, e como transcorre a vida de um dissidente e a de seus familiares.

Quem foi capaz de rotular Yoanis Sánchez como a “blogueira cativa” do regime cubano, afirmando que o mandatário a acusou recentemente de “agente do imperialismo”? Alguém já se perguntou de quantas coisas acusaram os jornalistas independentes e opositores pacíficos presos, ou em suposta liberdade, incluindo os que tiveram que sair do país para salvar suas vidas? Seria bom que se conhecesse que todos foram acusados de: trabalhar para uma potência estrangeira; atentar contra a soberania nacional; contra-revolucionários; atentar contra os órgãos da Segurança do Estado; vende-pátrias; “gusanos” (vermes); lacraia social e uma quantidade de epítetos da língua espanhola que para expô-los necessitaríamos de várias laudas.

Quem tem mais direito a ser entrevistado: Yoanis Sánchez, que há somente um ano empreendeu – sabe-se lá como – a idéia de criar um espaço para comentar criticamente a realidade cubana e se permitir dizer o que lhe está vedado em seus direitos cívicos, com as comodidades de um serviço de internet 24 por 24 sem interrupções onde somente o exílio lê, ou o grupo de prisioneiros políticos e de consciência que estão morrendo diariamente submetidos às mais cruéis torturas físicas e psicológicas? Ou a imprensa independente e os opositores que buscam a notícia a pé, rua a rua, cidade a cidade, e depois arriscam a vida e a liberdade tratando de transmiti-la para o exílio sem meios sofisticados?

Sobre as declarações de Yoanis Sánchez no debate virtual ao qual participou em Madri, segundo conta a imprensa estrangeira ela se juntou ao debate de forma virtual com uma intervenção gravada em vídeo, onde explicou como a internet conseguiu romper o monopólio da informação em Cuba. Ao mesmo tempo afirma que graças à rede, a qual denomina seu instrumento, conseguiu nos últimos anos burlar a censura oficialista cubana.

Afirma Sánchez: “A internet é muito corrosiva para o monopólio informativo que o Governo cubano possui” ao mesmo tempo que destacou que a rede lhe permitiu superar “a atmosfera de irrealidade” na qual as autoridades cubanas afundaram a população cubana durante 50 anos. Graças à internet, expôs a blogueira, “conhecemos coisas ocorridas ao nosso lado nestes 50 anos, às quais não nos havíamos nos inteirado..., recuperamos passagens da Historia que estiveram veladas pela imprensa oficial”.

Deu como exemplo o “maleconaço” de 1994, as manifestações populares junto ao malecón de Havana, “que nunca divulgaram na televisão cubana”, e ficou feliz pela oportunidade que a internet ofereceu para “reencontrar-se com pessoas que foram apagadas dos jornais e com autores que foram silenciados”. Nas palavras de Jean-François Fogel, conselheiro internacional do diário francês Le Monde e moderador do seminário no qual se incluiu a intervenção de Yoanis Sánchez, a blogueira cubana “fez uma experiência quase definitiva” de como as novas tecnologias estimulam informações nos consumidores, novos e velhos.

Fogel destacou a força do blog “Generación Y” e o caráter diferencial de Sánchez com a dissidência clássica contra o regime cubano, uma vez que o que ela busca é “falar de sua vida” e da rotina diária que os cubanos da rua enfrentam. Para dar uma dimensão de seu impacto na blogsfera, Fogel contou que antes de entrar no seminário consultou o último escrito incluído por Sánchez em seu blog sobre “a volta à normalidade” após o último furacão, e que os apenas dois parágrafos – “quase filosóficos” – do comentário já haviam recebido 2.964 comentários.

A blogueira acrescentou outro dado sobre o grande impacto de seu portal: “recebo entre 8 e 10 milhões de visitas por semana”. Em uma gravação de 11 minutos Sánchez também falou o que diferencia os blogueiros cubanos dos jornalistas dissidentes na ilha, 25 dos quais continuam presos em cárceres cubanos após a detenção do chamado “Grupo dos 75” na primavera de 2003. “Nós damos mais opinião do que informação; estamos mais marcados pelas experiências pessoais de caráter subjetivo e somos de uma geração mais jovem, que sabe manejar a tecnologia”, explicou. A blogueira reconheceu que sua tarefa é “bem complicada” (Por certo! Passar-se por opositora sem ser molestada, ter todas as regalias que tem e ainda ser convincente em seu papel de dissidente, não é tarefa fácil!), porém sublinhou que significa “a única possibilidade” de dar a conhecer suas opiniões, partindo do convencimento de que “nunca ia ter um minuto” nos meios oficiais de informação em Cuba.

Em que pese que a internet funcione em Cuba de uma maneira “rudimentar”, Sánchez assegurou que “chega às pessoas” e supõe ser um estímulo na luta “contra a apatia, a inação e as insatisfações”. Depois de ler e reler as palavras da blogueira Yoanis Sánchez, não nos resta outra alternativa a não ser expor que a única blogueira com essas liberdades em Cuba é ela, que nenhum outro opositor, jornalista independente ou povo em geral tem acesso à internet, e que se alguém a tem é uma minoria e quase todos comprometidos com o regime.

Como ela pode falar dos prisioneiros políticos e de consciência se quando este fato ocorreu ela não vivia em Cuba, nem conhecia seus malabarismos para poder burlar realmente a repressão e a perseguição? Não creio que ela seja de uma geração inferior à dos jornalistas independentes, nem dos opositores, e muito menos dos presos; creio que o mundo deve argumentar sobre a idade dos mesmos, que todos são posteriores a 59, o que indica que seus argumentos e justificação estão muito mal concebidos.

E se estas explicações não são suficientes, quem desejar pode se remeter a um jornalista independente ou opositor pacífico, tanto em Cuba como fora dela, que eles poderão contar a realidade porque são os únicos que têm a última palavra. Em Miami vive um grande número de opositores pacíficos e jornalistas independentes com experiência em repressão, perseguição e cativeiro; quem não compreender o que se expõe neste Editorial, por favor comunique-se conosco que, com muito prazer, qualquer um deles lhes contará de suas vivências e a realidade de fazer oposição em um país totalitário. O texto original pode ser lido aqui.


Comentários e Tradução: G. Salgueiro

terça-feira, 23 de setembro de 2008





Ataque chavista ao canal Globovisión de Venezuela e Carta aos democratas da América

Por problemas de ordem pessoal não pude atualizar o Notalatina nesses últimos dias e hoje, mesmo sem condições, faço mais uma edição porque a situação na Bolívia ainda continua caótica e repleta de arbitrariedades, autoritarismo e crimes por parte do governo. Em meio à crise Evo Morales “parou a guerra” para ir ao Panamá receber um título de “Doutor Honoris Causa”, bem ao estilo Mont Pyton. Quando eu era menina e ouvia dizer que alguém recebeu um título desse, ficava imaginando o feito ou as qualidades excepcionais dentro de um campo do saber que justificavam a outorga da comenda. E, de fato, os que naquela época eram homenageados com tal honraria eram pessoas notáveis. Hoje, ao contrário, qualquer zé mané, de preferência comunista, recebe tal título. Se tudo isto não tivesse propósitos criminosos, eu diria que é surrealista.

Pois bem, o cocalero presidente Morales rumou para o Panamá onde o presidente Torrijos tem se esmerado em deixar cair a máscara de democrata, bajulando trastes com pendores de ditador como Chávez e agora Morales. Enquanto isso, foi negado o habeas corpus ao governador Leopoldo Fernández que continua preso e o Brasil, como era de se esperar, negou asilo político à família de Fernández. Claro, ele não é terrorista, não compartilha da idéia de implantar um regime comunista em seu país, daí não receber o menor respaldo dos membros do Foro de São Paulo, do qual Lula é membro fundador junto com Fidel Castro, não custa nada relembrar.

A esse respeito, Alejandro Peña Esclusa explica com clareza neste vídeo, concedido a um canal de televisão de Santa Cruz, na Bolívia, onde esteve acompanhando a situação de perto, e faz um alerta ao povo boliviano para que se mire no exemplo da Venezuela e reaja. Ele aproveita também para pedir perdão aos bolivianos pela interferência de Chávez em problemas internos de seu país, numa atitude de extrema dignidade e hombridade, caraterísticas marcantes em Esclusa e totalmente ausentes no Chapolim de Miraflores.

Além de interferir nos problemas internos dos países que dependem dos petrodólares venezuelanos, Chávez, em permanente surto psicótico agora acusa o diretor da Globovisión, Alberto Federico Ravell (na foto acima), de planejar seu “magnicídio”. Ocorre que a Globovisión está na mira deste delinqüente desde que ele fechou o canal RCTV em maio do ano passado e agora arranjou essa desculpa para atacar mais um dos seus opositores. Nesta madrugada, um bando que se identificou como “Grupo de Trabajo La Piedrita” lançou bombas lacrimogênas contra a sede da Globovisión e espalhou panfletos pelas ruas. Os panfletos declaram guerra à Globovisión e assinalam como “objetivo militar”. (Foto dos veículos utilizados na ação depredatória, acima).

A esse respeito, Lina Ron, uma deputada chavista do PSUV que é completamente desequilibrada, disse que Ravell e a Globovisión “são objetivos militares” e pediu ao governo que lhe tire a concessão. Para Lina Ron, “a Globovisión provoca dano e calúnia ao povo” acrescentando que o canal é “terrorista”. Ora, dona Ron, mas e a tv Al Jazeera que é reproduzida pela TeleSur, é o quê? Para esta desequilibrada chavista a Globovisión faz parte da conspiração para assasinar Chávez e disse que o tal bando “La Piedrita” “tem a liberdade de transitar por onde queira” e que se trata de um “grupo valente e decidido”. Mais uma vez dona Ron defende o “direito” de suas brigadas depredarem o patrimônio privado, negando, ao mesmo tempo, o direito do canal Globovisión de informar aos telespectadores as patifarias e crimes cometidos por Chávez e seus apaniguados.

Para Ravell, entretanto, o ataque contra o canal de televisão “estava por vir, pela linguagem de violência empregada por alguns funcionários do Governo, como o governador de Miranda, Diosdado Cabello e o deputado Mario Isea”. Ravell pediu ao governo e à Procuradoria para investigar o ocorrido – que, como aqui no Brasil com os vândalos do MST, vai acabar em NADA – alegando que “isto não fará o canal afastar-se do caminho eleitoral, nem falar da delinqüência, da inflação e da falta de governo”. Segundo Ravell, o canal inicia hoje a campanha eleitoral “com lágrimas nos olhos”, embora esteja seguro de que “haverá lágrimas de alegria e democracia no próximo dia 23 de novembro”, data das eleições. Em sua opinião, “é isto que aborrece os que vêem seu final eleitoral próximo”.

E em seguida o Notalatina divulga uma importantíssima carta escrita por Alejandro Peña Esclusa aos democratas da América que deve ser lida e refletida com seriedade, pois sintetiza tudo o que vimos falamos e apresentando em vídeos e áudios durante a cobertura deste evento na Bolívia, podendo ser lida também em espanhol clicando no título.

Fiquem com Deus e até a próxima!

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Carta aos democratas da América: a Bolívia necessita de nossa ajuda



Caracas, 23 de setembro – Enquanto se escrevem estas linhas, uma das operações mais sofisticadas e perversas da história ibero-americana está sendo levada a cabo contra a Bolívia. Urge que todas as forças democráticas da região acorram em sua ajuda para evitar uma tragédia nesse país. Os fatos são os seguintes:

Em 10 de agosto de 2008 realizou-se um referendo que ratificou o mandato do presidente Evo Morales e da maioria dos prefeitos (governadores) opositores. Morales interpretou – ilegalmente – sua ratificação como uma carta branca para impor unilateralmente sua Constituição, de corte totalitário, e para desconhecer as autonomias departamentais (estaduais) que se haviam consquistado este mesmo ano, com o voto majoritário do povo boliviano.

Atentando contra a autonomia, Morales confiscou os benefícios provenientes do Imposto Direto dos Hidrocarbonetos (IDH), que correspondem às regiões, e anunciou uma consulta para referendar sua Constituição. Como era de se esperar, o povo saiu às ruas para protestar. Evo Morales ordenou reprimir os protestos, ocasionando numerosos mortos e feridos.

Sentindo-se encurralado pelos efeitos políticos do massacre, Morales pediu ajuda a seus aliados internacionais, particularmente Hugo Chávez, que ofereceu o envio de armas e tropas venezuelanas para sustentar militarmente o governo boliviano. Paralelamente, convocou-se uma reunião urgente da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), cujos integrantes – exceto um – pertencem ao Foro de São Paulo, organização política da qual Evo Morales também faz parte.

Os integrantes da UNASUL só escutaram a versão de Evo Morales, negando-se a receber os governadores opositores, apesar de que eles também foram ratificados pelo povo boliviano no mesmo dia que Morales. Em conseqüência, emitiram uma declaração parcializada, enviesada e fraudulenta, sobre a crise boliviana, culpando a oposição de tentar um golpe de Estado e de gerar violência, quando o verdadeiro culpado é Morales. Em resumo, outorgaram ao presidente boliviano uma licença para continuar matando e para impor seu projeto totalitário.

As mesas de diálogo que foram acordadas na reunião da UNASUL são uma farsa, porque obrigam a oposição a submeter-se aos desígnios do governo, sob pena de serem julgados como golpistas e/ou massacrados pelos grupos para-militares armados que se encontram em Cochabamba e Santa Cruz.

Uma mostra da parcialização e da injustiça existentes é o encarceramento do governador de Pando, Leopoldo Fernández, que foi acusado injustamente pelo governo das mortes ocorridas em seu estado, em que pese existirem inúmeras provas da responsabilidade do oficialismo nesses fatos. Tudo indica que quem ordenou a prisão de Fernández nem sequer foi Evo Moralaes, senão Hugo Chávez, que está intervindo flagrantemente nos assuntos internos da Bolívia.

A OEA tampouco garante uma mediação neutra, porque Chávez controla 21 dos 34 votos desse organismo multilateral. Insulza não se comporta como Secretário Geral da OEA, senão como candidato à presidência do Partido Socialista do Chile, organização que também pertence ao Foro de São Paulo. Quanto a Lula, mantém uma atitude aparentemente moderada, porém também exonera Evo Morales e culpa a oposição pelo ocorrido, o que não é de se estranhar, porque ele é o principal fundador do Foro de São Paulo.

O tratamento injusto e sem consideração que os aliados de Evo Morales – investidos como presidentes – dão à oposição boliviana não ajuda a resolver a crise, senão que a agrava, pondo mais lenha na fogueira. Por isso, urge constituir um Grupo de Amigos da Bolívia, conformado por cidadãos de toda a América, que sirva para contrabalançar a nefasta intervenção da UNASUL.

Fazemos um chamado a todas as forças democráticas da região a interessar-se pelo tema boliviano, a indagar qual é a realidade, a escutar todas as partes do conflito e a opor-se à ingerência indevida de Chávez e seus aliados nos assuntos internos da Bolívia.

Alejandro Peña Esclusa – Presidente de Fuerza Solidaria

Comentários e Traduções: G. Salgueiro