Faltando poucos dias para as eleições presidenciais na Venezuela, tenho observado que nem os jornais nacionais nem os internacionais refletem a verdade do que está ocorrendo nessa campanha. Não posso afirmar, por falta de provas, mas parece ter havido um certo “pacto” entre os jornais e informativos do mundo todo, de oferecer blindagem e apoio incondicinal a Chávez, em cujo pacote inclui-se a mentira sobre sua popularidade, seu alto índice nas pesquisas de opinião e o mais vergonhoso, a quantidade de participantes nas marchas ocorridas no último fim-de-semana. Neste pacote vai também embutida a lisura do CNE e um provável “golpe” orquestrado pela oposição que é, na verdade, o que pretende o candidato-presidente que não admite derrota.
Ocorre que, tanto o Jornal do Brasil quanto o Granma, o Juventud Rebelde ou mesmo CNN e BBC, mostram fotos das marchas de Chávez tomadas de perto que dão a aparência de multidão, mas o Notalatina desmascara esta farsa ridícula nestas fotos que ilustram a edição de hoje. Através desta foto aérea computadorizada, vejam a diferença de tamanho da multidão que acompanhou Rosales, marcado em vermelho do lado direito, inclusive a seta indica que ali era o meio da concentração onde estava o palanque e que atrás dele ainda havia mais gente. Agora vejam o que assinala a de Chávez no lado esquerdo.
Segundo dados de peritos em quantificar manifestações desse tipo, a de Chávez teve algo em torno de 400.000 pessoas, enquanto que Rosales arrastou entre 1.100.000 a 1.400.000. Este vídeo também deixa clara a diferença entre as duas concentrações; a de Chávez minguada, totalmente vermelha, tinha mais ônibus e carros do que gente, enquanto que a de Rosales foi chamada com propriedade de “A Mãe das Avalanches”, repleta de bandeiras venezuelanas e muita gente alegre e pacífica. Diante disso, só forçando muito a barra pode-se crer no contrário.
Além desses recursos audio-visuais que desmascaram a mentira que vem sendo disseminada pelos “cumpanhêros”, o Notalatina apresenta dados retirados de um documento que recebi há pouco (e que mudou todo o texto que vinha preparando) elaborado pelos jornalistas investigativos John Salas e Thor Halvorssen. O documento é muito grande e por isso tento fazer um cotejo dos pontos de maior relevância, copiando alguns trechos literalmente (traduzidos).
Bem, um dos pontos fundamentais que eles apontam, em relação às pesquisas, é o medo como fator de respostas que não espelham o sentimento do pesquisado: medo de perder o emprego, medo de violência, medo de perseguição. Outro dado marcante é o que aponta que os institutos de pesquisa que dão favoritismo a Chávez, foram financiados pelo Estado através da PDVSA, isto é, são pesquisas compradas!
A edição de hoje deve ficar maior do que de costume mas é necessário que assim seja, pois há muita informação grave a ser dada que o Brasil desconhece e que certamente está proibida a divulgação para “não queimar o filme” do hermanito do Sr. da Silva. Leiam, abram os links indicados, vejam os vídeos e divulguem porque a verdade não pode ser ocultada como foi aqui, na campanha que acabou re-elegendo Lula, o companheiro de Chávez, de Fidel e das FARC, através do Foro de São Paulo.
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Governo venezuelano prepara o mundo para aceitar uma fraude massiva
O aparato cubano-venezuelano de relações públicas e lobby opera em todas as máquinas antes das eleições presidenciais de domingo, criando uma matriz que poderia permitir ao presidente Chávez desconhecer resultados desfavoráveis. (Em declarações divulgadas no Jornal do Brasil do dia 26.11, Chávez afirmou: "O que acontecerá no próximo domingo já está escrito. Não há qualquer espaço na Venezuela para outro projeto que não seja o da revolução bolivariana". Para bom entendedor, apenas estas duas frases bastam. G. S.). Na mídia internacional só são divulgadas as pesquisas pagas pelo Governo, que dão larga magem de vantagem a Chávez; a Associated Press, a CNN, a Televisora Espanhola dentre outras estão sendo acusadas de fazer cobertura parcializada. Uma semana antes das eleições presidenciais venezuelanas do próximo domingo, muitas pesquisas sérias – nacionais e internacionais – refletem uma comparação empatada ou com o candidato opositor Manuel Rosales à frente; estas pesquisas reportam uma progressiva deterioração no apoio ao presidente Chávez e Rosales subindo rapidamente e começando a distanciar-se do presidente. Entretanto, as únicas pesquisas que estão sendo divulgadas pelos jornais ou comentadas pelos rádios e televisões ao redor do mundo são quatro, que mostram Chávez na frente com até 20 pontos de acima de Rosales.
Por que será isso? Há duas semanas os respeitados pesquisadores de opinião norte-americanos Penn Schoen & Berland reportaram que Chávez contava com 48% do eleitorado e Rosales com 42%, porém com Chávez caindo e Rosales subindo, pelo qual prediziam a vitória de Rosales em 3 de dezembro. A pesquisa foi feita com pessoas nas ruas e o fator “medo” distorcia os dados da realidade que foi levado em conta e que não se percebia naqueles leais ao presidente.
Outra pesquisa feita em princípios de novembro por Gaither Internacional – que em 1997 predisseram a vitória de Chávez em 1998 – mostra Chávez com 52% porém despencando e Rosales com 44,3% porém subindo. O Observatório Hannah Arandt assinala que a campanha está empatada, enfatizando também que foi considerado o fator “medo” para obter um resultado mais próximo da verdade. Angus-Reid Global Monitor reporta uma pesquisa feita pela reputada Survey Fast – cuja clientela principal são os bancos venezuelanos - assinala que Chávez lidera com 49%, seguido de perto por Rosales com 47,6%, porém com Chávez despencando e Rosales subindo na mesma velocidade e vencendo as eleições por mais de cinco pontos percentuais.
E o respeitadíssimo suíço-venezuelano Alfredo Keller, presidente da AKSA Partners, reportou que no começo de novembro o apoio a Chávez estava em 52% (tendo baixado mais de 65% do que tinha há dois meses) e Rosales com 48% subindo. O sr. Keller indica ainda que o apoio duro a Chávez baixou 9 pontos até 22%, com tendência a baixar, enquanto o apoio duro a Rosales está em 29% e subindo. E CE.CA., outra reputada pesquisadora de opinião venezuelana, reportou que Rosales lidera a carreira com 45,8% seguido de Chávez com 35%. Nesta também se afirmou que o medo é um dos fatores que impede a liberdade de expressão entre os venezuelanos.
Em contraste com estas há quatro recentemente reveladas: Zogby Internacional, Evans-McDonough, uma que disse ser da Universidade Complutense de Madri e AP-Ipsos. Duvida-se da pesquisa de Zogby Internacional, empresa conduzida por John e James Zogby, porque James Zogby participou há dois anos de um debate – com Noam Chomsky – no qual um dos temas a tratar era a “defesa” do regime chavista. Até esta data, Zogby Internacional não revelou quem pagou a pesquisa.
A pesquisadora Evans-McDonough revelou quem pagou sua enquete: a PDVSA! O presidente da PDVSA recentemente em discurso para os trabalhadores da petroleira dizia que “toda a instituição era chavista”, que era “vermelha, vermelhinha” e que aquele que não estivesse de acordo devia deixar seu posto para um “revolucionário”, ou seria tirado “a carajazos” (Como são finos estes chavistas... G. S.). A Universidade Complutense de Madri se afastou da pesquisa que foi divulgada como sendo sua, assinalando apenas que uma de suas professoras, Carolina Bescansa, estava envolvida no projeto. Ocorre que a Srª Bescansa foi contratada recentemente pelo governo venezuelano para realizar uma investigação sobre “saúde e drogas”.
Uma investigação descobriu que a pessoa que ordenou e pagou por esta pesquisa é Roberto Viciano Pastos, membro do Partido Comunista Espanhol que, entre 1999 e 2000, esteve a soldo da Assembléia Nacional venezuelana no período crucial em que se gestava e estreava a nova Constituição. Não é surpreendente que o Sr. Viciano tenha sido visto na tomada de posse de Evo Morales e que, segundo a jornalista Marta Colomina, a imprensa boliviana tenha escrito que: “Em sua chegada à Bolívia para assistir à posse de Evo Morales, Humala foi recebido pelo cidadão espanhol Roberto Viciano Pastor, assessor da Assembléia Nacional da Venezuela e extremista que elogiou o separatismo basco”. Nesta viagem, o Sr. Viciano serviu de anfitrião, guia e conselheiro para Humala, que acabara de sofrer uma derrota para o atual presidente Alan García.
A pesquisa de Associated Press-Ipsos é a mais curiosa de todas, ao apresentar o resultado da enquete como uma surra de Chávez, com 59% em Rosales, com apenas 27%. William H. Klemme, em seu artigo intitulado “O fator medo distorce a enquete da Associated Press na Venezuela”, refere que a pesquisa foi realizada em entrevistas cara-a-cara nas casas das pessoas, diferente dos outros institutos de pesquisa. Dentre alguns tópicos, perguntava-se acerca das “missões”, se o entrevistado ou alguém de sua família havia sido beneficiado por alguma delas, e se tinha amigos que se beneficiaram desses programas. Havia ainda perguntas sobre o grau de confiança que depositavam no governo onde 54% dos entrevistados referiu desconfiança quanto à contagem dos votos e 71% referiu preocupação em sofrer represália por causa do seu voto.
Curiosamente, as pesquisas difundidas mundialmente são sempre estas pró-Chávez. A respeito disso, o jornal Investors Business Daily afirma o seguinte: “O possível objetivo de tudo isto seria publicar enquetes suficientes para indicar que Chávez é popular, permitindo-lhe escapar de uma fraude escandalosa. Se em 3 de dezembro ocorrerem eleições fraudulentas que provoquem um protesto clamoroso, Chávez poderia escudar-se nas enquetes pré-eleitorais patrocinadas pelo governo para abafar os escândalos nas ruas”. E conclui: “Não te equivoques: as mentiras e a intimidação de Chávez não parecem ações de um líder político convencido de uma próxima vitória re-eleitoral. Conforme se acumulem enormes massas nas ruas de Caracas, será cada vez mais importante notar o papel que terão de jogar para contrapor-se a uma eleição potencialmente manipulada em uma democracia potemkin*, capaz de enganar unicamente ao observador eleitoral Jimmy Carter”. (*Potemkim é um termo usado para descrever a prática dos czares russos de erigir fachadas de cidades felizes para enganar funcionários estrangeiros, para que acredissem que o país era um lugar agradável e próspero. G. S.)
Ainda em relação a este clima nebuloso que permeia as eleições, diz-nos o expert petrolero e analista político Gustavo Coronel: “O regime se sente aterrado pelos resultados das eleições. Chávez controla quatro dos cinco membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e durante os últimos dois anos esteve avolumando o registro eleitoral com estrangeiros que votarão nele em troca de uma rápida nacionalização. Soube-se de narco-terroristas colombianos que se registraram e votaram em Chávez nas eleições passadas. A empresa que forneceu as máquinas eletrônicas de votação, a Smartmatic, recebeu um contrato controverso da parte de Chávez e tem um histórico obscuro. Atualmente está sendo investigada nos Estados Unidos. O registro eleitoral está fortemente corrompido e há pouco continha mais de 39.000 votantes maiores de 100 anos de idade, e 2.000 que indicavam o mesmo endereço residencial - (Isto foi anunciado aqui, na edição passada. G. S.). Chávez utiliza particularmente os meios de comunicação do Estado, enquanto limita o tempo no ar do candidato da oposição nas estações privadas, ao mesmo tempo em que o impede de usar os meios estatais que deveriam estar disponíveis, segundo a lei, para todos os cidadãos”.
O que parece óbvio para os observadores independentes é que o aparato de propaganda cubano-venezuelano está a todo vapor internacionalmente. Estes “pesquisadores de opinião” internacionais estão sendo utilizados para criar um clima em que a opinião pública internacional faça pouco caso a qualquer reclamo opositor de que o processo eleitoral foi fraudulento, no caso de se dar a derrota de Chávez e ele resolver usar seu peso dentro do CNE para desviar votos suficientes que lhe garantam a vitória. Isto pode ser visto claramente no modo como foram divulgadas as duas marchas pela imprensa internacional que, diante da realidade das imagens, não podiam negar que a de Rosales foi maior mas arrematavam dizendo que, “apesar disso”, Chávez ainda contava com a esmagadora maioria dos votos, como sempre fez a CNN em Espanhol.
A Televisora Espanhola, acusada por Olympus Consulting de distorcer sua cobertura em favor do senador Kerry na última campanha presidencial norte-americana, e de só divulgar aquelas pesquisas que mostravam Kerry empatado com o presidente Bush ou superando-o, transmitiu recentemente um programa em que falou da “enorme vantagem” de Chávez em termos que o favoreciam em sua campanha. Junto com a amizade infinita e o poder estratégico de Fidel Castro, Hugo Chávez herdou um aparato cubano de relações públicas e um lobby bem lubrificados e com experiência em negar o inegável e defender o indefensável.
Além de contar com todo este “esforço” publicitário internacional, comprado com os petro-dólares venezuelanos, Chávez terá a seu lado no próximo domingo observadores que, como no Referendo Revocatório de agosto de 2004, estarão lá para garantir não a lisura do pleito mas qualquer coisa que se faça para lhe garantir a vitória, considerando que Jimmy Carter é comunista, amigo de Fidel e de Chávez e os observadores indicados pelo Mercosul também são seus aliados no Foro de São Paulo, como bem esclarece o presidente de Fuerza Solidaria Alejandro Peña Esclusa, em nota que reproduzo a seguir.
Os “observadores” do Mercosul são aliados de Chávez
Segundo um cabo de DPA, datado de 27 de novembro em Buenos Aires, “o argentino Carlos ‘Chacho’ Alvarez encabeçará a delegação de observadores do Mercado Comum do Sul (Mercosul) nas eleições nacionais da Venezuela, programadas para o próximo domingo 3 de dezembro”.
O que o cabo nos indica é que Cacho Alvarez é membro do Foro de São Paulo, organização criada por Fidel Castro e Lula da Silva, à qual pertencem Hugo Chávez, Evo Morales, López Obrador, Daniel Ortega e as FARC.
O resto da delegação de “observadores” do Mercosul é composta pelo deputado argentino Francisco Gutiérrez, que é membro do Grupo Parlamentar de Amizade com Cuba do Congresso; Mauro Passos, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil, organização pertencente ao Foro de São Paulo; e os deputados Javier Salsamendi (Uruguai) e Héctor Lacognata (Paraguai), de clara tendência esquerdista.
Fuerza Solidaria insiste em que haverá uma votação massiva e que o candidato opositor Manuel Rosales obterá um triunfo arrasador, porém Chávez desconhecerá a vontade popular declarando-se ganhador com o apoio de autoridades eleitorais chavistas, e observadores internacionais parcializados.
Bem, como se pôde ver, por tudo que o Notalatina vinha denunciando há tempo e agora confirmado por venezuelanos sérios, respeitáveis e comprometidos com a VERDADE, a LIBERDADE e a DEMOCRACIA, o pleito do próximo domingo não pretende ser limpo nem tampouco transparente. Deixo aqui registrada mais esta denúncia escabrosa para que o mundo esteja alerta ao que pode ocorrer no próximo domingo na Venezuela. Fiquem com Deus e até a próxima!
PS. Estava com a edição já fechada quando recebo de uma amiga venezuelana a informação de que saiu no jornal El Nacional de domingo passado (26.11), uma reportagem que dava conta de um eleitor nascido em 1791 – com 215 anos! -, inscrito no REP ano passado! Na referida matéria trazia todos os seus dados!
Comentários e traduções: G. Salgueiro