quarta-feira, 13 de julho de 2005

Na última edição do Notalatina eu apresentei um documento classificado, vindo da Venezuela, que dava conta de uma carta escrita pelo assassino-em-chefe, Fidel Castro, ao delinqüente e seu pupilo mais amado, Chávez, orientando-o como conduzir a “Revolução Bonita” e obter sucesso.

Pois bem, a edição de hoje traz um comunicado do Comitê de Resistência para a Democracia na Venezuela, acerca de uma reunião que houve (eu recebi ontem mas não posso precisar a data, embora pareça ser bastante recente) entre a cúpula do governos venezuelano e cubano, traçando as novas estratégias para as próximas eleições e condução do regime em várias áreas da vida do país.


Muitas das “orientações” já são perceptíveis na vida do povo venezuelano confirmadas por amigos meus que vivem na carne este pesadelo, que se assemelha a um torniquete que fosse apertando a cabeça, lentamente, até esmagá-la por completo. E não nos esqueçamos que tudo isso tem o apoio e aplauso do Governo Brasileiro.


Bem, a edição de hoje traz apenas isto mas não é pouco; é o bastante para nos tirar o sono e nos levar à sérias reflexões sobre o nosso futuro. Essas “estratégias” estimulam a oposição a agir contra tudo o que o Governo determina, para depois podá-la, massacrá-la, oprimí-la cada vez mais e, com isso, justificar medidas de exceção e instalar legal e oficialmente sua ditadura. É para ler com calma e MUITA reflexão.


Fiquem com Deus e até a próxima!


***



Comitê de Resistência para a Democracia na Venezuela


COMUNICADO


Tivemos conhecimento de fonte muito confiável que acaba de realizar-se nos arredores de Caracas, uma reunião secreta do mais alto nível de Governo, denominada “Planejamento estratégico governamental”, com medidas extremas de segurança, desconexão de celulares, vários anéis de segurança, sem vestimenta chamativa, nem uniformes. À assistência do alto governo estavam o vice-presidente José Vicente Rangel, o vice-presidente de Cuba, Carlos Lage, seu embaixador na Venezuela, Germán Sanchez Otero e o General de Divisão reformado do Exército, Muller Rojas. Tomou-se juramento de fidelidade dos participantes.


Houve fortes discussões sobre vários temas, onde predominou o arrazoado do General Muller, convertido agora no assessor estratégico mais importante do Governo.


Analisou-se a forma de fechar toda possibilidade de triunfo da oposição para as eleições parlamentares de dezembro de 2005, consideradas vitais para consolidar o processo revolucionário, sob uma “Infra-estrutura legal com fachada democrática” e tornar praticamente impossível derrotar Chávez em dezembro de 2006. As principais hipóteses desenvolvidas foram:


1. Que a oposição possa ser estimulada massivamente a votar sob a influência de uma matriz de opinião que harmonize o coletivo;


2. Que o trabalho realizado e a mensagem de “Sumate” consiga criar uma pressão muito forte no CNE e no Tribunal Supremo de Justiça, com repercussão no âmbito internacional;


3. Que o coletivo de oposição tome alento e força após a mensagem política de três personalidades que assomam como possíveis candidatos presidenciais em dezembro de 2006, a saber: Julio Borges, Oswaldo Álvarez Paz e Teodoro Petkoff;


4. Que os partidos de oposição consigam coesão com a sociedade para apresentar candidatos únicos para as eleições parlamentares e um só candidato presidencial para as eleições de 2006;


5. Que os escandalosos casos de corrupção denunciados na PDVSA, PEQUIVEN, MERCAL e de maneira geral em todos os espaços do Governo, repercutam negativamente na confiança e apoio que Chávez tem nos estratos populares e de menos recursos da população;


6. Que a atuação dos corpos de segurança do Estado contra a vida e os direitos humanos da população, gere um clima negativo e de rechaço no coletivo nacional;


7. Que a deterioração da saúde e dos centros hospitalares e sem dotação se oponham negativamente à boa imagem do programa Bairro dentro II;


8. Que o descontentamento generalizado evidente do pessoal da Força Armada Nacional, pela intromissão do G-2 Cubano nos assuntos internos do país e na instituição, a criação da Reserva anunciada, materialize uma oposição e resistência passiva que ponha em perigo o apoio da Força Armada Nacional, na hora de atuar ante graves e delicadas circunstâncias de ordem pública que possam apresentar-se nos próximos eventos eleitorais;


9. Que a oposição possa receber apoio financeiro de capital privado nacional e estrangeiro nos próximos eventos eleitorais, em volumes importantes que permitam uma campanha contundente e efetiva;


10. Que os meios de comunicação privados, ainda atuando dentro dos parâmetros legais da “Lei de Responsabilidade Social”, possam influir de modo determinante em um amplo setor do conglomerado nacional contra o Governo;


11. Que o projeto da Lei Educacional que se discute na Assembléia Nacional possa ser um fator que una a oposição e a estimule a fazer resistência e manifestações de rua massivas;


12. Que a orientação política do Governo e os acordos comerciais firmados com países opostos aos interesses dos Estados Unidos dê lugar a uma pressão mais radical e profunda contra a Venezuela no cenário regional e mundial, que possa gerar uma situação grave de conflitos de interesses e de um tipo de agressão armada.


Da análise destas hipóteses aprovaram-se as seguintes diretrizes:


1. Continuar a urgente ativação dos Batalhões do Comando da Reserva Militar em cada guarnição do país. Prioridade A – mínimo de 50% de ativação em cada uma delas para julho de 2006, incluindo estudantes maiores de 16 anos de idade. Este objetivo é vital como instrumento dissuasivo de neutralização das Forças regulares para serem utilizadas em missões de ordem pública, se a situação requerer, assim como para a população civil;


2. Reforçar de maneira imediata e permanente a matriz de opinião pública sobre o perigo de um magnicídio e a iminência de uma intervenção militar dos Estados Unidos contra a Venezuela, com o objetivo de justificar todas as ações relativas à ativação das Reservas e a promulgação de leis que consolidem um aparato de segurança por ordem do Governo e na pessoa do Presidente da República;


3. Promover com urgência a Lei de Política Nacional, inscrita no Ministério de Interior e Justiça. Prioridade A – mínimo de 75% de ativação para fevereiro de 2006, com um protocolo de doutrinação orientado à defesa do processo revolucionário;


4. Justificar, decretar e acelerar a desativação-conversão dos Comandos Regionais e Unidades da Guarda Nacional, selecionando e transferindo-se seus efetivos com ótimos soldos e destinações ao corpo de Polícia Nacional. Prioridade A – até 100% para março de 2006, com parâmetros de doutrina operacional identificada com os interesses revolucionários;


5. Aproveitar o boom dos preços petroleiros para realizar com urgência as transformações requeridas que consolidem um aparato de segurança controlado de maneira absoluta e direta pelo chefe do Estado, com total confiabilidade, sustentado em um processo dinâmico e permanente de ideologização, orientado para o socialismo e para a defesa em todo o transe do processo revolucionário;


6. Servindo de referência o conceito de economia de esforço e eficiência operacional, a passada transferência das Unidades de Pára-quedistas que eram orgânicas da Força Aérea Venezuelana ao Exército, serão transferidas a este componente as Unidades de Infantaria de Marinha da Armada sob o pretexto de complemento indispensável para a aplicação da nova doutrina militar, onde a guerra assimétrica é o conceito estratégico predominante. Prioridade A - até 100% de execução no primeiro trimestre de 2006;


7. Decretar e ativar o “Comando de Investigação e Desenvolvimento Nuclear” no setor “X” do estado Bolívar. Classificação “ULTRA SECRETO” com mínimo de 50% de implementação para agosto de 2006, com a participação das Forças Armadas Cubanas;


8. Continuar com o apoio logístico às Frentes Irregulares Aliadas – FARC e ELN – no sudeste do país, assim como aos movimentos revolucionários da América Latina, com o obejtivo de acentuar o enfrentamento integral do movimento Socialista-Marxista ao Plano Colômbia executado pelos Estados Unidos da América. Classificação – “ULTRA SECRETO”;


9. Desenvlver toda a capacidade de apoio dos setores revolucionários e oposição à reeleição do presidente Álvaro Uribe, na Colômbia, empregando todo o fluxo financeiro que se requeira para propiciar um cenário favorável que materialize a possibilidade de êxito do socialismo marxista na contenda eleitoral próxima nesses país. Classificação - “ULTRA SECRETO”;


10. Agilizar a execução do “Plano Cienfuegos” para a eliminação definitiva da “Autonomia Universitária” em nível nacional, com a participação coordenada do Tribunal Supremo de Justiça, Procuradoria Geral, Ministério da Educação Superior, Assembléia Nacional e os Grêmios controlados pelo Governo, assim como os estudantes organizados identificados com a revolução;


11. Intensificar a aplicação da Lei Resorte de maneira permanente como instrumento de persuasão, onde a CONATEL como órgão inquisidor mantenha a imprensa privada, falada, escrita e televisada no mais baixo perfil possível de atuação ante o desenvolvimento destas decisões até dezembro de 2006;


12. Incrementar as atividade de guerra psicológica em nível nacional e internacional, fundamentadas em: iminente invasão dos Estados Unidos à Venezuela; riscos e ameaça grave de um magnicídio; iminente sabotagem à PDVSA; uso de explosivos; denúncias de “Conspiração e Traição à Pátria” contra personalidade e instituições;


13. Ameaças e ações de amedrontamento contra as personalidades mais relevantes na luta política contra o Governo;


14. Utilização do Ministério Público e dos órgãos de Justiça para fechar a passagem dos que gozem de uma alta confiança e capacidade de liderança na oposição;


15. Oferecer, de maneira permanente, o máximo apoio de todos os poderes públicos e dos partidos comprometidos com a revolução ao Conselho Nacional Eleitoral na ordem financeira e política, para que as eleições se realizem na forma que estão sendo organizadas, as quais assegurem ao Governo uma blindagem impenetrável para seu triunfo absoluto, assegurando assim a tomada de decisões necessárias sem oposição possível para sentar as bases definitivas socialistas-marxistas do processo revolucionário a partir de 2006. Em tal sentido, deverão ativar-se manifestações públicas de apoio e defesa do CNE que enfrente a contra-revolução. Fechar toda possibilidade de impugnação, revisão, denúncia de irregularidade ou contra o sistema automatizado, instrumento que garante o êxito ao processo;


16. Estabeleceu-se como o objetivo mais importante da revolução a curto prazo, ganhar de maneira absoluta majoritária as eleições parlamentares de dezembro de 2005;


17. Impedir por todos os meios políticos e financeiros do Governo que a oposição possa unir-se e apresentar uma frente comum nas eleições de 2005 e nas de 2006;


18. Desenvolver uma ofensiva midiática para promover as bondades das missões e planos sociais do Governo;


19. Aprofundar o fanatismo e ideologização dos seguidores;


20. Aprofundar e radicalizar a agenda legislativa revolucionária;


21. Fortalecer as finanças públicas com a aprovação da Lei do Banco Central da Venezuela, extremar as medidas de controle do câmbio, extremar as medidas sobre os bancos privados e as ações do SENIAT sobre as grandes empresas, para consolidar um cerco econômico que limite ao máximo sua capacidade financeira para oferecer apoio à oposição.


Venezuelanos, esta é uma informação da mais alta confiabilidade possível. Basta seguir de maneira aguçada e detalhada as informações do Governo para comprovar que algumas destas “diretrizes” já estão sendo executadas. Dentro desta tragédia que vivemos, os que amamos a liberdade e a democracia, consideramos positivo ao menos conhecer os objetivos deste Governo ditatorial, prepotente, comunista, fascista.


O que nos enche de indignação é apreciar a conduta indiferente, displicente, ausente de determinação e coragem dos partidos políticos opositores. Dá lástima escutar suas abordagens, ostentam patetice e mostram-se ultrapassados em sua capacidade política pela força dos acontecimentos; só com a informação aqui apresentada há material suficiente para encampar uma ação coesa, massiva e contundente para criar uma espetacular frente de oposição. Todavia, sepultados no lodaçal de sua mediocridade, fraturados e dobrados por seus interesses setoriais e específicos, e de costas a esse grito contido de milhões de cidadãos venezuelanos que só esperamos uma chispa que faça explodir toda a paixão que levamos por dentro para derrotar este Governo delinqüente, assassino tenebroso, cheio de maldade que só trouxe e trará ainda mais pobreza, dor, desesperança e sofrimento à nossa nação.


Como diz o Professor Anibal Romero, esta atitude só tem duas explicações:


1. Os políticos perderam a capacidade de analisar e entender o processo que a sociedade venezuelana vive, o qual é até certo ponto inverossímil e,


2. Os partidos políticos “opositores” de alguma maneira estão recebendo subvenções governamentais para “manter o status quo” e, em conseqüência, operam com nível de manipulação em seu discurso à sociedade opositora absolutamente desagradável, contido de uma elevada dose de traição aos ideais de liberdade e democracia.


Por aí se diz que o super cínico assassino maior, José Vicente Rangel, é quem maneja a provisão desses apoios financeiros aos partidos políticos de oposição, motivo pelo quala se comportam como lacaios do regime. Lá eles com sua consciência, se é que a têm; o petróleo chega para tudo.


Venezuelanos, estejamos atentos. Não nos deixemos manipular; consolidemos uma “Frente Opositora de Salvação Nacional” passando por cima destes gerinos da política.


Proibido esquecer: Venezuelanos sempre; comunistas, nunca!


Tradução e comentários: G. Salgueiro

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