quarta-feira, 23 de junho de 2004

Os “Irmãos Metralha” Castro não se conformam com o Poder que já possuem na ilha: eles querem o Poder TOTAL. Raúl, o irmão-herdeiro do “trono” cubano, destituiu o antigo Ministro do Turismo (uma verdadeira fábrica de dólares e vetor principal da economia cubana) e auto-nomeou-se para este cargo, acumulando-o com o Ministério das Forças Armadas, com o segundo lugar no partido Comunista e no Governo de Cuba.



Hipocritamente, critica o antigo ministro por “gastar muito com festas e viagens ao exterior”, como se a “famiglia” não fizesse o mesmo e não fosse dona de uma das maiores fortunas do planeta a custa do roubo e sacrifício de tantas vidas humanas da ilha. O fato se deu a portas fechadas mas a “mesa redonda” foi gravada em vídeo e logo vazou para a população, que já conseguiu arranjar um apelido para o novo ministério: “Militur”. O povo cubano possui a mesma verve para fazer piadas com a própria desgraça que o povo brasileiro...



A segunda nota é uma comovente carta de um veterano da Guerra das Malvinas, conforme anunciei ontem que a publicaria, e que retrata uma situação bastante semelhante ao que estamos vivendo aqui no Brasil há alguns anos, afinal, comunista é tudo igual e acabar com as Forças Armadas, deixando-os viver à mingua e sob extrema humilhação, é o que têm feito todos os governos comunistas; veja-se o exemplo da Venezuela. Na Argentina como no Brasil, terroristas estão sendo indenizados enquanto que patriotas que lutaram para defender seu país, são relegados ao opróbrio, à vergonha e ao mais abjeto abandono. Dá uma profunda tristeza constatar isso...



Finalmente, uma nota sobre Cuba dá conhecimento de uma moção que está sendo elaborada com a finalidade de encaminhar à Comissão de Direitos Humanos da ONU, não apenas sobre denúncia de violações a este respeito mas com propostas de mudanças constitucionais, e que será também encaminhada ao governo de Cuba. Oxalá eles obtenham sucesso porque o “dono” da ilha, de modo geral, sequer lê coisas encaminhadas pela oposição.



Por hoje são estas as notícias. Amanhã tem mais.



Raúl Castro toma o controle pessoal do Super Ministério do Turismo



Havana, 15 de junho – Raúl Castro, Ministro das Forças Armadas Revolucionárias, controlará pessoalmente a partir de agora o poderoso Ministério do Turismo, MINTUR, segundo anunciou em um conselho de direção.



O irmão de Fidel Castro criticou, além disso, em termos duros, a gestão que levavam a cabo os responsáveis da primeira indústria do país. Esta decisão, que não foi difundida pelos meios locais, deu-se a conhecer durante as últimas semanas em círculos fechados de dirigentes políticos e econômicos através de um vídeo de uma hora de duração, no qual o irmão de Fidel Castro, e de acordo com a Constituição Comunista vigente em Cuba, seu sucessor, dirige-se ao Conselho de Direção Ampliado do MINTUR, mostrando seu radical desacordo com a direção do setor, em que pese a que muitos deles já haviam sido removidos de seus cargos, como é o caso do Ministro do Turismo, Ibrahim Ferradaz, destituído em fevereiro.



Segundo explicaram ao MURAL, funcionários que viram a fita, Raúl Castro denuncia nela o descontrole, a ineficiência, o excesso de triunfalismo e o ostentoso procedimento dos altos diretores civis, fustigando alguns com duras acusações.



De acordo com as mesmas fontes, o segundo homem no Comitê Central do Partido Comunista e no Governo de Cuba referiu-se concretamente ao ex-presidente da corporação turística Cubanacán, Juan José Vega, afastado em dezembro de 2003, acusando-o de corrupção e ao austero e incansável Vice-presidente Carlos Lage, qualificando-o de brando.



Também criticou outros altos executivos do setor, pelas dispendiosas festas que organizavam e suas excessivas viagens ao estrangeiro, advertindo de que a partir de agora, será ele mesmo quem aprovará estes gastos, mantendo o controle total de uma indústria que com um orçamento de 2 milhões de dólares anuais, encaminham aos cofres do Estado mais divisas que as exportações de níquel, tabaco e açúcar juntas, e que eram o sustento da pujante economia cubana antes do governo socialista.



O novo “Super Ministro” Raúl Castro, de 73 anos de idade, com os setores de máxima importância econômica, política e militar a seu encargo, pôs como modelo o baixo índice de gasto por dólar que conseguiu a Corporação Gaivota, grupo de empresas do turismo que pertence às FAR.



Desde sua criação em 1990, a corporação militar Gaivota foi crescendo e atualmente é dona de algo em torno de 10 mil das 40 mil praças hoteleiras que existem na ilha, assim como uma moderna frota de ônibus, uma linha aérea, diferentes especializações com o turismo de saúde, mergulho e pesca, e vários grupos de lojas, todas nas mãos dos generais castristas. (Tudo isto apenas para usofruto do turista que paga com dólares ou euros; ao “cubano a pé”, não é permitido o acesso a nenhuma destas maravilhas. G.S.).



O atual Ministro do Turismo, Manuel Marrero e o novo presidente da Cubanacán continuam nesta corporação e são homens de confiança do Ministro das FAR, que tem fama de comunista duro. Nas ruas, o rápido humor havanero já começou a chamar o MINTUR de “O MILITUR”.



Enquanto que nas ditaduras militares a economia se mantém, usualmente, em maõs civis, na economia de Cuba socialista a economia encontra-se nas mãos dos generais castristas, já que não só controlam a indústria turística, senão também a açucareira.



Fonte: lavozdecubalibre.com



Veterano de Guerra



Senhor Diretor:



Ante a escassa difusão – salvo as honrosas exceções de sempre – que tem o reclamo solidário que vem mantendo um grupo de veteranos da Guerra das Malvinas, que desde há mais de um mês acampa na Praça de Maio esperando em vão ser recebido pelo presidente da Nação, em condições mais apropriadas ao combate que à paz, suportando a distância de suas famílias, as inclemências do tempo e todos os problemas que acarreta estar vivendo em campanha, não posso sentir menos que bronca cada vez que vejo as amplas coberturas jornalísticas que têm os vândalos, os violentos, os intimidadores públicos e os marginais.



Se me ocorreu pensar que isso suceda, talvez, porque não se tenha claro o que é ser veterano de guerra e, por isso, arrisquei alguns conceitos que talvez sirvam para comover algum comunicador social que lhes ofereça algo mais que a indiferença.



Um veterano da Guerra das Malvinas é um homem que deixou sua casa e sua família para levantar suas armas e combater os ventos da guerra que soprara sobre as ilhas e o oceano, dando tudo de si, sem pedir nada em troca, defendendo o que cria justo. Que sabe muito bem o que é ter sofrido o frio, as chuvas e o vento inclementes; a vigília das armas e a incerteza do amanhã. Que enfrentou o fogo do soldado inglês no campo de batalha com fidalguia e coragem; que suportou que seus pés se congelassem na turba malvinense do frio invernal; que desafiou o inimigo sobre as ondas e sob as nuvens; que fez frente à dureza do clima a custa de seu próprio sacrifício e experimentou o rigor dos campos de prisioneiros, cujo valor, entrega, tenacidade e coragem foram reconhecidos com admiração pelo próprio inimigo inglês.



Que hoje suporta com firmeza o estado de abandono em que se encontra. Muitos companheiros não têm seu merecido trabalho ou, o que é pior, nenhum acesso a um sistema de saúde que os preserve, tudo devido à insensibilidade de um governo que sistematicamente ignora seus justos reclamos. Que não quer que se o esconda e só busca o amor e o respeito de seu povo. Que lutou por sua pátria recebendo em troca só apatia e hoje vê, com uma mescla de tristeza, estupor e raiva, como se recompensa com inexplicáveis indenizações aos que a ensagüentaram.



Emilio Guillermo Nani

Tenente Coronel (R)

Veterano de Guerra



PS. Esta comovente carta me foi enviada por um amigo argentino, cujo nome, por uma questão de ética, prefiro declinar. G. Salgueiro



Iniciado processo de elaboração de moção sobre Direitos Humanos em Cuba



Por Moisés Leonardo Rodríguez Valdés / Grupo Decoro



Havana – Promotores da Corrente Martiana deram início durante o mês de junho ao processo de elaboração de uma moção sobre Direitos Humanos em Cuba, que será apresentada ao governo e à Comissão da ONU sobre tais direitos nos próximos meses.



O processo contempla a elaboração de um documento inicial de forma participativa e de acordo com o estabelecido pela Resolução 1.503 do Conselho Econômico e Social da ONU que será posteriormente submetido à consulta de personalidades da sociedade civil cubana, para sua ratificação ou reajustes precedentes.



Estas personalidades serão convidadas a participar sem levar em conta suas idéias ou pretinências institucionais. O único critério será o da preparação e dedicação dos mesmos às questões sociais em geral e em particular, no referente a tais direitos e liberdades fundamentais.



A intenção é criar no documento os ganhos do povo cubano nesta matéria, as insuficiências e propostas de ações para melhorar o respeito e a observância dos mesmos na ilha.



Cópias da moção serão entregues ao governo cubano e posteriormente a governos de terceiros países, ONGs e personalidades do mundo interessadas neste tema no país, do mesmo modo que se enviará à sessão da Comissão de Direitos Humanos da ONU, correspondentes ao ano de 2005.



A Corrente Martiana é uma instituição patriótica, humanitária e cultural de serviço à sociedade que busca unir em pensamentos e ações a todos os atores da sociedade civil que, individualmente ou em grupos, compartilhem o objetivo de alcançar a instauração da Nova República que José Martí, através do Partido Revolucionário Cubano, perseguirá como um de seus “propósitos concretos”, segundo se afirma em suas Bases.



A Resolução 1.503 do Conselho Econômico e Social da ONU contém as normas e vias de apresentar denúncias sobre violações sistemáticas de direitos humanos a tal organismo.



Com este passo, pretendem os promotores da Corrente Martiana contribuir para nacionalizar e despolitizar o referente a estes direitos e liberdades fundamentais no país.



CAMPANHA CUBANA PELA LIBERDADE DE PRISIONEIROS DE CONSCIÊNCIA



Fonte: http://www.payolibre.com



Traduções: G. Salgueiro



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