Amanhã começa a III Cúpula da América Latina, União Européia e Caribe, na cidade de Guadalajara – México. Este é um acontecimento teóricamente importante, quase tanto quanto a reunião anual da Comissão de Direitos Humanos da ONU, porque discutem-se e criam-se resoluções para melhorar a qualidade de vida dos povos a ela relacionados.
Entretanto, como sempre acontece, as resoluções não são cumpridas e não há nem fiscalização nem cobrança sobre os países que assinam os acordos e não os cumprem. Cuba é mestra nisso, para variar e ainda debocha. Aliás, uma das primeiras lições do comunismo é que o que eles assinam ou dizem hoje, amanhã desmentem com a maior cara de pau, com a naturalidade de quem dá um bom-dia e quem o ouve sabe o que significa exatamente tal cumprimento. Tolo é quem acredita em palavra de comunista...
Este ano a organização Repórteres Sem Fronteiras enviou um documento pedindo que se preste mais atenção sobre a situação da profissão jornalística no mundo, especialmente em Cuba, onde há, até o momento, 29 jornalistas presos nas masmorras e calabouços da Ilha-cárcere.
Fidel Castro informou que não vai, este ano, à tal reunião. Aliás, acabei de saber que Kirchner também não irá; não sei se por solidariedade ao “Grande Líder”; se calhar, é isso mesmo. A desculpa de Fidel é que “não há clima” e que a “União Européia vem apoiando as medidas dos Estados Unidos contra Cuba”. O final de sua declaração é nauseante porque ele proclama que o banquete inaugural, regado à comidas exóticas, vinhos e champagnes são indignos, diante da situação de fome e miséria porque passam vários povos do mundo. Uma das leis do comunismo é “acusar o adversário daquilo que ele próprio faz”, ou seja, a fome e a miséria que este ser abjeto promove há 45 anos em Cuba não existem, nem ele promove banquetes semelhantes para os “amigos” que vão visitá-lo. Repugnante!
A última notícia de hoje é sobre um jornalista cubano que estava em greve de fome e foi anunciado pela sua esposa de que ontem ele resolveu encerrá-la. Atentem para a situação deste homem, cujo único delito foi denunciar a absoluta ausência de respeito aos direitos humanos mais elementares aos cidadãos comuns, aqueles que não pertencem ao Partido. Aliás, as pessoas que vivem bradando aos quatro ventos que as humilhações sofridas pelos presos iraquianos na prisão americana de Abu Gharib foram “torturas hediondas”, como os “desinformadores” da imprensa esquedista do mundo inteiro, inclusive do Brasil, deviam procurar se informar melhor como são as prisões e como “vivem” os prisoneiros políticos cubanos. Os defensores do regime criminoso do “serial keeler” Fidel deviam todos mudar-se para lá, pois Cuba não é “o paraíso aqui na terra”? Boa leitura e até amanhã!
Cúpula UE-AL de Guadalajara (México)
Cuba, lanterninha vermelha da liberdade de imprensa entre os 58 Estados que participam da Cúpula
Repórteres Sem Fronteiras chama a atenção também sobre a situação da Colômbia e do Haiti
Cuba é a “lanterninha vermelha” da liberdade de imprensa entre os 58 países da América Latina, Caribe e União Européia, convidados à Cúpula de Guadalajara (México), nos dias 28 e 29 de maio. Repórteres Sem Fronteiras pede aos chefes de Estado presentes que intervenham na delegação cubana, em favor da liberação dos jornalistas encarcerados no país. A organização formula igualmente algumas recomendações em relação a outros dois Estados que participam da Cúpula.
Com 29 jornalistas encarcerados, 27 dos quais foram detidos na “primavera negra” de 2003, Cuba é hoje o maior cárcere do mundo para a imprensa. Na última classificação mundial da liberdade de impresa, publicada por Repórteres Sem Fronteiras em outubro de 2003, Cuba ocupava a antepenúltima colocação (165ª), na frente da Coréa do Norte.
Nesta classificação, Cuba era precedida pela Colômbia (147ª) e Haiti (100ª), dois Estados igualmente convidados à Cúpula. Quando vários Estados latino-americanos encontram-se em melhor classificação que alguns países europeus, esta classificação demonstra que o respeito à liberdade de imprensa não está unicamente ligada ao desenvolvimento econômico. Assim, Trinidad e Tobago (5ª), Jamaica (21ª) e Uruguai (25ª) encontram-se na frente da Itália (53ª) e Espanha (42ª). Também demonstra que essa liberdade nunca se adquire de maneira definitiva e que em todas as partes há que defendê-la.
A totalidade da classificação está disponível na seguinte web page: http://www.rsf.org/article.php3?id_article=8251.
Cuba, Colômbia, Haiti: maior cárcere, maior cemitério e maior esperança para os jornalistas
Em Cuba está simplesmente proibida a informação que não seja controlada pelas autoridades. Em março de 2003 foram detidos 75 dissidentes. Entre eles, 27 jornalistas. Seu rechaço ao controle governamental sobre a informação se assimilou a um “ato contra a independência do Estado”. Foram condenados a penas que vão de 14 a 27 anos de cárcere. Com outros dois colegas detidos anteriormente, Cuba converteu-se no maior cárcere do mundo para os jornalistas. Repórteres Sem Fronteiras considera o presidente Castro, no poder há 45 anos, como um dos 37 predadores da liberdade de imprensa do mundo.
Na Colômbia, os predadores da imprensa são os movimentos armados: grupos paramilitares e guerrilhas. Eles mataram cinco profissionais da imprensa, por seu trabalho, em 2003 e em 2004 já assassinaram um jornalista. A Colômbia é hoje o maior cemitério do continente, para a profissão, uma situação extrema que encontra sua explicação na total impunidade que desfrutam os assassinos de jornalistas. Por sua vez, o governo aparece como uma potencial ameaça para a imprensa, com a provação de um estatuto anti-terrorista que questiona o segredo das fontes.
No Haiti, a renúncia de Jean-Bertrand Aristide abre uma nova era para os meios de comunicação que eram ameaçados, agredidos e acossados pelos esbirros do Presidente, quando lhe criticavam. Para as famílias de Jean Dominique e Brignol Lindor, a mudança é sinônimo de esperança, quando alguns partidários do ex-Presidente estão implicados nos assassinatos de ambos os jornalistas. Todavia, a morte, no passado 7 de março do jornalista Ricardo Ortega, nos lembra que o perigo ainda não desapareceu de todo. Jean-Bertrand Aristide formava parte dos predadores da imprensa denunciados por Repórteres Sem Fronteiras.
Recomendações
Repórteres Sem Fronteiras pede aos Estados participantes na Cúpula de Guadalajara que intervenham:
- junto à delegação cubana, em favor da liberação dos jornalistas encarcerados em Cuba;
- junto às autoridades colombianas, para que dêem prioridade à luta contra a impunidade que desfrutam os assassinos de jornalistas, para que se respeite o direito da sociedade colombiana a estar informada;
- junto às autoridades para que, em sua ação para restabelecer o Estado de Direito, façam uma prioridade dos casos de Jean Dominique e Brignol Lindor. Repórteres Sem Fronteiras pede também aos 58 Estados presentes em Guadalajara que aprovem um texto condenando os grupos armados presentes na Colômbia, por seus extermínios contra a imprensa.
Cortesia de Vivian Gude para o NetforCuba Internacional
Fonte: http://www.netforcuba.org
FIDEL CASTRO CONFIRMA SUA AUSÊNCIA NA CÚPULA DE GUADALAJARA
O ditador de Cuba, Fidel Castro, confirmou hoje sua ausência na Cúpula de Guadalajara, em uma carta na qual acusou a União Européia (UE) de cumplidade com os Estados Unidos e de traição a vários governos na América Latina.
Na carta, dirigida ao povo mexicano e difundida em Guadalajara, pelo chanceler cubano Felipe Pérez Roque, Castro assinalou que não existem as mais mínimas condições para que viaje à III Cúpula da UE, América Latina e Caribe. Mencionou cinco razões para sua ausência. Em primeiro lugar, porque a UE tem sido cúmplice dos “crimes e agressões” dos Estados Unidos contra Cuba, através de sua política na Comissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra e a aceitação da Lei Helms-Burton contra a ilha.
Além disso, denunciou a “vergonhosa combinação e a traição a Cuba de parte de vários governos da América Latina, em seu impudico submetimento aos Estados Unidos” e assinalou que a estrutura da cúpula não permitirá um verdadeiro debate porque será a portas fechadas e só dará alguns poucos minutos para cada mandatário falar.
O ditador lamentou perder a oportunidade de entrevistar-se com “brilhantes lutadores por um destino melhor”, como os presidentes venezuelano Hugo Chávez, o argentino Néstor Kirchner e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. “Talvez no banquete cerimonial inicial, com oradores muito selecionados de antemão, entre esquisitices culinárias, champagne e vinho que nada têm a ver com os milhares de milhões de pessoas que no mundo sofrem fome e miséria, se possa escutar o eco das vozes de algum verdadeiro dissidente”, considerou Castro.
Fonte: www.latercera.cl
O jornalista encarcerado Normando Hernández Gonzalez finaliza a greve de fome
Em uma nova conversação com Repórteres Sem Fronteiras, em 26 de maio à noite, Yaraí Reyes Marín manifestou que havia falado por telefone com o diretor da penitenciária de Pinar del Río, chamado “Jesus”, que lhe confirmou as declarações que na véspera lhe fez um agente carcerário, segundo oa quais Normando Hernández González teria voltado a alimentar-se.
A esposa do jornalista desconhece se ele conseguiu suas reivindicações. Entreranto, Normando continuará no calabouço durante 21 dias, a partir da data do final de sua greve de fome, ou seja, ontem, e que no entanto não terá autorização para telefonar.
Yaraí Reyes declarou que confia no que lhe disse o diretor do cárcere e pensa que seu marido deve ter aceitado pôr termo à greve de fome, depois de chegar a um acordo satisfatório.
Fonte: NetforCuba Internationalhttp://www.netforcuba.org
Traduções e grifos: G. Salgueiro
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