quarta-feira, 27 de novembro de 2002

Amigos leitores, o Notalatina está passando por umas modificações e, até enquanto nos deixam falar, continuaremos com o nobre ofício de fazer o que a mídia não quer: informar o distinto público sobre o que se passa na América Latina, numa visão que passa ao largo do “politicamente correto”, divulgando aquilo que, propositalmente, não querem que seja do conhecimento geral. Entretanto, tem-me sido muito difícil atualizá-lo diariamente, não por falta de notícias, mas por não dispôr mais de tempo suficiente. Sempre que houver algum assunto mais urgente ou grave, estaremos informando com a mesma seriedade e compromisso com a verdade que sempre pautou esse informativo, e que o tornou credível e referência entre a comunidade latina, sobretudo a cubana.



Hoje temos alguns comentários a fazer, além das matérias dos jornais. É deprimente constatar o declínio da América Latina, aderindo e regozijando-se com a ascenção do socialismo entre nós: o Brasil, o maior e mais importante país da América do Sul, elege um presidente comunista e o mundo canhoto rejubila; a Venezuela, continua sua luta desesperada para derrubar um delinquente de passado desonroso que, juntamente com o sr. Da Silva e o sangrento e senil Fidel Castro, são membros do malfazejo Foro de São Paulo. Domigo passado comemorou-se a vitória de mais um esquerdoso, Lucio Gutiérrez, eleito no Equador, Presidente da República. O passado histórico de Gutiérrez é bastante semelhante ao de Chávez, um militar golpista de esquerda, o que antes poderia ser passível de processo; nos tempos de hoje, serve como referência e valor incondicional. Está, pois, sacramentando-se a determinção do monstro da “Ilha do Inferno”, o sanguinário ditador Fidel Castro, de que “precisava reconquistar na América Latina o que tinha-se perdido no Leste Europeu”.



Enquanto isso, um fato de grande relevância e motivo de alegria acontece dentro da nossa América do Sul e nenhum jornal anuncia: o Peru passou a fazer parte dos países que participam do FMI, com uma cota de 1% dos acionistas. Isso significa que eles estão em pleno crescimento e, diferente do restante dos seus vizinhos de continente, em vez de depender desse fundo, o Peru participa como credor, ou seja, parte do seu dinheiro serve para emprestar aos que recorrem ao FMI. Para uma economia liberal isso é motivo de júbilo mas para os apologistas do atraso do socialismo escravizante, isso não vale nada e é notícia que deve ficar escondida como uma vestal desonrada. Confiram o artigo completo de Igor Taam, no site Offmidia – www.offmidia.com.



Essa semana acontece em Havana o Segundo Encontro Hemisférico da Luta contra a ALCA, do qual participa a fina flor das esquerdas raivosas de todo o mundo. Não sei se o nosso “ungido” foi, mas certamente mandou algum representante. Na matéria, que trancrevo logo abaixo, vai um recado do líder cocaleiro Evo Morales, aos três presidentes esquerdistas, intimando-os a irem de encontro a aceitação da ALCA. Quero ver a quem o sr. Da Silva vai trair: a esses, com quem ele mantém estreitos e simbióticos laços e acordos assinados, além da gratidão eterna ao seu mentor Fidel, ou às promessas feitas ao Presidente Buch. Onde vai-se encaixar a verdade nesse imbroglio todo?



COMEÇA EM HAVANA ENCONTRO CONTRA O LIVRE COMÉRCIO NAS AMÉRICAS



AFP/Havana – O Segundo Encontro Hemisférico de Luta contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) foi inaugurado nesta segunda-feira, no Palácio das Convenções de Havana, com a assistência de quase mil delegados de 34 países.



Segundo os organizadores, o encontro não deve ser considerado como “uma reunião de denúncia mas de planejamento de ações para combater a ALCA” e avaliar o estado atual das negociações para sua criação.



Este foro, que pela segunda vez acontece em Cuba, inscreve-se “no marco das manifestações efetuadas em Seattle, Quebéc e Gênova contra o neoliberalismo e seus efeitos como a pobreza, a exclusão social e a discriminação”.



Assistem ao encontro uma centena de norte-americanos e igual número de canadenses. As sessões se estenderão até a próxima quinta-feira e contarão com várias oficinas temáticas e conferências de Ricardo Alarcón, presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba, do argentino Atilio Boron, do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais e do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel.



O líder indigenista boliviano e ex-candidato presidencial, Evo Morales, fez um chamado ”ao companheiro Lula, ao companheiro Gutiérrez e ao companheiro Hugo Chávez, para que não entrem na ALCA. Se Lula não entrar, não haverá ALCA e pela primeira vez o império pode ser derrotado”, disse na sessão inaugural, à qual Fidel Casto assistiu.



”Eu falei com César Gaviria, secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), e lhe solicitei que essa organização impulsionasse a realização de referendos ou consultas populares, antes da implantação da ALCA”, acrescentou o líder dos produtores de coca e da oposição no Congresso boliviano.



Cuba não está incluída na iniciativa norte-americana da ALCA que procura formar uma área de livre comércio para 2005 nas Américas, projeto ao qual o governo de Castro se opõe ferozmente.



Líderes e personalidades evangélicas da América Latina reuniram-se no fim de semana em Havana para refletir também sobre as consequências da ALCA.



”O que estamos buscando é uma posição comum de todas as igrejas da América Latina sobre a ALCA”, disse o cubano Sergio Arce, do Movimento Cristão pela Paz na América Latina e o Caribe, presidente do Comitê Organizador do evento religioso.



O IV Encontro Internacional de Teólogos e Cientistas Sociais, reuniu uns 50 pastores protestantes cubanos e 40 da Argentina, México, Venezuela, Colômbia, Brasil, Equador, República Dominicana, Porto Rico e Uruguai, assim como dos Estados Unidos, Canadá, Espanha e Itália.



Fonte: Cubaencuentro – www.cubaencuentro.com



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