quinta-feira, 3 de outubro de 2002

Recentemente os jornais locais divulgaram com algum entusiasmo, a Feira Agropecuária Norte-Americana que ocorreu em Havana, publicando uma foto do tirano Fidel Castro tomando um "milkshake com haburguer", e outra em que ele dava mamadeira a um novilho. Essa feira foi muito badalada, porque pretendia dar a impressão de que havia uma predisposição dos americanos para reatar relações comercias com a ilha caribenha, impedida pelo embargo.



De fato, há uma ala que mostra vivo interesse no fim do embargo norte-americano, entretanto, é preciso esclarecer que são empresários que mantêm relações muito próximas com o regime castro-comunista e com o próprio Fidel. Esses são tratados à pão-de-ló, tanto quanto os partidários do regime em Cuba.



Vejam o que aconteceu na Feira Agropecuária e quem dela participou. É por isso e "otras cositas más", que o fim do embargo não vai mudar a vida do comum mortal cubano.



POPULAÇÃO CIVIL IMPEDIDA DE VER A FEIRA AGROPECUÁRIA



Assunto entre eles...



Fara Amenteros, UPECI



HAVANA, setembro (www.cubanet.org) - A feira agropecuária de produtos estadunidenses foi inaugurada no dia 26 de setembro, na instalação conhecida em Cuba como Pabexpo, situada na capital do país, porém não poderá ser visitada pela população, porque a entrada se dá através de convite e só foram convidados estrangeiros, e representantes e partidários do governo cubano.



Na cerimônia de inauguração da feira, as personalidades mais notórias foram o governador de Minesota, Jesse Ventura e o governante Fidel Castro. Um trabalhador da Empresa de Correios de Cuba manifestou: "O assunto está só entre eles..."



As ruas próximas à Pabexpo estão custodiadas por centenas de policiais e demais agentes do Ministério do Interior, os quais controlam a todos os transeuntes que transitam pelas mesmas.



"Se tivesse um HK (refere-se ao tipo de matrícula ao qual se designam em Cuba os carros dos estrangeiros) não me teriam pedido que me identificasse, nem teriam registrado minha maletinha", queixou-se Alberto Ramos, que foi detido pela polícia quando ia pelo caminho visitar sua mãe, que reside perto do Pabexpo. Por sua vez, Georgina, professora jubilada que tentava comprar carne de carneiro e escolhia entre vários esquálidos pedaços expostos em um dos estrados do agromercado de La Víbora, no município de Diez de Octubre, recordou eventos deste tipo acontecidos antes de 1959: "As feiras agropecuárias com participação de estadunidenses eram muito boas, havia muita expectativa entre os jovens porque incluíam atividades de rodeio, e quando estas terminavam, ganhávamos muitas coisas. Na minha vez, ganhei um pintinho pintado de cor-de-rosa".



Porém, referindo-se a esta época, a mulher acrescentou: "Agora, esta feira estadunidense veremos somente pela televisão, se for o caso".



Depois dessa declaração, e dirigindo-se aos que se encontravam ao seu redor, Georgina disse: "Os senhores têm se dado conta de que o povo cubano come até pela telvisão. O novilho estadunidense foi mais afortunado do que as crianças de Cuba, porque até o presidente lhe deu a mamadeira de leite. Vimos pela televisão!"



Um homem, ao que parece um desses humoristas crioulos que soltam o que querem sem pensar nas consequências, concluiu com a seguinte pergunta: "Já se acabou o bloqueio americano; e o comunismo quando acaba?"



Esta informação foi transmitida por telefone, já que o governo de Cuba não permite ao cidadão cubano o acesso privado à internet.



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