O Notalatina havia prometido dar sequência, hoje, aos comentários sobre a crítica situação da Venezuela. Entretanto, essa carta que me chegou fala mais do que qualquer notícia de jornal, por isso, dei preferência ao apelo feito por um cidadão venezuelano que conhece melhor do que nós, o que é viver sob o jugo, direto ou indireto do ditador Fidel Castro.
Uma coisa curiosa e que não posso deixar de salientar, é a extrema e quase desesperada preocupação do povo latino-americano com a possibilidade de se eleger o Sr. Da Silva, presidente do Brasil, enquanto que aqui, dentro do nosso quintal, as pessoas debocham e fazem muito pouco caso daqueles que ainda insistem em tentar alertar a população do mal que poderá nos acontecer, com essa vitória tão insanamente ansiada e festejada.
Não posso deixar de comentar, ainda que rapidamente, o escândalo que a mídia inteira fez, a propósito da sincera preocupação da atriz Regina Duarte, ao referir “medo”, não o imbecilóide “de ser feliz”, mas medo do real, do concreto que nos aguarda, com a vitória da insensatez sobre a razão. Se ela fosse à televisão tecer loas e engrossar o cordão dos imbecis coletivos que deliram diante da possibilidade de se deixarem voluntariamente escravizar, certamente teria os aplausos dos patéticos zumbis de plantão.
Carta aberta ao povo brasileiro
LULA: O CANDIDATO DE FIDEL E DAS FARC
Por: Alejandro Peña Esclusa (*)
Caracas, 15 de outubro de 2002
Escrevo-lhes nesse momento com angústia e preocupação, para fazer-lhes de forma sincera e desinteressada uma clara advertência: o candidato Lula está estreitamente vinculado a Fidel Castro, a Hugo Chávez e à guerrilha colombiana, e se ganhar as eleições, o Brasil corre o perigo de conformar um eixo internacional de poder, com epicentro em Havana. Como consequência, vosso país submergirá em um redemoinho destrutivo que os levará a graves enfrentamentos internos e, inclusive, a uma guerra civil.
Há mais de quatro anos, escrevi uma mensagem urgente aos venezuelanos, intitulada “Hugo Chávez, o candidato de Fidel Castro e das FARC”, que foi publicada em diversos jornais de circulação nacional. Comecei a advertir sobre este perigo em setembro de 1995; porém, tal era o descontentamento com os governos anteriores e com os partidos tradicionais, que os venezulanos desconsideraram minhas apreciações.
Pouco antes das eleições presidenciais de 1998, Chávez negou seus vínculos com Fidel Castro e sua simpatia pelos regimes comunistas, fazendo-se passar por moderado. Alguns analistas ingênuos – ou cúmplices – creram nele; todavia, Chávez mentia, e uma vez na Presidência, encarregou-se de impulsionar na Venezuela um projeto idêntico ao modelo comunista cubano. Chávez não pode enganar-me porque eu conhecia bem seus vínculos com o Foro de São Paulo.
O Foro de São Paulo é uma organização criada por Fidel Castro em 1990, para reorganizar a esquerda latino-americana, depois do descalabro do comunismo na União Soviética e na Europa Oriental. Do Foro de São Paulo participam como membros fundadores, entre outras, as organizações terroristas colombianas, como as FARC e ELN.
È de importância vital que os senhores saibam que Lula é o principal dirigente dessa organização, junto com Fidel Castro, e foi ele o anfitrião da primeira reunião, realizada justamente na cidade de São Paulo (de onde se tomou emprestado o nome), sob os auspícios do Partido dos Trabalhadores.
Se bem que Chávez tenha fracassado em seu intento de impôr um sistema totalitário comunista, porque o povo venezuelano o desmascarou e definitivamente não aceitará suas pretensões, a experiência foi profundamente destruidora, tanto para a economia como para as instituições nacionais. E, em que pese esteja derrotado, Chávez não se dá por vencido e planeja impôr pela força seu modelo, pelo qual nos encontramos à beira de uma guerra civil.
Igualmente ao que fez Chávez em 1998, Lula se apresenta a si mesmo como moderado, e até nega sua estreita relação com Fidel Castro e com Chávez; porém teria que se perguntar ao candidato: primeiro, se ele é dirigente fundador dessa organização e, segundo, se dele participam Fidel Castro, Hugo Chávez e os grupos guerrilheiros colombianos. Estou seguro de que não se atreverá a negá-lo, porque existem abundantes provas que o incriminam, porém, tentará descartar a informação, alegando que é um foro de discussão aberto à participação de todas as esquerdas. Entretanto, o que faz um homem, supostamente democrata, sentado na mesma mesa com narcotraficantes e terroristas, que têm feito do assassinato, do seqüestro e da extorsão um modo permanente de vida?
Confiamos em que os senhores não incorrerão no mesmo erro cometido pelos venzuelanos, já que as consequências, muito difíceis de serem revertidas, terão graves repercussões não só para o Brasil, como para todo o continente americano, durante várias gerações.
Recebam, irmãos brasileiros, nossos mais sinceros sentimentos de apreço e amizade, desejando-lhes o melhor a vosso bonito povo.
(*) Engenheiro Mecânico. Egressado do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional. Atualmente é Presidente da Força Solidária, associação civil que encabeçou numerosas marchas de oposição ao governo de Chávez.
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