Em evento ocorrido no dia 9 de setembro passado, que reuniu uma massa de mais de 1.500 trabalhadores de todas as categorias do país, o presidente Hugo Chávez conclama-os à revolução, ao confisco da propriedade privada e à utópica ditadura do proletariado.
É um estímulo à desordem e à baderna, uma vez que decreta a ilegalidade de greves promovidas por donos de fábricas e empresários, entretanto, tudo será permitido e garantido por lei, se ocorrer por parte dos operários. Incita-os a irem às ruas, a tomarem as fábricas e delas se apossarem, como se esse gesto, por si só, as tirasse da falência. Fidel experimentou isso em 61, em Cuba, e revelou-se um imenso fracasso. Por onde esse modelo foi adotado, o fracasso foi inevitável.
Falta menos de um mês para as nossas eleições presidenciais. Será que vamos experimentar modelos semelhantes a esse, com o governo que assumirá o comando do país em 2003? Vejam a reportagem completa.
O presidente Chávez, ao assistir o Primeiro Encontro Nacional de Trabalhadores ocorrido no Teatro Municipal, convocou os trabalhadores a criar um movimento operário autônomo, "que não seja manipulado por ninguém, nem pelas cúpulas, nem por setores do governo, nem pelos partidos políticos. Há que, além disso, ressaltar a verdaderia democracia sindical; aqui vocês estão representando milhares e milhares de trabalhadores de forma legal", acrescentou o mandatário nacional. "Um movimento operário que esteja subordinado a um partido ou um governo, seria como uma ave que se lhe cortem as asas. Vocês devem formar um movimento operário revolucionário, popular, autônomo, lutando e coordenando-se com os camponeses, os estudantes, com todos os setores do país", disse Chávez aos mais de 1.500 representantes de trabalhadores de toda a Venezuela, que assistiram ao Encontro, convocado pelo governo.
Em vista do fechamento de empresas e fuga de capitais pela instabilidade econômica e política, o Presidente denunciou "a intenção de setores da oposição, elitistas e com muito poder, de quebrar a economia venezuelana e afogar o Governo".
"Qualquer chamado à greve deve encontrar-se com os trabalhadores protestando na rua", disse dirigindo-se aos grupos bolivarianos.
Em relação a ameaça de greve geral dos Sindicatos, o primeiro mandatário acrescentou que "já mandei o Ministro do Trabalho elaborar um projeto de decreto para que os trabalhadores assumam o controle das empresas que fechem suas portas para entrar em greve, para tirar Chávez do poder. Se algum industrial ou empresário atendendo ao chamado das cúpulas gremiais, fecha as portas de sua fábrica para juntar-se a uma greve, aplicaremos o decreto", advertiu desta maneira que confiscará as indústrias da mesma forma que fez Castro em 1961.
Além disso, o presidente apoiou a proposta feita pelos representantes dos novos grupos sindicais criados pelo governo, quanto a adotar medidas que permitam aos trabalhadores assumir o controle das fábricas e empresas que se declararem falidas, com o fim de resgatá-las e pô-las a produzir de novo. Isto já vem sucedendo de modo legal na Argentina, onde os trabalhadores tomaram o controle completo de empresas que se declararam em bancarrota, e têm continuado provisoriamente a atividade produtiva.
Durante o "Encontro", os presentes aprovaram por unanimidade, uma proposta de criação de uma nova organização nacional de trabalhadores e a nomeação de uma coordenadoria que analise todos os elementos com participação na base dos trabalhadores, com o fim de apresentar uma proposta de organização do movimento de trabalhadores, em um prazo de 60 dias, com a intenção de tomar o controle total dos sindicatos nacionais.
Sobre esta decisão, o presidente Chávez manifestou: "Me parece extraordinário que hajam acordado nesta declaração, constituir uma coordenação, porque ela recolherá todas as expressões, liderando a reunificação; porém, insisto em que não nos sentemos a esperar que se apresente o projeto da coordenação, porque isso tem que ser trabalhado e insisto, que haja tarefas diárias que não devem esperar por essa decisão de refundação".
Posteriormente acrescentou que "é tempo de uma ofensiva revolucionária porque o movimento popular não pode permitir que lhe tomem as ruas, nem uma greve insurrecional como a anunciada por cúpulas sindicais corruptas e fascistas".
Carlos Fernández, substituto de Pedro Carmona como presidente da patronal FEDECAMARAS, em declarações à televisão de oposição Globovision, declarou que "Esse anúncio que fez hoje não é mais que o populismo que o Presidente quis implantar na Venezuela, através desse modelo comunista". Acusou Chávez de querer impôr "um modelo político comunista-cubanista-marxista, que nos levaria ao empobrecimento total de toda a sociedade", tal e qual sucedeu em Cuba.
Informações cedidas por: www.lavozdecubalibre.com
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