Desde o último fim de semana (17) a Colômbia tem vivido sob forte tensão, numa sucessão de acontecimentos dramáticos: primeiro com o brutal assassinato de 1O soldados e um cabo do Exército em Arauca. Na madrugada de ontem (21), foi a vez das Forças de Segurança saírem vitoriosas num ataque neste mesmo município onde 39 terroristas das FARC foram dados baixa e 12 capturados, dentre eles o segundo cabeça da Frente 10 (a mesma que assassinou os 11 militares) que pertencia ao bando guerrilheiro há 20 anos, de cognome “Misael”. E finalmente, os preparativos para a libertação dos 10 militares e policiais seqüestrados há mais de 12 anos em poder das FARC. Nada do que será relatado aqui é novidade para os colombianos, no entanto, não deixa de mexer com as emoções e os sentimentos da população porque, como eu disse no relato feito depois da primeira viagem àquele querido país, não há uma só pessoa que não tenha uma história de violência e morte por parte dos bandos narco-terroristas para contar, quer seja de um parente próximo, distante, amigo, conhecido, amigo de amigo, vizinho. Todos, absolutamente todos os colombianos de bem são vítimas destes monstruosos bandos terroristas, direta ou indiretamente.
O cabo foi emboscado com seus 10 soldados, quando a Frente 10 das FARC os explodiu com dois cilindros-bomba e, não satisfeitos, encheram o corpo de um soldado com explosivos e o detonaram. Nesse ataque dois soldados sobreviveram, entretanto, o presidente Santos e o Comandante Geral, General Alejandro Navas, acusam as vítimas de haver cometido “erros táticos” buscando a própria morte. Tudo isto ocorreu enquanto as FARC negociavam a libertação dos 10 militares e policiais seqüestrados. E estes comuno-terroristas sempre agem assim: para cada libertação anunciada, o mesmo número de assassinados ou seqüestrados.
No magnífico artigo do Dr. Fernando Londoño publicado hoje, ele vai ao ponto-chave: ninguém quer saber o nome dos militares mortos, assim como não importa a ninguém o bem que eles puderam causar com suas presenças àquele lugar em que serviam. Para esta “justiça” colombiana de hoje, vale mais a palavra de um bandido e a preocupação com “direitos humanos” destes que NUNCA respeitaram os direitos humanos de ninguém, nem mesmo de seus comparsas, porque os militares e policiais são sempre os culpados, até mesmo da própria morte. A situação está dramática para os uniformizados: se cumprem com o seu dever de defender a Pátria, são julgados e condenados a sentenças que de tão longas tornam-se perpétuas. Como foi com o Coronel Alfonso Plazas, com os generais Arias Cabrales e Uzcátegui, com o Major Ordóñez de que nos fala Dr Fernando Londoño. E está sendo assim com quase 3.000 (TRÊS MIL!!!) militares e policiais que hoje cumprem condenação por defenderem a Pátria, enquanto que para os bandidos capturados a justiça “esquece” de iniciar a fase de depoimentos até que eles “têm” que ser libertados por decurso de prazo. Se os militares descumprem com o seu dever de defender-se e defender a população abatendo terroristas em combate, esses heróis são igualmente culpados pela própria morte. Na figura abaixo as normas de procedimento do militar EM COMBATE, vocês podem ver o que o tal “direito internacional humanitário” da ONU exige deles. É algo parecido com informar ao bandido que você tem uma arma, que ela dispara e pode matá-lo e que, diante disso, ele procure se proteger. Nunca vi nada mais absurdo numa guerra!
Para que se tenha idéia da perversidade das FARC, assistam ao vídeo abaixo qual a mais nova “modalidade” de extermínio de pessoas inocentes, porque estas armadilhas não são colocadas para atingir somente os “objetivos militares” senão ao povo comum, esta gente que eles dizem ser parte e defensores, dentre eles crianças. Essas armadilhas são buracos de aproximadamente 50 cm. de diâmetro repletas de lanças pontiagudas, infectadas com cianureto e fezes, cobertas com folhagens da própria selva. Ao cair numa armadilha dessas, a pessoa além dos gravíssimos ferimentos, e se não for socorrida a tempo pode sofrer gangrena e perder os membros inferiores ou morrer.
Setenta e três horas depois do brutal assassinato dos 11 militares, as FARC sofreram uma grande baixa, com a perda de 39 de seus membros e a captura de outros 12, dentre eles o segundo comandante da Frente 10, através da “Operação Espártaco” que faz parte do Plano Espada de Honra. No vídeo abaixo pode-se ver as primeiras imagens do local bombardeado.
E já com todo o protocolo para a libertação confirmado pelo governo, de acordo com as exigências das FARC, o Secretariado do Estado-Maior Central envia no dia 16 de março um comunicado ao governo que diz, dentre outras coisas, que “só falta que o presidente Juan Manuel Santos permita a visita humanitária projetada por ‘Mulheres do Mundo pela Paz’ aos prisioneiros políticos e de guerra nos centros de reclusão do país”. E no dia seguinte atacam os 11 militares de forma desumana! Quer dizer, fica muito claro que a única paz que estes monstros desejam é a paz dos cemitérios porque eles sempre mentiram e vão continuar mentindo porque este é seu modus operandi! E como o presidente Santos não consentiu tal visita, os terroristas presos enviaram um comunicado informando que iriam entrar em greve de fome a partir do dia 20, e terminam o informe dizendo que “os presos políticos não somos nem delinqüentes nem terroristas, somos lutadores do povo”. Toda a Colômbia e esta que vos escreve estamos torcendo para que eles obtenham êxito em sua empreitada!
O detalhe grotesco dessa libertação fica por conta da exigência das FARC de que Brasil participe do resgate dos seqüestrados que, para quem sabe das alianças do governo brasileiro com este bando comuno-terrorista há 22 anos através do Foro de São Paulo, isto não é “apenas” uma colaboração humanitária como eles sempre alegam, mas uma participação necessária para dar ao mundo a credibilidade na lisura da entrega e a elas, FARC, a certeza de que estão “entre amigos” para o caso de alguma “eventualidade”. Só espero que não seja como da última vez em que os nossos militares da FAB foram feitos de idiotas e ainda humilhados pela moleca de recados, “Teodora de Bolívar”, que para ganhar tempo e dar fuga a Alfonso Cano deram-lhes as coordenadas erradas e depois alegaram que nossos militares “não souberam ler a carta de navegação”. O Brasil não precisa disso. Nossos militares e Forças Armadas não precisam disso tampouco.
O resgate está anunciado para ocorrer em duas entregas, a primeira das quais já mudou de data umas quantas vezes. Se nada for alterado a partir da última declaração, no dia 26 (já havia sido dito que era dia 30) saem de Villavicencio 5 militares e no dia 3 de abril os outro 5. E rogo a Deus que isto não seja mais uma diversão macabra e que eles não inventem alguma “ação militar” para justificar o assassinato dessas vítimas, como ocorreu em dezembro passado com 4 militares que constavam da lista de “devolução unilateral”. No vídeo abaixo comenta-se sobre isto.
Os brasileiros não têm idéia do que sofre a Colômbia diariamente porque a imprensa nacional só divulga os shows midiáticos que só servem para favorecer as FARC. Entretanto, a escalada de ataques das FARC e do ELN se incrementou enormemente desde que Santos tomou posse. Os ataques aumentaram em 2011 e nesse ano corrente a história se repetiu com graves atentados, como os ocorridos em 1 e 2 de fevereiro em Tumaco (Nariño) e Villa Rica (Cauca), que deixaram 20 mortos e cerca de uma centena de feridos, várias casas e locais comerciais destruídos. Além disso, soma-se uma onda de atentados contra oleodutos, veículos e trabalhadores de empresas petroleiras que causaram alarme e reclamos de segurança ao Governo. Para se ter uma idéia, os ataques aos oleodutos passaram de 31 em 2010, a 84 em 2011. Agora, quando há um sucesso nas operações militares tanto Santos, quanto seu ministro da Defesa vão aos meios de comunicação contabilizar os lucros para si, esquecendo-se por conveniência que é exclusivamente a esses heróis anônimos que se deve a vitória. E, ao contrário, quando acontece uma infelicidade, como no caso dos 11 soldados, essa dupla sinistra não titubeia em acusá-los de ser responsáveis pelas próprias mortes, como se jovens com idades que variavam dos 19 aos 30 anos, preparados e bem treinados, fossem irresponsáveis o bastante para se deixar abater por diversão.
O Notalatina vai ficar atento a mais este espetáculo macabro, onde se brinca com a dor das famílias e dos seqüestrados para se promover politicamente e sobretudo promover as FARC, esperando que tudo ocorra como foi anunciado porque com os exemplos de que palavra de terrorista não merece crédito, tudo pode acontecer. Que Deus nos abençoe a todos e sobretudo aos militares que aguardam sua libertação. Até a próxima!
Comentários e traduções: G. Salgueiro