Ao contrário do que vi anunciado hoje no Brasil, Ahmadinejad chegou por volta das 7 da noite ao aeroporto de Maiquetía, na Venezuela, sendo recebido pelo vice-Presidente Elías Jaua e por membros da comunidade iraniana residentes naquele país. Ele veio com uma enorme comitiva de cem pessoas, encabeçada pelos ministros Ali Akbar Salehi (Relações Exteriores), Shamsedin Hoseini (Economia), Mehdi Ghazanfari (Indústria, Comércio e Minas) e Majid Namju (Energia). Bem, se os “acordos” estão estritos ao campo comercial, por que vieram os ministros da Energia e de Minas? A edição de ontem dá as pistas.
Apesar da pressão que os Estados Unidos estão fazendo sobre o Estreito de Ormuz e das ameaças de Ahmadinejad sobre o fechamento daquele importante estreito que é por onde escoa grande parte do petróleo, o ditador iraniano não descumpriu sua agenda porque no momento essa visita que fará a seus aliados Chávez, os Castro, Ortega e Correa é estratégica e de importância capital para o médio-longo prazo.
No vídeo abaixo, produzido pela cadeia estatal VTV, reproduzido pela CNN em Espanhol, o jornalista Luis Carlos Vélez faz a cobertura e uma rápida análise desta visita e das impressões dos venezuelanos no país e no exterior, uma exclusividade do Notalatina.
Na edição anterior eu havia comentado a respeito da consulesa venezuelana em Miami que era, na verdade, uma espiã do SEBIN e que planejava, junto com o Irã, obter informações acerca das usinas nucleares dos Estados Unidos. Diante das denúncias apresentadas por organizações de venezuelanos exilados nos Estados Unidos, de Roger Noriega e da congressista Ileana Ros-Lehtinen ao Departamento de Estado, finalmente este organismo decretou a expulsão de Livia Acosta Noguera, consulesa em Miami, declarando-a “persona non grata”. A notificação foi-lhe dada na última sexta-feira, comunicando que ela deve sair dos Estados Unidos antes do dia 10 de janeiro. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado para a América Latina, William Ostick, que assinalou que não pode dar detalhes específicos sobre os motivos desta decisão, embora seja desnecessário a essa altura, “O Departamento de Estado informou à embaixada da República Bolivariana da Venezuela em 6 de janeiro que, de acordo com o Artigo 23 da Convenção de Relações consulares de Viena, Livia Acosta Noguera, consulesa-geral venezuelana em Miami, foi declarada persona non grata”.
Este artigo da Convenção de Viena estipula as condições pelas quais o Estado receptor do pessoal consular pode comunicar a qualquer momento ao Estado que envia, que um funcionário consular é persona non grata, ou que qualquer outro membro do pessoal já não é aceitável em seu país.
Hoje Chávez voltou a fazer sue programa “Alô, Presidente”, após sete meses ausente em decorrência do tratamento contra o câncer e disse que “Washington está inventando que o Irã, desde a Venezuela, desde Cuba, desde a Nicarágua está preparando ataques contra os Estados Unidos. (...) Isso tem que ser visto com cuidado, é uma ameaça contra nós”, e acrescentou que dá vontade de rir dessas declarações. Entretanto, os Estados Unidos estão se baseando em provas, como a participação da consulesa Livia Acosta em um complô para praticar atos terroristas de muçulmanos iranianos contra os Estados Unidos.
E o Notalatina apresenta com exclusividade para o Brasil o documentário produzido pela cadeia de televisão Univisión citado na edição anterior, que motivou esta apreensão nos Estados Unidos, e que insisto para que assistam toda a série de seis vídeos, pois eles são de importância capital para nós também. Na primeira parte, os jovens mexicanos contratados por um professor da Universidade Nacional do México (UNAM), que é agente a serviço de Cuba, contam como foi feito o contato com o embaixador do Irã no México e como montaram um esquema para descobrir e gravar todo o complô, onde aparece a consulesa venezuelana.
Em outra parte, mostra os planos para explodir um gasoduto nos Estados Unidos que teria dimensões catastróficas incalculáveis, maiores até do que os do World Trade Center, os centros muçulmanos na Argentina, Colômbia, Brasil, Venezuela e México, e o trabalho de recrutamento de jovens desenvolvido nesses países. Há ainda um depoimento do jornalista Antonio Salas, autor do livro “El Palestino”, do qual já comentei em artigos e, finalmente, o perigo que paira sobre nossas cabeças com esta aliança do Irã com o eixo Venezuela, Cuba, Nicarágua e Equador. O Notalatina encerra por hoje esta edição mas vai ficar atento ao desenrolar destes fatos. Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentários e traduções: G. Salgueiro
Documental La Amenaza Irani (Parte 1)
Documental La Amenaza Iraní (Parte 2)
Documental La Amenaza Iraní (Parte 3)
Documental La Ameneza Iraní (Parte 4)
Documental La Amenaza Iraní (Parte 5)
Documental La Amenaza Iraní (Parte 6)