No domingo passado, depois de acabar de voltar de Havana onde ficou durante 22 dias para exames - e confabulando com os cabeças das FARC -, Chávez anunciou em cadeia de rádio e televisão que deveria voltar a Cuba para submeter-se a uma nova e perigosa cirurgia. No seu discurso de despedida ele pede aos venezuelanos que, caso não possa voltar à presidência, que votem por Nicolás Maduro, o ex-chofer de ônibus alçado a Chanceler da Venezuela, e agora nomeado Vice-Presidente da República nas descaradamente fraudulentas eleições do último pleito em 7 de outubro passado. Tentei publicar o vídeo mas creio que o código para publicação oferecido pelo portal está com defeito, então, segue o link aqui para que possam assistir.
Hoje, Maduro falou desde o Palácio de Miraflores, para informar aos venezuelanos que a cirurgia feita ontem correu bem, embora tenha sido muito difícil e que o pós-operatório será igualmente difícil. Nessa alocução Maduro, visivelmente com voz embargada (porque sabe que se Chávez morrer antes da posse seu próximo posto vai ser o de presidiário), pediu as orações dos venezuelanos, pediu que a oposição pare de odiar a Chávez, reafirmou a excessiva “democracia” do ditador e aproveitou para fazer campanha política a favor do PSUV, conclamando os venezuelanos a votar massivamente no próximo domingo para eleger os governadores dos estados. A propósito dessas eleições, recomendo ler o artigo “O pior cenário”, traduzido por mim e publicado no site do Heitor De Paola, pois faz uma análise muito boa e realista da situação.
Estes são os fatos. Agora vamos à análise dos mesmos, pois a imprensa nacional e internacional limita-se a isto, a relatar “fatos”, sem sequer pensar nas conseqüências de tudo o que está se passando no vizinho país, tão intimamente ligado ao Brasil através de numerosos convênios, por seu ingresso no MERCOSUL mas, sobretudo, pelas alianças no Foro de São Paulo e nos Movimentos Bolivarianos existentes no nosso país.
Bem, Chávez parece ter finalmente reconhecido - quando já não há mais tempo - que seus dias de déspota sanguinário e mau estão chegando ao fim. Desde que soube da doença e a tornou pública em junho do ano passado, ele, que sempre blasfemou contra Deus e os cristãos, há anos proibiu decoração de Natal e tudo alusivo à sagrada festa, assim como o Papai Noel, insultou com impropérios e amaldiçoou o Cardeal Don Rosalio Castillo Lara (já falecido), passou a pedir a Deus que lhe curasse, que desse mais anos de vida porque “ainda tinha muito o que fazer pelo país”. Simultaneamente, mandava fazer santerías em Cuba e Vodu no Haiti. Mentiu, fraudou,planejou e encomendou assassinatos de desafetos, perseguiu seus opositores encarcerando-os com provas e testemunhos falsos, os quais, muito deles também enfermos de câncer, continuam encarcerados sem sequer ter direito a banho de sol.
Nunca pediu perdão por seus incontáveis crimes, nem ao povo e muito menos a Deus mas agora, de maneira asquerosa e blasfema quando sente o cheiro da morte rondando-o, aparece em público beijando a Cruz e pedindo ao povo que reze por ele. O mesmo faz agora seu cão perdigueiro, o capacho inepto e arrogante Nicolás Maduro, como se o povo venezuelano cuja maioria é cristã, pudesse cair nessa pieguice demagógica barata. Eu não desejo a morte de ninguém, sempre disse isto e reafirmo aqui. Entretanto, se me lembrar dele em minhas orações será tão-somente para pedir a Deus, que é O Juiz Justo, que dê a Chávez o que ele merece, seja isso o que for.
Maduro falou direto do Palácio de Miraflores como se já estivesse em funções mas esta é a primeira aberração que se está cometendo à revelia dos venezuelanos e a imprensa não fala, por ignorância ou conivência. Em primeiro lugar, é preciso compreender como é a eleição presidencial na Venezuela. Diferente da maioria dos países democráticos, o cargo de Vice-Presidente é indicado pelo presidente vencedor, após as eleições, e que só se torna válido após a posse do eleito que, neste caso, será em 10 de janeiro de 2013. Reza a Constituição que, no caso de necessidade de afastamento do mandatário por dois meses consecutivos ou declarada sua incapacidade definitiva de continuar governando, o Vice-Presidente assume interinamente e convocam-se novas eleições.
Ocorre que Chávez já está pedindo aos venezuelanos que dêem seu voto a Maduro, significando que ele SABE que não volta a governar! Entretanto, como ainda não foi empossado - e provavelmente não será -, quem deveria estar assumindo as rédeas do país era Elías Jaua, Vice-Presidente do atual mandato - que ainda está vigente até 9 de janeiro de 2013 - e não Maduro que é apenas o “indicado” e ainda não empossado. Percebem a sutileza da patifaria?
Ao contrário do que leio na mídia brasileira, Maduro é a pessoa mais forte da Venezuela atualmente e foi a pessoa indicada por Fidel Castro por vários motivos: 1. É jovem e saudável, o que pode garantir muitas décadas de governança ditatorial, garantindo não somente os 100 mil barris de petróleo diário a Cuba, mas tudo o mais que o ditador ordenar, como a alcovitagem às FARC. 2. É o amigo mais fiel a Chávez, que nunca o trairá e que vem acompanhando-o desde o anúncio da doença. 3. É “maleável” e “obediente” a tudo o que os Castro ordenarem e, para se manter no tão ambicionado cargo de Presidente da Venezuela, fará tudo o que o senhor rei mandar.
Os venezuelanos NÃO PODEM deixar isto passar como se fosse normal, NÃO PODEM permitir que este desqualificado delinqüente usurpe um cargo que NÃO lhe pertence e devem estar atentos e alertas ao que vai acontecer nos próximos dias. Domingo que vem (16) vão ocorrer eleições para Governador, onde o PSUV está apostando todas as suas fichas por questão de sobrevivência. É imprescindível que os venezuelanos elejam o maior número possível de candidatos opositores porque isso irá facilitar a assepsia que o país tanto necessita e abrirá as portas para uma eleição à Presidência que ponha o país nos trilhos do desenvolvimento e da verdadeira democracia. E com isso eles podem começar a sonhar com o fim de uma era maldita e amaldiçoada, que destruiu as riquezas nacionais financiando países fracassados, como Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua, além de proteger a apoiar bandos terroristas como as FARC, o ELN, o Hizbolah, o Hamas, a Al-Qaeda e ditadores sanguinários do Irã, China, Rússia.
É hora de Chávez pedir perdão ao povo venezuelano e sobretudo a Deus pelos incontáveis crimes cometidos, pois tem as mãos manchadas do sangue inocente de seus compatriotas, e fazer uma verdadeira metanóia antes que seja tarde. Abaixo o vídeo do pronunciamento do pseudo Vice-Presidente Nicolás Maduro. O Notalatina vai ficar atento aos próximos pronunciamentos sobre este episódio tão grotesco e misterioso, quanto personagem principal da trama. Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentários: G. Salgueiro