Na semana que passou três acontecimentos graves relacionados a Cuba merecem ser analisados, sobretudo porque as notícias veiculadas foram apenas informações, com exceção ao fato ocorrido na Venezuela. Antes, porém, quero informar aos meus leitores que na próxima semana o Notalatina vai estrear uma nova modalidade de publicação, com uma entrevista em áudio feita por mim ao Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido, meu dileto amigo do glorioso Exército Colombiano, de quem sou tradutora oficial no Brasil, graças aos bons ofícios informáticos do Alex Brum Machado, meu amigo “Cavaleiro do Templo”, que teve a idéia do pod cast e me assessora neste mister.
No princípio da noite da sexta-feira 14 de outubro, faleceu em Havana a líder e fundadora do grupo “Damas de Branco”, Laura Pollán, uma mulher valente, destemida e que levou grande parte de sua vida a defender a liberdade em Cuba. Laura era esposa do ex-preso político Héctor Maseda, um dos 75 do que ficou conhecido como “A Primavera Negra” de Cuba, em 2003, quando decidiu fundar este movimento pacífico pedindo a liberdade dos seus maridos, irmãos e pais.
Laura Pollán: silenciada definitivamente pelos Castro? |
A última manifestação a que Laura participou foi no dia 24 de setembro, quando uma turba da polícia política do regime castro-comunista agrediu várias destas senhoras, e muito particularmente a Laura em sua própria casa. Os verdadeiros opositores ao regime contam que até esse momento Laura, apesar de ser diabética, estava bem de saúde. Horas depois começou a passar mal quando foi levada ao Hospital Calixto García, vindo a falecer às 7:50 da noite do dia 14 de outubro.
Chama a atenção alguns fatos denunciados pela jornalista cubana Angélica Mora em seu artigo “Antecedentes”, onde ela relata que outras mulheres pertencentes às Damas de Branco afirmam terem sido “injetadas” nas manifestações por agentes da polícia política, com alguma substância que as teria feito passar mal em seguida. No artigo “Desperta inquietudes o caso de Laura Pollán”, Angélica nos conta que durante o ataque sofrido para impedi-las de ir à igreja no dia de Virgen de la Merced no dia 24 de setembro, Laura foi arranhada. Teriam os agentes castristas nessa ocasião inoculado algum vírus na pacífica guerreira e que levou-a ao óbito? No hospital Laura foi diagnosticada com o Vírus Respiratório Sincitial (VRS), entretanto, esse diagnóstico veio tarde demais e apenas a deixaram no soro e oxigênio, sendo feita uma traqueostomia um dia antes de seu falecimento mas absolutamente NADA de medicação para combater o tal vírus lhe foi ministrado.
Quem conhece bem o regime cubano sabe que em matéria de virologia eles estão bem avançados, inclusive criam vírus para uma provável guerra bacteriológica contra os Estados Unidos. Então, aí fica a pergunta que não quer calar: se a medicina cubana é este “assombro” que se propaga, por que não identificaram o mal que a afetava e a trataram devidamente, em vez de deixá-la morrer aos poucos sem medicação adequada? Se ela foi inoculada com um vírus letal JAMAIS se saberá, posto que, mesmo que algum médico tenha descoberto o crime que se cometia, com certeza esse será um segredo que ele levará para o túmulo, pois é a sua própria vida que está em jogo. Ademais, em quem confiar para fazer uma necrópsia fidedigna se tudo está sob o controle férreo dos ditadores? O que podemos fazer, nós que a admirávamos de longe, é rogar a Deus que a acolha em Seu Reino e que um dia toda a verdade destes crimes comunistas seja julgado com o peso da Sua Justiça. Que em paz descanse, Laura!
Quando em julho passado escrevi o artigo “Cubazuela ou Venecuba, uma amarga realidade”, já demonstrava ali que os verdadeiros donos do poder na Venezuela não eram o seu povo mas sim os cubanos, comandados pelos ditadores Castro. Na semana passada outro fato impensável, demonstrando o domínio e controle desta gente em todos os seguimentos da vida nacional venezuelana, escandalizou mesmo aqueles que estão fartos de saber e denunciar a ingerência dos ditadores na soberania de seu país.
No Forte Paramacay, a bandeira de Cuba era içada ANTES da Venezuelana |
Desde a segunda-feira passada pôde-se ver na parte interna das instalações do Forte Paramacay, subordinado à 41ª Brigada Blindada, no estado Carabobo, a bandeira de Cuba içada ao lado da bandeira venezuelana. Segundo denunciou o secretário da Universidade de Carabobo, Pablo Aure, ele recebeu a informação de que a bandeira cubana era içada às 6 h. da manhã, ANTES de ser içada a venezuelana. “Hastear a bandeira de um país estrangeiro em instalações militares não pode ter uma interpretação distinta à da submissão militar aos desígnios desse país. Poderíamos dizer que os chefes militares venezuelanos estão a mercê de Cuba e depois da Venezuela”, afirmou Aure, acrescentando que “desde há algum tempo se vem afirmando que os cubanos dão ordens em nossos quartéis”.
Agora, a gravidade deste fato absurdo se amplia quando se toma conhecimento de que um forte desta natureza proíbe, em muitas ocasiões, a entrada de civis venezuelanos, por ser considerado “zona de segurança”, inclusive restringe-se a presença de estrangeiros. Como, então, a bandeira cubana tremulava impávida ao lado da venezuelana, sem que isto se considere uma ingerência ou uma insolência e cumplicidade do Estado venezuelano na perda de sua soberania nacional? Para o vice-almirante (r) Rafael Huizi Clavier, presidente da “Frente Institucional Militar”, “isto só pode ser uma espécie de provocação para que os que não estão de acordo reajam, e assim fazer uma nova ‘purificação’ do corpo castrense, onde ficarão os mais leais, porque isto é inaceitável!”.
Então, aí está a foto para quem duvide da aberração. Muitos leitores da matéria comentaram ter testemunhado o fato e, diante das críticas dos jornais, cobrando uma explicação, a bandeira foi retirada na sexta-feira com a desculpa patética do General/D Clíver Alcalá Cordones, comandante da IV Divisão Blindada e Guarnição de Maracay, a quem o forte está subordinado, alegando que a bandeira fora içada como “gesto de cortesia” com militares cubanos que visitavam o forte. Ora, mas como os cubanos podem e os próprios venezuelanos não podem sequer visitar essas instalações? Lembro que há alguns anos (não quantos, com exatidão), três soldados que se encontravam presos no Forte Tiuna, onde também funciona o Ministério de Defesa da Venezuela, foram incendiados por um militar cubano que tinha um alto posto ali, onde dois deles faleceram e o sobrevivente foi silenciado, com a promessa de aumento substancial no soldo, viagens, casa, etc. O Notalatina denunciou isto na ocasião, e quem quiser se aventurar a pesquisar, vai encontrar aqui.
E, finalmente, o fato mais asqueroso e indignante foi protagonizado pelo Vice-presidente da Colômbia, o sindicalista Angelino Garzón, que esteve por dois dias em Cuba firmando acordos comerciais. O governo de Juan Manuel Santos já havia dado mostras de seu esquerdismo desde a posse, quando um dia apenas de haver-se tornado presidente da Colômbia, já estava aos beijos e abraços com Chávez, a quem passou a chamar de “meu mais novo melhor amigo”. Desta vez, entretanto, Santos e seu repugnante vice escancaram suas preferências, fazendo rapapés a tiranos assassinos que são responsáveis pelas mortes de milhares de seus compatriotas, através do apoio que dão às FARC, ao ELN e a quanto narco-terrorista exista naquele país.
Segundo leio no site “La Hora de la Verdad”, “da parte do mandatário Juan Manuel Santos, Garzón enviou uma saudação fraternal ao Governo e povo de Cuba, e de maneira especial ao presidente Raúl Castro e também nossa saudação a quem consideramos um grande amigo da causa da paz na Colômbia, o comandante Fidel Castro”. E no site semi-oficial da ditadura castrista, outra pérola: “Admiramos como ponto de referência de Cuba a importância que se lhe concede aos seres humanos”, expressou Garzón.
O que me chamou a atenção e envergonhou, foi um fato dessa magnitude e crueldade para com a memória das milhares de vítimas desses bandos terroristas homiziados e apadrinhados pelos assassinos ditadores cubanos, é que na grande imprensa colombiana nem uma mísera palavra de repúdio tenha sido pronunciada! Nada se disse, nada se comentou, ninguém se sentiu aviltado nem com o mais leve incômodo. Somente - como sempre e que ocorre também no Brasil - os jornalistas e escritores independentes, geralmente de blogs e sites, condenaram tais aberrantes afirmações.
Então, ouso enviar um recado a Santos e a Garzón: a “causa da paz” que os ditadores cubanos defendem, é aquela dos cemitérios, sobretudo com os defuntos sepultados sem nome, para que nunca mais seus parentes possam encontrá-los e pranteá-los dignamente! A “importância” que este velho abutre assassino “concede aos seres humanos”, seu Angelino, é ainda pior àquela que se dispensa a um cão sarnento de rua, pois se assim não fosse, não teria fuzilado tantos inocentes, nem teria calado o grito daqueles que reclamam por direito à dignidade humana, ou matado de fome e desnutrição a tantos inocentes, com a falsa desculpa do “bloqueio” norte-americano. Tampouco teria adotado como norma de Estado o aborto de cem mil bebês por nascer ao ano, para que a substância negra fetal sirva de medicamento para curar os males dos “capitalistas burgueses” que enchem suas arcas pessoais com dólares e euros, que é sistematicamente negado aos cubanos a pé!
Santos e Garzón “se esquecem”, muito providencialmente, que estes abutres velhos treinaram, apoiaram e acoitaram na Ilha terroristas das FARC. Ou já se esqueceram para onde foi levado “Rodrigo Granda”, depois da lamentável falha de Uribe para atender o pedido do presidente Sarkozy? Já esqueceram também que as FARC, que dizima com requintes de violência milhares de seus compatriotas, é sócia dos inumanos ditadores Castro no Foro de São Paulo?
Não, não é possível calar diante de tanta ignomínia, de tanta traição à Pátria em troca de “acordos” que não vão beneficiar o pobre povo cubano, tampouco o colombiano, mas apenas enriquecer ainda mais os verdugos Castro.
Onde está a dignidade dos colombianos que não se levanta em bloco e condena tamanho escárnio e traição à pátria? Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentário: G. Salgueiro