quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Edição de Aniversário




Há dias tento atualizar o Notalatina – desde que surgiu a idéia da marcha contra Chávez -, mas incontáveis fatores alheios à minha vontade não têm permitido que o faça, na mesma proporção com que as informações graves e algumas até trágicas, me chegam ao conhecimento. Bem, hoje o Notalatina completa 8 anos de existência, apesar de todas as vicissitudes que tenho enfrentado, e por isso apresento hoje uma edição especial de aniversário abordando vários assuntos, sendo o principal deles o tema ao qual me debruço com o maior afinco há 10 anos: as FARC. Espero que desfrutem!

Sarkozy esteve no Brasil e segue rumo à Venezuela. Segundo informações que recebi de um amigo venezuelano, Chávez vai propor ao mandatário francês extraditar Carlos Ilich Ramírez, vulgo “El Chacal”, em troca de petróleo a preços especiais. Não posso afirmar a veracidade da informação mas ela é bem plausível, pois isto é desejo antigo do ditador de Miraflores, cujo embaixador em Cuba foi, por muitos anos, o irmão do Chacal; não sei se ainda é. Não me admiraria, também, se Sarkozy aprovar a criminosa proposta, pois este senhor já deu mostras de que para ele “favores” valem mais do que honra e dignidade, quando tentou – à revelia de Uribe – fazer acordo com as FARC para liberar Ingrid Betancourt – somente ela.

Ainda com relação à Venezuela, soube que Chávez fez um indecoroso “acordo” com a oposição para que nenhum dirigente participasse da marcha que não deseja mais vê-lo pela frente. O jornalista Teodulo Menéndez fez a denúncia em um artigo publicado recentemente e decepcionado afirmava que esteve na marcha e que, de fato, não viu nenhum daqueles que “se dizem” oposição.

E aproveito este espaço para fazer uma denúncia gravíssima de um fato ocorrido em São Francisco com uma amiga minha venezuelana – que por questão de segurança omito o nome –, que coordenava o grupo de venezuelanos participantes do protesto contra Chávez. Ela contou que no dia 4 o grupo opositor foi invadido por hordas chavistas, que tentaram impedir sua passagem por uma ponte e que jogaram ácido no seu carro. Não satisfeitos, no dia seguinte expuseram na página deles todos os dados pessoais dela. Eles conhecem TODA a vida dessa minha amiga e lá no tal site estava exposto, para quem quisesse ler e utilizar, seu nome completo, endereço com telefones, nome das filhas e do marido – que é americano -, o endereço da clínica dele e todos os dados também de seu endereço profissional. Ela bloqueou o celular e o cunhado que é advogado ia entrar com uma queixa na embaixada da Venezuela pedindo garantias de vida para ela e a família. Detalhe “curioso”: ela havia ido fazer a queixa antes de falar com o cunhado e contou que a funcionária que a atendeu era BRASILEIRA. Seria alguma “cumpanhêra”???

Mas a grande notícia mesmo foi o golpe que as Forças de Segurança da Colômbia deram nas FARC, ao deter o mensageiro que trazia a prova de sobrevivência de 10 dos militares e policiais seqüestrados pelas FARC, alguns com até 12 anos de degradante cativeiro. Segundo informação do comandante do Exército, as provas foram filmadas provavelmente em abril, de modo que não há qualquer garantia de que aquelas pessoas ainda estejam vivas.

A coisa funcionava assim: as FARC mandavam as provas para Piedad Córdoba que as editava, para fazer com que os seqüestrados parecessem bem e saudáveis. Aí vieram os militares e estragaram a brincadeira porque os vídeos autênticos e sem edição, mostram todos os que enviaram mensagens com correntes e cadeados no pescoço, como são tratados há anos – sobretudo os militares e policiais – para “evitar fugas”. Eu havia selecionado fotos das manifestações anti-Chávez em várias partes do mundo, mas preferi dar espaço para os militares e policiais cujas provas chegaram ao conhecimento público nesta segunda-feira porque elas são eloqüentes demais.

Isto foi um golpe duríssimo contra a “embaixadora das FARC”, Teodora Bolívar, a “negra do turbante”, a senadora comunista Piedad Córdoba, pois desde que se meteu a “trabalhar” pela libertação dos seqüestrados que hipocritamente chamam de “acordo humanitário”, este mulherzinha ordinária e criminosa não visava outra coisa que promover-se perante a opinião pública, e com isso amealhar votos para sua campanha à presidência da Colômbia. A dor dos familiares e as condições infra-humanas com que estas pessoas são (mal) tratadas pelo bando terrorista, são meros detalhes sem qualquer importância, são mercadorias de um escambo macabro e miserável.

Por outro lado, o demente professor Moncayo, pai do cabo Pablo Emilio Moncayo, continua sua peregrinação fazendo propaganda indireta das FARC, ao acusar o presidente Uribe de não ter “vontade” de colaborar para a soltura de seu filho que, aliás, as FARC prometem desde abril que vão libertá-lo, junto com o soldado Josué Daniel Calvo e não mais tocaram no assunto, tampouco vieram provas de sobrevivência deles nesse “pacote”. Alguém precisa dizer a este senhor que, enquanto ele vocifera contra Uribe, acusando-o daquilo que as FARC fizeram com o seu filho, nem tão cedo ele vai ser liberado porque este velho cego e demente faz o trabalho sujo de corroborar que as FARC existem e praticam tantos crimes porque Uribe não quer um acordo de paz.


Segundo disse no Comunicado de Imprensa o general Oscar González Peña, Comandante do Exército, “estes vídeos se constituem na prova de trato cruel e degradante que os terroristas das FARC infligem às pessoas que mantêm seqüestradas”, e conclui assim o comunicado: “O Governo Nacional, ao deplorar as lamentáveis condições em que se encontra o pessoal da Força Pública seqüestrado pelas FARC, e expressar solidariedade com os familiares dos mesmos, exige a libertação, total e incondicional de todos os seqüestrados e denuncia, nacional e internacionalmente, a flagrante vulnerabilidade do Direito Internacional Humanitário por parte das FARC. Os sites da revista Semana

e do jornal El Tiempo de Bogotá, divulgaram os vídeos gravados pelos 10 militares e policiais como prova de sobrevivência que podem ser vistos aqui ou aqui.

Durante todo este tempo que venho padecendo com dificuldades na Internet, li dois livros magníficos que têm relação com o tema central de hoje. Trata-se de “Operación Jaque”, do meu amigo Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido, que analisa a mais ousada e bem sucedida operação militar dos últimos tempos, não só na Colômbia mas no mundo, e que devolveu a liberdade a 15 pessoas, dentre elas civis, militares e policiais. E o outro, “Lejos del Infierno”, espécie de diário escrito por Marc Gonsalvez, Keith Stansell e Tom Howes, os três norte-americanos que prestavam serviço de inteligência para uma empresa americana e que foram capturados pelas FARC após a queda de seu avião.

Ambos os livros são empolgantes: o do coronel Villamarín, pela qualidade e precisão de analista e estratega, especializado em terrorismo, subversão, guerra de guerrilhas, e sua larga experiência com estes bandos que lhe renderam várias medalhas por bravura em combate. Ele agrega ainda entrevistas com o tenente Malagón e o cabo Amaón Flórez, revelações cruéis e amargas da realidade da vida na selva.

O dos americanos é mais detalhado mas é um relato da experiência pessoal de cada um apenas. Nada ao longo de suas 458 páginas é desperdiçado, pois como disse, é a recopilação do diário que eles escreveram enquanto estiveram cativos, convivendo e sendo tratados como animais. Uma passagem que quero lembrar antes de descrevê-lo diz respeito ao capitão Julián Guevara, morto por falta de atendimento médico ao tratamento de uma tuberculose, desnutrição e maus tratos físicos e psicológicos, que a maldita guerrilha, depois de revelado nos computadores de Raúl Reyes que havia morrido em cativeiro, prometeu entregar o corpo à sua mãe desde abril, e até a presente data não moveu uma palha para tal. Confirma-se, assim, que a suposta “boa-vontade” deles para com o povo colombiano é apenas jogo de palavra, demagogia barata, a mais inumana crueldade que se possa ter por um ser humano. Aliás, o que eles têm é o mais absoluto desprezo pela vida humana. Conforme assinalava Keith a respeito de Marulanda, para seus amigos, “este tipo renunciou a seu direito a ser tratado como um ser humano há tempo; agora ele não é nada mais do que alguém que rouba o oxigênio dos demais”. Concordo plenamente!

O livro inteiro é emocionante e daquele tipo de leitura que você lê com a respiração suspensa sem querer parar, embora saiba que no final todos saem bem, graças à determinação de um presidente e uns militares que têm à sua frente Deus, e depois a coragem e a determinação de tudo fazer para que todos tenha o direito à liberdade e dignidade da pessoa humana.

Algumas passagens, entretanto, são marcantes e muito reveladoras. Os mineiros têm um sábio ditado que diz: “se quiser conhecer uma pessoa, coma sal com ela durante três dias”. A convivência forçada com pessoas tão diferentes e numa situação tão degradante, faz o verdadeiro caráter aflorar; naquelas circunstâncias, todos os vícios e defeitos vêm à tona, assim como as virtudes de cada um. E nesse aspecto eles detalham aquilo que eu já havia comentado na ocasião, a respeito do caráter de Ingrid Betancourt. Apesar do sofrimento e dos tratos cruéis a que foi submetida – e ninguém merece isso -, Ingrid se comportava como se fosse mais especial do que os outros presos e exigia ser tratada assim. Mostrou-se mesquinha, caprichosa, invejosa, provocadora – e se comprazia em ver os homens brigando por sua causa -, manipuladora e delatora de outros seqüestrados como ela, fazendo acordos com os chefes das FARC. Desde que os americanos passaram a freqüentar o mesmo acampamento que os “presos políticos”, viram que Ingrid e Luis Eladio Pérez eram amantes, que repartiam o mesmo espaço de dormir como um casal; mas ela em sua falsidade, separou-se do marido tão logo foi libertada, alegando que ele tivera um caso enquanto ela esteve cativa.

Mas, por que estou fazendo estes comentários? Porque ao assistir aos vídeos dos dez militares apresentados pelo Exército na segunda-feira, comprovei aquilo que eles denunciam no livro. Em duas ou três ocasiões, contam eles, os prisioneiros foram avisados de que um jornalista viria filmá-los para levar prova de sobrevivência ao governo e aos familiares. O jornalista era o moleque de recados das FARC, Jorge Henrique Botero, que na primeira sessão fez tortura psicológica contando que o piloto do avião deles que caiu, e que havia ficado muito ferido no acidente, fora assassinado pelas FARC, do mesmo modo que outros três colegas da empresa que tiveram pior sorte, e morreram num acidente enquanto tentavam encontrá-los nas selvas.

Em outra ocasião, deram-lhes roupas novas, mandaram alguém para cortar-lhes os cabelos e nesse dia recebiam boa refeição, para que suas aparências não demonstrassem a realidade que viviam. Da última vez que gravaram, pouco antes da libertação, ficaram alguns dias num “acampamento de engorda” para não aparecerem tão cadavéricos e famintos como estavam há anos. O chefe da frente que cuidava deles, Henrique “Gafas”, disse explicitamente: “vejam o que vão dizer; se falarem alguma coisa que nos comprometa eu mato vocês”. E as gravações eram feitas sob a mira dos fuzis. Ao ver o depoimento desses dez homens, com voz trêmula e gaguejante como quem escolhe as palavras com medo, elogiando a pústula Córdoba, pude confirmar o que eles contam com riqueza de detalhes no livro. Me custou caro importá-lo da Colômbia mas valeu a pena. Sempre vale a pena conhecer mais detalhes e comprovar a farsa e a conivência dos Kirchner, de Morales, de Correa, de Chávez, Fidel e Lula, atolados até a medula com esses monstros.

E é por isso que os denuncio incessantemente, pois enquanto “seu” Lula posa diante dos olhos do mundo como um “conciliador”, um “moderado”, um “direitista” (argh!), por baixo dos panos acoberta e dá guarida a monstros sem alma como esses terroristas das FARC. Doeu na alma e me deu uma revolta profunda ver o canalha criminoso do Antonio Palocci ser inocentado de seus crimes, enquanto Francenildo passava a ser julgado como réu, pois não se esqueçam que foi durante a gestão deste ser abjeto que foi criado em Ribeirão Preto um “Comitê de Solidariedade com as FARC”. As FARC não são um problema só da Colômbia, gente, as FARC são um problema nosso também, pois são eles que envenenam e ajudam a matar 50.000 brasileiros por ano, e são as FARC que treinam as milícias do PT, o MST. Pensem nisso e não fechem os olhos a problema de tamanha magnitude! E mais tarde tem a pizza do terrorista Cesare Batistti que, não tenho qualquer dúvida, ganhará status de refugiado como o embaixador das FARC no Brasil, Oliverio Medina. Os livros que denunciam as FARC não são traduzidos e vendidos no Brasil, mas aposto que o deste desqualificado italiano certamente logo estará em todas as vitrines – com destaque – das livrarias brasileiras.

Que Deus nos proteja a todos e até a próxima!

Comentários e traduções: G. Salgueiro