A Venezuela amanheceu ontem em luto e dor, após a descoberta dos corpos dos três irmãos da família Faddoul, John, Kevin e Jason e do seu motorista Miguel Rivas, assassinados após 40 dias de seqüestro por supostos policiais. Eram pouco mais que crianças com 17, 13 e 12 anos de idade, um dos quais paralítico.
Segundo informações, os corpos foram encontrados alinhados um ao lado do outro (conforme foto) e apresentavam disparos na nuca e zona occipital; seus rostos estavam desfigurados. O que permitiu a identificação foi o uniforme escolar, do Colégio Nossa Senhora del Valle, que eles usavam e para onde se dirigiam quando foram seqüestrados.
O que teria motivado tão bárbaro e hediondo crime é algo que não encontro resposta, tampouco o próprio povo venezuelano. Entretanto, este não é um fato novo, isolado, por mais chocante que seja aos olhos das pessoas normais e de bem. Basta que para isso se observem as cifras macabras de assassinatos na Venezuela depois que se instalou no poder um ditador comunista, com passado de crimes e impunidades e que conta no seu ministério com indivíduos cujo passado é marcado por atos de terrorismo, crimes de assassinato, todos, absolutamente todos, impunes.
Acrescente-se a isso que este regime castro-chavista vem ao longo destes 7 anos formando suas “milícias bolivarianas”, composta pela escória de delinqüentes pagos pelo povo para agir contra aqueles que estejam “desconformes” com a “revolução bonita”.
Ontem, no fim da tarde, houve manifestações de pesar e desagravo pelo trágico ocorrido, em vários locais e, como sempre ocorre nessas manifestações legitimas contra o governo, suas milícias macabras, os carapaicas, os tupamaros, os agentes da DISIP ou qualquer outro bando de malfeitores desses pagos com o dinheiro do povo, resolveu impedir que um repórter fotográfico do jornal Últimas Notícias, Jorge Aguirre, registrasse a manifestação. Um homem numa moto tentou parar o carro da redação disparando vários tiros, conforme explica o motorista: “Ele não estava de uniforme mas me mandou parar à direita e disse: ‘é a autoridade’. Eu me neguei a parar e continuei; o vi me seguindo, quando cruzou para a auto-pista passou e começou a disparar”.
Os disparos atingiram a porta traseira do carro e quando Aguirre, que ia no lado do carona, desceu, o homem da moto disparou a queima-roupa. Mesmo caído no chão, Aguirre pôde resgistrar o seu assassino fugindo. O repórter fotográfico foi socorrido mas não resistiu e faleceu. Segundo a descrição dada pelo motorista do jornal, a arma usada no crime foi uma pistola calibre 9 mm, ‘parecia’ policial porque estava numa moto 250, sem placas, usava jaqueta preta, capacete azul e óculos escuros.
Na semana passada houve outro assassinato brutal, também atribuído a homens da DISIP. Fillipo Sindoni, um ítalo-venezuelano proprietário do jornal El Aragüeño e da rede de televisão TVS foi seqüestrado, torturado e assassinado. O quê estas pessoas fizeram para merecer tamanha bestialidade? O sr. Sindoni era proprietário de meios de comunicação contrário ao regime; o fotógrafo, um inconveniente abelhudo que registrava manifestações anti-revolucionárias; Miguel Rivas, queima de arquivo mas, e as crianças Faddoul? Me parte o coração imaginar o sofrimento infligido a estas crianças, bem como o sofrimento de uma mãe ver seus três filhos serem seqüestrados de uma vez e violentamente assassinados, depois de 40 dias de cativeiro.
Há quase cinco anos estudo e acompanho esse processo de expansão do comunismo na América Latina e, apesar das críticas, piadas e agressões que tenho recebido por me preocupar com o que ocorre com os nossos vizinhos, em vez de olhar para o nosso próprio quintal, cada vez mais me convenço de que tudo o que temos visto em termos de desumanização, violência, crimes hediondos, desestruturação dos valores morais e religiosos, extorções, expropriações, invasões e depredações, são fruto de uma maquiavélica orquestração do maldito Foro de São Paulo com o único objetivo de expandir e fortalecer o Comunismo no mundo.
Não é possível dissociar os crimes cometidos em Cuba, de toda a espécie, com o que vem ocorrendo na Venezuela desde que Chávez assumiu o poder, em 1999, ou o que temos assistido aqui no Brasil desde que o PT tornou-se o Partido-Estado. A criminalidade aumentou exponencialmente (bem como a defesa dos criminosos, não das vítimas) e agora já sem qualquer pudor; aí está o caso do assassinato do prefeito Celso Daniel e suas prováveis 8 vítimas. Compra-se consciências, “elimina-se da foto”, no bom e velho estilo stalinista, todo aquele que se atravessar no caminho dessas revoluções; perseguem-se Militares (e aqui incluo Chile, Bolívia, Equador mas sobretudo a Argentina), desmoralizam e planejam desmontar as FFAA. Em seu lugar, criam-se “milícias”, formadas por desordeiros sedentos de sangue, armados e sem qualquer resquício de peso na consciência porque lhes falta moral ou caráter.
O que restará de nossos países se se confirmarem as re-eleições de Lula e Chávez, e a eleição de Ollanta Humala (que já afirmou que “não permitirá” Cecilia Flores governar caso ela vença as eleições de domingo próximo, no Peru) e de Daniel Ortega, na Nicarágua? Será a consagração de Fidel Castro e seu Foro de São Paulo, agremiação comuno-narco-terrorista que vem há 16 anos trabalhando para reinstalar e fortalecer o comunismo na América Latina e está conseguindo, pois já possuem governantes comunistas: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Uruguai, Venezuela, Equador, as FARC e o ELN dominando tudo na Colômbia e Cuba, como epicentro do controle total das ações coordenadas entre estes países.
Mas, apesar de muita gente fechar os olhos para esta realidade – Foro de São Paulo – e tentar minimizar seu grau de malignidade e influência, vou continuar batendo nesta mesma tecla. Sei que não vou esclarecer os crimes sem punição da Venezuela, tampouco os daqui do Brasil mas não vou parar de denunciar a fonte, a raiz de todo este mal que se abateu sobre nosso continente.
E para encerrar a edição de hoje transcrevo um artigo que se assemelha à nossa realidade, para que sirva de reflexão para nós brasileiros, da jornalista Patricia Poleo, hoje exilada nos Estados Unidos, alguém que conhece e experimentou na carne o que é a perseguição comuno-chavista, que sofreu ameaça de morte e teve seu guarda-costas assassinado barbaramente. À mãe dos irmãos Faddoul, srª Gladys Diab, minha mais emocionada solidariedade e preces; aos jovenzinhos, colhidos no frescor de sua juventude, que Deus os cubra com Seu manto protetor e permita que seus assassinos paguem por tanta hediondez. Às famílias do fotógrafo Jorge Aguirre e do motorista da família Faddoul, Miguel Rivas meus sentimentos; que a Providência Divina os receba com amor e conforte os que ficaram.
Na próxima edição do Notalatina vou apresentar, com exclusividade, um vídeo feito em Cuba e que mostra qual a perspectiva de vida futura daquela gente escrava há quase 50 anos. Fiquem com Deus e até a próxima!
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Fatores de Poder
Patricia Poleo
As cifras de mortes violentas são aterradoras e crescem a cada ano desde que Chávez tomou o poder. Seu ministro do Interior e Justiça põe gravata vermelha para ordenar que não se politize o tema, enquanto aproveita a tragédia dos Faddoul para impor uma Polícia Nacional como as recomendou Vladimiro Montesinos.
Escrevo de madrugada, aturdida pela indignação que une a todos os venezuelanos depois de tomar conhecimento do espantoso crime do qual foram vítimas os irmãozinhos Faddoul e seu chofer, o senhor Miguel Rivas.
O cúmulo é a aparição, quase a uma hora da manhã, de Jesse Chacón, ministro do Interior e Justiça, engravatado de vermelho, para ratificar ante o país a identidade dos quatro cadáveres. Chacón não teve a delicadeza de trocar a alegre gravata, cuja cor converteu-se em símbolo político, para pedir (ou ordenar?) ao país a “não politizar o assunto”.
Chacón refere-se ao tema como se não fosse de sua responsabilidade. Falou como se ele não fosse parte de tudo isto: “Queremos trabalhar, unidos, sem diferenças políticas, na solução deste tipo de crime que não é parte da cultura venezuelana, que nos foi exportada (sic), que não a queremos e que a rechaçamos”. E quem foi o grande “exportador” deste tipo de crime que, certamente, não é parte da cultura venezuelana?
A responsabilidade da colombianização da Venezuela é absolutamente de Hugo Chávez. Quem forneceu documento de identidade como venezuelanos a guerrilheiros colombianos e sicários foi o atual governo. Nossas Forças Armadas Nacionais – quando se chamavam assim – souberam manter nos limites os irregulares que sempre pretenderam penetrar nosso erritório. A Força Armada Nacional de Hugo Chávez lhes deu passagem e anuência para atuar.
Neste governo em que oito soldados foram queimados em Fuerte Mara e dois em Cumaná. Sob a égide de Jesse Chacón foram assassinados por efetivos militares e policiais: Evangelina Carrizo, o indigente Juan Carlos Zambrano, arrastado pelos seus genitais antes de ser assassinado. Germán Delgado, escolta do General González González e meu, foi torturado até morrer – segundo determinou o Ministério Público -, pelos efetivos da DISIP José Raga, Franklin Sequera, Ovidio Dávila, Deivis Román, Javier González e Alexis González. Foi a DISIP de Jesse Chacón que deixou escapar o narco-traficante “El Boyaco”. Foi a CICPC de Jesse quem, em vez de preservar uma testemunha supostamente importante, como era Antonio López Castillo, o assassinaram em um suposto enfrentamento rematando-o com um tiro de graça no queixo.
É a DISIP deste ministro a assinalada por tortura a Juan Carlos Sánchez, de assassiná-lo e depois levá-lo a um motel de Baquisimeto onde se simula um enfrentamento.
É durante a gestão de Jesse Chacón e do governo de Hugo Chávez que efetivos adscritos na DIM massacram três estudantes da Universidade Santa Maria. O chefe dos assassinos, major José Baldomero Peña, havia sido denunciado nesta coluna antes do crime. E não aconteceu nada!
Mariítas Ron caiu assassinada na Praça Altamira enquanto Chacón celebrava a trampa do referendum. É na gestão de Jesse Chacón que as mortes nos cárceres venezuelanos alcançam todos os récords, e as cifras de insegurança aumentam a cada dia enlutando um país que permanecia anestesiado.
Recentemente foi assassinado o empresário Felippo Sindoni, que ao que parece lutou com seus raptores até morrer.
Em um país em guerra como o Iraque, as cifras oficiais são estas: Mortos, 18.000; feridos, 50.000; jornalistas mortos, 30. O conflito pedura desde 2003. Desde esse mesmo ano na Venezuela, segundo a UNESCO: Mortos, 22.15 por cada cem mil TODOS OS DIAS. A Venezuela se situa como o primeiro país em mortes por armas de fogo, comparando com 57 países. Desde abril de 2004 estão suspensos os portes de armas das mãos de particulares. Então, quem dispara?
O fornecimento de cifras exatas foi bloqueado na Venezuela desde o ministério de Jesse Chacón, ao fechar-se em janeiro de 2003 a sala de imprensa do CICPC, lugar de onde se centralizava a data em nível nacional. Em janeiro de 2006 o presidente Chávez intimou, segundo declarações públicas, um milhão de venezuelanos armados. Adicionalmente, foram juramentados e armados 2.300.000 reservistas no lapso de um ano, quase a metade dos soldados que operam em território iraquiano.
Na Venezuela há 422.329 menores de 15 anos vagando nas ruas. Entre 2004 e 2005 ocorreram 2.534 manifestações públicas, 74% delas exigindo direitos sociais. Desde 1999 até esta data, há 6.207 processos por corrupção sem resposta no Ministério Público.
Durante os 18 anos da ditadura Pinochet, no Chile, foram assassinadas 3.000 pessoas. Desde 1998 até 2003, segundo cifras oficiais venezuelanas, em fatos violentos. Isto dá uma média anual de 7.843 mortos. Em 2004 salta para 12.000 e em 2005 chega a 13.000. Em 2006 promete superar amplamente essa margem de crescimento.
6.127 venezuelanos morreram em “execuções” extra-judiciais; entre estes chamados “justiçamentos”, 634 mortes foram atribuídos a polícias municipais. Entretanto, Jesse persegue com julgamentos a jornalistas e defende um irmão cuja fortuna é injustificável.
A Venezuela está ardendo em dor e em protestos. A resposta do Governo já assomada no editorial da Venezuelana de Televisão – será a conformação de uma Polícia Nacional, a semente que Vladimiro Montesinos deixou em sua passagem pela Venezuela e que seriu no Peru para perseguir e assassinar em nome da Lei. A centralização do crime em mãos do Reime. Isso e não outra coisa é a Polícia Nacional que agora o regime tirará da cartola.
Fonte: http://www.venezolanosenlinea.com/
Comentários e tradução: G. Salgueiro